terça-feira, 19 de janeiro de 2016

ESTES PEQUENOS TEXTOS FAZEM PARTE DE MINHA CAMINHADA PELA BAHIA





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ESTES PEQUENOS TEXTOS FAZEM PARTE DE MINHA CAMINHADA PELA BAHIA 


BATE PAPO ENTRE AMIGOS


LAIBOS


Estavam os filhos , a mãe e alguns convidados num tremendo bate papo, quando a matriarca aos 98 anos de idade para mostrar o bom exemplo para as netas falou:

____Olhem, eu nunca coloquei batom nos meus beiços.

O filho mais velho, semi-analfabeto e tirado a intelectual , num tom esclarecedor disse para a matriarca todo cheio de razão:

___Mãe, num é beiço não mãe, quem tem beiço é os animá, os cavalo e os boi, nós humano tem é láibos.





A SESSÃO


O meu irmão mais velho era presidente da câmara de Vereadores. Na semana da Pátria ao abrir a sessão,  assim falou.

___Dou por abrida a sessão.

O seu secretário,  de imediato,  falou baixinho no seu ouvido.

__Presidente,  num é abrida não Presidente, é aberta.

O Presidente sem titubear,  fala em voz alta:

___Ou aberta ou abrida , a palavra ta dizida.



A PALAVRA

Quando o meu irmão era um simples vereador recém eleito,  pouco falava no plenário.
A sala onde funcionava a câmara não era climatizada e as janelas ficavam abertas nas noites de sessão.

Depois de aberta a sessão,  o presidente falou:

____Está facultada a palavra .

O meu irmão se levantou e de imediato o presidente falou:

___E o novo vereador Clemente Silva levanta para falar



Na bucha , o vereador Clemente retrucou comprimindo os ombros no surrado jaleco de veludo marrom..


___Num quero falar não seu Presidente,  eu me alevantei foi para fechar a ginlena, pois tá fazendo um frie da gota adonde eu tô. 




O FEIO



Outro dia atendi uma senhora com mais de oitenta anos de idade no meu consultório, após muitas gargalhadas, boa anamnese, bom exame físico e excelente bate pato , ela olha para a filha que lhe fazia companhia e falou:

___É minha fia, o coitadinho é feio mesmo,  mas é agradáaaaave. 

Caímos em mais gargalhadas.

E ao comentar com a paciente que logo em seguida entrou para uma nova  consulta,  a mesma retrucou.

___É doutor,  para o senhor vê:
velho e criança não mentem, só falam a verdade.



O BEBEDOR

Geralmente eu fecho o consultório às 19:30 horas, o ultimo paciente eu marco para às 18:30 horas.

Seu Geremias foi o ultimo deste dia.

____Boa noite seu Geremias.

Iniciei a consulta e la´para as tantas perguntei.

__O sr Fuma?

___Não doutor.

____O sr usa remédio para diabetes ou pressão alta?

___Nao doutor.

___Seu Geremias e o sr bebe?

___Bebo sim senhor, mas hoje num dá, num falei cá mué e já é muito tarde. dispois nois maica pra tumar umas.




O PSIU
No consultório gosto de conversar com os amigos pacientes,  principalmente quando idoso, outro dia conversando sobre namorada e casamento falei para uma velha paciente.

___É dona Gertrudes, já estou com 60 anos e não arranjei ainda uma noiva, esses meninos de hoje arranjam cinco ou seis num piscar de olhos, olhe que eu dou é psiu e já acabei com quase 05 buzinas e nada.

Dona Gertrudes,  com a sua experiência de 80 anos retrucou:

___É doutor, o probrema do sinhô é o PSIU , o probrema é a buzinada, pois mulher séra num escuita buzina e nem gosta de psiu, basta ispiá e pronto, logo o sinhô que é todo lutrido e simpático.


DONA MARIA

No Hospital Roberto , Salvador Bahia, quando Médico Residente de Cirurgia Geral descíamos para o almoço-

Uma grande fila tangenciando uma amarela parede com duas janelas,  uma com e a outra sem vidro,  para a colocação das bandejas.
Dona Maria era uma das funcionárias,  que na rampa da alimentação colocava os alimentos nas bandejas de aço, utensílios  divididas em 04 ou 05 compartimentos.
Neste dia seria servido como complemento cubinhos de abóboras, por sinal,  muito gostosos quando untado na manteiga.
Eu na fila, bandeja na rampa e do outro lado dona Maria, roupa comum , um grande jaleco branco por cima, touca na cabeça, braços curtos, luvas de polietileno incolor e voz estridente.


___Quer abroba dotô Reginaldo . 

Já com a concha cheia de cubinhos .

Na fila,  muitos residentes, muitas enfermeiras e muitos funcionários à escuta.

Respondi num tom de brincadeira.

___Dona Maria,  na minha terra, o Ceará,  quem come abóbora é porco.

Dona Maria não contou conversas:

___Aqui tumem dotô, aqui tumem,  quer mais um pouco?

E foi assim os melhores dias naquela casa que era uma verdadeira família.




ARROZ COM OVO

Era manhã de um domingo no ano de 1994, televisão passando a fórmula 1, Airton Sena na cabeça.
Hora do almoço.
O meu caçula , à época com 04 anos de idade ,  só queria comer arroz com ovos mexidos e a mãe como sempre servindo, um dia eu botei o dedo na questão.

___Não vai comer arroz com ovo hoje não, você só come arroz com ovo todos os dias e isso não nutre, vai aumentar o seu colesterol e você vai ficar doente, você vai comer é arroz, feijão e carne que tem proteína e ferro, tem muita sustança.

O menino foi categórico:

____ eu só quero arroz com ovos mexidos e pronto

Deixei o mesmo sentado na mesa ,.

____só sairá quando mudar de opinião e comer feijão, carne e arroz .

Passado trinta minutos, carros correndo, sol a pino, calor escaldante, sentei na sala , peguei o jornal e fiz que estava lendo, mas de olho na mesa e no moleque.

Ele saiu sorrateiramente, pegou no meu queixo lateralmente , colocando olho com olho e disse essas palavras.

___Se você fosse meu filho e se você fosse pequenininho eu deixava você comer tudo que você gosta.

Parti para a mesa e mandei fritar mais dois
ovos e complementamos o saboroso almoço.
Pai é pai e filho é filho, hoje é um grande médico pronto a servir a nação.


Iderval Reginaldo Tenório


A VOLTA DA ASA BRANCA - LUIZ GONZAGA - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=zxakklYlbI8
23 de jan de 2013 - Vídeo enviado por M@rcelo Bissi
A volta do asa branca Luiz Gonzaga Já faz três noites Que pro norte relampeia A asa branca Ouvindo o ...

Luiz Gonzaga - A volta da asa branca - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=whKGCQiD7iY
17 de mai de 2009 - Vídeo enviado por didiloureiro
Luiz Gonzaga - A volta da asa branca. Canal de didiloureiro. SubscribeSubscribedUnsubscribe ...






domingo, 17 de janeiro de 2016

Cabocla da Minha Terra-Patativa do Assaré.

Uma homenagem do maior poeta do Brasil, PATATIVA DO ASSARÉ, para  as mulheres do Ceará ,a sua terra natal.

CONHECI DE PERTO, TIVE ESTA FELICIDADE, QUEM TEVE TAMBÉM FOI O MEU AMIGO PLÍNI0 SODRÉ, GRANDE ULTRASSONOGRAFISTA,  ESTE TOMOU CAFÉ NA VARANDA DO POETA LÁ NO ASSARÉ.

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Iderval 


Cabocla da Minha Terra 



Patativa do Assaré.


Quem me dera ser poeta 

Da mais rica inspiração 
Pra, na linguagem correta, 
Fazer do choro canção, 
Fazer riso do gemido. 
Ah! Se os esprito sabido 
De Catulo e Juvenal 
Falassem por minha boca, 
Pro mode eu cantá a caboca 
Da minha terra natal. 



Desta terra de gulóra, 

Meu querido Ceará ,
Que é conhecido na históra 
Por “Terra dos Alencar “,
Terra dos índios valentes 
Que mataram muita gente 
De frecha e também de pau, 
E terra onde, primeiro, 
O povo do cativeiro 
Se livrou do bacalhau. 



A sua pobre caboca 

É bela, forte e gentil, 
Porém minha idéia é pouca, 
Mode eu dizê tudo aqui 
Tem ela o corpo composto, 
Também a marca no rosto 
Do quente sol do sertão. 
E tem a cabeça chata 
De tanto carregá lata 
Com água do cacimbão. 



Ela não anda decente 

Nem pissui inducação 
Pois veve constantemente 
De alpargata ou pé no chão. 
Não tem de letra ricurso 
Não sabe fazê discurso 
Não sabe lê nem contá 
Pois não tem sabedoria 
Mas faz renda, cose e fia 
E trabaia no tear. 



É simples, muito singela, 

Porém tem grande valor:
Quem véve pertinho dela 
Tem um anjo potretor !
Ela não tem pele fina, 
Como as donzela granfina 
Que tiveram inducação. 
Nem tem dedo despontado, 
O seu dedo é achatado 
Da enxada e do pilão. 



Mas porém a gente nota 

Nela um jeito, um não sei quê 
Com um risinho ela bota 
Qualquer rapaz pra ruê. 
É boa, amável e bonita 
E quando, de amor, palpita, 
Querendo arranjá xodó, 
Tem caborge, tem feitiço, 
Não precisa de artifíço, 
Não bota ruge nem pó!



Pensando no casamento, 

Véve cheia de prazê. 
O beijo do atrevimento 
Não gosta de recebê. 
Não gosta de certas graça, 
E, muitas vez, até passa 
Dez ano sem namorá! 
Esperando o noivo amado, 
Que saiu do seu estado, 
Pras bandas do Paraná. 



Esta caboca roceira, 

Que na armadia não cai;
Muntas veis morre sorteira, 
Pra num disgostá seu pai. 
Só satisfaz a vontade 
Se o véio dé liberdade, 
Eu conheço muito bem! 
Essa caboca interada, 
Que sabe sofrê, calada, 
As mágoa que o peito tem. 



Eu sei de tudo, e tô certo, 

Do seu prazê e sua dor. 
Eu conheço, bem de perto, 
Sua corage e valor; 
Pois eu tenho visto munto, 
Quando é dia de adjunto, 
Na mais quente animação, 
Ela fazê, com despacho, 
Proeza de cabra macho, 
Com uma enxada na mão! 



Bem cedo, de menhãzinha, 

Quando o sol briando sai, 
Quando ela arruma a cozinha, 
Para o seu roçado vai, 
Pro móde ajudá o marido,
Muitas vêiz, endurecido, 
Sem esperança e sem fé... 
Que só não se desespera, 
Pruque ouve e considera 
Os conseio da muié! 



Caboca, eu bem te compreendo: 

Sinto muito e tenho dó. 
Quando eu te vejo sofrendo, 
Derramando o teu suó, 
Lutando por tua vida.
Caboca desprotegida, 
Eu tenho pena de tu, 
Quando eu encontro teu fio, 
Exposto ao calô e ao frio, 
Doente com fome e nu!



O grande, o maior coidado, 

Que tu nesta vida tem 
É zelá teu fio amado, 
Que tanto adora e qué bem. 
E, muntas vêiz, chega a hora 
De vê teu fio i simbóra, 
De farda, quépe e fuzí, 
Pra se metê nas fiêra, 
Honrando a nossa bandeira, 
Em defesa do Brasí!



Muntas veis te móia o rosto 

O pranto triste que dói! 
Quando teu fio, disposto, 
Fazendo papel de herói, 
Vai se oferecê à guerra. 
Caboca de minha terra, 
Tu devia ser feliz! 
Em recompensa dos fio, 
De tanto valor e brio, 
Que tu tem dado ao país. 



Só a potreção do Eterno 

Te faz corajosa assim!
Quando fáia o nosso inverno, 
Que chega o rigor sem fim, 
Tu, sem pão e emagrecida, 
Deixa a terra bem querida, 
teu caro e doce torrão, 
E vai, toda paciente, 
Com a família na frente, 
Escapar no Maranhão. 



Munta prova tu tem dado, 

Da mais disposta muié! 
Eu, que vivo do teu lado, 
Tô vendo e sei que tu é 
Bela, forte e muito boa, 
Mas, te peço, me perdoa, 
Eu não te posso cantá! 
Pruque num sou protegido 
Pelos esprito sabido 
De Catulo e Juvenal

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Vaca Estrela & Boi Fubá.wmv - YouTube

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9 de nov de 2011 - Vídeo enviado por Alain Pereira
Vaca Estrela & Boi Fubá.wmv. Alain Pereira ... Milton Nascimento e Pena Branca & Xavantinho (TV ...


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sábado, 16 de janeiro de 2016

A ORIGEM DA PALAVRA “BAITOLA”

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A ORIGEM DA PALAVRA “BAITOLA”
Quem nunca ouviu algum cearense (ou não) chamar algum amigo ou companheiro pela alcunha de “Baitola”?
Na linguagem coloquial, baitola, viado e gay têm o mesmo significado: trata-se de um homossexual.
A palavra “baitola” surgiu no Ceará, nas primeiras décadas do século XX.
Por volta de 1913, chegou ao Ceará o inglês de nome Francis Reginald Hull, o conhecido Mr. Hull (pronuncia-se Mister Ráu), que deu o nome a uma famosa avenida, na cidade de Fortaleza-CE.
Mr Hull fora designado superintendente de uma Rede Ferroviária no Ceará e passou, em muitas situações, a fiscalizar as obras de construção e reparo, na própria Ferrovia.
Mr Hull era homossexual assumido.
Sempre que ele ia pronunciar a palavra “bitola”, que significa a distância entre os dois trilhos, pronunciava “BAITOLA”.
Quando ele se aproximava, de onde estavam os trabalhadores, estes, que não gostavam do modo como eram tratados pelo tal chefe, diziam: “Lá vem o baitola, lá vem o baitola”.
A partir daí, passou-se a associar a palavra baitola ao homossexualismo masculino.


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Homem com H - os três do Nordeste - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=Xlo5ZlvUGEY
26 de fev de 2010 - Vídeo enviado por lucasgodoy00
HOMEM COM H Nunca vi rastro de cobra. Nem couro de lobisomem. Se correr o bicho pega. Se ficar o bicho come. Porqueeu sou é home

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