sábado, 8 de outubro de 2022

Datena se emociona - Entrevista com Nikolas Ferreira

Nikolas Ferreira é o candidato a deputado federal mais votado da história de Minas Gerais — Foto: Instagram/Reprodução

Um jovem de 26 anos de idade, foi eleito Deputado Federal por Minas Gerais coim 1,6 milhão de votos.

Quem é Nikolas Ferreira (PL), o deputado federal mais votado do Brasil e da história de Minas Gerais

 

Um fenômeno.

Um jovem exemplar, um jovem que não faz uso de cabresto, um jovem que deveria ser escutado  por todos os jovens deste pais , um jovem equilibrado.

Um jovem de futuro . Um jovem  que não idolatra nenhum comedor de feijão aqui na terra. 

Siga este exemplo  que o futuro será promissor.

Iderval Reginaldo Trenório

Nikolas Ferreira de Oliveira se diz cristão, conservador e defensor da família. O parlamentar tem 26 anos e é formado em Direito pela PUC Minas.

Por g1 Minas — Belo Horizonte


Nikolas Ferreira é o candidato a deputado federal mais votado da história de Minas Gerais — Foto: Instagram/Reprodução

Nikolas Ferreira é o candidato a deputado federal mais votado da história de Minas Gerais — Foto: Instagram/Reprodução

Atualmente, ele é vereador da capital mineiraeleito em 2020 com 29.388 votos. Quando foi eleito, ganhou pelo PRTB.


No site da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Nikolas é descrito como "cristão, conservador e defensor da família".

Ele é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas) e já afirmou que foi hostilizado várias vezes na faculdade pelos posicionamentos contra a esquerda, o feminismo e a ideologia de gênero.

Criado no Cabana do Pai Tomás, bairro pobre na Região Oeste de BH, ele disse que acredita que os 


Deputado federal mais votado

Nikolas obteve 1.492.047 votos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O recorde nacional anterior era de Eduardo Bolsonaro (ex-PSL, atual PL), que teve 1.814.443 votos nas eleições de 2018.

Em MG, o recorde anterior era de Patrus Ananias (PT), que recebeu cerca de 520 mil votos nas eleições de 2002.

Apoiador do presidente Jair Bolsonaro (PL), Nikolas entrou na política em 2020, quando foi eleito vereador de Belo Horizonte.

Depois de Nikolas, o segundo deputado federal mais votado do país é Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo. Com 100% das seções apuradas no estado, ele recebeu 1.001.472 votos.

Já em Minas Gerais, o segundo deputado federal mais votado é André Janones (Avante), com 238.967 votos. Em terceiro lugar aparece Duda Salabert (PDT), com 208.332.

Polêmicas

O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) investiga a conduta de Nikolas pela veiculação de um vídeo nas redes sociais em que critica a presença de uma adolescente transexual em um banheiro feminino de um colégio particular da capital.

Em setembro de 2021, ele foi barrado ao tentar visitar o Cristo

 

sexta-feira, 7 de outubro de 2022

A HISTÓRIA DO URSO BRANCO E OS CAÇADORES.

 

Urso - espécies de ursos - Animais - mamíferos - InfoEscola

 Singularidades ordinárias de um animal extraordinário: Urso negro de cor  branca - MDig

Urso-polar – Wikipédia, a enciclopédia livre

 Diferenças e Semelhanças do Urso-Pardo e Urso-Cinzento | Mundo Ecologia

A HISTÓRIA   DO URSO BRANCO

E

OS CAÇADORES.

Do anedotário popular conta-se  que os caçadores de ursos chegaram à seguinte conclusão: Urso branco morre com um tiro , os pardos e os  pretos com dois .

Fala-se que numa determinada floresta havia um Urso Branco muito poderoso, que enganado por forças ocultas ,  opositores milenares  ,  se disfarçou de Urso Pardo  para angariar seguidores na mata e amedrontar os caçadores .

Certo dia num embate frente a frente e oficial pelo poder   , um dos caçadores  sapecou um tiro  na fuça do camuflado Urso, o tiro pegou nas orelhas. Com o estampido da pólvora  , o grande fumaceiro e o fedor do enxofre  o medo foi tão grande que a camuflagem caiu  e o urso voltou a  ser  branco , a sua cor natural.

 Os caçadores recuaram e agendaram uma segunda caçada, uma vez que o bacamarte só tinha uma bala.

O Urso branco, que sempre foi branco  ,   só andava bem protegido com outros animais subservientes,   entendeu que neste segundo embate tem que  ter mais cuidado, ser mais atencioso, mais humilde  e ser assessorado por forças externas para não ser acertado nesta segunda caçada.

De uma coisa ele já sabe: os caçadores  são malvados,  têm estratégicas de luta , possuem muitos seguidores , cães de caça raivosos, obedientes, treinados e ficam na retaguarda sempre a encher cartuchos.  Sabe também que para sair incólume, vivo e vencer os caçadores  terá que pedir socorro a outros animais aliados e voltar ao seu reduto de décadas. O Urso terá que baixar a guarda , clamar desesperadamente  e suplicar por ajuda. Caso não tenha  esta atitude  e como agora é um verdadeiro Urso branco,  o tiro na fuça será  certeiro e fatal.

Os caçadores possuem um rolo compressor com cinco frentes, a maior no centro e as demais nas laterais . Estão com fome , sede, sangue nos olhos, muita raiva e farão de tudo para acertar no meio da fuça e  na moleira.

Sendo alvejado  de cheio, o resultado será uma catástrofe  para o Urso Branco e para os apoiadores.

             Ao embate e salvem-se que puder, quem viver verá.

                         Iderval Reginaldo Tenório





Eliana Leite da Silva' mais conhecida como Eliana Pittman nasceu no Rio de Janeiro, 14 de agosto de 1945 cantora iniciou sua carreira em 1961 ao ...
YouTube · Alves Junior Oficial Siga Me · 13 de nov. de 2010

 

 

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

MOVIMENTOS DO SOL .

  Presentacion Via Lactea Y Sistema Solar – Otosection

O sol gira em torno de alguma coisa ou ele é estático no universo? - Quora

Nosso Sol descreve uma órbita praticamente circular em torno da Via Láctea e sua velocidade de translação é de 225 km por segundo. Para dar uma volta completa ao redor do centro da Galáxia o Sol leva aproximadamente duzentos milhões de anos.

 

Via Lactea: Saiba onde está o Sol e o Sistema Solar dentro da Galáxia!

Todos sabem que a cada 28 dias aproximadamente, a Lua completa uma volta ao redor da Terra. Também é de conhecimento básico que a Terra, junto com a Lua, executa o movimento de translação ao redor do Sol, que leva 365.25 dias para ser completado. Aliás, não é só a Terra que circunda o Sol, mas todos os planetas, Luas, asteróides e satélites executam esse movimento de translação.

Via Láctea


O que poucos sabem, no entanto, é que nosso Sol, com tudo que gira ao seu redor, também circunda alguma coisa, mas essa "coisa" está tão longe que nós nem percebemos o movimento. Estamos falando do centro a Via Láctea, ao redor do qual o Sol e mais de 200 bilhões de estrelas giram.

Toda a Via Láctea descreve um movimento de rotação ao redor de um ponto central, mas seus componentes não se deslocam à mesma velocidade. As estrelas que estão mais distantes do centro movem-se a velocidades mais baixas do que aquelas que estão mais próximas.

Nosso Sol descreve uma órbita praticamente circular em torno da Via Láctea e sua velocidade de translação é de 225 km por segundo. Para dar uma volta completa ao redor do centro da Galáxia o Sol leva aproximadamente duzentos milhões de anos. Como a idade da nossa estrela é de 4.5 bilhões de anos, podemos afirmar que desde que existe, o Sol já deu 22 voltas ao redor da Galáxia.


MOVIMENTO DE ROTAÇÃO DO SOL EM JANEIRO - 2014

O movimento de rotação do Sol dura 27 dias no seu Equador e 32 dias nos sues Pólos (esta diferença acontece porque o Sol não é um corpo rígido).

O Sistema Solar completa uma órbita em torno do centro da Via Láctea (um ano galáctico) a cada 225-250 milhões de anos.

O Sol não é um corpo rígido (sólido), pois as manchas situadas próximas do meio do disco solar movem-se mais rapidamente do que as mais afastadas. Assim, uma zona próxima do equador do Sol perfaz uma volta completa em cerca de 27 dias (o período de rotação no equador). Este período aumenta com a latitude, de tal forma que, para uma região na proximidade dos polos, esse período passa a ser de cerca de 32 dias.

O movimento de rotação diferenciado do Sol provoca a distorção do seu campo magnético que por vezes se torna tão caótico, que se gera um período de grande atividade solar denominado máximo solar.



MOVIMENTO DE TRANSLAÇÃO DO SISTEMA SOLAR:

O Sistema Solar completa uma órbita em torno do centro da Via Láctea (um ano galáctico) a cada 225-250 milhões de anos (completou entre 20 e 25 órbitas desde sua formação).

A velocidade orbital do Sistema Solar em torno do centro da galáxia é de cerca de 251 km/s (o Sol demora 1,4 mil anos para percorrer 1 ano-luz).

O Sol atravessa, actualmente, a "Nuvem Interestelar Local" feita de gás de alta temperatura, no interior do "Braço de Orion" na Via Láctea, localizado entre os braços maiores "Perseus" e "Sagitário"

 

Movimentos da Lua

 

 

                 Movimento de translação: características, efeitos - Brasil Escola

Movimentos da Lua

A Lua realiza os movimentos de rotação, revolução e translação.


Lua: movimentos de rotação, revolução e translação
Lua: movimentos de rotação, revolução e translação


A Lua é um corpo celeste e o único satélite natural da Terra. Assim como o nosso planeta, ela realiza movimentos no espaço.

Movimento de rotação

É o movimento que a Lua faz ao redor de seu próprio eixo. Esse movimento é sincronizado (rotação síncrona) com o planeta Terra. O período de rotação da Lua é de 27 dias, 7 horas e 43 minutos.

Movimento de revolução

É o movimento elíptico que a Lua faz ao redor do planeta Terra. O período deste movimento é o mesmo do período de rotação, ou seja, 27 dias, 7 horas e 43 minutos.

Movimento de translação

É o movimento que a Lua faz ao redor do Sol. Ela faz este movimento junto com o planeta Terra. Ele tem um período de duração de, aproximadamente, 365 dias.

              

Ilustração da Lua e Sol

Translação: movimento da Lua ao redor do Sol.

Curiosidades:

- Porque vemos sempre a mesma face da Lua? Os movimentos de rotação e revolução da Lua possuem o mesmo período de duração. É por isso que, do nosso planeta, sempre enxergamos a mesma face da Lua.

- Os movimentos da Lua exercem grande influência nas marés do planeta Terra.

 

terça-feira, 4 de outubro de 2022

ROSANGELA MARIA REGINALDO TENÓRIO

Nenhuma descrição de foto disponível.

Mais um ano de vida e de alegria.

04 de outubro de 2022

Não desejo mais cem anos, se Deus  lhe proporcionar mais 36 anos  com saúde, alegria, perseverança , sinceridade, gratidão ,  honestidade , coragem para  viver e esta  força  já está bom demais .

Deus sabe o que faz e isto fará para bem de todos nós.

Parabéns e abraços fraternos  .

Iderva,l Reginaldo tenório

A VIDA

A vida é uma dádiva de Deus, o Criador.

A saúde uma das mais sublimes propriedades  da vida.

O respeito e a ética são importantes e indispensáveis elos entre os homens.  

A inteligência e as artes são pétreas diferenças entre os homens e as outras espécies.

Viva a vida com saúde, ética, respeito, inteligência, compaixão, gratidão e muita arte. Este é o perfil da espécie humana e o legado que Deus a presentou.

Cuidar dos homens, das outras espécies e da natureza é a principal tarefa que Deus outorgou aos homens.

                                          Urge respeito à natureza. 

                                                          Urge.

Iderval Reginaldo Tenório

 

ROSANGELA MARIA REGINALDO TENÓRIO

Nenhuma descrição de foto disponível.

Mais um ano de vida e de alegria.

04 de outubro de 2022

Não desejo mais cem anos, se Deus  lhe proporcionar mais 36 anos  com saúde, alegria, perseverança , sinceridade, gratidão ,  honestidade , coragem para  viver e esta  força  já está bom demais .

Deus sabe o que faz e isto fará para bem de todos nós.

Parabéns e abraços fraternos  .

Iderva,l Reginaldo tenório

A VIDA

A vida é uma dádiva de Deus, o Criador.

A saúde uma das mais sublimes propriedades  da vida.

O respeito e a ética são importantes e indispensáveis elos entre os homens.  

A inteligência e as artes são pétreas diferenças entre os homens e as outras espécies.

Viva a vida com saúde, ética, respeito, inteligência, compaixão, gratidão e muita arte. Este é o perfil da espécie humana e o legado que Deus a presentou.

Cuidar dos homens, das outras espécies e da natureza é a principal tarefa que Deus outorgou aos homens.

                                          Urge respeito à natureza. 

                                                          Urge.

Iderval Reginaldo Tenório

 

A vida é uma dádiva de Deus, o Criador. Iderval Reginaldo Tenório

 

A VIDA

A vida é uma dádiva de Deus, o Criador.

A saúde uma das mais sublimes propriedades  da vida.

O respeito e a ética são importantes e indispensáveis elos entre os homens.  

A inteligência e as artes são pétreas diferenças entre os homens e as outras espécies.

Viva a vida com saúde, ética, respeito, inteligência, compaixão, gratidão e muita arte. Este é o perfil da espécie humana e o legado que Deus a presentou.

Cuidar dos homens, das outras espécies e da natureza é a principal tarefa que Deus outorgou aos homens.

                                          Urge respeito à natureza. 

                                                          Urge.

Iderval Reginaldo Tenório

segunda-feira, 3 de outubro de 2022

No meio do caminho/ José//Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 

 Rádio Senado homenageia Carlos Drummond de Andrade | Escritores, Escritores  de livros infantis, Literatura brasileira

Carlos Drummond de Andrade | Autores | Literatura | Educação

 Muitas vezes os comuns, os não imortais ,  não entendem e nem atentam o porquê que alguns seres humanos são imortais.  

São imortais porque  as suas obras nuca  morrem , estão sempre vivas .  

Vejam as poesias do gênio mor brasileiro, o mineiro de Itabira,   Carlos Drummond de Andrade. 

 Leiam,  pensem , repensem , pesem, sopesem e reflitam. São imortais. Para onde pender é a realidade.

 

E agora José ? Como retirar esta pedra que está no meio do caminho?

Iderval Reginaldo Tenório



No meio do caminho

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.


Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

 

 

                                     José

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

 

Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos ... - YouTube


Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Paulo Diniz.Álbum: Paulo Diniz - E Agora José.
YouTube · luciano hortencio · 21 de mar. de 2014

Belchior - Populus - YouTube

www.youtube.com › watch
WMG (on behalf of WM Brazil); UNIAO BRASILEIRA DE EDITORAS DE MUSICA - UBEM, LatinAutorPerf, and 2 Music Rights Societies.
YouTube · Alfredo Pessoa · 2 de out. de 2010
 

 

No meio do caminho/ José//Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 Carlos Drummond de Andrade por ele mesmo (Poemas) - YouTube

Estátua de Carlos Drummond de Andrade - Falando de Viagem

 

 Muitas vezes os comuns, os não imortais ,  não entendem e nem atentam o porquê que alguns seres humanos são imortais.  

São imortais porque  as suas obras nuca  morrem , estão sempre vivas .  

Vejam as poesias do gênio mor brasileiro, o mineiro de Itabira,   Carlos Drummond de Andrade. 

 Leiam,  pensem , repensem , pesem, sopesem e reflitam. São imortais.

Iderval Reginaldo Tenório



No meio do caminho

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.


Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.


Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

 

 

                                     José

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

 

E agora, José?
A festa acabou,
a luz apagou,
o povo sumiu,
a noite esfriou,
e agora, José?
e agora, você?
você que é sem nome,
que zomba dos outros,
você que faz versos,
que ama, protesta?
e agora, José?

Está sem mulher,
está sem discurso,
está sem carinho,
já não pode beber,
já não pode fumar,
cuspir já não pode,
a noite esfriou,
o dia não veio,
o bonde não veio,
o riso não veio,
não veio a utopia
e tudo acabou
e tudo fugiu
e tudo mofou,
e agora, José?

E agora, José?
Sua doce palavra,
seu instante de febre,
sua gula e jejum,
sua biblioteca,
sua lavra de ouro,
seu terno de vidro,
sua incoerência,
seu ódio — e agora?

Com a chave na mão
quer abrir a porta,
não existe porta;
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
José, e agora?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa vienense,
se você dormisse,
se você cansasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você é duro, José!

Sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem parede nua
para se encostar,
sem cavalo preto
que fuja a galope,
você marcha, José!
José, para onde?

 

Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos ... - YouTube


Paulo Diniz - E AGORA JOSÉ - poema de Carlos Drummond de Andrade, musicado por Paulo Diniz.Álbum: Paulo Diniz - E Agora José.
YouTube · luciano hortencio · 21 de mar. de 2014

domingo, 2 de outubro de 2022

Poetas brasileiros contemporâneos de grande valor.

Poetas Brasileiros - Conheça os belos poemas brasileiros - Mundo Cultura

 Poetas brasileiros contemporâneos

Márcia Fernandes
Márcia Fernandes
Professora licenciada em Letras

1. Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)

Carlos Drummond de Andrade

Poeta modernista mineiro, Drummond é considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX. Grande destaque da segunda geração modernista, além de poemas, escreveu crônicas e contos.

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
Tinha uma pedra
No meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
Na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
Tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra.

2. Conceição Evaristo (1946)

Conceição Evaristo

Poetisa mineira de origem humilde, Conceição Evaristo é um nome que marca a poesia contemporânea. Além de poemas, escreve contos e romances.

Vozes-Mulheres

A voz de minha bisavó
ecoou criança
nos porões do navio.
ecoou lamentos
de uma infância perdida.

A voz de minha avó
ecoou obediência
aos brancos-donos de tudo.

A voz de minha mãe
ecoou baixinho revolta
no fundo das cozinhas alheias
debaixo das trouxas
roupagens sujas dos brancos
pelo caminho empoeirado
rumo à favela

A minha voz ainda
ecoa versos perplexos
com rimas de sangue
e
fome.

A voz de minha filha
recolhe todas as nossas vozes
recolhe em si
as vozes mudas caladas
engasgadas nas gargantas.

A voz de minha filha
recolhe em si
a fala e o ato.
O ontem – o hoje – o agora.
Na voz de minha filha
se fará ouvir a ressonância
O eco da vida-liberdade.

3. Adélia Prado (1935)

Adélia Prado

Poetisa mineira, Adélia é uma escritora da literatura brasileira contemporânea. Além de poemas, escreveu romances e contos, onde explora, em grande parte, o tema da mulher.

Com licença poética

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

4. Cora Coralina (1889-1985)

Cora Coralina

Poetisa brasileira nascida em Goiás, Cora é conhecida como a "escritora das coisas simples". Além de poemas, ela escreveu contos e obras de literatura infantil. Sua poesia tem como grande característica os temas cotidianos.

Mulher da vida

Mulher da Vida,
Minha irmã.
De todos os tempos.
De todos os povos.
De todas as latitudes.
Ela vem do fundo imemorial das idades
e carrega a carga pesada
dos mais torpes sinônimos,
apelidos e ápodos:
Mulher da zona,
Mulher da rua,
Mulher perdida,
Mulher à toa.
Mulher da vida,
Minha irmã.

5. Hilda Hilst (1930-2004)

Hilda Hilst

Poetisa brasileira nascida em Jaú, no interior de São Paulo. Hilda é considerada uma das maiores escritoras do século XX do Brasil. Além de poemas, ela escreveu crônicas e obras de dramaturgia.

Tateio

Tateio. A fronte. O braço. O ombro.
O fundo sortilégio da omoplata.
Matéria-menina a tua fronte e eu
Madurez, ausência nos teus claros
Guardados.

Ai, ai de mim. Enquanto caminhas
Em lúcida altivez, eu já sou o passado.
Esta fronte que é minha, prodigiosa
De núpcias e caminho
É tão diversa da tua fronte descuidada.

Tateio. E a um só tempo vivo
E vou morrendo. Entre terra e água
Meu existir anfíbio. Passeia
Sobre mim, amor, e colhe o que me resta:
Noturno girassol. Rama secreta.

6. Cecília Meireles (1901-1964)

Cecília Meireles

Poetisa brasileira carioca, Cecília é uma das primeiras mulheres a ter grande destaque na literatura brasileira. Foi escritora da segunda fase do modernismo no Brasil. Seus poemas apresentam caráter intimista, com forte influência da psicanálise e da temática social.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
— não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno a asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
— mais nada.

7. Manuel Bandeira (1886-1968)

Manuel Bandeira

Poeta brasileiro pernambucano, Manuel teve grande destaque na primeira fase do modernismo no Brasil. Além de poemas, escreveu também obras em prosa. Com grande lirismo, sua obra versa sobre temas do cotidiano e da melancolia.

Desencanto

Eu faço versos como quem chora
De desalento... de desencanto...
Fecha o meu livro, se por agora
Não tens motivo nenhum de pranto.

Meu verso é sangue. Volúpia ardente...
Tristeza esparsa... remorso vão...
Dói-me nas veias. Amargo e quente,
Cai, gota a gota, do coração.

E nestes versos de angústia rouca
Assim dos lábios a vida corre,
Deixando um acre sabor na boca.

– Eu faço versos como quem morre.

8. Manoel de Barros (1916-2014)

Manoel de Barros

Considerado um dos maiores poetas brasileiros, Manuel de Barros nasceu no Mato Grosso. Foi grande destaque na terceira fase do modernismo no Brasil, chamada "Geração de 45". Em sua obra focou nos temas do cotidiano e da natureza.

Os deslimites da palavra

Ando muito completo de vazios.
Meu órgão de morrer me predomina.
Estou sem eternidades.
Não posso mais saber quando amanheço ontem.
Está rengo de mim o amanhecer.
Ouço o tamanho oblíquo de uma folha.
Atrás do ocaso fervem os insetos.
Enfiei o que pude dentro de um grilo o meu
destino.
Essas coisas me mudam para cisco.
A minha independência tem algemas

9. Ferreira Gullar (1930-2016)

Ferreira Gullar

Poeta brasileiro contemporâneo e precursor do movimento neoconcreto, Gullar nasceu em São Luís do Maranhão. É considerado um dos maiores escritores brasileiros do século XX, dono de uma obra social, radical e engajada.

Não Há Vagas

O preço do feijão
não cabe no poema. O preço
do arroz
não cabe no poema.
Não cabem no poema o gás
a luz o telefone
a sonegação
do leite
da carne
do açúcar
do pão

O funcionário público
não cabe no poema
com seu salário de fome
sua vida fechada
em arquivos.
Como não cabe no poema
o operário
que esmerila seu dia de aço
e carvão
nas oficinas escuras

- porque o poema, senhores,
está fechado:
“não há vagas”

Só cabe no poema
o homem sem estômago
a mulher de nuvens
a fruta sem preço

O poema, senhores,
não fede
nem cheira

10. Vinicius de Moraes (1913-1980)

Vinicius de Moraes

Poeta e compositor brasileiro carioca, Vinicius foi um dos precursores da bossa nova no Brasil. Teve grande destaque na poesia de 30, na segunda fase do modernismo no Brasil. Seus poemas têm como temática o amor e o erotismo.

Soneto de Fidelidade

De tudo, ao meu amor serei atento antes
E com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento

Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento

E assim quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama

Eu possa lhe dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure

11. Mario Quintana (1906-1994)

Mario Quintana

Poeta brasileiro nascido no Rio Grande Sul, Mario é conhecido por ser o “poeta das coisas simples”. Considerado um dos maiores poetas brasileiros do século XX, teve grande destaque na segunda fase do modernismo no Brasil. Sua obra poética explora temas como o amor, o tempo e a natureza.

Os Poemas

Os poemas são pássaros que chegam
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.

Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti…

12. Raul Bopp (1898-1984)

Raul Bopp

Poeta modernista brasileiro, Raul nasceu no Rio Grande do Sul. Participou da Semana de Arte Moderna que inaugurou o movimento modernista no Brasil. Além de poemas, Bopp também escreveu crônicas.

Cobra Norato (trecho da obra)

Um dia
ainda eu hei de morar nas terras do Sem-Fim.

Vou andando, caminhando, caminhando;
me misturo rio ventre do mato, mordendo raízes.
Depois
faço puçanga de flor de tajá de lagoa
e mando chamar a Cobra Norato.

— Quero contar-te uma história:
Vamos passear naquelas ilhas decotadas?
Faz de conta que há luar.

A noite chega mansinho.
Estrelas conversam em voz baixa.

O mato já se vestiu.
Brinco então de amarrar uma fita no pescoço
e estrangulo a cobra.

Agora, sim,
me enfio nessa pele de seda elástica
e saio a correr mundo:

Vou visitar a rainha Luzia.
Quero me casar com sua filha.

— Então você tem que apagar os olhos primeiro.
O sono desceu devagar pelas pálpebras pesadas.
Um chão de lama rouba a força dos meus passos.

13. Paulo Leminski (1944-1989)

Paulo Leminski

Poeta brasileiro contemporâneo, Leminski nasceu em Curitiba, no Paraná. Foi um dos grandes representantes da poesia marginal, com forte característica vanguardista. Além de poemas, escreveu contos, ensaios e obras infanto-juvenis.

Bem no fundo

No fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela — silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos
saem todos a passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas.

14. João Cabral de Melo Neto (1920-1999)

João Cabral de Melo Neto

Poeta moderno nascido em Pernambuco, João Cabral ficou conhecido como o “poeta engenheiro”. Foi grande destaque da terceira geração modernista no Brasil e, além de poemas, escreveu obras em prosa.

O Relógio

Ao redor da vida do homem
há certas caixas de vidro,
dentro das quais, como em jaula,
se ouve palpitar um bicho.

Se são jaulas não é certo;
mais perto estão das gaiolas
ao menos, pelo tamanho
e quadradiço de forma.

Umas vezes, tais gaiolas
vão penduradas nos muros;
outras vezes, mais privadas,
vão num bolso, num dos pulsos.

Mas onde esteja: a gaiola
será de pássaro ou pássara:
é alada a palpitação,
a saltação que ela guarda;

e de pássaro cantor,
não pássaro de plumagem:
pois delas se emite um canto
de uma tal continuidade.

15. Jorge de Lima (1893-1953)

Jorge de Lima

Poeta brasileiro modernismo nascido em Alagoas, Jorge de Lima ficou conhecido como “príncipe dos poetas alagoanos”. Grande destaque da segunda geração modernista no Brasil, além de poemas, ele escreveu romances, peças de teatro e ensaios.

Mulher proletária

Mulher proletária — única fábrica
que o operário tem, (fabrica filhos)
tu
na tua superprodução de máquina humana
forneces anjos para o Senhor Jesus,
forneces braços para o senhor burguês.

Mulher proletária,
o operário, teu proprietário
há de ver, há de ver:
a tua produção,
a tua superprodução,
ao contrário das máquinas burguesas
salvar o teu proprietário.

16. Ariano Suassuna (1927-2014)

Ariano Suassuna

Poeta brasileiro paraibano, Suassuna foi idealizador do movimento armorial, com foco na valorização das artes populares. Teve destaque na literatura de cordel e além de poemas, escreveu romances, ensaios e obras de dramaturgia.

Aqui morava um rei

Aqui morava um rei quando eu menino
Vestia ouro e castanho no gibão,
Pedra da Sorte sobre meu Destino,
Pulsava junto ao meu, seu coração.

Para mim, o seu cantar era Divino,
Quando ao som da viola e do bordão,
Cantava com voz rouca, o Desatino,
O Sangue, o riso e as mortes do Sertão.

Mas mataram meu pai. Desde esse dia
Eu me vi, como cego sem meu guia
Que se foi para o Sol, transfigurado.

Sua efígie me queima. Eu sou a presa.
Ele, a brasa que impele ao Fogo acesa
Espada de Ouro em pasto ensanguentado.

Veja também: Ariano Suassuna

17. Carolina de Jesus (1914-1977)

Carolina de Jesus

Poetisa mineira, tinha pouca instrução, mas uma grande paixão pelas letras. Ficou conhecida com a publicação dos manuscritos que contavam o dia a dia na favela em que vivia.

Sonhei

Sonhei que estava morta
Vi um corpo no caixão
Em vez de flores eram Iivros
Que estavam nas minhas mãos
Sonhei que estava estendida
No cimo de uma mesa
Vi o meu corpo sem vida
Entre quatro velas acesas

Ao lado o padre rezava
Comoveu-me a sua oração
Ao bom Deus ele implorava
Para dar-me a salvação
Suplicava ao Pai Eterno
Para amenizar o meu sofrimento
Não me enviar para o inferno
Que deve ser um tormento

Ele deu-me a extrema-unção
Quanta ternura notei
Quando foi fechar o caixão
Eu sorri… e despertei.