sexta-feira, 22 de outubro de 2010

SISTEMA PENITENCIARIO

                                                             


                                       










 




                



                          
   NOVO SISTEMA PENITENCIÁRIO

              Há muito tempo que os contribuintes sustentam os que estão presos cumprindo pena por delitos cometidos contra estes mesmos contribuintes, isto quer dizer que o indivíduo comete um crime contra um determinado   cidadão  e é este mesmo cidadão quando não morre quem paga as suas despesas, a sua estada, a sua alimentação, os seus advogados e ainda indeniza a sua família com um salário superior ao mínimo para que não fique desamparada(Salário  Reclusão).

             Muitas pessoas e até mesmo autoridades baseados nos conhecimentos religiosos e nos direitos humanos enxergam  como solução o emprego dos detentos fora dos presídios ou a abertura de industrias nas penitenciárias com o intuito de ocupar a  ociosidade, com estas medidas os detentos teriam trabalhos e poderiam diminuir as suas penas além do salário que é de direito como trabalhador. De imediato qualquer cidadão que não concorde com estas medidas seria chamado de louco ou até mesmo de imbecil para não taxá-lo de desumano, pois o argumento é que estas medidas seriam uma das maneiras de recuperá-los.

            Fazendo uma reflexão minuciosa do quadro, estas medidas tidas como importante o que poderiam gerar?o que de bom trariam e o que de ruim poderia acontecer?

                                             Ao assunto:

           1-Ao priorizar os detentos nas vagas das indústrias,do comércio e dos serviços inclusive dando incentivos aos empregadores, onde iriam trabalhar os contribuintes ,os  desempregados e os cidadãos que não cometeram crime contra a sociedade?  Se os empregos seriam gerados dentro dos presídios e exclusivamente para os presos?

           2- Ao abrir indústrias dentro dos presídios para o emprego dos detentos não seria um prêmio a quem cometeu delitos em desfavor dos que não cometeram  e se encontram honestamente à procura de uma ocupação, estas vagas que deveriam surgir para os que precisam e estão fora do sistema presidiário não seriam um incentivo ao delito? uma vez que lá dentro seria mais fácil uma ocupação?

         3-Não seria uma afronta à sociedade a geração de múltiplos empregos dentro dos presídios quando fora existe um batalhão de desempregados precisando destes mesmos empregos?

           Farei alguns comentários, darei algumas sugestões e acredito que trariam bons resultados.

           Existem varias atividades que ocupariam os detentos sem prejudicar a sociedade, sem trazer prejuízo e gerando riqueza para a nação. Das principais atividades e de suma importância lembro duas de magnífica necessidade: a produção de energia elétrica e a captação da água. Estas atividades seriam desempenhadas pelos detentos utilizando a força dos seus músculos em diversos equipamentos manuais em vez de serem gastas em atividades supérfluas como práticas esportivas , nas academias ou acumuladas  na forma de gorduras.

            Os presídios seriam verdadeiras usinas para a produção de energia elétrica e grandes bombas para a retirada de água do subsolo. Caberia ao Governo tornar públicas estas medidas para o bem da nação, como também tornar público para a população e principalmente ao jovem como é a vida dentro de um presídio, mostrando que é mais vantajoso o estudo,  mais proveitoso ser honesto, como  mais valioso a conquista com o seu suor do que a vida fácil ,valorizando a cidadania e desmotivando a delinqüência ,  com esta atitude poderia se criar um sistema penitenciário mais humano e mais justo para todos.

                                   Veja o que proponho:

           1-Que todos os cidadãos tomem conhecimento através de cartilhas,jornais e mídia em geral como é valiosa a vida em liberdade e como é triste a vida dentro de um presídio,para quando se um dia forem presos não tomarem como novidades os tratamentos recebidos e as suas tarefas como detentos .
            Antes do indivíduo ser preso ,que seja lembrado ao mesmo  e à sua família como funciona uma penitenciária,quais serão os seus afazeres,  os seus direitos e as suas obrigações.

           2-Os aposentos serão os mais simples possíveis desde quando não provoquem rebeldias entre os detentos,iguais aos aposentos  da maioria esmagadora dos trabalhadores que vivem na honestidade.

           3-A alimentação apenas o básico, puramente para alimentar, sem variedades,sem mudanças de cardápios,não se oferecendo sobremesas ou quaisquer outros agrados

           4-Visitas íntimas anualmente, não privando de visitas familiares mensais.

           5-Assistência Médica e Odontológica o básico, a mesma  que a sociedade recebe, nada de tratamento médico-odontológico sofisticados ou privilégios, seria feito uma proporcionalidade nos mesmos padrões que recebem os cidadãos que trabalham honestamente. Atenção maior para as pragas do século: AIDS e as doenças infecto-contagiosas.

           6-As custas seriam pagas pelos familiares dos detentos de acordo com o padrão de cada um e complementado pelos serviços prestados dentro das penitenciárias.
          
          7-Terminantemente proibido qualquer meio de comunicação com o exterior da casa,seria criado um serviço de auto-falante interno que funcionaria durante 24 horas por dia com músicas,cultos religiosos de todas as correntes e ensinamentos de boas maneiras,tal qual as grande fábricas do mundo que não param.

          8-Proibida qualquer prática de esporte, pois seria um privilégio e um desperdício de energia muscular, uma vez que esta energia deveria puramente ser utilizada no trabalho braçal nas suas ocupações deliberada pela direção,que alem das oito horas normais seriam acrescentadas mais  quatro como medida para recuperação do indivíduo,não se configurando castigo,pois quase todos os profissionais livres trabalham mais do que isso.

         9-Não se faz necessárias surras e nem castigos desumanos como também não é cabível nenhuma mordomia, basta que sejam tratados como seres humanos,basta que o trabalho exaustivo,o custeio de suas despesas e a perda da liberdade sejam os principais castigos.

                                            Ocupação:

            A)Toda a energia elétrica utilizada no presídio seria produzida pelos detentos através de grandes geradores movido a  força humana, como era gerado tempos atrás, cada bloco ou grupo  cuidaria deste setor movimentando moinhos conectados a múltiplos geradores, o excedente seria jogado na rede, com esta medida seriam ocupados milhares de homens produzindo a tão sonhada e necessária energia para a nação.

           B)A água consumida seria produzida por diversas bombas manuais movidas pelos detentos tal qual era 30 anos atrás e ainda é em diversas localidades desta nação, o excedente que seria muito, seria jogado na rede para o consumo das cidades.

           C)Cada presidiário receberia um determinado valor ,que seria proporcional à sua carga de trabalho  depois de retirados os custos dos equipamentos, do imóvel e das suas despesas tal qual os contribuintes fora dos presídios.

            D)Dentre os presidiários existem aqueles que não são periculosos, estes trabalhariam no ensino, na catequese e nas diversas atividades que dominam. Seriam criadas escolas de todos os  tipos como também o incentivo às artes(poesia, música,teatro,leituras, treinamento na escrita e na produção literária ) todas as atividades encabeçadas por detentos de melhor padrão educacional.

           E) Os detentos de alta periculosidade seja intelectual ou por desumanidade seriam tratados com mais severidade e com rigoroso isolamento social, sendo as custas destes presidiários de sua total responsabilidade e dos seus familiares linearmente, um custodiaria o outro sem nenhum centavo do erário público.

          Ao ser transportado um presidiário de alta periculosidade de um presídio para outro seria comunicado ao departamento de direitos humanos que acompanharia este transporte, seria sem informação à mídia, não seria destacado diversos veículos fazendo alarde, seria uma transferência silenciosa e só algumas autoridades saberiam para onde o mesmo foi transferido.

          Todo o exposto neste artigo teria que ser amplamente debatido com a sociedade e divulgada nos veículos de comunicação da nação a preço de custo para que os jovens, os pais, os professores, as autoridades de uma maneira em geral ficassem cientes do que vai passar aquele que cometer um delito contra a sociedade.   O dinheiro empregado na construção de penitenciarias seria aplicado em escolas básicas, escolas técnicas e no preparo de professores para ocupar as milhares de vagas tão sonhadas pela sociedade, dando condições para que o cidadão que atinge a idade adulta encontre um mercado de trabalho que absorva a  mão de obra que domina, com estas medidas  seriam cortadas os bolsões que alimentam o caminho da marginalidade em todos os níveis da sociedade . Outro fato de relevante  importância seria a liberação de   todos os cidadãos que  ocupam parte do seu tempo  na luta incessante pelos direitos humanos para se ocuparem agora com os descamisados, com os desdentados, com os desapadrinhados que apesar da extrema honestidade vivem  pendurados nos morros, nos lixões , nas sarjetas e nos becos deste mundão afora . Que a Sociedade seja mais justa com os justos.

                               Salvador, 20 de Março de 2001
                            

                                Iderval Reginaldo Tenório

sábado, 16 de outubro de 2010

HISTORIA DE UMA GUERREIRA

                                                    

                                             
          

                               
                                                     

                                                 


                                    
                                           
                                            A INTERIONA.
                                   Adolfo Ricart(SOBRAMES)

Dormiu sob  as marquises por duas semanas, chegara do interior sem lenço e sem documentos, não possuía um naco de carne, faltavam-lhes músculos, faltava-lhes brilho na face. Cabelos castanhos enfubazados, quebrados de tantos pentes com azougue, pele porosa e gordurosa a mostrar finas cicatrizes provenientes da lida diária no campo. O sol causticante maltratara a sua juventude, duas semanas no relento, duas semanas comendo não se sabe o que.

No desespero bate pela vigésima vez noutra porta, batedor de metal , cabeça de leão amarela que produz um som estridente. A fechadura, da pesada porta verde de madeira lei,  tem o seu trinco atado a um longo cadarço que da sala é destravado. Dos fundos da casa aos gritos  surge uma voz:

___Pode entrar.


Sem ouvir uma única palavra, a senhora sentada numa cadeira de balanço logo, entendeu o motivo da visita. Não agiu com compaixão, estava precisando de mais um serviçal.

___ Não tenha medo, se não sabe lavar, passar ou cozinhar, será empregada só para serviços diversos. O dia começa às 6 da manhã e só termina quando o último hóspede deixar a sala da televisão.

Cabisbaixa, introspecta, olhar para o futuro, palavras atritadas e pensativa a garota responde:

___Aceito sim senhora, aceito sim, onde fica o meu quarto?


___Que quarto? Nos fundos onde se guarda as tralhas, arma-se uma rede, bate-se a porta e só se abre às 5 da manhã. Banho tomado, inhaca fora e logo-logo ajudando a Maria na lida do café, só se come após recolher a mesa depois do último hóspede.


___Aceito sim senhora, já posso começar?

A velha dona e futura patroa pede atenção, voz ríspida, fácie mumificada, dedo em riste e de olhos arregalados detalha vociferando:

___Outra coisa, roupas limpas e bem comportadas, também com este corpo pode até assombrar a hospedaria; toma este sabão, dá uma geral, desgrenha esta moita da cabeça e veste este conjunto, foi da última que despedi na semana passada, emprenhou e mandei de volta para os pais, por isso tome cuidado e nada de trela com os vadios da rua.

Passa para a desvalida dois conjuntos de roupas velhas, surradas, número maior  do que o seu manequim e exige pressa.  Neste dia após o banho a interiorana mata a fome e não deixa um único naco de pão para a farinha de rosca, da sopa rapou até o tacho e foi assim durante o primeiro mês quando começou a perder o medo da cidade grande. Acostumou com o rabugento jeito da patroa, tomou coragem e lhe dirigiu a palavra:


___Dona Gertrudes daria para a senhora me arrumar um sabonete? não precisa ser do bom, basta que seja cheiroso e eu queria também um pente com os dentes mais afastados para não danificar os meus já ressecados cabelos.

A velha retrucou na mesma hora com um olhar reprovador, com uma mão na cintura e a outra a gesticular. Foi dura com a neófita aprendiz, desdenhando do seu atrevimento a reeprendeu:

___Sabonete? pente grosso? Olha menina, vai trabalhar que é melhor, para onde tu vais com esta arrumação? Para onde tu vais? Tu não tens parentes aqui na cidade, namorado não arranjas, para que diabo esta invenção? Cuida do teu serviço e pronto, faz uma touca, cobre estes cabelos e sabão de côco não falta nesta casa, o que vou arrumar é um desodorante para acabar com esta inhaca dos sovacos.


A menina não insistiu, também não procurou se desviar do bom caminho, juntava as sobras  dos sabonetes usados pelos hóspedes, colava um no outro e tomava banho com diversas essências. Do seu pente arrancou-lhe os dentes pulando um, arrancado o outro, pulando e arrancando, com este engenho penteava  os encaracolados e finos fios. Com a farta alimentação, evidente sobras, a menina foi ganhando umas carnes, a ausência causticante do sol, banhos diários e a cicatrização definitiva dos finos arranhões mostrava uma delicada pele. De bom trouxe os belos dentes, enfileirados, que após trinta dias de escovação passaram a causar inveja.

A garota foi vista por dona Gertrudes, a menina tomava jeito de gente, mostrava-se  preocupada com o trabalho e não apresentava nenhuma amofinação, tinha jeito para as coisas, desenvolvia bem, tinha futuro..


___Menina, vou te vestir com roupas mais compostas, vi que já aprendestes a fazer o café e pôr a mesa pela manhã, o que também me impressiona é a tua rapidez nos serviços e sem reclamar, mas sempre reivindicando, me diga uma coisa, tu estudastes até que ano?

___Fiz o fundamental dona Gertrudes, o fundamental, não aprendi mais devido a distância da escola, na roça é comum deixar a escola na época das  plantações, nas limpas e nas colheitas, primeiro o enche buxo para matar a fome e nos sábados vende-se o restante para comprar o querosene e outras necessidades. Come-se de tudo, até xingó assado é banquete no meu interior, depois a educação, depois o conhecimento cultural. Como  na minha região só existia o primário tomei rumo à capital para completar os meus estudos, deixei a minha família chorosa. Pai morreu e mãe vive cuidando da roça, prometi a mãe que um dia ela vai se orgulhar de mim, um dia ela vai receber o meu retrato vestido de uma formatura.

A velha não botou fé, não levou a sério o diálogo com a nova empregada, mesmo assim a promoveu e pela honestidade demonstrada,  além do café e serviços grosseiros   entregou os quartos para arrumação.


A menina passou a acordar mais cedo, a cozinheira não morava na hospedaria, quando chegava tudo já estava pronto. Quintal lavado e varrido, feijão catado e de molho, carnes cortadas e temperadas, a mesa posta e algumas novas guloseimas a enriquecer a mesa da tradicional pensão. Os hóspedes cada dia mais satisfeitos, principalmente com a organização dos seus quartos, com a limpeza dos sanitários e com a impecável honestidade da funcionária. Vezes facilitavam, moedas sobre as mesas, cédulas dentro dos livros, com as pontas à mostra, mesmo assim nada a reclamar, a moça foi ganhando confiança e com ela pequenos agrados dos hóspedes: roupas, sapatos, produtos de  beleza,  aos poucos foi se revelando e mostrando a grande mulher que existia dentro daquela interiorana.

Passado seis meses já circulava na sala da televisão, com muito respeito a todos, vezes para servir um suco, uma água, para socorrer alguns com dor de cabeça, servindo um analgésico e até mesmo participando de conversas após os telejornais. A esta altura já procurara vaga numa escola pública para completar os seus estudos, não conseguiu devido a idade e entrou numa escola de aceleração, concluiu  em 18 meses de estudo os três anos do colegial.

Dona Gertrudes  já se orgulhava da sua  caipira, já acreditava nas suas palavras e podia deslumbrar um futuro melhor. Nenhuma desavença com os hóspedes, nenhuma notícia que arranhasse a sua reputação como mulher, não dava atenção às tentações dos moradores, exigia reciprocidade no respeito. Do trabalho para a escola, tudo nos conformes. A honestidade e o trabalho eram as suas marcas prediletas. A velha patroa vivia  e dormia em paz.


___Dona Gertrudes preciso falar com a senhora, fui convidada para cuidar de um ancião, mora num bairro nobre, mora com a filha mais velha e só trabalharei até às 17 horas, poderei estudar à noite e terei carteira  assinada, o que a senhora acha?

A velha não gostou, como perder uma funcionária de tão boa índole, uma funcionaria de tão bom perfil, tão cheia de força de  vontade? Como perder? Quis botar gosto ruim, mas o senso de responsabilidade falou mais alto, não só apoiou como também deu alguns conselhos e uma pequena ajuda financeira, passou a ser uma orientadora, a partir daquele dia saía mais um cidadão da informalidade.


A menina sinalizou e foi  ao encontro do novo emprego. Uma mansão abandonada  em um bairro nobre, nela morava um viúvo na sétima década da vida, sofrera injúrias na saúde e necessitava de ajuda para os afazeres primários. Casa fria e escura, o limo caia pelos muros e os móveis encruados mostravam sinais de saudosismo.


____Meu pai é um velho muito culto, é professor aposentado, tem muito ciúme dos seus livros, tenha muito cuidado, não esqueça dos seus remédios, de sua alimentação e de sua higiene, chegarei mais cedo.

Esta era a ladainha diária. O velho era um sujeito de posses materiais  e de pouca renda, vivia de alguns alugueis e de uma pequena aposentadoria, por isso morava com a filha solteira funcionária da prefeitura nesta casa mal cuidada  e sem manutenção, motivos deste casarão quase que abandonado. Apesar das posses não existia renda. A menina trabalhava até às 17 horas, conversava muito com o ancião, aprendia o que não existe nos livros, o trabalho era  um verdadeiro aprendizado, recolhia-se ao seu aposento  e à noite freqüentava novos cursos preparativos para o futuro.

O seu quarto ficava nos fundos, era um quarto pequeno, mas era só seu, tinha um pequeno banheiro, ficava colado à cozinha e a área de serviço, dava para os fundos da rua, avistava os carros enfileirados e outros lado a lado, não era um quarto descente para a casa que morava, era o normal, geralmente os quartos dos funcionários  sempre são minúsculos, uma cama, um banheiro comum e uma pequena mesa, mas era um quarto só seu, para uma orelha seca já era uma vitória.

A menina vivia como merecia, o sol não mais queimava a sua pele, as roupas soltas e finas a lhes mostrar o perfil. Busto cheio, macio e brilhoso, não necessitava de apetrechos para sustentá-los, cintura fina, nádegas dura e levantada, pernas torneadas com toda a  beleza da mocidade, panturrilhas de causar inveja e pés delicados, a garota no passado era maltratada.

Cuidou do ancião até o dia em que o mesmo olhando para os belos seios da pequena quis massageá-los, a câmara mostrou a sua delicadeza, a sua reação foi com urbanismo e com muita dureza o chamou  atenção. De imediato comunicou à patroa sobre o ocorrido e com a voz segura e equilibrada falou:.


___Dona Glória  me desculpe, mas não posso mais trabalhar nesta casa, seu pai já está recuperado, corado, com bom raciocínio e não mais precisa de uma ajudante, ele precisa de uma cuidadora mais idosa, apenas para companhia, seguirei o meu caminho.

Dona  Glória de tudo fez para amenizar, sem sucesso. E a bela menina partiu para o mercado. Jornal à mão, dedo ao telefone e logo se encontrava sentada na  sala à espera do futuro patrão. Cabelos penteados, blusa branca, blazer e saia quadriculadas, sapatos pretos de salto médio. Os olhos bateram com os olhos de um jovem senhor que adentrou a sala.
 
A moça pensou:  "quem seria aquele moço?Quem seria?"
 
   O mesmo sumiu  e só quatro horas depois foi revelado a sua identidade, tratava-se do  seu futuro empregador.


___Nunca trabalhei neste tipo de serviço, só trabalhei em casa de família, se ficar estou realizando o meu sonho, comunicarei primeiro à minha mãe, ela ficará orgulhosa de mim, será a porta de entrada para uma nova vida, farei de tudo para dá certo, farei de tudo.

O jovem empregador sentiu no olhar da donzela um futuro promissor, sentiu que aquele encontro seria um elo importante nas duas vidas, aquele emprego apesar de simples seria o ponta pé inicial para uma bela e independente carreira, seria o início do orgulho profissional esperado por sua cuidadosa  e humilde mãe que de longe rogava a Deus por dias melhores.

___Menina o emprego é seu, começa amanhã e faça tudo para aprender, são três meses de experiência, depois contrato definitivo, lembre-se também  que não deverá encará-lo como emprego para o resto da vida, trata-se de mais uma etapa, como mais uma etapa da sua vitoriosa trajetória. Enquanto aqui permanecer tem que ser com muita competência e responsabilidade.


A menina tomou conta do ambiente. Rápida, dinâmica, amiga, interessada, limpa  e inteligente, tinha muita identidade com o jovem patrão. Fez curso diversos, fez preparo para o vestibular, passou a ser enxergada e a enxergar o padrão como fazendo parte de sua vida. Difícil o relacionamento, mesmo assim conseguiram conviver por um bom tempo. Dias felizese  de alegrias, até quando numa cilada premeditada  se despede do emprego, não se desligando  do  jovem senhor. Continuou os seus estudos e procurou novos rumos, encontrou um novo relacionamento e honrosamente se afastou definitivamente do seu primeiro emprego  formal, começou uma nova e longa aventura. Ingressou na Escola Superior colando grau 04 anos depois, sempre se superando. Com a enxurrada constante de conhecimentos foi perdendo o elã pelo novo companheiro que parou no tempo, no espaço, de pensamentos mesquinhos e arcaicos. A menina  foi sentimentalmente se desinteressando  até o afastamento dos corpos, da pele e do diálogo. 


Parte sozinha para novas conquistas, voa para outras plagas à procura de melhores dias, sempre foi e sempre será assim a luta dos vitoriosos.

Da sua  boca sempre se escuta: O CEU É O LIMITE, depende da  força,  garra e da sua vontade.  Num futuro, não muito distante, o seu sonho com certeza será realizado. A vida com alforria  já é uma conquista, a guerreira ainda consquistará muitos trofeis para o orgulho de toda a sua familia.
 
Iderval Reginaldo Tenório 2001







Animação de O Pequeno Burguês

solo de trombone!!! O Pequeno Burguês - Martinho da Vila Felicidadepassei no vestibular


domingo, 10 de outubro de 2010

PARA LEITURA


PARA LEITURA.

PARA A LEITURA DESTE BLOG É MUITO FÁCIL.ARQUIVO AO LADO DA PÁGINA.

OS ARTIGOS MAIS NOVOS ESTÃO NA SUA FRENTE  E OS OUTROS BASTA  UMA SINALIZAÇÃO NO FIM DA PAGINA ONDE  SE LÊ.

POSTAGENS MAIS ANTIGAS. NO RODA PÉ À DIREITA.

E LÁ ESTÃO MUITOS ARTIGOS.

UM ABRAÇO.   
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO 

OS ANIMAIS DOMESTICOS







          
  Animais Domésticos, a terapia animal e  as Zoonoses

Diversos são os estudos a respeito da melhora da qualidade de vida e de como é boa a convivência com os animais domésticos,  principalmente para as crianças, os idosos, os solitários e  portadores de doenças com debilidade neurológica ou mental.
 
Por   ser um animal social, o homem vive  em busca da liderança nos seus meios. Não é a toa, que o homem, independente  da classe social,   porcura um ser para comandar, seja  na área financeira,  intelectual, famíliar, profissional  ou em ações sociais na sua comunidade, confirmando o desejo milenar de possuir um ser vivo, um cão,  eternamente amigo, submisso e comandado em todas as circunstancias, que mesmo maltratado ou passando fome não arrede os pés da submissão ao seu tutor. 
 
Veja como os que ocupam as mais baixas camadas sociais  preocupam-se em possuir um cão amigo, sem pedigree, saúde, teto e sem comida, mas  fiel,  amigo, subserviente e obediente. Este  homem não manda em nada,  nada possui,  é um abandonado, porém o seu cão continua aos seus pés, obediente e em contínua lambição. Lambe os pés, os dedos, a boca, a pele, lambe o homem, esta é a função milenar do verdadeiro subserviente, motivo mais do que suficiente para que se sinta contemplado e anule, em parte, as agruras sofridas pelo homem.

O que dizer dos que vivem solitariamente nas grandes mansões, nos casebres, nas ruas, famílias pequenas, filhos sem pais, pais sem filhos, famílias sem crianças, netos,  bisnetos, amigos e muitos  com sobra do vil metal?.  Substituindo o humano por animais domésticos, estes passam a ser os melhores achados para companhia, conversam com os animais como se estes fossem humanos. Partem para verdadeiros bate-papos, os tratam como humanos e lhes transferem todas as propriedades do homo sapiens. Oferecem confortos acima de suas condições finaceiras, problemas  psíquicos, orgânicos e de relacionamentos, levando-os as mesmas demandas  que passam os humanos como: obesidade, psicoses, depressões e uma infinidade de doenças da modernidade, tudo pelo poder sobre aquele subserviente, obediente, amigo e dedicado animal.

Tempos atrás, a população era rural e abrigava todas as espécies nos mesmos rincões, todavia, cada uma no seu mundo, sua liberdade, costumes e modos de vida, todos os animais nascem alforriados. Os animais domésticos faziam parte da rotina do homem na caça, no transporte, no trabalho, na segurança, na companhia, no entretenimento e em todas as suas atividades, porém, uma não invadia o espaço da outra, cada uma com a sua natureza. 
 
Num contínuo processo de civilização, o homem foi  agrupando-se em comunidades, formando grandes aglomerações, hoje chamadas de cidades. Alguns  manteveram o  relacionamento próximo aos animais e outros estreitaram mais ainda, notadamente os cães, não se afastando do perfil de comando e  de liderança.  Muitas das antigas   funções, com a urbanização, ficaram obsoletas  e foram substituídas por outras como o  entretenimento, companhia familiar, fundo terapêutico, equilibrio psíquico e a na alimentação do seu EGO, muitos ignorando o SUPEREGO, possuir um ser submisso custe o que custar. Com este preâmbulo, volto aos animais domésticos,  principalmente aos cães. 
 
Levantamentos relizados nas grandes  metrópoles mostrou, que para cada 10 humanos existe em média 01 animal domésticoo que corresponde a 10%. Para uma população de 1,0 milhão de habitantes são 100 mil animais, muitos soltos nas artérias e logradouros das cidades.
 
Cada espécie de animal é portadora de características peculiares, que para se manter viva, obedece a  determinados propriedades.  Cada uma tem uma função bem definida e nada impede que as espécies convivam em harmonia,  desde quando  no seu verdadeiro mundo e não percam os conceitos basilares. 
 
A humanização  das outras espécies é um equívoco antropológico sem fundamentação científica, sem a participação consciente dos irracionais. É baseada unilateralmente, na vontade humana,  o que pode trazer consequências para os animais e para os humanos, podendo interferir no futuro  desta civilização. Nada impede que vivam no mesmo torrão como espécies distintas, jamais como esta pseudo missigenação.

Há de   se pensar, a respeito das doenças pertinentes a cada espécie e que têm a capacidade de migrarem de uma para  outras, tanto das  espécies irracionais  para a humana e desta para as irracionais, as perigosas   zoonoses.

Para viver em comunidade, os aglomerados humanos tiveram que se submeter a diversos ajustes. Instalações hidráulica, elétricas, moradias, drenagens fluviais,  dos esgotos, destino dos dejetos humanos e do restos de alimentos, aterros sanitários e todas as medidas   para a não proliferação das doenças peculiares.   Para este intento, o homem passou por  períodos de educação e de adaptação ao novo modo de vida, sendo o aspecto sanitário a mais importante propriedade praticada para viabilizar os aglomerados humanos.

Mesmo assim, com a falta de recursos ou vontade dos dirigentes, a não aplicação em infra-estruturas deixa a maior parte da população sem estes serviços. Muitos humanos  vivem em bolsões   a céu aberto e vulneráveis a  diversas patologias, coabitam  à margem e excluidos da civilidade.

Muitas são as conseqüências  para os poderes públicos e para a população.  Se cada animal,  numa média aritmética, produz de 500 a 700gramas de dejetos dia e não existem locais designados para o descarte, calcula-se que  mais de 70% despejam nas nas ruas, nas avenidas e nos logradouros públicos, e   os outros 30%  são descartados por seus donos nos cestos de lixo das suas ruas, logradouros e nas calçadas dos vizinhos, o que configura uma forte ameaça à saúde de toda a comunidade.

O gargalo é que existe, como já mencionado, 10 animais para cada 100 habitantes. Para uma população de três milhões, são 300 mil animais. Chega-se à seguinte conclusão: para cada mil animais são produzidos   700 kilogramas  de dejetos dia, para cada  100mil, 70mil kilogramas dia (70 toneladas) e para cada 300mil, 270 toneladas de dejetos pulverizados  diariamente na cidade, que equivale a 27 caminhões pipas, de 10 mil kilos por dia. Nestes dejetos existem trilhões  de parasitos,  bactérias e  vírus, que  de diversas maneiras contribuem para a proliferação das temidas zoonoses.  

Previsão de dejetos para uma cidade de 3 milhões de habitantes  e 300 mil animais durante  365 dias, um ano. São 270 toneladas dia multiplicado por 365 dias, perfazem  98 mil e 550 toneladas de  fezes e urina por ano, isto equivale a   9mil e 885 carros pipas de 10 mil kg, que equivale a  810 carretas por mês, 27 carretas por dia, 1,2 carreta por hora. É de assombrar.

Como se livrar de tantas patologias e zoonoses se a fonte geradora não parar de crescer?,  como administrar este embroglio? Lembro ainda  dos restos placentários após os partos, dos animais que vão a óbito e  dos enfermos portadores de  doenças de  alto contágio nas praças, avenidas e logradouros. 

A população tem o direito de conhecer, tem o direito de se familiarizar com estes pontos  para poder se posicionar e optar em possuir um ser submisso. Um ser  importante, porém  gerador de tantos problemas  para a comunidade, uma vez que os animais vivem confinados nos lares da população, muitos dividindo o mesmo quarto,  a mesma cama e muitos, em nome do amor aos animais, a mesma boca, mãos, pés e salivas, os principais vetores para a proliferação das zoonoses.   
 
O impacto não é maior, graças ao sol, aos ventos, às aguas  e aos programas dos órgãos competentes.  Ao sol, às aguas  e aos ventos  cabe a propriedade de limpar, drenar e evaporar as águas da urina e das fezes, uma vez que a primeira é constiuida de 99% de água e as segundas de 80%, como também eliminar 80% dos vermes, vírus, fungos   e bactérias configurando estes três fenômenos  da natureza, como as maiores autoridades no sanitarismo dos aglomerados humanos.  

Para adotar um animal, os humanos tem que aplicar as três propriedades fundamentais para um bom viver: O Ego, o Superego e o ID.

           Salvador, 20 de agosto de 2001.
           Iderval Reginaldo Tenório
                    MÉDICO
             TEXTO REGISTRADO

domingo, 3 de outubro de 2010

BLOG DR IDERVAL - BLOSPOT











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IDERVAL REGINALDO TENÓRIO 

APELO DE UM BRASILEIRO

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                                                          APELO DE UM BRASILEIRO
                                                         Iderval Reginaldo Tenório

                           Apelo de um brasileiro preocupado com o baixo índice de leitura da literatura brasileira ora substituída pelos dejetos literários de outras nações. As livrarias, as bancas e os mercados estão abarrotados de obras estrangeiras deseducadoras.

                           É verdade que a literatura estrangeira é muito rica, do teatro à poesia é inegável o seu  valor, porém a fatia que chega aos tupiniquins, aos subservientes periféricos  é uma vergonha.  Se faz necessário uma sacudidela. O Brasil espera por todos. Não esqueçam que o futuro já chegou.

                           Não deixem a cultura Brasileira morrer. Reproduzam as histórias das vovós para os seus filhos e amigos, falem da bravura do homem brasileiro para que os jovens se orgulhem dos seus heróis, dos seus caipiras e de suas ocupações, para que esses mesmos jovens não se envergonhem do seu povo, principalmente dos antepassados. Enalteçam as batalhas, as lutas e esclareçam quem são os verdadeiros  heróis da nação. Não deixem a televisão atropelar, matar e sepultar a cultura do seu povo e que não sejam massificados pela cultura contaminada do além mar que enchem os lares por intermédio da Internet, livros, cds, DVDs e a industria cinematográfica.

                           Tenho notado que os jovens vêem se inteirando de uma literatura vazia insípida e que mostra o que de pior existe do besteirol do mundo civilizado. Esta literatura invade os lares, as escolas, os cinemas, as livrarias e a mídia simplesmente pelo mercantilismo, publica, vende e espalha por todos os recantos.

                        O apelo que faço é que as escolas, os pais, e os homens de uma maneira em geral, passem aos brasileiros a  necessidade de conhecer a sua literatura. Através dela o ser humano passa a conviver com cada região do seu país e entender a diferença brutal entre os seres que habitam a mesma nação. 

Existem autores que descrevem a nação do nascedouro aos dias atuais, uns os pampas do sul brasileiro, outros pormenorizam o centro oeste e um grande grupo o Norte e  Nordeste. Falam das secas,das florestas,dos cerrados,da caatinga,dos animais ,do cangaço,do clima e dos costumes, fundamentando as diferenças, demonstrando a diversidade de cada comunidade.

                     Lendo os autores brasileiros se faz um passeio vivo irmanados com a história, será contaminado pelos costumes e passará a entender a formação deste povo batalhador, só com esta atitude os brasileiros poderão resgatar a auto-estima, só desta maneira tornar-se-ão verdadeiramente brasileiros, sem sentir vergonha ou menosprezo por qualquer que seja a nação que procura de uma maneira ou de outra substituir da mente a cultura  raiz. Os brasileiros deveriam fazer uma campanha de valorização dos seus ícones, sua cultura, sua música, sua literatura, seu povo, seus artistas, seus poetas, seus escritores, seus caipiras e seus trabalhadores.

                    Leiam José de Alencar,Machado de Assis,José Lins do Rego,Graciliano Ramos,Euclides da Cunha,Guimarães Rosas,Patativa do Assaré,Zé da Luz, Drumond de Andrade,Josué Montello , Castro Alves,Augusto dos Anjos,Lima Barreto,Darcy Ribeiro,Fernando Henrique ,Walfrido Moraes,João Cabral de Mello,Gilberto Freie,João Ubaldo e outros de igual valor.Escutem Luiz Gonzaga,Gilberto Gil,Caetano Veloso,Chico Buarque,Dona Ivone Lara,Clementina de Jesus, Belchior,Luiz Vieira ,Vila-Lobos e outros ícones.

                    PROCUREM  SABER SOBRE-TIRADENTES, FELIPE CAMARÃO, PADRE CÍCERO, FLORESTAN FERNANDES, ANTONIO CONSELHEIRO, FREI DAMIÃO, DOM HELDER CÂMARA.  PROCUREM LÊ SOBRE AS DIVERSAS GUERRAS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICAS COMO-A GUERRA DO CONTESTADO, O CANGAÇO NO NORDESTE, GUERRA DOS FARRAPOS, REVOLTA DOS ALFAIATES, GUERRA DOS MASCATES E DEZENAS DELAS QUE ACONTECERAM NESTE PAÍS. PROCUREM SABER A VERDADE SOBRE A ESCRAVIDÃO DO ÍNDIO, DO NEGRO E DO BRANCO NO BRASIL.

                       Após passarem por estas cabeças, acreditem, nada poderá desvirtuar o sentimento de brasilidade, pois, quando as raízes são fincadas e penetram no solo pátrio, todas as outras culturas independentes de suas origens  virão para somar e jamais para substituir a cultura mãe, e mais, sempre com  o  crivo da consciência e da razão.  Neste caso só ficará a de boa procedência e não os dejetos que contaminam as pueris e desprotegias mentes.                         .
                         Leiam as publicações diárias e semanais da imprensa brasileira, acessem os grandes debates, participem do cotidiano da nação, sejam fiscais dos dirigentes, procurem eleger homens comprometidos com ideais democráticos e  comunitários, que pensem no coletivo, façam cobranças aos seus representantes, lutem por justiça nas aplicações das verbas públicas. Vejam que tem muito para se aprender e com certeza mudarão os seus pensamentos, o jeito passivo de aceitar as coisas que permeiam a entregação do país, eu disse entregação

                       Tenham orgulho do torrão brasileiro, gritem bem alto os nomes dos antepassados, neles se encontram as armas da  sabedoria popular, as raízes para a soberania e o sonho de toda a nação, a independência de um povo.  
Viva a plural e rica cultura brasileira. Tenham orgulho dos seus pais.
Iderval Reginaldo Tenório   autor. 1998                     driderval@bol.Com.br