terça-feira, 22 de maio de 2018

Homofobia custa US$ 405 bilhões ao Brasil Preconceito, despreparo e violência atinge um publico que movimenta mais de US$ 150 bilhões por ano

                                                                    
Devemos respeitar cada cidadão, a sua preferência sexaul só a ele compete, homossexual é um cidadão normal, a homossexualidade é um fenômeno natural, cada cidadão já nasce com a sua preferência sexual,  é só mquestão de tempo para assumir, muitos assumem já na adolescência.
                                               Iderval Reginaldo Tenório





discriminação

Homofobia custa US$ 405 bilhões ao Brasil

Preconceito, despreparo e violência atinge um publico que movimenta mais de US$ 150 bilhões por ano

11:51 | 21/05/2018
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(Foto: arquivo correio)
“Vocês têm certeza que é uma cama de casal? Não seriam duas de solteiro? ”. Estas perguntas, feitas por uma recepcionista de um hotel em Salvador, no último final de semana, ao casal de namorados Ederson Vargas, de 29 anos, e Fábio Gusmão, 32, refletem bem alguns tipos de constrangimentos que lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros costumam enfrentar ao buscar uma hospedagem na Bahia.

“Respondi que era óbvio que eu sabia, levando-se em conta que estava alugando, justamente, um quarto com cama de casal. Mas percebi que ela não falou por maldade. Foi despreparo mesmo”, relata Ederson, gerente de tecnologia da informação e morador de Itapuã. “Infelizmente conheço muitos amigos que passam pelo mesmo tipo de situação”, acrescenta.

Além do constrangimento em si e dos impactos sociais, fatores como o despreparo, a intolerância e a discriminação têm uma perspectiva econômica negativa: a homofobia custa pelo menos US$ 405 bilhões à economia brasileira segundo dados do Relatório Brasil LGBT 2030, da empresa de consultoria OutNow Global. Esta cifra se refere a fatores como perda de produtividade, processos judiciais e turnover (rotatividade) em postos de trabalho.
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Ian Johnson é o diretor-presidente da OutNow, companhia que realizou o estudo (foto: divulgação)
“Os entrevistados [para a pesquisa, todos LGBT] exibem altos níveis de despesas e intenções de compra em uma ampla gama de categorias de produtos e serviços”, destaca o CEO da OutNow, Ian Johnson. Trata-se do conceito “pink money” (dinheiro rosa), ou poder de compra dos LGBTs. Esse público já movimenta cerca de R$ 150 bilhões por ano, de acordo com levantamento da InSearch Tendências e Estudos de Mercado. Casais homoafetivos chegam a possuir renda duas vezes maior do que os casais heterossexuais e consomem, em média, 30% a mais.
Abrangência
O estudo da OutNow sobre o mercado brasileiro LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) é o primeiro de uma série chamada LGBT 2030, considerada a maior pesquisa global do mundo sobre o tema e que abrangerá 20 países. A amostragem foi realizada entre junho e julho de 2017. 

De acordo com o levantamento, um em cada três entrevistados (33%) considera eventos culturais LGBT um fator importante ao escolher um destino para uma viagem de lazer. E é ressaltado que as pessoas ouvidas no estudo exibem níveis de despesas altos e intenções de compra em uma ampla gama de categorias de produtos e serviços. 

As despesas dos 5,7 milhões de adultos LGBT no Brasil, segundo a pesquisa, incluem R$ 9,5 bilhões com vestuário, R$ 5,5 bilhões com calçados e R$ 3,5 bilhões com entradas para concertos, cinema e teatro. O estudo também revela que apenas um pouco mais de um terço dos entrevistados (36%) assumem sua orientação sexual para os todos os colegas no trabalho. Outro dado alarmante é que quase três em cada quatro (73%) entrevistados testemunharam atos de homofobia no ambiente profissional durante o último ano.
Morro gay-friendly
Uma demonstração da força econômica deste público pôde ser sentida nesse último final de semana (18 a 20/5) em Morro de São Paulo, onde foi sediada a segunda edição da festa San Island Weekend, organizada pelo Grupo San Sebastian. O evento, que no sábado (19) contou com apresentação de Ivete Sangalo, contribuiu para que o balneário sulbaiano tivesse 100% de ocupação hoteleira em pleno período de baixa estação.

Devido à festa, os empresários apontaram um aumento em torno de 20% no número de reservas em relação ao mesmo período do ano passado. É o caso de Andréa Drechsler, da pousada Natureza. “Estamos preparando um esquema especial para assegurar a permanência dos hóspedes por mais tempo na ilha”, afirma.

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Ivete Sangalo se apresentou na festa Sun Island, voltada para o público LGBT em Morro de São Paulo, nas edições de 2017 e 2018 (foto: Sércio Freitas/ Divulgação/ Arquivo Correio)
Diana Farias, secretária de Turismo de Cairu, cidade à qual Morro de São Paulo está ligado, considera importante capacitar profissionais para atender melhor ao segmento LGBT. “Este tipo de evento é fundamental para a democratização do mercado de viagens, geração de emprego e renda, e benefícios às comunidades receptoras”, observa. No dia 16 deste mês, Morro de São Paulo recebeu um treinamento da Secretaria Estadual de Turismo da Bahia (Setur) com foco na importância do respeito, da valorização da diversidade e cidadania no segmento turístico. 

Diante do custo do desrespeito à diversidade e do potencial de receita do público LGBT, governo e iniciativa privada se movimentam cada vez mais para combater a homofobia e promover destinos e eventos gay-friendly (amigáveis a gays).
Hotelaria 
A rede mundial AccorHotels, que em Salvador administra empreendimentos das marcas Mercure, Novotel e Ibis, desenvolve políticas de diversidade com os objetivos de atrair o público LGBT. “Nós já tínhamos um treinamento bem antigo, chamado Naturalmente Diferentes, que abordava a questão das etnias, e então resolvemos criar uma cartilha específica para o público LGBT”, destaca Antonieta Varlese, vice-presidente de Comunicação e Responsabilidade Social Corporativa do grupo.

Detalhes que vão desde às boas-vindas, como substituir as expressões “senhor” e “senhora” por “prezados” ou somente os nomes dos hóspedes, até como atender devidamente as pessoas do mesmo sexo que solicitam uma cama de casal são colocados em prática. 

A rede, que apresentou recentemente o guia “Como receber bem o hóspede LGBT+”, integra o Fórum de Empresas LGBT e é signatária da Carta de Adesão aos 10 Compromissos da Empresa com os Direitos LGBT. “A diversidade faz parte de nossos negócios. Continuaremos com ações para que todos se sintam bem-vindos”, ressalta Varlese.
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A drag queen Tchaka fez uma palestras para colaboradores do grupo AccorHotels (Foto: divulgação)
A empresária Soraya Torres, diretora institucional da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (ABIH – Bahia) e investidora do Quality Hotel & Suites São Salvador, diz que a entidade prega que o atendimento deva ser sempre “cordial, cortês e caloroso” para qualquer tipo de comunidade. A empreendedora entende que o público LGBT representa uma grande demanda de hospedagens. “Há vários pacotes segmentados que demonstram isso”, reforça.
Empreendedorismo  
O empreendedorismo pode ser um importante aliado no sentido de ampliar o leque de  entretenimento, lazer e viagens do público LGBT. Prova disso é a plataforma de turismo Viajay, criada há dois anos pelo estudante baiano Fernando Sandes. Ela chegou a ser selecionada como uma das 300 startups com maior potencial inovador do país. “A ideia surgiu a partir da dificuldade em encontrar essas informações relacionadas ao turismo LGBT no Brasil e no mundo”, conta.

Outra iniciativa de hospedagem gay-friendly de bastante sucesso é o site Ahoy Trip, que realiza a busca e hospedagem em hotéis com histórico de ações na área da diversidade. “Vendo e ouvindo experiências e relatos das pessoas, ao longo dos últimos anos, comecei a colocar em ação a ideia de uma plataforma que reunisse tudo isso”, descreve Luiz de França, fundador do projeto.

Também na internet, o site do Grupo Gay da Bahia (GGB) possui uma seção com roteiros gay-friendly em Salvador que inclui restaurantes, hospedagens e casas noturnas, entre outras sugestões.
Empresas 
Mas não é só no setor de turismo que a diversidade gera lucros, e por essa razão, precise ser respeitada e incentivada. Este tópico, inclusive, é transversal a cinco dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU, que são metas de sustentabilidade que os países precisam cumprir até 2030: erradicação da pobreza; igualdade de gênero; trabalho decente e crescimento econômico; redução das desigualdades; paz, justiça; e instituições eficazes.

A petroquímica Braskem, por exemplo, é signatária dos compromissos Women Empowerment Principles, da ONU Mulheres, e do Pacto Global, do Programa Pró-Equidade de Gênero e Raça do Governo Federal Brasileiro. Foi, também, a primeira empresa brasileira de grande porte a se tornar membro da iniciativa Empresas e Direitos LGBT.

Outra petroquímica presente na Bahia, a americana Dow,  desenvolve o projeto “O Futuro Começa em Casa”, mantido em parceria com a organização Habitat, que beneficia prioritariamente famílias com crianças em idade escolar, chefiadas por mulheres ou que possuam uma pessoa portadora de doença agravada pelo ambiente, e que ganhem até três salários mínimos. A empresa também patrocina o projeto Oguntech, capitaneado pela ONG Steve Biko, de Salvador, que luta pela diminuição das diferenças sociais, econômicas e culturais entre estudantes negros e de outras etnias nas carreiras de ciência e tecnologia. 
Preconceito 
Recentemente, a cervejaria Skol encomendou junto ao Ibope Inteligência uma pesquisa que buscou traçar um retrato do comportamento brasileiro em relação a tipos de preconceito. O resultado foi que o machismo é o mais praticado e a homofobia tem o maior índice de discriminação declarada. “Percebemos que poderíamos contribuir de forma mais profunda ao trazer dados recentes sobre o preconceito, colocando luz neste debate e propondo uma reflexão sobre como nossas atitudes podem afastar ou unir as pessoas”, explica Maria Fernanda de Albuquerque, diretora de marketing da marca. 

O consultor em sustentabilidade empresarial Ricardo Voltolini defende que a diversidade seja a ideia de que as diferenças entre as pessoas não devem servir nunca para diminuí-las, e sim promovê-las. “( O Brasil) É um país com maioria negra, mas é racista. É um país com movimento muito forte de LGBT, mas ainda vemos muita homofobia, é um país que continua achando que o idoso não é mais produtivo, então, à medida que conseguimos promover a discussão da diversidade, contribuímos também para desenvolver melhor a sociedade”.
Poder público  
A Prefeitura de Salvador, por meio do Centro Municipal de Referência LGBT, promove atualmente o Mês da Diversidade. As atividades realizadas trazem o debate sobre as relações de gênero e diversidade sexual na cidade. A capital baiana conta com o Observatório da Discriminação e com o Centro LGBT, que já realizou 2.363 atendimentos desde 2016, oferecendo orientação e encaminhamento jurídico em casos que envolvam violência contra lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros.

No final de abril, a Bahiatursa participou da 2ª Conferência Internacional da Diversidade e Turismo LGBT (gays, lésbicas, bissexuais e transgêneros), realizada em São Paulo. O evento foi destinado às empresas, entidades, poder público e pessoas de todos os continentes interessados em debater a diversidade.

Segundo o superintendente da Bahiatursa, Diogo Medrado, a ideia é que mais localidades estejam preparadas para receber o público LGBT, no sentido de fazer do estado um dos principais destinos gays do mundo. “Nos últimos anos temos desenvolvido ações para o segmento, principalmente no que se refere à qualificação do setor, por meio de capacitações profissionais e apoio à parada LGBT da Bahia”, afirma.
Crime 
Somente no ano passado, 445 lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais (LGBTs) foram mortos em crimes motivados por homofobia. O número representa uma vítima a cada 19 horas. O dado está em levantamento realizado pelo GGB, que registrou o maior número de casos de morte relacionados à homofobia desde que o monitoramento anual começou a ser elaborado pela entidade, há 38 anos.

O estado com maior registro de crimes de ódio contra a população LGBT em 2017 foi São Paulo (59), seguido de Minas Gerais (43), Bahia (35), Ceará (30), Rio de Janeiro (29), Pernambuco e Paraná (27) e Alagoas (23). Entre as regiões, a maior média foi identificada no Norte (3,23 por milhão de habitantes), seguido por Centro-Oeste (2,71) e Nordeste (2,58).

Mas como tornar uma empresa gay-friendly?

O Fórum de Empresas e Direitos LGBT elaborou dez compromissos, destacados abaixo, para orientar as práticas de cada organização no tema:

1.Comprometer-se, presidência e executivos, com o respeito e com a promoção dos direitos LGBT;

2.Promover igualdade de oportunidades e tratamento justo às pessoas LGBT;

3.Promover ambiente respeitoso, seguro e saudável para as pessoas LGBT;

4.Sensibilizar e educar para o respeito aos direitos LGBT;

5.Estimular e apoiar a criação de grupos de afinidade LGBT;

6.Promover o respeito aos direitos LGBT na comunicação e marketing;

7.Promover o respeito aos direitos LGBT no planejamento de produtos, serviços e atendimento aos clientes;

8.Promover ações de desenvolvimento profissional de pessoas do segmento LGBT;

9.Promover o desenvolvimento econômico e social das pessoas LGBT na cadeia de valor;

10.Promover e apoiar ações em prol dos direitos LGBT na comunidade.

O Ministério do Turismo dispõe de uma cartilha intitulada “Dicas para atender bem turistas LGBT”, que inclui pontos como tratar de acordo com o gênero com o qual a pessoa se apresenta; chamar pelo nome social e demonstrar respeito na mesma medida. A publicação também explica as diferenças conceituais entre heterossexuais, gays, transexuais e outros gêneros, além de abordar o tema LGBTfobia.
  
Murilo Gitel
Via Rede Nordeste

segunda-feira, 21 de maio de 2018

DIÁLOGO EM FAMÍLIA JOCA E O PAI

                                                                     
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DIÁLOGO EM FAMÍLIA
JOCA E O PAI
 
Sala de jantar,  18h30min  véspera de Natal em pleno domingo,  Joca , um menino de 12 anos, Maria uma menina de 10 anos , pai um profissional liberal e a  mãe uma professora.

__Papai, o senhor vai comprar a minha bicicleta e a boneca de Maria ainda este mês, natal já é amanhã?
 
__Meu filho o seu pai é um trabalhador e pensa no futuro de vocês, primeiro a Escola, a Alimentação e a Saúde.

__Papai, no prédio todo mundo já ganhou presentes, somente nós não recebemos.
 
__Meu filho, a coisa está cada dia mais difícil, está feia para o país, eu não sei como eles estão conseguindo comprar tudo isso , seu pai ganha um salário até bom porém, depois  que se desconta o plano de saúde, o imposto  de renda, a previdência social, o imposto sindical, o IPTU, o ISS, o Emplacamento do carro, a Taxa de Esgoto e outras que vão surgindo no decorrer do ano  o salário vai minguando, vai caindo, depois vem as despesas com a Gasolina e o carro, o parcelamento do Imposto de Renda do ano anterior, a luz, o salário e o transporte da funcionária, o transporte de vocês,  o remédio, o supermercado, a feira da semana e outras despesas extras que sempre aparecem, sem esquecer-se do investimento na educação de vocês, a escola, o inglês e as artes, de resto  meu filho   não fica quase nada, quase nada ,  o  seu pai não pode se dá ao luxo de comprar presentes, por último e por segurança, deixa uma pequena reserva para uma emergência, para uma necessidade que pode  surgir, seu pai não usa cartão de crédito, os juros são altíssimos, ele só compra o que pode, ele não foi e nem é contaminado , nem sugestionado pelas enganadoras propagandas que passam na televisão, o seu pai tem responsabilidade, ele não quer e nem aceita nada com facilidades, ele não aceita nada dos outros, os seus maiores amigos são vocês, são os meus pais , os meus irmãos e alguns amigos do peito, o seu pai tem alguns que são verdadeiros irmãos, agora amigo amigo mesmo , por quem o seu  pai daria e dará a sua própria vida, são vocês dois , o Joca e a Maria, os meus filhos, o meu maior e melhor presente que dou a vocês é a escola, um projeto para a eternidade.

 
__É papai, o senhor é um herói e mamãe também, agora quem não está entendo sou eu, como pode o povo do prédio comprar tantos presentes para os filhos? eu não sei como.
 
__É meu filho Joca, veja que eu e a sua mãe estudamos, somos formados na Universidade e temos uma boa renda, não nos falta o básico, nós estamos pensando é em vocês, estudem,  se esforcem  que a coisa está feia, a sua mãe é quem administra a renda da casa, veja que ela trabalha dando aula, cuida da casa e de vocês, é uma heroína, tenham orgulho dela .

__É meu pai, vou falar com Maria e contar a realidade da vida, os meninos do prédio estavam chamando o senhor de canguinha, de mão de vaca.
 
__Joca meu filho, na vida o homem deve ser sensato, justo, equilibrado e priorizar as coisas importantes da família e da sociedade como um todo, o homem tem que lutar pelo bem da família, é ela o seu maior patrimônio e legado, tem outra coisa Joca, o seu pai está presente em tudo que acontece na sua vida, o seu pai  é um dos pais  mais presente na vida do seu filho, na sua vida, pois o suor do seu pai está presente em tudo aquilo que você come, que  você veste, que você utiliza, o seu pai está presente na sua escola, nos seus remédios e em tudo que você possui, quando você está tomando banho aquele sabonete tem o suor do seu pai, aquela água é ungida com o suor do rosto do seu pai, ele está presente em tudo.
 
 
Neste momento o pai foi até a cozinha, pegou uma colher das de sopa e comprimido-a contra o rosto como a raspá-lo como uma pá, tirou e colheu um pouco de suor, mostrou ao filho o bico da colher com um pouco de suor  e disse.
 

__Joca em tudo que se tem nesta casa, em tudo que se come e em tudo que existe hoje para a nossa sobrevivência  existe uma quantidade de suor, então quando você come um pão em casa ou na escola existe um pouco de suor do seu pai , de sua mãe ou dos dois juntos, isto meu filho, por merecimento, por trabalho,   aprenda de uma vez por todas, as coisas só têm valor se forem conseguidas com o desprendimento do suor do seu próprio  rosto, não aceite nada que não venham do seu suor, não aceite benesses , principalmente as suspeitas, as enviesadas,  estude, lute e trabalhe, seja um verdadeiro homem, encha os seus filhos de orgulho.
 
 
Dois dias depois, o Joca chega da Escola e procura o pai, na mesma sala assim se posiciona. 
 

__Meu pai, agora sei  por que  algumas crianças não respeitam os seus pais e por que os seus pais atrasam as suas contas, principalmente as mais importantes, a Escola , o projeto para a eternidade e o condomínio, uma despesa coletiva, eles  vivem do suor dos vizinhos e querem levar vantagem em tudo. Para enganarem e enganar a si mesmo compram carros bonitos  a prazo a perder de vistas, compram presentes ficando endividados para satisfazerem os deseducados filhos, dão péssimos exemplos para os seus descendentes quando deveriam priorizar o essencial.
 
 
__Joca, apesar dos 12 anos de idade, você entendeu a situação, entendeu de alguns atos da vida, fale com Maria, a sua irmã, que quando as coisas melhorarem e vão melhorar, todos irão ganhar os seus presentes.  
 

__Ah meu pai, nós já conversamos, Maria e Eu nos convencemos e passamos a entender das coisas do mundo, nós ficaremos contentes com o presente   que mamãe comprou,   aquela coleção de livros que fala da humanidade, dos continentes, dos animais, da cultura, das artes, dos costumes dos povos do globo terrestre, das águas, do espaço, das religiões , da sociologia e da filosofia da vida editada para jovens até os dezoito anos,  foi o nosso melhor presente em toda a  nossa vida, ele vai aguçar o nosso cérebro e vai nos trazer conhecimentos, outra coisa meu pai , neste mundo e neste prédio não tem mais meninas para brincar com a Maria, elas passam o dia no celular e no computador, tem mais  , a rua é movimentada e perigosa para se andar de bicicleta, o importante  meu pai é a nossa casa, a nossa escola, a saúde, a família, os nossos professores e os nossos amigos mais próximos, tenho alguns na escola, domingo nós vamos visitar vovó, ela vai fazer um bolo para o vovô e vamos encontrar todos os nossos primos, vai ser uma grande comemoração, afinal vovô é vovô, um dos meus melhores amigos, vovó também.
 

O pai abraçou o filho Joca, pegou a chave do carro e foi em busca do sustento da família, naquele dia o pai teria que cumprir no seu trabalho mais um  turno noturno. 
 
O Joca apesar de uma criança já se comporta como um  verdadeiro homem.  

Viva o diálogo, a melhor maneira da humanidade se entender, o Joca é um cabra macho.
Salvador, 15 de Abril de 2017
(sábado de aleluia)
Iderval Reginaldo Tenório

 ESCUTEM DE DE HERVÊ CORDOVIL E LUIZ GONZAGA
 A VIDA DO VIAJANTE 

Luiz Gonzaga - Vida do Viajante - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=X4DAdlqm6oU
19 de jun de 2008 - Vídeo enviado por Kris de Lima
... Gonzaga e Hervê Cordovil -------------------------------------- Vida do Viajante Minha vida é andar Por esse ...
19 de jun de 2012 - Vídeo enviado por Mickael Marques
BOM SÃO JOÃO PARA VOCÊS \0/ - 2013 Facebook: https://www.facebook.com/mickael.style.rox?ref=tn_tnmn.

Cover: A Vida do Viajante - Luiz Gonzaga - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=jSZABe1NNl0
27 de mar de 2013 - Vídeo enviado por Su Barbosa
Música: A Vida do Viajante Autor: Luiz Gonzaga Cifra: Alexandre Luiz de Oliveira LETRA Minha vida é ...

Sergio Reis - A Vida do Viajante - YouTube

Vídeo para a minha vida é andar pelos sertões

CRIME NA SERRA DO ARARIPE


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                             CRIME NA SERRA DO ARARIPE


                 Era madrugada, 23 de junho de 1928, o  desconhecido estrategista  chegou sorrateiramente, sem  dúvida ou remorso metralhou toda uma família de dezoito componentes, do mais velho ao mais novo dos Pereiras e alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos, conferiu cada um dos corpos, montou no seu alazão, arrumou a  sua geringonça e sumiu  estrada afora.

              Ao nascer do sol, os caseiros que moravam nos recantos mais distantes da fazenda,  jamais imaginariam que aqueles estrondos de bombas de artifícios, na noite de São João,  fossem balas da mais afamada metralhadora nordestina,  apelidada de   "  A costureira".   
 
                 Dizimando toda a família patronal, o autor não deixou pistas, não deixou um único rastro da autoria do  crime , em nada mexeu, a mesa continuou posta, cadeiras caídas no chão, sangue salpicados nas paredes, alguns corpos debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura de restos, panelas no fogão de lenha , algumas com os alimentos esturricados, todos os potes e barricas aos cacos, água ensopando os corpos e estes com vários orifícios transpassando os seus tórax na altura dos peitos, todos, todos sem vida.


                                             O AMANHÃ


                 Na Serra do Araripe  não ficou um só cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia, quem era aquele forasteiro? porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava pacata, trabalhadora e honesta? não possuia inimigos num raio de 50 quilômetros, os Pereiras eram respeitados naquela redondeza, o ano  era 1928 , Lampião e o seu bando já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol  reinava a paz, muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consanguíneosmoravam em casas equidistantes  desde quando uma avistasse a entrada , a lateral ou a saída da outra, era uma maneira de um proteger o outro.


             A dúvida tomou conta da pequena população, "quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime?"   os familiares distantes apareceram, os corpos foram contados, muitos não possuíam documentos, os serviçais só tinham apelidos, todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da velha estrada e fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro o chefe , depois os outros por ordem de importância.


           A polícia foi informada, compareceu timidamente . Pelo pequeno contingente de  três soldados, dois cabos, um sargento , pouca munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais apareceu ou tomou conhecimento dos fatos a partir daquela data. 

             A sede da Fazenda ficou abandonada por pouco tempo, os moradores mais antigos aos poucos foram se acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus distritos, ficaram  as indagações sobre o horrendo crime. Quem teria motivos para tal desventura ? roubo não foi, só poderia ter sido vingança, a melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores, só poderia ser vingança, não haveria outra explicação, só poderia ser vingança, no nordeste é assim, fez mal a alguém um dia o mal será devolvido, muitas vezes com juros e correções.
 


                                        O PASSADO


                  Conta o velho Malaquias, do alto dos seus 90 anos, que  tempos atrás, lá pelos meados de 1871, quando um jovem padre, de 27 anos de idade,  assumiu a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará, hoje Juazeiro do Norte, duas famílias de Alagoanos foram morar na  região para ajudar o jovem missionário, com as duas famílias completas o jovem Padre aconselhou aos amiguinhos que fossem morar na Serra  do Araripe, fossem criar caprinos , ovinos  e  suínos, plantar mandioca,  feijão de corda, de arranca e  feijão de pau, este último conhecido como  ANDÚmuito apreciado em toda aquela Chapada.


               As famílias se deslocaram e por manterem um distante parentesco começaram a habitar a mesma gleba de terra,   viviam em paz até o dia  em  que o governo de Pernambuco resolveu legalizar as posses e criar uma escritura, houve desentendimento entre os líderes de cada família e   numa noite escura do dia 23 de junho de 1897, ano em que nasceu Virgulino Ferreira  Lampião, uma das famílias aniquilou  todos os componentes adultos da outra  , todavia, cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa, lá deixou vivo uma criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama do  infeliz casal aniquilado .

                A criança sem pais e sem parentes  foi assumida por tropeiros,  almocreves que  cruzavam a velha serra Pernambucana com destino à mais nova vila  Nordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro,   povoado que  crescia com muitos fanáticos religiosos devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue na boca da beata de 28 anos de idade   . 

              A criança foi criada no mais diferente mundo que deveria ser criada, não tinha paradeiros, não tinha endereço fixo. À proporção que crescia tomava conhecimento da grande chacina que aniquilou uma determinada família no topo da Serra do Araripe no idos de 1897, ano que nascera em Vila Bela o facínora lampião, a criança cresceu, virou homem .

              Naquela redondeza  não se conhecia o seu destino, a família que cometera a esquecida e distante chacina   encontrava-se bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra , o cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos governadores da época, dando total poderes à polícia a entrar no território do outro Estado  à caça de qualquer desordeiro, principalmente o bando de Lampião, foi a primeira  manobra  para acabar com o cangaço , um dos meios de vida da época. 
 
             Na região só existia quatro maneiras de se viver e de comer, a primeira era ser patrão, chefe político, coroné, latifundiário e   dono do poder , a segunda era ser subserviente, capacho, jagunço, capanga ou pistoleiro,   a terceira era entrar no cangaço ou ser  coiteiro , a quarta era pertencer à sofredora classe de   agricultores de subsistencia  ou criadores de pequenos animais: bovinos  pé duro, suinos, caprinos, asininos, ovinos, galináceos, cães e gatos   , eram  os honestos, geralmente  dominados por todos, eram reféns  .
 
               Grassava no arrebol  o sentimento de congraçamento e descontração  devido o grande número de parentes casados entre si, existia calmaria, a população era constituída dos que mandavam e daqueles que obedeciam.



                                          A VINGANÇA


                O Jovem morava num pequeno sítio, distrito da  então e próspera cidade de  Juazeiro do Norte ,  conhecia muito bem a Chapada do Araripe ,  divisa do Ceará com Pernambuco, grande celeiro fóssil das Americas , hoje fazendo parte do Geopark  do Araripe.


              O jovem procurou  familiarizar-se com os moradores do distrito , aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento de 1897 , foi localizando os familiares que junto com os seus pais se mudaram  para a velha serra a pedido do jovem padre em 1871, ficou claro e ciente de cada componente, colheu  a história da época e como mercante compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro.   Voltou aos seus afazeres  de almocreve e numa noite de são João, quando os fogos de artifícios pipocavam  nos ares da silenciosa serra, o jovem estrategista na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano, eliminando de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do século passado , tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os aposentos, todos os  ambientes e arredores  para não cometer os mesmos erros dos autores da chacina de 1897, com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vitima, pelo filho da vítima, pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado. E foi assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.


            Iderval Reginaldo Tenório    

            Salvador,12 de Janeiro de 2008
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    Meio ou meia: aprenda quando usar-- Professor João Bolognesi ensina como evitar um dos erros mais comuns em língua portuguesa




    Meio ou meia: aprenda quando usar

    Professor João Bolognesi ensina como evitar um dos erros mais comuns em língua portuguesa



    Dica de João Bolognesi, professor de português do Complexo Educacional Damásio de Jesus
    Somos um povo enfático, até exagerado às vezes. Por isso, palavras que expressam intensidade estão na boca do povo. A palavra “meio” é uma delas e merece atenção.

    É muito comum no dia a dia o uso de “estou meia cansada, meia distraída, meia louca, meia triste”. Isso ocorre principalmente às mulheres por causa da concordância feminina.

    Alguém desatento logo diria que “meia triste” é uma meia, aquela que usamos no pé, com fragrância prejudicada, com odor negativo, com fedor, ou seja, com o popular chulé. Meia triste só pode ser isso. A mulher, se não está completamente feliz, deve dizer “Estou meio triste”.

    A dúvida existe porque “meio” tem mais de um uso. Atente-se à diferença:

    Meio = numeral fracionário. Virá vinculado a um substantivo e concorda normalmente: meia-noite, meia garrafa, meia folha.
    Meio = advérbio de intensidade. Virá vinculado a um adjetivo e não se flexiona: meio cansada, meio distraída, meio louca, meio triste.

    Para sair de vez da dúvida, pense na palavra muito: se muito não varia, meio também não. Compare:
    Ela estava muito feliz.
    Ela estava meio feliz.
    A mulher era muito rápida.
    A mulher era meio rápida.

    Embora o sentido seja diferente, o uso é igual e, por isso, serve de comparação. Diga com tranquilidade: “Ela estava meio triste, mas depois ficou muito feliz”. Mas “meia triste” nunca mais. 

    João Bolognesi é professor de português para concursos no Complexo Educacional Damásio de Jesus
    João Bolognese, professor de português

    ZECONILDO - UM JOVEM DE FUTURO

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                               ZECONILDO
                    UM JOVEM DE FUTURO

                        Zeconildo  continua na cama, o sol se aproxima  do meio do mundo, é quase meio dia, a esta altura o pai já se encontra no batente , o velho já cumpriu meia jornada de trabalho e o Zeconildo escornado na cama, não estuda, não trabalha e nem respeita a privacidade da casa, ainda meio dormindo e meio acordado circula no meio da casa com meia bunda à mostra, meio humorado dirige  à  genitora meias palavras, a mãe meio chateada  diz que o Zeconildo é meio atrevido , meio folgado e totalmente desrespeitador, meio desnorteado o moço volta para a sua cama, a mãe fica totalmente  sem jeito, Zeconildo é um jovem de futuro.

                                      Iderval Reginaldo Tenório