Rubéola:
os sintomas, como é transmitida e como prevenir
O que é rubéola?
A rubéola é uma doença aguda, de alta contagiosidade, que é transmitida pelo vírus do gênero Rubivirus, da família Togaviridae. A doença também é conhecida como “Sarampo Alemão”.
No campo das doenças infecto-contagiosas, a importância
epidemiológica da Rubéola está representada pela ocorrência da Síndrome
da Rubéola Congênita (SRC) que atinge o feto ou o recém-nascido cujas
mães se infectaram durante a gestação.
A infecção por rubéola na gravidez acarreta inúmeras complicações
para a mãe, como aborto e natimorto (feto expulso morto) e para os
recém-nascidos, como malformações congênitas (surdez, malformações
cardíacas, lesões oculares e outras)
No Brasil, até o final da década de 80, a magnitude da rubéola era desconhecida.
Neste período, os resultados dos estudos sobre a prevalência de
anticorpos contra a rubéola, em alguns grupos populacionais, orientaram a
definição e implementação de estratégias de vacinação.
A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) foi implantada gradativamente entre os anos de 1992 até o ano 2000.
A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, e foi ampliada gradativamente ao longo dos anos.
Entre 1998 a 2002 foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil (MIF) na faixa etária de 12 a 49 anos de idade,
o objetivo dessa vacinação foi de eliminar a SRC no país. A segunda
dose da vacina foi implantada em 2004 para a faixa etária de 4 a 6 anos
de idade. Também houve ampliação da oferta da vacina para os homens até
39 anos e mulheres até 49 anos de idade.
A
vigilância epidemiológica da rubéola e da SRC foi intensificada a
partir da Eliminação do Sarampo, com redução dos casos confirmados de
80% entre 2003 até 2006.
Em
2006 surtos de rubéola passaram a ocorrer nos estados de MG, RJ, CE,
PB, MT e MS. Em 2007 foram confirmados surtos em 19 estados, perfazendo
um total de 6.753 casos. A faixa etária mais acometida é a de 20 – 39
anos de idade e 70% dos casos confirmados ocorreram no sexo masculino.
Em 2008 foi realizada a Campanha de Vacinação para Eliminação da rubéola para homens e mulheres de 20 a 39 anos.
Nos estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Maranhão foi acrescida a população de 12 a 19 anos no grupo alvo para vacinação.
A cobertura vacinal geral foi de 97%. Neste ano foram confirmados 2.155 casos em 22 estados.
Após
2009 aos dias atuais não foram confirmados mais casos de rubéola no
Brasil, indicando a interrupção da transmissão autóctone do vírus da
rubéola, denominado 2B.
Quais são os sintomas da rubéola?
Os sintomas principais sintomas da rubéola são:
- febre baixa;
- linfoadenopatia retro auricular, occipital e cervical;
- exantema máculo-papular.
Esses sinais e sintomas da rubéola acontecem independente da idade ou situação vacinal da pessoa.
O período de incubação médio do vírus, ou seja, tempo em que os
primeiros sinais levam para se manifestar desde a infecção, é de 17
dias, variando de 14 a 21 dias, conforme cada caso.
Como é feito o diagnóstico da rubéola?
Para o diagnóstico da rubéola são feitos exames laboratoriais,
disponíveis na rede pública em todos os estados, para confirmação ou
descarte de casos, como titulação de anticorpos IgM e IgG para rubéola.
Existem
muitas doenças que se manifestam semelhantes à rubéola. As mais
importantes são: sarampo, Exantema Súbito (Roséola Infantum), dengue,
Enteroviroses, Eritema Infeccioso (Parvovírus B19) e Ricketioses.
Na
situação atual de eliminação da rubéola, identificar precocemente um
caso suspeito e realizar as ações de vigilância de forma adequada com
uma correta investigação epidemiológica, a realização do diagnóstico
diferencial é muito importante para classificar adequadamente qualquer
caso suspeito.
Como a rubéola é transmitida?
A transmissão da rubéola acontece diretamente de pessoa a pessoa, por
meio das secreções nasofaríngeas expelida pelo doente ao tossir,
respirar, falar ou respirar.
O período de transmissibilidade é de 5 a 7 dias antes e depois do início do exantema, que é uma erupção cutânea.
A maior transmissibilidade ocorre dois dias antes e depois do início do exantema.
Como é feito o tratamento da rubéola?
Não há tratamento específico para a rubéola.
Os sinais e sintomas apresentados devem ser tratados de acordo com a sintomatologia e terapêutica adequada, conforme cada caso.
Os tratamentos são oferecidos de forma integral e gratuita por meio do Sistema Único de Saúde (SUS).
Assim que surgirem os primeiros sintomas, procure imediatamente um
médico para confirmação do diagnóstico e início imediato do tratamento.
Como prevenir a rubéola?
A prevenção da rubéola é feita por meio da vacinação. A vacina está disponível nos postos de saúde para crianças a partir de 12 meses de idade.
A vacina tríplice viral (Sarampo, Rubéola e Caxumba) foi implantada gradativamente entre os anos de 1992 até o ano 2000.
A faixa etária estabelecida foi de 1 a 11 anos de idade, que se mantém até a presente data.
Entre 1998 a 2002, foram realizadas campanhas de vacinação para as mulheres em idade fértil na faixa etária de 12 a 49 anos de idade, com objetivo de eliminar a SRC (Sarampo, Rubéola e Caxumba) no Brasil.
A segunda dose da vacina foi implantada em 2004 para a faixa etária de 4 a 6 anos de idade.
Para os homens e mulheres a vacina também está disponível para a faixa etária de 12 a 49 anos para as mulheres e de 12 a 39 anos para os homens.
Situação epidemiológica da rubéola
No
Brasil, a rubéola foi incluída na lista de doenças de notificação
compulsória somente na segunda metade da década de 1990. Em 1997, ano em
que o país enfrentou a última epidemia de sarampo, foram notificados
cerca de 30.000 casos de rubéola, sendo que, no período de 1999 a 2001,
ocorreram surtos em vários estados do país.
Nesse
período, observou-se um aumento progressivo no número de casos
suspeitos de SRC (de 200 para 600), o que refletiu tanto o aumento da
circulação do vírus, com incidências de 5/100.000 mulheres na faixa
etária de 15 a 19 anos e de 6,3/100.000 mulheres na faixa etária de
20-29 anos de Rubéola (em 2001), como o incremento de estratégias de
vigilância para a detecção de casos.
Assim, a vigilância epidemiológica dessas doenças tem se mostrado sensível, oportuna e específica.
A
implementação do Plano de Erradicação do Sarampo no país, a partir de
1999, impulsionou a vigilância e o controle da Rubéola. Em 2002,
ocorreram 1.480 casos no Brasil, o que corresponde a um decréscimo de
95%, quando comparado com a incidência de 1997.
Nesse
ano, os coeficientes de incidência do sexo feminino ficaram em
1/100.000 mulheres, tanto na faixa etária de 15-19 como de 20-29 anos de
idade.
Entre
2000 e 2002, foram confirmados 37.663 casos de Rubéola. Em 2005, houve
um surto de rubéola no Estado do Rio Grande do Sul, com 44 casos
confirmados e identificação do genótipo 1D, o mesmo que circulava na
Europa.
Observaram-se,
nos anos de 2006 e 2007, elevados incrementos no número de casos
confirmados e surtos nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Ceará e
São Paulo, com genótipo 2B, sendo neste ano o incremento de 80%
(6.692/8342), e destes 77% (6.640/8342) foram confirmados pelo critério
laboratorial.
Com
a intensificação da vigilância epidemiológica e a vacinação de bloqueio
ampliada em 2008, o número de casos reduziu em 273,6% (6109/8342),
quando comparado com o ano de 2007. Nesse ano, 84% (1868/2233) dos casos
foram encerrados pelo critério laboratorial.
No
Brasil o último caso confirmado de rubéola ocorreu no mês de dezembro
de 2008 no estado de São Paulo. De janeiro de 2012 a dezembro de 2015,
foram notificados 16.739 casos de rubéola, todos foram encerrados pelo
critério laboratorial ou vínculo epidemiológico.
Salienta-se
que, na Campanha de Vacinação contra a Rubéola realizada em 2008, foram
vacinados cerca de 67,9 milhões de homens e mulheres, com idades entre
20 a 39 anos, incluindo as pessoas de 12 a 19 anos dos estados do RJ,
MG, RN, MT e MA, conforme mencionado anteriormente.
Este quantitativo representou 96,7% do público alvo da vacinação.
A
definição das faixas etárias para a Campanha de Vacinação da Rubéola,
em 2008, ocorreu após o estudo de coorte de nascidos vivos entre 1927 –
2007 para identificar a população não vacinada. Destaca-se, também, a
realização de uma campanha de vacinação em massa dirigida às mulheres em
idade fértil, entre os anos de 2001 e 2002.
Nesse
período, foram introduzidas as vacinas dupla viral (sarampo e rubéola) e
tríplice viral no Calendário Básico de Vacinação do PNI, processo
iniciado em 1992.
Em
2014 foi confirmado um caso importado de rubéola no estado do Rio de
Janeiro, tripulante do navio proveniente das Filipinas, 28 anos de
idade, masculino, não vacinado, apresentou exantema em 01 de outubro de
2014. Foi hospitalizado e notificado pelo sistema privado como suspeito
de sarampo.
No diagnóstico diferencial a sorologia IgM foi reagente para rubéola e identificado o genótipo 2B.
A
equipe de vigilância epidemiológica realizou a investigação buscando
sintomáticos entre os 103 tripulantes e administrou 89 doses de vacina
tríplice viral no bloqueio vacinal. Não foi identificado nenhum caso
secundário.
O
Brasil no dia 23 de abril de 2015 recebeu do Comitê Internacional de
Experts o documento da verificação da eliminação da Rubéola e da
Síndrome da Rubéola Congênita.
Em
27 de setembro de 2016, o País recebeu do Comitê Internacional de
Experts o documento da verificação da eliminação do Sarampo.
Orientações sobre rubéola para profissionais de saúde
O conhecimento e atualização dos profissionais de saúde quanto à
identificação e notificação imediata de um caso suspeito de rubéola,
tanto na rede pública como privada é essencial para manter a eliminação
da doença no país. As medidas de prevenção da doença são fundamentais.
Altas coberturas vacinais em todas as localidades e a realização
imediata do bloqueio vacinal no momento da notificação e investigação
são práticas que devem ser realizadas em todos os municípios do país,
independente do tamanho de sua população.
Recomendações e esclarecimentos da Secretaria de Vigilância em Saúde
(SVS) e da Secretaria de Atenção a Saúde (SAS) referente à não
realização de exame sorológico com pesquisa de IgM para rubéola em
gestantes durante o pré-natal
Publicações sobre a rubéola
Em situação de viagem para o exterior, o viajante deve receber pelo menos uma dose da vacina contra a rubéola.
A norma preconizada pelo Programa Nacional de Vacinação é que todos
os indivíduos abaixo de 29 anos tenha duas doses da vacina. Para as
mulheres e os homens a vacina está disponível na sala de vacina e deve
ser aplicada a todos que buscam a vacinação (até 49 anos de idade).