sábado, 13 de agosto de 2011

TONICO E TINOCO

BRASIL UM MANANCIAL DE GENIOS, HOMENS SEM LEITURA  E COM MUITA CULTURA QUE  ALAVANCARAM ESTE BRASIL COM A SUAS VOZES,  TOCANDO O CORAÇÃO DESTE POVO SOFRIDO, VEJAM OS IRMÃOS TONICO E TINOCO,MERGULHEM NA HOSTÓRIA DESTES HOMENS E ENTENDAM O  QUE É BRASIL.   ELES FIZERAM O BRASIL DE HOJE,SE ORGULHEM DESTES MENESTREIS, HOMENS SIMPLES QUE PLANTARAM O BRASIL PELO MUNDO, DANDO FRUTOS QUE OJEM INUNDAM ESTE PAIS DE MILHARES DE CANTORES, MUITOS BONS E OUTROS QUE ENVEREDARAM PELO MUNDO PECUNIÁRIO SAINDO E ABANDONANDO  A RAIZ.  TONICO E TINOCO :RELIQUIAS DESTE BRASIL ,RELIQUIA DE UM POVO, PROPRIEDADE DA NAÇÃO. 


 IdervaLReginaldoTenório

TONICO E TINOCO,
A DUPLA CORAÇÃO DO BRASIL


Dupla sertaneja formada por João Salvador Perez, o "Tonico" (São Manuel-SP,em 02 de março de 1917) e José Perez, o "Tinoco" (nascido em uma fazenda de Botucatu - SP, que hoje pertence ao município de Pratânia, em 19 de novembro de 1920).
Em 1930, quando a família Perez trabalhava na fazenda Tavares, em Botucatu, os dois irmãos ouviram discos da série caipira de Cornélio Pires; João frequentava a escola rural e dava lições para os colonos mais velhos.Dos amigos cobrava um litro de querosene por mês (para manter os lampiões da sala de aula), mas dificilmente recebia alguma ajuda.
José,o mais levado, gostava de caçar passarinhos com arapucas(depois os soltava), de brincar com amigos do arraial e aos sábados vestia-se de coroinha para ajudar a celebração da Missa. Após a cerimônia acompanhava o Padre nas refeições, e voltava para casa levando alimento para os irmãos.
O gosto pela cantoria veio dos avós maternos Olegário e Izabel, que alegravam a colônia com suas canções, ao som de uma antiga sanfona. A primeira música que aprenderam foi Tristeza do Jéca em 1925. Em 15 de agosto de 1935 fizeram a primeira apresentação profissional. Cantaram na Festa da Aparecidinha/São Manuel, em uma quermesse. Junto com o primo Miguel, formavam o "Trio da Roça".
Salvador e Maria do Carmo,
pais de Tonico e Tinoco.
Em 1931, Tonico e Tinoco moravam em Botucatu (SP), na fazenda Vargem Grande, de Petraca Bacci, com os pais, Salvador Perez - um espanhol de Léon, na Astúrias espanhola, chegado ao Brasil criança, em 1892 e Maria do Carmo, uma brasileira descendente de negros com bugres. A exemplo de outras crianças da época, os dois garotos, mal aprenderam a falar, já eram cantadores das modas de viola. Aprendiam as letras com Virgílio de Souza, violeiro das redondezas.
Tonico e Tinoco participavam das primeiras serenatas, alegravam festas e bailes de São João. Nas colônias enfeitadas de bandeirinhas, comiam batata-doce assada na brasa, pamonha, milho verde e bebiam quentão. "Os rapazes trabalhavam o ano inteiro para fazer bonito nos bailes, junto às caboclinhas", conta Tinoco. "Nós lá de calça cumprida, camisa xadrez e as botas penduradas nas costas para não estragar o solado. As meninas com seus vestidos de chita dançavam de pés descalços e com uma flor no cabelo cheirando a gostosa." A esperança dos moços e das moças era arrumar um namoro. Foi num desses bailes que Tonico conheceu e apaixonou-se por Zula, filha do administrador da fazenda, Antônio Vani. O pai proibiu o namoro e magoado, Tonico compôs Cabocla.Naqueles anos 30 só existiam 65 emissoras de rádio e 30 mi1 aparelhos receptores em todo o país, para uma população de 35 milhões de pessoas. Como não havia rádio na região, o conjunto ficou famoso. Mas Tonico e Tinoco só cantavam em dupla nas horas vagas ou nas folgas do trabalho, quando a turma parava para tomar café. Cantavam as modas de viola de Jorginho do Sertão, um autor imaginário, que utilizavam para assinar suas canções, que falava da crise no país com as revoluções de 1930 e 1932.

As irmãs: Antonia, Rosalina e Aparecida.

No fim do ano agrícola de 1937, os Pérez decidiram, com outras famílias, tentar a vida na cidade de Sorocaba (SP). As irmãs Antonia, Rosalina e Aparecida foram trabalhar na fábrica de tecidos Santa Maria. Tonico foi ser servente na Pedreira Santa Helena, fábrica do cimento Votorantim. Tinoco virou engraxate na Estação Sorocabana e
O irmão Chiquinho, cantor e humorista.
Chiquinho engajou-se na construção da Rodovia Raposo Tavares, que liga o sul de São Paulo ao Mato Grosso do Sul. A crise econômica do país chega ao auge. Getúlio Vargas implanta a ditadura do Estado Novo. Adolf Hitler invade e ocupa a Tchecoslováquia e depois a Polônia. Começa a Segunda Guerra Mundial.
A vida em Sorocaba fica insuportável, nada dá certo para os Pérez e eles decidem retornar ao campo, agora para a fazenda São João Sintra, em São Manoel (SP). A volta, contudo, possibilitou aos irmãos Perez a primeira chance de cantar numa Rádio. O administrador da fazenda, José Augusto Barros, levou-os para cantar na Rádio Clube de São Manoel - ainda hoje lá, na rua Coronel Rodrigues Alves, no centro da cidade. Assim, até o final de 1940, eles ficam trabalhando na roça durante a semana e aos domingos cantam na emissora da cidade. Só por amor à arte, sem ganhar. As dificuldades levaram os Pérez a uma derradeira migração.
Em janeiro de 1941 chegam, de mala e cuia - quatro sacos com os trens de cozinha e duas trouxas de roupa - a São Paulo. À falta de profissão, as meninas foram trabalhar em casa de família, Tinoco num depósito de ferro-velho, Chiquinho na metalúrgica São Nicolau e Tonico, sem outra alternativa, comprou uma enxada e foi ser diarista nas chácaras do bairro de Santo Amaro. Os tempos duros da cidade grande tinham lá sua compensação, principalmente nos domingos, quando a família ia ao circo, na rua Lins de Vasconcelos no então pacato bairro do Cambuci. Num desses espetáculos, os manos conheceram pessoalmente Raul Torres e Florêncio, a dupla de violeiros mais famosa de São Paulo e que depois,com Rielli na sanfona, formaram na Rádio Record o famoso trio "Os Três Batutas do Sertão.A Rádio Record era do doutor Paulo Machado de Carvalho, que seria chamado "Marechal da Vitória" quando chefiou as seleções brasileiras de futebol campeãs do mundo em 1958 e 19ó2. Depois conheceram Teddy Vieira - um paulista de Itapetininga que produziu um formidável acervo de 500 músicas sertanejas da melhor qualidade - Palmeira e Piraci, artistas exclusivos da Rádio Difusora, no programa "Arraial da Curva Torta", Zé Carreiro e Carreirinho,os quais surgiram em 1950, por intermédio de Tonico e Tinoco que queriam gravar a moda "Canoeiro" deles e os quatro fizeram um acordo: deixariam Tonico e Tinoco gravar a moda se os mesmos arrumassem um contrato na gravadora para eles gravarem também; existiam no país 76 emissoras de rádio e mais de 1,5 milhão de aparelhos receptores. Era ao redor desses aparelhos que o país todo se debruçava para acompanhar nervosamente o noticiário da guerra pelo Repórter Esso. Anunciado como "testemunha ocular da História", esse noticioso foi o primeiro radiojornal a utilizar técnicas modernas no país e era transmitido pelas rádios Nacional (Rio) e Record (SãoPaulo).
Em São Paulo, inscreveram-se no programa de calouros comandado por Chico Carretel (Durvalino Peluzo), na Rádio Emissora de Piratininga.

A dupla, quando venceu o concurso da Difusora. E o auditório dizia: Estes sim que imitam o caipira de verdade!...

O capitão Furtado, que estava sem violeiro em seu programa Arraial da Curva Torta, na Rádio Difusora, promoveu então concurso para preencher a vaga: os dois irmãos, formando a dupla "Irmãos Perez", cantaram o cateretê "Tudo tem no sertão" (Tonico). Classificados para a final, interpretaram de Raul Torres e Cornélio Pires, (esse último um radialista e pesquisador que foi pioneiro no estudo da vida sertaneja, especialmente a paulista, e que deixou uma extensa obra a respeito.) "Adeus Campina da Serra". Quando terminaram, o auditório aplaudiu de pé, em meio a lágrimas. Todos pediam bis àquela dupla que cantava diferente, com afinação, fino e alto. Todos os outros violeiros foram abraçá-los. O cronômetro marcava 190 segundos de aplausos, contra apenas 90 segundos da dupla segundo colocada.
Outra citação importante é que tomaram parte desse concurso junto com os Irmãos Perez, duplas profissionais, conhecidas do Rádio como Nhô Nardo e Cunha Junior, Serra Morena e Cafezal, mas o primeiro lugar estava reservado para nossa querida dupla.
No dia seguinte o Trio da Roça estava contratado pela Rádio Difusora, que naquele período havia sido comprada pela Tupi, parte de ofensiva do jornalista Assis Chateaubriand para formar uma poderosa rede de veículos de comunicação - os Diários e Emissoras Associados. Três meses depois o contrato foi renovado por dois anos e o salário foi acertado em cruzeiros, a nova moeda que aposentara os réis. Eram 1.200,00 uma fortuna, comparado ao salário mínimo, da época, de 280,00. Já sem o primo Miguel, eles eram apenas os irmãos Pérez. Um dia, durante um ensaio do programa Arraial da Curva Torta, o Capitão Furtado - de batismo Arioswaldo Pires, sobrinho de Cornélio Pires , apresentador do programa e também lendário divulgador da música sertaneja - disse que uma dupla tão original, com vozes gêmeas, não poderia ter nome espanhol. Batizou-os, na hora, de Tonico e Tinoco. clique aqui para ver o filme deste "batizado"
A divulgação nos programas da rádio transformava a dupla em sucesso imediato, fazendo surgir dezenas de convites para shows. A primeira apresentação dessas foi no cine Catumbi, em São Paulo, hoje transformado em uma casa de forró sertanejo. Depois rumaram para o interior, em excursões que demoravam uma, duas, às vezes, três semanas. Entravam pelo interior paulista de Taquaritinga, Santa Adélia e seguiam de trem por toda a linha araraquarense. Na Mogiana, passavam por Brodosqui, Franca e terminavam em Ribeirão Preto. Apresentavam-se em cinemas, clubes e até em pátios vazios de armazéns. Quando terminaram a primeira excursão, no Circo Biriba, em Ribeirão Preto, fizeram a partilha do lucro: quatro mil e quinhentos cruzeiros para cada um.
A dupla estreou em disco, na Continental, em 1944, com o cateretê "Em vez de me agradecê" (Capitão Furtado, Jaime Martins e Aimoré)e que foi lançada em 07/45). Na gravação de "Invés de me Agardecê" ocorreu um fato inusitado, pois eles a gravaram e em seguida, quando foram gravar o lado B do disco soltaram a voz tão alto, da forma como cantavam lá na roça e estouraram o microfone . Como o processo de gravação era algo muito caro, o disco saiu apenas com um lado, mas como punição a dupla precisou ficar seis meses fazendo aula de canto para educar a voz e voltar a gravar. Por isso que o lançamento do primeiro 78 rpm para o segundo é curto pois eles gravaram a primeira moda ainda em 1944. Bem sucedida com essa gravação, que serviu de teste, gravou seu primeiro disco completo, a moda-de-viola "Sertão do Laranjinha", motivo popular adaptado pela dupla e Capitão Furtado, e "Percorrendo o meu Brasil" (com João Merlini), que foi sucesso imediato. No ano seguinte (1946)o sucesso definitivamente chegou com "Chico Mineiro" (Tonico/Francisco Ribeiro). Com o sucesso de Chico Mineiro a dupla consagrou-se definitivamente e tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do Brasil. Uma curiosidade: quando Tonico e Tinoco foram gravar Chico Mineiro a gravadora havia informado que esse seria o último disco da dupla, pois eles já haviam gravado 5 discos e existia sempre uma reclamação dos ouvintes com relação a dupla, alegavam que não era possível entender a pronuncia deles nas letras das músicas, os fãs não entendiam o que eles estavam dizendo, aí surgiu Chico Mineiro e tudo mudou, inclusive com o dinheiro que eles ganharam com essa música conseguiram comprar sua 1ª casa para viver com a família. Desde então, tornou-se a dupla sertaneja mais famosa do país.
Ao final da Segunda Guerra, o número de emissoras de rádio saltou para 117, e os aparelhos receptores eram 3 milhões. Tonico e Tinoco estão agora na Rádio Nacional de São Paulo onde nasceu um de seus mais marcantes programas. Um dia, o auditório estava ocupado com um ensaio e como eles precisavam entrar no ar, puxaram os microfones para fora e fizeram a apresentação do corredor. O locutor Odilon Araújo perguntou de onde o programa estava sendo transmitido e Tinoco respondeu: "Da Beira da Tuia". O nome ficou. Com o término da guerra consolidou-se a influência cultural norte-americana em várias partes do planeta, no Brasil inclusive. As grandes orquestras pontificavam com o swing e sua versão mais dançável, o fox-trot. A parte brilhante do Brasil era o Rio de Janeiro, embora a pedra mais vistosa de sua coroa, o cassino da Urca, já não faiscasse mais, ofuscada pela proibição do jogo, em 1946.
Nos anos 40 na São Paulo provinciana ainda havia espaço, via ondas de rádio, para programas sertanejos de grande prestígio: "Manhã na Roça" de Chico Carretel, na Cruzeiro do Sul; "Arraial da Curva Torta" do Capitão Furtado, na Difusora e "Alma Cabocla" do Nhô Zé, na Nacional. Nos turbulentos anos 40 já existiam boas duplas e que dividiam popularidade com Tonico e Tinoco assim como, Raul Torres e Florêncio (1942), Serrinha e Caboclinho (1942), Alvarenga e Ranchinho (1934), Irmãs Castro (1948), Zé Fortuna, Pitangueira e Coqueirinho (1949), Sulino e Marrueiro (1949).
Tonico e Tinoco, em 1945.
No início dos anos 50 a música sertaneja obteve sua época de ouro e Tonico e Tinoco continuavam absolutos. Programas famosos surgiram nessa década como: "Brasil Caboclo" do Capitão Barduíno, "Onde Canta o Sabiá" do Comendador Biguá e "Serra da Mantiqueira" com Zacarias Mourão na Bandeirantes. Quase todos os grandes nomes da música sertaneja surgiram nessa década: Zé Carreiro e Carreirinho (1950), Zico e Zeca (1952), Irmãs Galvão (1954), Tião Carreiro e Pardinho (1956), Liu e Léu (1957), Craveiro e Cravinho (1959) e muitas mais, mas sem dúvida nenhuma Tonico e Tinoco eram "Os Expoentes Máximos da Música Sertaneja". Apesar da popularidade o trabalho para dupla sertaneja era garantido, porém limitado aos circos somente. Felizmente nessa época apenas em São Paulo estavam baseados cerca de 200 circos que iam ao interior para apresentação dos ídolos sertanejos do rádio.
Quer ouvir na voz da dupla Tonico e Tinoco sua saudação matinal diária para o programa "Onde canta o sabiá", do Capitão Barduino, na famosa Rádio Bandeirantes? Clique aqui




A dupla começou a acumular sucessos no longínquo 1946 com Chico Mineiro (Tonico/Francisco Ribeiro). Ainda na época do 78 rpm, na Continental, fizeram sucesso e imortalizaram páginas como “Boiadeiro do Norte” (Zulmiro) em 1951, “Fim de Baile” (Tonico/Zé Paioça) em 1954 e “Maldita Cachaça” (Tonico/Ana Maria Pereira/Capitão Furtado) em 1956. Em 1955 gravam de Mário Vieira com a participação especial de Araci de Almeida, os cateretês “Tô Chegando Agora” e Ingratidão.”
Tonico e Tinoco mostram o primeiro LP da dupla:
"Com suas Modas Sertanejas"
(1958).
No ano de 1960 transferem-se para a Philips e permanecem lá até 1963 onde gravam “Canta Moçada” (Tonico/Nhô Fio), Boiada (Zé Paioça) e Moreninha Linda (Tonico/Priminho/Maninho) em 1960. “Morão da Porteira” (Raul Torres/João Pacífico) e “Chofer de Caminhão” (Tonico/Ado Benatti) são sucessos de 1962. No último ano na Philips lançam 02 LP´s e emplacam com “Gaúcho Alegre” (Tonico/Zé Carreiro).
Em 1961 estréiam no Cinema com o filme “Lá no Meu Sertão” de Eduardo Llorente, filme baseado na vida e obra de Tonico e Tinoco. No final de 1960 a dupla recebera um golpe quase mortal, quando Tonico, tuberculoso desde 1940, precisou ser internado num hospital em Campos do Jordão/SP, cedendo lugar para o irmão Chiquinho tanto nos shows, quanto nos programas de rádio e gravações de discos. Tonico fez uma cirurgia e um tempo depois deixou o hospital com a certeza que não voltaria mais a cantar. Tinoco, através da Rádio Nacional onde faziam o programa, pediu para os fãs rezarem pela saúde de Tonico, o qual ficou curado, e voltou a cantar com mais força e beleza. Em devoção a Nossa Senhora Aparecida, a quem a dupla atribuiu sua cura, construíram na Vila Diva em São Paulo/SP uma capelinha que recebe romeiros e devotos até hoje.
Reestréia da dupla, na Rádio Nacional de São Paulo, em 1964, após o tratamento de Tonico, em Campos do Jordão.
No ano de 1964, já com 20 anos de carreira, Tonico e Tinoco voltam para a Continental e lançam de sua autoria “Arrasta-pé na Tuia” e “Baianinha”. Nesse mesmo ano são contratados pela Chantecler onde permanecem até 1966 e lançam 05 LP´s destacando-se “Rei dos Pampas” (Raul Torres) e “Pinho Sofredor” (Fêgo Camargo/Capitão Furtado) em 1964. “Brasil Caboclo” (Tonico/Walter Amaral), “Beijinho Doce” (Nhô Pai) e “As Três Cuiabanas” (Zé Carreiro/Carreirinho ) são sucessos de 1965. Nesse mesmo ano filmam “Obrigado à Matar” de Eduardo Llorente, um filme baseado na lenda do Chico Mineiro. No ano de 1966 lançam “Adeus Mariana” (Pedro Raimundo), “Curitibana” (Tonico/Pirigoso) e “Artista de Circo” (Zé Tapera) com estrondoso sucesso.
Sempre com grande sucesso, no ano de 1967 são contratados com exclusividade pela RCA-Victor já de imediato “estourando” com “Viola Cabocla” (Tonico/Piraci). Ficaram nessa gravadora apenas dois anos: 1967 e 1968. Apesar de pouco tempo na RCA-Victor, fizeram sucesso com “Seresteiro do Sertão” (Tonico/Garrafinha) em 1967. Já em 1968 gravaram “Querer Bem” (Irmãos Motta), “Pé da Letra” (Tonico/Augusto Autran), “Carreiro Triste” (Tonico/Bolinha), “Canoeiro do Mar” (Tonico/Alencar) e “Presépio” (Tonico), assim foi sua memorável passagem pela etiqueta do cachorrinho, onde suas músicas são relançadas e permanecem em catálogo até hoje.
Ano de 1969, novas mudanças na carreira de Tonico e Tinoco, eles estréiam na Rádio Bandeirantes onde permanecem até 1983. Voltam a pertencer ao Cast da Continental, gravam 04 Lp´s nesse ano, dois deles em comemoração ao aniversário de carreira da dupla: “26 Anos de Glória” gravado no Teatro da Rádio Bandeirantes com a apresentação do Carlito e “27 Anos” onde gravam antigos sucessos imortalizados nas vozes de grandes intérpretes, tais como, “Maringá” (Joubert de Carvalho), “Chuá, Chuá” (Pedro de Sá Pereira/Ary Pavão), “Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense).
No cinema, em 1969, fizeram “A Marca da Ferradura” de Nelson Teixeira Mendes.
Raul Torres e Florêncio foram desde 1942 ídolos da música caipira, os próprios Tonico e Tinoco se espelharam na dupla no início da carreira. Raul Torres (Vide Link Compositores) ao lado de João Pacífico foram uma das maiores duplas de compositores que já existiram no gênero caipira. Em 1970 Tonico e Tinoco resolvem lançar um LP intitulado “Recordando Raul Torres” em homenagem a esse grande ídolo. Conseguiram a autorização para gravar as músicas, entre elas, “Moda da Mula Preta”, “Pingo d´Agua” e “Chico Mulato” (Raul Torres/João Pacífico), mas infelizmente Raul Torres não chegou a ouvir as gravações, tendo falecido dois meses antes.
Em 1971 lançaram “Chalana” (Mário Zan/Arlindo Pinto) e vários sucessos em homenagem ao Mato Grosso e ao Paraguai no LP “Laço de Amizade”. Gravaram em referência a famosa estrada do norte do Brasil, “Transamazônica” (Tonico/Caetano Erba) e em homenagem a sua terra natal, São Manoel/SP “Minha Terra, Minha Gente” (Tonico). Filmaram ainda nesse ano “Os Três Justiceiros” de Eduardo Llorente, uma espécie de bang-bang, sem muito sucesso.
Em 1972, já com um enorme prejuízo, filmam “Luar do Sertão” de Osvaldo de Oliveira e desistem da carreira de atores. Quase faliram nessa incursão pelo cinema. Mazzaropi fazia sucesso e fortuna pois produzia, distribuía e fiscalizava seus filmes, já Tonico e Tinoco sem condições de ter um fiscal na porta de cada cinema onde seus filmes eram exibidos, foram passados para trás, arcando com um prejuízo imenso.
Em 1979, precisamente no dia 6 de junho, Tonico e Tinoco fazem o que nenhum caipira havia sonhado: apresentam-se no Teatro Municipal, em São Paulo, num show de três horas que reúne um público recorde de 2.500 pessoas. Da beira da tuia, celeiros centenários onde cantavam no passado, os irmãos Perez chegavam a um dos mais famosos teatros do mundo, que até então só abria suas portas para óperas, balés e concertos eruditos.
Tonico e Tinoco, com uma enorme pilha de correspondência dos inúmeros fãs.
Permaneceram na Continental até 1982, emplacando vários sucessos. Nesse ano resolvem ir para a Copacabana onde mudam seu repertório, passam a gravar músicas mais alegres, arrasta-pés divertidos e Nadir Perez, esposa de Tinoco passa a assinar várias músicas com a dupla. Gravam Loira, Loirinha (Tonico,Tinoco e Nadir), “Cidade Grande” (Pelé) em 1982 e “Baile na Roça” e “Viva a Viola” de Tinoco e Nadir em 1983. No ano de 1983 estréiam o programa “Na Beira da Tuia” na TV Bandeirantes e lançam o filme “O Menino Jornaleiro”, só que dessa vez como co-produtores.
Em 1984 participam do filme“A Marvada Carne” de André Klotzel, como convidados especiais e voltam para a Chantecler que nessa época já havia feito a fusão com a Continental e passaram a ser uma só, onde lançam Rei dos Boiadeiros (Tinoco/Nadir). Em 1987 é sucesso Festa na Roça (Tinoco/Nadir). No ano de 1988 gravam “Caipirinha do Arraiá” (Tinoco/Nadir).
Em 1989 voltam para a Copacabana e gravam “Mãe Natureza” (Tinoco/José Carlos). Nesse disco Tonico já se encontrava bastante debilitado mas continuava sua carreira maravilhosa. Em 1991 na RGE gravam “Juventude no Arrasta-pé” (Tinoco/Nadir).
No ano de 1994 na Polygram com a produção de José Homero e Chitãozinho gravam seu último trabalho, onde destaca-se “Coração do Brasil” (Joel Marques/Maracaí) com participação especial de Chitãozinho & Xororó e Sandy & Júnior, e “Chora Minha Viola” (Nilsen Ribeiro/Geraldo Meirelles).
Cantando em todos os canais de televisão de São Paulo, com programa exclusivo na TV Bandeirantes, a dupla excursionou pelos Estados do Centro e Sul do país. Vale citar que Tonico e Tinoco tinham uma aceitação fenomenal na região Sul do Brasil, uma região marcada pelo seu tradicionalismo mas que sempre teve as portas abertas para Tonico e Tinoco. A dupla por sua vez em todos Lp´s sempre homenageava a região Sul com músicas e o público lhe era fiel por isso. A viola e o violão deles sempre possuiu uma harmonia perfeita com a "Cordeona" dos gaúchos, catarinenses e paranaenses. Sempre preferiu, entretanto, as estações de rádio, onde atuou com programas exclusivos na Tupi, Nacional e Bandeirantes, de São Paulo.
Tonico faleceu em 13 de agosto de 1994 e a partir de então, sem arrefecer, Tinoco e Tinoquinho, continuam a nos encantar com suas modas inesquecíveis!
Finalizando esta biografia, em um belo e rico resumo, podemos afirmar que Tonico e Tinoco, a maior dupla sertaneja de todos os tempos, foram protagonistas dos eventos abaixo descritos, ao longo de sua belíssima carreira de 60 anos:
- Quase 1000 gravações divididas em 83 discos de 78 rpm, 14 compactos Duplos, 09 Compactos Simples e 84 LP´s de 33 rpm. A era dos CD´s a dupla não acompanhou devido ao falecimento do Tonico em 1994, mas mesmo assim as gravadoras a que eles pertenceram já lançaram no mercado um total de 60 CD´s. Tonico e Tinoco venderam mais de cento e cinqüenta milhões de cópias, realizando cerca de 40.000 apresentações em toda a carreira.
- Participaram de sete filmes de longa metragem:

"Lá no Meu Sertão", com direção de Eduardo Llorente, 1961.




“LÁ NO MEU SERTÃO”



Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda
Produção: João Salvador Perez e José Perez
Produção Executiva: Eduardo Llorente
Duração: 89 minutos (Preto e Branco)
Categoria: Drama
Ano: 1963
Filmagens: Descalvado - SP; Fazenda da Lagoa Alta e Fazenda Santa Maria

Sinopse:  Numa fazenda, com casas de pau-a-pique, planícies, cachoeiras e lago moram Glorinha, 
filha de fazendeiros, e José, filho de colonos da fazenda e os dois jovens apaixonam-se. 
Janjão, também filho de fazendeiros é apaixonado por Glorinha e pede a moça em casamento, 
porém ela o rejeita  provocando com isso uma luta entre os rivais.
Os irmãos João (Tonico) e José (Tinoco) partem com a família para São Paulo para participarem 
num concurso promovido pelo programa “Arraial da Curva Torta” pela Rádio Difusora. 
Devido ao sucesso, a dupla passa a percorrer outros Estados e participar de programas de auditório 
(Rádio Nacional) ganhando o sucesso e a fama.
O filme trata com muita propriedade da própria história da dupla Coração do Brasil – Tonico e Tinoco.

Elenco:

Tinoco
Tonico
Figueiredo, Maximira
Chiquinho
Marçal, Liria
Martins, Wanderley
Militello, Humberto
Fernandes, Linda
Tito Neto
Nhá Barbina
Nhô Zé
Pirolito
Dandrello, Iracema de
Castro, Alberto de
Batista, Enoque
Ferreira, Paulo
Priminho
Rosa, José
Torrinha
Filizola, Pedro
Jorge, Rogerio
Diniz, Carla
Aparecida, Ilze
Gavino, Luiz
Camargo, Benedito
Souza, Osvaldo de
Gomes, Carlos
Bigua
Biguasinha



"Obrigado a Matar", com direção de Eduardo Llorente, 1965.
“OBRIGADO A MATAR... (Baseado na lenda de Chico Mineiro)” Sinopse: Já é quase noite. Compadre Tião (Tonico), velho boiadeiro, percorre com poucas cabeças de gado aqueles sertões de Goiás. Relembra os velhos tempos e revive, naqueles caminhos, sua juventude. Foi por aqueles campos que Chico Mineiro viveu! Isso aconteceu há muitos anos atrás. Honório Aragão, rico boiadeiro, após acampar seus animais num dos “pousos” seguiu para a cidade. Mal sabia que estava sendo vigiado e quase prestes a ser atacado pelo mais temível bandoleiro da região, Primo Barbosa, desejoso de apoderar-se de sua bolsa. Felizmente, na cidade a indiscrição de um dos “capangas” de Primo Barbosa fez com que a notícia do assalto chegasse aos ouvidos do valente peão Chico Mineiro (Tinoco), de quem afirmavam que só matava em defesa própria ou daqueles que amava. Chico Mineiro então, no exato momento em que Honório estava sendo atacado salvou-lhe a vida. E, deste dia em diante os dois homens não mais se separaram. Mas, Chico era um tipo estranho e Honório, embora sendo-lhe muito grato temia-o. O peão falava em não matar e matava; falava constantemente em Deus e violava suas leis. Chico Mineiro desde menino fora “obrigado a matar” e, por isso ficara marcado! Um dia, quando os dois boiadeiros atravessavam o rio, avistaram à margem terrível cena: atado a uma árvore, um jovem estava sendo brutalmente espancado por outro indivíduo. Honório, enraivecido, enfrentou o malfeitor subjugando-o e, qual não foi sua surpresa ao verificar que o moço maltratado era uma jovem mulher; Marta! Com a morte do pai, Arruda, irmão de Marta, assumira a chefia da família, tornando-se autêntico déspota. Sabedor dos amores de Marta e Olegário, filho de um seu antigo desafeto, Arruda mutilara-o barbaramente e, perante a revolta de Marta, decidira castigá-la também, quando imprevistamente surge Honório. Agora, já eram três: Chico, Honório e Marta. Durante a caminhada para Barretos, a jovem tentou por todos os meios conquistar as boas graças de Honório, vendo nele o instrumento ideal para sua vingança contra o irmão. Chico Mineiro, adivinhando as intenções de Marta, temia por Honório, advertindo-o a respeito. Arruda, por sua vez, prosseguia perseguindo o grupo, provocando inclusive um estouro da boiada, momento em que Honório chegou quase a matá-lo, não fosse a intervenção de Chico, leal seu companheiro. Numa noite fria, usando o blusão de Honório, Chico Mineiro iniciava sua ronda costumeira pelo acampamento. Arruda, escondido à espreita de hora propícia, vislumbrando apenas uma silhueta que pensou ser de Honório, assassinou barbaramente, o valente peão. Sua morte surpreendeu a todos, consternando-os profundamente. Mais chocado ainda ficou Honório Aragão ao descobrir através de documentos que Chico era seu legítimo irmão, aquele irmão que conforme lhe contava sua mão, saíra um dia de casa para não mais voltar. Iniciou então, intensa perseguição contra Arruda, impelido sobretudo por Marta. Mas, certo dia caiu em si, perguntando-se se caberia a ele fazer justiça com suas próprias mãos. A jovem também se arrependeu. E, no instante em que os dois homens se defrontaram armados, Marta, interferindo na luta foi mortalmente ferida. O mesmo sucedeu a Arruda que, talvez por vontade divina, encontrou a morte em sua própria arma. Honório, desde então, tendo vendido todos os seus pertences, embrenhou-se sertão adentro e dele nunca mais se soube. Compadre Tião continua relembrando. Aquela cruz humilde marca a sepultura de Chico Mineiro. E a noite caí por completo. FICHA TÉCNICA Data e local de produção Ano: 1965 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Certificados Certificado de Censura Federal 26.110 de 15.10.1965, livro 5, 3 cópias, 16mm, 3.073m,proibido para menores de 14 anos.Certificado de Censura Federal 26.118 de 15.10.1965, livro 5, 127m, trailer, 9 cópias, 35mm, trailer, proibido para menores de 14 anos. Produção Companhia(s) produtora(s): Cinematográfica Cruzeiro do Sul Ltda. Produção: Perez, João Salvador; Perez, José Produção executiva: Llorente, Eduardo Assistência de produção: Moreira, Pedro L. Gerente de produção: Filizzola, Pietro B. Distribuição Companhia(s) distribuidora(s): B.G. Filmes Ltda. Argumento/roteiro Roteiro: Llorente, Eduardo Diálogos: Perez, João Salvador Adaptação: Perez, João Salvador; Llorente, Eduardo Direção Direção: Llorente, Eduardo Assistência de direção: Martini, Martino Fotografia Direção de fotografia: Attili, Giorgio Assistência de câmera: Kolozsvari, Gyula; Toloni, Pedro Carlos Arranjos musicais: Migliori, Gabriel Elenco Tonico e Tinoco Rony, Mirian Nabuco, Maurício Karan, Jorge Castro, Alberto Chiquinho Martins, Wanderley Perez, Elcio Castro, Alberto de Carvalho, Genê Martins, Isa Souza, Durvalino de Paula, Glória de Lima, Nestor Oliveira, Douglas de Fernandes, Linda Lins, Ivone de Labella, Cilene Costa, Noel Dias, Cristobal Simão, Antonio Barreto, Roberto Chaud, Cláudio Nhô Quitério Pirajá Carvalho, José de Oliveira Portiolli, Cláudio Passaia, José Hreczynski, Franz Santos, Edwaldo Costa, José Celestino da
"A Marca da Ferradura",com direção de Nelson Teixeira Mendes, 1969. A MARCA DA FERRADURA Data e local de produção: Ano: 1971 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Sinopse: Um homem cruel, que matara a mulher por ciúmes e que odeia a filha cega, domina a região rural do interior de São Paulo. Regressando à cidade depois de muitos anos, Tonico e Tinoco disfarçam-se em mascarados e procuram fazer justiça. O homem cruel, num último acesso de fúria, se converte quando a filha, no altar de Nossa Senhora, recupera a visão. Gênero: Musical; Sertanejo Dados de produção: Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes Produção: Mendes, Nelson Teixeira Direção de produção: Moreira, José Paulo Companhia(s) distribuidora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes Autoria: Oliveira Filho e Tonico Roteirista: Luchetti, Francisco Rubens Estória: Baseada em peça teatral Marca da Ferradura, A de Oliveira Filho e Tonico Direção: Mendes, Nelson Teixeira Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo Câmera: Lombardi, Guglielmo Montagem: Wani, Walter Cenografia: Boy, Big Música (Genérico): Mastroianni, Giuseppe Identidades/elenco: Tonico Tinoco Chiquinho Leforet, Nelson Galã, José Leme, Cecília Campanha, Silvia Maria Matos, Antônio Eugênio Alan, Joia Magalhães, Faria Silva, Zélia Santos, Eduardo de Oliveira - Cel. Simões, June Souza, Berenice Borges, Valda Lancer, Roy Barreto, Roberto Casseca, Arnaldo Vieira Pires, Aparecida Firmino Arouasse, Elie Robert Inellas, Gabriel Zaccaria Rizzo, Sebastião Leal, Lourdes Leal, Léa Carijo, Luciano Fernandes, Jota Soares, Flávio Augusto Dandoro, Joane Participação especial Moraes, Ruthinéa de
"Os Três Justiceiros", com direção de Eduardo Llorente, 1971. OS TRÊS JUSTICEIROS Data e local de produção: Ano: 1972 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Sinopse: "Bento de Souza, devoto de São João, em cuja honra promove anualmente festas famosas, não é correspondido por sua esposa, Inocência, que o trai com Trindade, um homem vadio e asqueroso que vive às custas do próprio Bento. Naquele ano, revoltado com os boatos a seu respeito, Bento resolve dar sua última festa e expulsar Trindade de casa. Mas nem assim terminam suas desgraças. O "coronel" Tancredo, homem de baixos instintos e sem escrúpulos, apaixona-se por Jurema, filha mais nova de Bento, e planeja raptá-la. Mas Serapião, namorado de Candinha, outra filha de Bento, consegue salvar Jurema da trama. Defende-a contra os capangas de Tancredo que, furioso, ataca o lugar, disposto a aniquilar Bento. Avisado por amigos de Serapião, Tonico e Tinoco, com a ajuda de Chiquinho, formam o trio de justiceiros que vêm em socorro de Bento, restabelecendo a ordem no vilarejo." Gênero: Aventura rural Dados de produção: Companhia(s) produtora(s): N. T. M. - Nelson Teixeira Mendes Produtora e Distribuidora de Filmes Produção: Mendes, Nelson Teixeira Direção de produção: Moreira, José Paulo Produção executiva: Spadoni, Américo Coordenação de produção: Scarlatti Jr., Alfredo Companhia(s) distribuidora(s): Difibra Distribuidora de Filmes Ltda. Autoria: Peres, João Salvador Roteirista: Mendes, Nelson Teixeira Estória: de Peres, João Salvador Direção: Mendes, Nelson Teixeira Direção de fotografia: Lombardi, Guglielmo Câmera: Lombardi, Guglielmo Montagem: Leme, Roberto Cenografia: Boy, Big Música (Genérico): Mastroiani, Giuseppe Elenco: Tonico Tinoco Chiquinho Leforet, Nelson Galã, José Carvalho, Edilse de Mayor, Miriam Astrogildo Filho Pires, Jorge Silva, Euripedes da Pirulito Jardim, Alexandre Barreto, Roberto Dantas, René Teixeira, Mário Lúcio Participação especial Moraes, Ruthinéa de
"Luar do Sertão", com direção de Osvaldo de Oliveira, 1972. LUAR DO SERTÃO Data e local de produção: Ano: 1971 País: BR Cidade: São Paulo Estado: SP Sinopse: Numa cidadezinha do interior paulista, todos vivem felizes: Tinoco e sua noiva Joana, Pirulito e Nhá Barbina. Um dia chegam os homens encarregados de abrir uma estrada de ferro e, com eles, os aborrecimentos. Paulo, um dos engenheiros, tenta afastar Joana de Tinoco. Este é acusado do roubo do dinheiro dos operários e vai preso. Tonico pressiona o delegado a investigar o caso, para que Tinoco prove sua inocência. Gênero: Musical Dados de produção: Companhia(s) produtora(s): Titanus Filmes; Servicine - Serviços Gerais de Cinema Ltda. Produção: Palacios, Alfredo; Galante, Antonio Polo Direção de produção: Camargo, Letacio Companhia(s) distribuidora(s): Titanus Filmes Argumento: Tonico e Tinoco; Palacios, Alfredo Roteirista: Souza, Márcio de; Oliveira, Osvaldo de; Lucia, Ana Direção: Oliveira, Osvaldo de Direção de fotografia: Oliveira, Osvaldo de Câmera: Oliveira, Osvaldo de Técnico de som: Cabalar, Julio Montagem: Renoldi, Sylvio Elenco: Tonico Tinoco Simplicio Barbina, Nhá Pirolito Costa, Marlene Bakker, Petrus Camargo, Letacio Sacomani, Luiz Santiago, Baby Louzada, Wilson
"O Menino Jornaleiro", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco como convidados especiais, 1984. “O MENINO JORNALEIRO” Sinopse: Bebeto, filho de Tonico e sobrinho de Tinoco, abandona a vida confortável na fazenda de seu pai e seu tio para ser charreteiro de Sonia, filha de um fazendeiro vizinho e a quem ela ama em segredo. O jovem leva diariamente sua amada à escola da cidade, onde ela é professora, passeia com ela pelos campos e a acompanha a festas, até que um dia lhe confessa seu amor. Sonia revela que seus sentimentos por ele não vão além de uma forte amizade: ele lhe é como um irmão; Bebeto no entanto, continua a alimentar suas ilusões, até que certo dia chega à fazenda um agrônomo contratado pelo Sr. Paulo, pai de Sonia. O agrônomo, um jovem bem apessoado chamado Rodrigo. Sonia e o rapaz se apaixonam a primeira vista. Bebeto transtornado, muda totalmente o comportamento. E promete à Sonia que, se ela casar com Rodrigo, ele o matará. Sonia queixa-se ao pai, que depois de uma violenta briga com Bebeto na cidade, o despede. Bebeto junta-se a outros elementos anteriormente despedidos da fazenda do Sr. Paulo e que também antipatizavam com o agrônomo e passa os dias bebendo em sua companhia no armazém do seu Manuel. Um dia eles cercam Rodrigo e, apesar das tentativas que Bebeto faz para impedir os demais , eles espancam barbaramente o agrônomo. Inutilizado pela surra, Rodrigo desiste do casamento, torna-se amargo e passa a viver em função de vingar-se. Com Sr. Paulo e alguns jagunços ele parte em perseguição aos agressores, dando início a uma série de tocaias, confrontos violentos cujo desfecho será trágico. Paralelamente a esta história, desenrola-se o drama do pequeno jornaleiro joãozinho, menino conhecido e querido na cidade que deve trabalhar duramente apesar de sua pouca idade para ajudar a mãe e o pai, um carpinteiro que se encontra gravemente enfermo. A par da ação, o filme é pontilhado de canções da dupla Tonico e Tinoco. Entre elas: Filho de Carpinteiro, Brasil Caboclo e muitas outras. Gênero Drama rural Dados de produção Companhia(s) produtora(s): ACES Produção: Caversan, Alcides; Sales, Edson Direção de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia Produção executiva: Caversan, Alcides; Sales, Edson Equipe de produção: Paulo, José; Pereira, Verginia Companhia(s) distribuidora(s): Cobra Filmes Argumento: Caversan, Alcides Roteirista: Caversan, Alcides Direção: Caversan, Alcides Direção de fotografia: Alves, Renato Câmera: Alves, Renato Técnico de som: Ventura, Jorge Efeitos especiais de som: Marcos, Anires Montagem: Wani, Walter Cenografia: Sales, Edson Música (Genérico): Tonico e Tinoco; Marcos, Anires; Viana, Renato Locação: Santana do Parnaiba - SP; Piracaia - SP; Saresópolis - SC; Fazenda Santa Rita - SP; Luís Carlos, Município de Guararema - SP; Fazenda do sr. Miro, Guararema - SP Identidades/elenco: Tonico Tinoco Barbosa, José Luis Ayala, Daliléa Caversan, Alcides Fontaine, Alan Bruno, Renato Oliveira, Arcilio C. de Maris, Verginia Veloso, Julia Barbosa, Jak Rodrigues, Aroldo Santos, Benedita dos Mecennas, Dalvan Grey, Deborah Coutinho, Danilo Carvalho, Dorival Pereira Caversan, Elizio Cataldo, Francesco Alves, Hiandra Caversan, João Sardinha, José Gomes, Jorge Luz, José Francisco da Abreu, Lurdes de Fernandes, Lucio Francisco, Luis Freitas, Marcos Serra, Marcos Peres Souza, Nalva de Vieira, Nilson Fernandes Oliveira, Nivaldo de Soares, Paulo Vianna, Renato Alves, Renato Coutinho, Sérgio Santos, Sonia de Sousa Frank, Valdir de Mello
"A Marvada Carne", com direção de André Klotzel, tendo Tonico e Tinoco como convidados especiais, 1985. A MARVADA CARNE Direção e local de produção: Ano:1985 País: BR Cidade: Estado: Sinopse: Nhô Quim vive nos cafundós em companhia do cachorro e da cabra de estimação. Aquela vidinha besta no meio do mato não dá pé e ele resolve cair no mundo e procurar a solução para duas questões que o incomodam: arranjar uma boa moça para o casório e comer a tal carne de boi, um desejo que fica ruminado, sem parar, dentro dele.Nas suas andanças Nhô Quim, vai dar na casa de Nhô Totó, cuja filha está em conflito com Santo Antonio, que não anda colaborando para ela arranjar um bom marido.E logo Nhô Quim descobre que o pai da moça tem um boi reservado para a ocasião do casamento da filha.Será este o momento para Nhô Quim seus dois maiores desejos? Gênero: Comédia Dados de Produção: Companhia Produtora:Tatu Filmes Produção:Cláudio Kahns Direção de Arte:Adrian Cooper Música: Rogério Duprat e Passoca Roteiro: André Klotzel e C.A. Sofredini Argumento e Produção:André Klotzel Elenco: Adilson Barros Fernando Torres Dionísio Azevedo Genny Prado Regina Casé Lucélia Machiavelli Paco Sanches Henrique Lisboa Chiquinho Brandão Tio Celso Tonico e Tinoco (Participação Especial)

- Durante 40 anos apresentaram-se em Circos e Teatros. Criaram uma Companhia Circense, com a qual percorreram todo o País. Em cada Circo realizavam três sessões por noite. São autores de muitas peças teatrais circenses, entre elas: Chico Mineiro, Tristeza do Jeca, Mão Criminosa, A Marca da Ferradura, Nós e o Destino, É Crime Não Saber Ler,Justiça Divina,Lar Infeliz, Mágoas de Palhaço, Tentação do Vício, Papai Noel Chorou, Último São João, As Madrastas Também Choram, Curitibanas, Morro do Girau, Cabocla, Velho Pai, Deus Tarda Mas Não Falha, Inocente Condenado, Nossa Mãe Honrarás, Última Confissão, Bolo de Amor, Vestido de Noiva. Trabalharam 50 anos em Rádio na seguinte ordem: Rádio Difusora, Rádio Tupi, Rádio Nacional (hoje Globo)e Rádio Bandeirantes. Realizaram um trabalho de utilidade pública durante muitos anos, pois o Rádio era o único meio de comunicação que atingia todo o País. Através de seus programas os ouvintes se comunicavam com parentes distantes.
- Participaram da primeira transmissão da Televisão Brasileira,no ano de 1950. Apresentaram o Programa Na Beira da Tuia nas seguintes emissoras - Bandeirantes(1983),e SBT(1988), Cultura (Viola, Minha Viola).
- Realizaram grandes eventos, como: A Grande Noite da Viola, no Maracanãzinho/Rio de Janeiro(1981), Teatro Municipal de São Paulo(1979), Semana Cultural Tonico e Tinoco no Centro Cultural de São Paulo(1988) e o Troféu Tonico e Tinoco (1992). No mesmo ano, realizaram um show em conjunto com Chitãozinho e Xororó na cidade de São Bernardo do Campo/SP, onde reuniram um público estimado pela Polícia Militar em 100.000 pessoas.
- Entre as inúmeras premiações destacamos: 04 Roquetes Pinto, Medalha Anchieta(Comenda da Cidade de São Paulo), Ordem do Trabalho (Ministro do Trabalho Almir Pazzianoto), Ordem do Mato Grosso (Comendador), Troféu Imprensa, 02 Prêmios Sharp de Música e o Prêmio Di Giorgio.
-O slogan "A Dupla Coração do Brasil", surgiu em 1951, quando o humorista Saracura resolveu batizá-los assim, pela interpretação de todos os ritmos regionais.
FIM DA DUPLA TONICO E TINOCO
Tonico (João Salvador Perez), faleceu no dia 13 de agosto de 1994, após uma queda da escada do prédio onde morava. O último show da Dupla Tonico e Tinoco, foi na cidade matogrossense de Juína, no dia 07 de agosto de 1994. Tinoco encontrou forças no amor que recebeu dos fãs, e na saudade do companheiro que partiu. Realizou mais de trinta apresentações contratadas anteriormente a morte do irmão.
TINOCO E ZÉ PAULO
No início do ano de 1995 Tinoco encontrou-se com Zé Paulo, que durante muitos anos cantou ao lado de Peão Carreiro. Deste encontro surgiu uma nova parceria no meio sertanejo. A Gravadora Transcontinental lançou o único CD da dupla no mesmo ano. Em junho de 1996, os amigos decidiram seguir seus próprios caminhos.
TINOCO E TINOQUINHO
Uilton Antonio dos Santos, 27 anos de carreira, gravou 02 compactos e 02 CDs. Trabalhou na década de 70 com a Dupla João Mineiro e Marciano. No início de 1980, resolveu formar sua Banda, realizando grandes eventos pelo interior do Estado de São Paulo.
Em 1992, "Uilton Santos"(nome artístico) trouxe a sua Banda para integrar o Show de Tonico e Tinoco.
Com o passar do tempo foi batizado como "Tinoquinho", e adotado de coração por Tinoco como filho. Em junho de 1996 surge a nova formação "Tinoco e Tinoquinho".
No ano de 1997 lançaram um CD voltado para a Entidades Carentes. Trabalharam em Comunidades e Associações da cidade de São Paulo. Realizaram mais de 300 apresentações em 15 meses de trabalho.
Em 1998 a Gravadora MoviePlay lançou no mercado fonográfico um CD com Tinoco cantando as duas vozes. Esta foi a forma que Tinoco encontrou para homenagear Tonico, seu eterno parceiro.
Perto da virada do século, "Tinoco e Tinoquinho" resolveram homenagear os 500 Anos do descobrimento. Através da música "Brasil Caipira", a Dupla canta e conta a história do nosso País. O nome do CD não poderia ser outro, "Brasil Caipira", que está recheado de sucessos já conhecidos do grande público. É mais um lançamento da Gravadora MoviePlay, que resgata assim, a obra da Dupla Caipira mais importante do nosso século, "Tonico e Tinoco".
No dia 21 de novembro de 2000, Tinoco comemorou 80 anos de vida, e 65 anos de carreira no Olympia/São Paulo, com a presença de vários amigos como: Chitãozinho e Xororó, Sérgio Reis, Bruno e Marrone, Jaine, Gilberto e Gilmar entre outros. Mais de 1500 pessoas lotaram o Olympia, homenageando o maior mito da Música Sertaneja: "Tinoco do Brasil". Em março de 2001, a Gravadora Movieplay lançou o CD Show da Vida.
No dia 17 de julho de 2001, Lançou-se na Casa de Espetáculo Olympia em São Paulo, o Show "Arraial Tinoco do Brasil", que consiste em um espetáculo que se passa dentro de uma Festa Caipira, com direito a quadrilha, casamento, música country/caipira, dentro de um cenário original e a participação do violeiro Rodrigo Mattos. O espetáculo contou com a participação de novos talentos, como foi o caso da Dupla Luiz Ricardo e Perceu, que hoje fazem parte da caravana dos Shows de Tinoco e Tinoquinho que percorrem todo o Brasil.
Juntamente com o Jornalista Gildo Sanches, de São Manuel, Tinoco prepara-se para lançar um livro com sua biografia, até chegarmos aos dias de hoje . Nome do livro que será lançado pela Editora Perez: "Tinoco, um Herói do Sertão", que conta com comentários do Prefeito Municipal de Pratânia Roque Jonner ( cidade natal de Tinoco ), e tem o prefácio escrito pelo Presidente do Tribunal do Trabalho, Ministro Almir Pazzianotto Pinto. (Obs: lançado em 2004)
A Dupla Coração do Brasil,
que sempre nos encantará,
com suas inesquecíveis canções.



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sexta-feira, 12 de agosto de 2011

LUIZ GONZAGA E OS DOIS MONSTROS DA MUSICA- ZE DANTA E HUMBERTO TEIXEIRA

HUMBERTO TEIXEIRA E ZE DANTAS FORAM OS GRANDES BALUARTES DO MESTRE LUIZ LUA GOZAGA NA PRIMEIRA ETAPA DE SUA CARREIRA PROFISSIONAL.  NA SEGUNDA ETAPA  FOI O GRANDE JOÃO SILVA.

Asa Branca

Humberto Teixeira

Composição: Luiz Gonzaga / Humberto Teixeira
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de são joão
Eu perguntei a deus do céu
Por que tamanha judiação?
Que braseiro, que fornalha
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Então eu disse adeus rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra eu voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chores não, viu?
Que eu voltarei, viu, meu coração


A Volta da Asa Branca
Já faz três noites, que pro Norte relampeia,
A Asa Branca, ouvindo o ronco do trovão,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
Já bateu asas, e voltou pro meu sertão,
Ai, ai, eu vou embora, vou cuidar da plantação,
A seca tem de desertar da minha terra,
Mas felizmente, Deus agora se alembrou,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador,
De mandar chuva, pra este sertão sofredor,
Sertão das mulhé séria, dos homens trabalhador.
Rios correndo, as cachoeiras tão zuando,
Terra molhada, mato verde que riqueza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza,
E a Asa Branca, salva e canta que beleza,
Está o povo alegre, mais alegre a natureza.
Sentindo a chuva eu me recordo de Rosinha,
A linda flor do meu sertão Pernambucano,
E se a safra não atrapalhar meus plano,
Que que há, o Seu Vigário, vou casar no fim do ano!

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

IDERVAL TENÓRIO: O VELHO CAVALO


                                                     
O VELHO CAVALO



Foi no meado de 1915 no sertão do Ceará quando das chuvas nem  prenúncios .

 Relatos de minha avó.

Relata que nos sertões do Ceará havia um almocreve de meia idade, que negociava nos cafundós e nos grotões da esturricada serra do Araripe, divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco, para o ganho do pão de cada dia utilizava como meio de transporte uma parelha de animais, um belo eqüino e um musculoso muar.

Grandes eram as distancias a percorrer e belos os lugares visitados, o muar para as cargas e o eqüino para os passeios junto ao dono, sempre nas festas, nos namoros , nas comemorações e nas grandes corridas, era com orgulho que o belo animal desfilava naqueles sertões, bem tratado, bem alimentado , bom capim, boa alfafa , excelente milho e muitas vezes tortas de resíduos de caroços de algodão, era uma vida de rei, cheio de arreios e ornamentos, manta vermelha, sela nova, dois alforjes do puro e macio couro de carneiro, rédeas de couro curtido, rabicho trançado com fio de seda, boqueira do melhor metal, estribos de pura prata, polidos, encerados e bem conservados, vivia época de glórias, se orgulhava quando nas paragens recebia preço, recebia avaliação, elogios e jamais o seu dono pendia para negociação, era um animal orgulhoso e cheio de brios, na sua garupa as mais belas donzelas, as mais macias das nádegas, era motivo de festas onde chegava com o seu baixo , com o seu galope, trotando, chispando ou com os seus admiráveis passos sempre a esquipar demonstrando a sua bela marcha , qualidades estas que lhe credenciava a cruzar semanalmente com uma diferente e bela égua, com uma formosa e elegante asinina, todo faceiro, todo pabo .

O muar , coitadinho, a subir ladeiras, a cortar caminhos, dois a três sacos na pesada cangalha, cabresto de cordas de croá, rabicho de agave e uns puídos tapa olhos laterais de couro cru impedindo, tapando, obstruindo, abortando, escurecendo a visão lateral, um pesado chocalho bovino pendurado no pescoço, festas só para carregar frutas para as vendas, garrafas de bebidas ou feixes de canas caiana muito apreciadas naquela redondeza, como pastagem capim seco, algumas relvas nos arredores e monturos das casas, não sabia se vivia para comer e trabalhar ou só teria comida se trabalhasse.

Longas eram as conversas entre os dois animais nos seus encontros , um peado nas duas patas direitas e o outro solto pelos terreiros, discutiam as suas vidas, as injustiças e quão ingrata era a vida para um deles, a diferença era exorbitante, era de fazer pena e foi assim durante muitos anos, foi assim, um sempre sorrindo , a gargalhar ; e o outro... o outro só Deus.

Como o tempo é o pai ,o aconselhador e o diluidor dos sofrimentos como a água é diluidor universal e a esperança a mãe de todos os animais,  uma década se passou e os dois viventes sempre a dialogar, com a falta de chuvas foram escasseando as vendas, os compradores cotidianamente caindo , motivo mais do que suficiente para o almocreve diminuir os momentos de festas e de alegrias , primeiro se desfez dos belos arreios, diminuiu as compras de alimentos especiais e necessitava aumentar o volume das cargas para suprir as suas despesas azeitando a sua sobrevivência.

O belo e orgulho eqüino passou a andar na vala comum, a sela foi substituída por uma cangalha, dois sacos , um de cada lado e por ser um exímio esquipador,  o dono escanchado no meio, desta vez subindo e descendo ladeiras, pulando grotas, na ida produtos da lavoura para a venda e na volta especiarias para abastecer as bodegas da região :como querosenes, peixes salgados, açúcar, café e outros mantimentos, com a idade desapareceram as belas éguas, as formosas asininas e os manjares nos terreiros dos esturricados sertões.

O muar continuou a sua batalha, agora como coadjuvante, apenas como complemento de carga, quando o produto era pouco ficava a pastar, a perambular pelas capoeiras à procura de uma relva mais hidratada pensando na sua atual e inútil vida , costas batidas, boca mucha , dentes amarelos, desgastados, bicheiras nos ombros, espinhaço pelado ,cascos rachados , juntas calcificadas, perambulando caatinga adentro..  E lá ia o velho eqüino, dois sacos , o dono escanchado no meio da cangalha , o filho na garupa , subia e descia,  já não possuía belas boqueiras, o rabicho de cordas como afiadas facas a cortar a borda anal ao menor grito do patrão, as cilhas de couro apertadas na barriga caindo pelo vazio a traumatizar os bagos aposentados, força era agora a sua maior virtude, força para não sofrer com as esporas que tangenciavam os órgãos genitais, muitas vezes ferindo-os quando desacertava os passos, a vida endureceu e trouxe à memória os momentos vividos ao lado do amigo muar nos tempos das bonanzas, das vacas gordas, das grandes chuvas, das farturas e dos grandes bailes. Olhava para os lados e não mais enxergava,  pois as viseiras laterais do muar agora se encontravam na sua cabeça  tapando os seus olhos, a visão agora era limitada, era uma visão de subserviência, não mais participava dos acontecimentos, agora era apenas um animal de cargas, vivia apenas para comer e para o trabalho, não tinha direito a pensar, seguia a dura e pétrea regra, para viver só lhe restava a obediência sem contestação, seguia os puxavancos do puído e velho cabresto que dava duas voltas na funcieira , vivenciava a mais espúria entidade criada pelo dominador, o mais baixo golpe sofrido por um ser vivo, obedecer sem contestar ,simplesmente a mais velada escravidão.

Os três entes aos poucos foram minguando, o muar sem trabalho foi sumindo , esquecido ,menosprezado e abandonado até o dia em que foi requisitado pelos produtores de charques.

 O belo eqüino agora não mais belo, sem a força da juventude, com a estima em baixa  caiu na desconfiança, calda caída, olhos sempre para o chão, dentes puídos , rentes às gengivas, desgastados, musculatura minguada, pelos ásperos, relinchos abafados; sem força , sem brio , sem pernas foi substituído por sangue novo, mergulhou na solidão e se perdeu nos carrascos das matas que ainda existiam e nunca mais soube do seu paradeiro.
 O dono caiu numa crise de desgraça , envelheceu sem os seus maiores amigos, engolido pelo bafo do progresso trazidos pelos bulidos dos motores de dois tempos  nos velhos aviamentos e nos transportes das poucas mercadorias, mergulhou no esquecimento, mergulhou no solitarismo da vida, conheceu o êxodo,  com o abandono foi alimentando as grandes metrópoles com a sua prole na construção e reconstrução de uma nação que continua sem rumo, sem prumo e sem um paradeiro ou porto seguro para os que nela batalham e lutam.

Os três se foram, continua a condescendência e as condutas sem uma instituição sustentada, sem nenhuma criação institucional que traga garantias futuras para um povo sofrido , que trabalha até os setenta e depois vaga pelos valados da vida, basta vê os liberais e autônomos de ontem, hoje abandonados , como os de hoje os abandonados do futuro.

Hoje na mesma serra do Araripe, nos mesmos grotões do Nordeste ainda vagam muitos Três Entes Amigos à espera do mesmo futuro.

O Mundo gira e com ele a repetição, mostrando que na natureza nada se constrói , tudo se transforma, apenas o tempo é o senhor que dita e conduz o destino de cada um, pedindo que viva a vida como o único patrimônio .
Iderval Reginaldo Tenório 2010


IDERVAL TENÓRIO:                             FÉRIAS  NA SERRA DO AR...

IDERVAL TENÓRIO: FÉRIAS NA SERRA DO AR...: " FÉRIAS NA SERRA DO ARARIPE Era 5 da tarde, o jipe azul..."

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

NOVAS UNIVERSIDADES FEDERAIS NA BAHIA

DE PARABENS A BAHIA POR CONQUISTAR MAIS DUAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, SUL DA BAHIA E OESTE EM FESTA.-NOTICIA ABAIXO.


 

Quarta-feira, Agosto 10, 2011

Sul da Bahia terá faculdade federal

Uma reunião com o senador Walter Pinheiro e 22 deputados da Bahia, entre eles Geraldo Simões, com o Secretário de Educação Superior do Ministério da Educação, professor Luiz Cláudio Costa, confirmou duas universidades federais para o Sul da Bahia.
facsulba
Serão criadas a Universidade do Sul da Bahia, com sede em Itabuna e campi em Teixeira de Freitas e Porto Seguro. E a Universidade do Oeste da Bahia, com campi em Barra, Bom Jesus da Lapa e Luís Eduardo Magalhães.
Também serão implantados novos campi da Ufba em Camaçari e da Univasf em Senhor do Bonfim. Luiz Cláudio vai fazer outra reunião com a bancada para debater os cursos que serão criados para atender a necessidade regional.
Para Geraldo Simões, "a criação da Universidade do Sul da Bahia é fundamental para dotar a região de profissionais capacitados para ocupar os postos de especialistas e gestores que serão criados pelo complexo intermodal".
"Eles devem ocupar as vagas geradas pelo crescimento industrial, a retomada da agricultura, crescimento do comércio e turismo, que brevemente dinamizarão a economia”, resume o deputado.
Para Walter Pinheiro, “o anúncio de duas novas universidades, além dos novos campi, significa um grande passo no sentido de resgatar a dívida com a educação na Bahia, resgate que vem sendo promovido pelo governador Jaques Wagner".
6:44 PM   |  

DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
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IDERVAL TENÓRIO: SAFONA DE 8 BAIXO- CULTURA-

IDERVAL TENÓRIO: SAFONA DE 8 BAIXO- CULTURA-: " A sanfona de oito baixos na música instrumental brasileira Por Leonardo Ruge..."

PADRE IBIAPINA


HISTÓRIA

O CEARÁ NÃO É CONHECIDO APENAS PELO PADRE CÍCERO, ANTES SURGIU UM HOMEM QUE NA PRIMEIRA INSTÂNCIA ERA ADVOGADO E DE MUITAS POSSES ABDICANDO DE TUDO PARA PEREGRINAR PELO NORDESTE BRASILEIRO PREGANDO A DEMOCRACIA,A CIDADANIA E O DIREITO A VIDA.  PADRE IBIAPINA, NESTE BLOG PUBLÍ9CO A SUA VIDA QUE ACHO MUITO IMPORTANTE QUE O BRASILEIRO CONHEÇA. O PADRE IBIAPINA HOJE EM PROCESSO  DE BEATIFICAÇÃO.







´APÓSTOLO DO NORDESTE´

Missão de Pe. Ibiapina no Cariri faz 145 anos

Publicado em 3 de janeiro de 2010

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Religioso fez três visitas ao Cariri, atuando na reforma de igreja e construção das Casas de Caridade
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Casas de Caridade eram destinadas a moças pobres. Elas eram educadas para a fé e o exercício dos trabalhos domésticos
A data até o momento passou despercebida na região. Atuação do Padre Ibiapina no Cariri influenciou Padre Cícero
Crato O ano de 2009 termina sem nenhuma comemoração dos 145 anos do início da ação missionária do Padre Mestre Ibiapina em terras caririenses. Uma data que, até o momento, passou despercebida, apesar dele ter deixado uma extensa obra social na região do Cariri, entre as quais a construção de casas de caridade, cemitérios, igrejas, açudes e barragens. Atualmente, o processo de canonização de padre Ibiapina encontra-se na Congregação das Causas dos Santos, no Vaticano.

Padre Ibiapina já é oficialmente reconhecido como Servo de Deus, após o documento "Nihil Obstat" da Santa Sé, emitido a 18 de fevereiro de 1992. No último dia 17 de setembro, por ocasião da visita "ad limina", os 22 bispos do Regional Nordeste 2 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que abrange os Estados de Alagoas, Paraíba, Pernambuco e Rio Grande do Norte), tendo à frente o arcebispo de Maceió, Dom Antônio Muniz Fernandes, solicitaram celeridade no processo de canonização do Apóstolo do Nordeste.

Esquecimento

"Infelizmente, não costumamos cultivar nossa memória", lamenta o professor de História da Universidade Regional do Cariri (Urca), Océlio Teixeira. O pesquisador também considera que "Padre Ibiapina, com certeza, foi o maior cearense do século XIX".

Numa época em que a Igreja Católica vivia atrelada ao Estado imperial e o clero, por sua vez, vivia longe do povo, Padre Ibiapina deu curso a um novo modelo e, conforme escreve José Comblim, rompeu "radicalmente com essa estrutura eclesiástica tradicional. Na idade em que muitos sacerdotes já pensam no seu estabelecimento definitivo, numa função sedentária que lhe permita economizar as energias declinantes, Ibiapina escolhe a vida itinerante no interior".

O assessor da Cáritas Diocesana, Alex Josberto Andrade Sampaio, a quem cabe a animação das ações sociais da Diocese do Crato, informou que as comemorações da atuação do Padre Ibiapina na região foram transferidas para o mês de novembro. Ele diz que o Padre Ibiapina é fonte do trabalho pastoral da Diocese.

Visitas

O trabalho missionário do Padre Ibiapina, também conhecido como "apóstolo do Nordeste" na região do Cariri teve início em 14 de outubro de 1864, na então vila de Missão Velha, estendendo-se até o início de fevereiro do ano seguinte. Durante esse período ele visitou, além de Missão Velha, a vila de Barbalha e o povoado de Conceição do Cariri, hoje município de Porteiras.

Como principal obra dessa primeira visita à região, Padre Ibiapina inaugurou, em 2 de fevereiro de 1865, a Casa de Caridade da vila de Missão Velha. A ideia de base das Casas de Caridade fundadas pelo religioso por todo o Nordeste era o acolhimento das pequenas órfãs. Ali as meninas receberiam uma educação completa e seriam preparadas para serem boas esposas e mães de família.

A educação nestas casas era tão boa, a cargo das irmãs que ficaram conhecidas por beatas, que muitas famílias pediram para que suas filhas pudessem participar da formação. Nas Casas de Caridade havia também a "roda de enjeitados" pela qual se recebiam as crianças cujas mães não tinham condições para criá-las.

Influência

Desse ato de inauguração da Casa de Caridade de Missão Velha participou o cratense Cícero Romão Batista, à época um jovem de cerca de vinte anos de idade, que segundo os mais diversos estudiosos foi fortemente influenciado pela pregação do Padre Ibiapina e pelo seu exemplo de serviço ao povo pobre e humilde do Cariri. Cícero viria a se tornar um dos líderes religiosos mais importantes da região, fazendo da cidade que fundou, Juazeiro do Norte, um polo de peregrinação.

A segunda visita à região ocorreu no período de maio de 1868 a agosto de 1869, passando mais de um ano na região. Nessa etapa, ele visitou Missão Velha, Barbalha, Caldas (vila de Barbalha), Crato, Goianinha (atual distrito de Jamacaru), Jardim, Porteiras, Milagres, Brejo Santo e Vila de São Pedro (atualmente Abaiara). As principais ações foram a construção de capelas, recuperação de igrejas e três Casas da Caridade.

A terceira e última visita do religioso ao Cariri ocorreu no período de 9 de fevereiro de 1870 a 25 de abril do mesmo ano. Visitou as Casas de Caridade implantadas na região. Depois dessa data, Ibiapina não realizou mais missões no Ceará. O padre peregrino continuou seu trabalho missionário até 1876, quando foi acometido por uma doença que o deixou paralítico, não podendo se locomover sozinho. Passou a residir na Casa de Caridade de Santa Fé, na Paraíba. Nessa Casa, ele viveu mais sete anos, participando ativamente da vida da comunidade. Faleceu no dia 19 de fevereiro de 1883.
BIOGRAFIA
Religioso optou pela vida missionária

Crato José Antônio Pereira Ibiapina nasceu em 5 de agosto de 1806, na Vila de Sobral. Era o terceiro filho do casal Francisco Miguel Pereira e Teresa Maria de Jesus. Em 1816, sua família se transfere para a vila de Icó e Ibiapina é matriculado na escola do professor José Felipe. Nessa vila seu pai trabalhou como tabelião público, sendo convidado em 1919 para ocupar o mesmo cargo na recém-criada Comarca do Crato. Em Crato, Ibiapina teve aulas com o José Manuel Felipe Gonçalves.

Diante das agitações políticas após a Revolução Pernambucana de 1817, que teve na vila de Crato um de seus pilares no Ceará, o pai de Ibiapina, em 1820, resolve enviar o filho para a recém-criada vila de Jardim para estudar com o latinista Joaquim Teotônio Sobreira de Melo. Em 1823, toda a família se transfere para Fortaleza. Nesse ano morre sua mãe e Ibiapina ingressa no Seminário de Olinda, onde permaneceu por um curto período.

Em Fortaleza seu pai e seu irmão mais velho, Alexandre, se envolveram na Confederação do Equador. O pai foi fuzilado em 1825, e o irmão, preso em Fernando de Noronha, onde morreu pouco tempo depois. Ibiapina, que voltara ao Ceará no inicio de 1824, teve que assumir e manter financeiramente a família. Segundo o estudioso padre Francisco Sadoc de Araújo, foi nessa época que adotou o sobrenome Ibiapina, uma homenagem do pai à povoação de São Pedro de Ibiapina, como também fizeram outros confederados a fim de homenagear topônimos regionais.

Em 1828, Ibiapina retorna ao Seminário de Olinda para continuar os estudos. No entanto, permanece apenas seis meses. Após o seminário, Ibiapina ingressou no Curso de Direito do Recife, concluindo em 1832. No ano seguinte, Ibiapina exerce o cargo de professor substituto de Direito Natural na Faculdade de Olinda, foi eleito Deputado Geral e nomeado, em dezembro, Juiz de Direito da Comarca de Campo Maior (hoje Quixeramobim) do Ceará.

Concluídos os trabalhos legislativos, em 1837, Ibiapina voltou para o Recife e resolve exercer a advocacia. No entanto, ele passa a exercer efetivamente a profissão na Paraíba. Em 1840 volta ao Recife e continua a exercer a advocacia. A partir de 1850, no entanto, Ibiapina resolve abandonar seus trabalhos forenses e inicia um período dedicado à meditação e exercícios de piedade.

Após três anos de meditação e reflexão, Ibiapina decide-se pelo sacerdócio. Nesse sentido, em 12 de julho de 1853, aos 47 anos de idade, ele se tona Padre Ibiapina. Logo após sua ordenação, o Bispo Dom João da Purificação o nomeia Vigário Geral e Provedor do Bispado, e professor de Eloquência do Seminário de Olinda, mas opta pela vida missionária.

Padre Ibiapina começou então seu trabalho missionário pelo Interior do Nordeste. Até sua morte, em 13 de fevereiro de 1883, ele peregrinou por Pernambuco, Ceará, Rio Grande do Norte, Piauí e Paraíba. Em cada lugar ele pregava, orientava, promovia reconciliações, construía açudes, igrejas, cemitérios, cacimbas, dentre outras tantas obras.

Em diversas vilas construiu Casas de Caridade, destinadas a moças pobres. Elas eram educadas para a fé, o exercício dos trabalhos domésticos e para o casamento. No Ceará ele esteve entre 1862 a 1870. Primeiro na região norte, na vila de Sobral e adjacências. Depois no Cariri, sul da província.

MAIS INFORMAÇÕES Cúria Diocesana
Rua Teófilo Siqueira, 631
(88) 3521.1110
Fax: (88) 3523.7819.

Antônio Vicelmo
Repórter

terça-feira, 9 de agosto de 2011

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI -

UNIVERSIDADE FEDERAL DO CARIRI

-JUAZEIRO.CRATO E BARBALHA SUL DO CEARÁ

A PRESIDENTE DILMA ABRIRÁ NOVAS UNIVERSIDADES FEDERAIS, UMA DELAS NO CARIRI,JUAZEIRO,CRATO E BARBALHA EM CHAMAS DE MÃOS DADAS LUTANDO PELA MESMA CAUSA -AGENCIA O GLOBO DE NOTICIAS
BRASÍLIA -
 
A presidente Dilma Rousseff anuncia, nos próximos dias, a criação de novas universidades federais. O Ministério da Educação (MEC) está finalizando a proposta, que detalhará o valor global do investimento e a localização das instituições. Em conversas com reitores, o ministro Fernando Haddad já teria mencionado a intenção de erguer pelo menos quatro novas universidades, mas o número pode ser ligeiramente maior.
A expansão da rede federal de ensino superior foi precedida de um levantamento, em todo país, da oferta de vagas em faculdades públicas. Esse número foi comparado com o tamanho da população. Pará, Ceará e Bahia estão entre os estados que deverão ser escolhidos para sediar as novas universidades. Santa Catarina é outro que pode aparecer na lista.
O MEC informa que a proposta está em fase de elaboração, mas não fornece detalhes. No ministério, fala-se que o anúncio das novas instituções deverá ocorrer no próximo dia 16. Além de criar universidades, o governo deverá lançar novos campi em instituições já existentes. A expansão dará continuidade ao projeto iniciado no governo Lula, que criou 14 universidades - algumas delas a partir de desmembramentos ou da federalização de instituições já existentes.
O vice-presidente da Associação Nacional de Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes), Alvaro Prata, diz que a ampliação da rede federal está em estudo no MEC. Segundo ele, o ministro já conversou com diferentes reitores:
- O governo tem uma proposta de seguir a expansão das universidades. E está se baseando no número de alunos, na oferta de instituições públicas e federais por habitante - conta Prata, que é reitor da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).
O mapeamento da oferta pública, segundo ele, identificou que há a necessidade de uma nova federal em Santa Catarina: precisamente em Blumenau, no Vale do Itajaí. Prata diz que foi sondado pelo ministério para saber se a UFSC teria condições de abrir um novo campus na região. Segundo o reitor, porém, a universidade está empenhada em consolidar três campi já em funcionamento, além da sede em Florianópolis. Por isso, não teria como bancar mais um.
O vice-presidente da Andifes defende tanto a criação de novas universidades quanto a liberação de mais verbas para as atuais 59 instituições federais em funcionamento:
- Entendemos que a expansão das universidades não está terminada. É preciso dar sequência a esse projeto. As universidades existentes precisam ter condições de consolidar a expansão