Cientistas defendem decisão da Anvisa de barrar importação da vacina Sputnik V
Para Sociedade Brasileira de Imunizações, porém, agência precisa continuar diálogo com russos para solucionar problema de falta de informações
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A decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) de vetar o pedido de importação da vacina contra Covid-19 Sputnik V, da Rússia, por falta de informações de segurança recebeu apoio de cientistas e instituições importantes da área.
Após o orgão regulatório negar a autorização, o parecer foi criticado pelo governo russo e por governos estaduais que tentam trazer doses do imunizante para o Brasil, mas cientistas procurados pela reportagem afirmam que o parecer técnico da a agência tem o arcabouço técnico necessário para justificar a decisão.
— A gente tem que respeitar o que a Anvisa está colocando. Se não respeitarmos, vai por água abaixo toda a confiança que podemos ter tanto na instituição quanto nos próprios produtos que venham a ser utilizados no país — diz o pediatra e intensivista Juarez Cunha, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Cunha reconhece que a notícia é uma decepção, porque significa ainda
mais atraso na ampliação da campanha de vacinação contra a Covid-19, mas
ressalta o fato de que não é só o Brasil que está tendo problemas com a
falta de transparência no relacionamento com o Instituto Gamaleya, a
entidade russa que desenvolveu a Sputnik V.
— Tem dois países que autorizaram, México e Argentina, mas os órgãos reguladores que tem mais tradição nisso não aprovaram. A própria Organização Mundial da Saúde, está tendo dificuldade em ter acesso a todos os processos da vacina na Rússia — afirma.
O epidemiologista Wanderson Oliveira, ex-chefe da Secretaria de
Vigilância em Saúde do Brasil, também defendeu a recusa da importação
neste momento.
— Ontem meus amigos da Anvisa tiveram que tomar uma dura decisão. No entanto, eu confio na isenção técnica deles. Por isso, a cobrança deve ser direcionada à Gamaleya, que é a empresa Russa. Basta ela entregar a documentação e permitir a visita técnica que é praxe dos procedimentos da agência há anos — afirmou, em mensagem à reportagem.
Oliveira sugeriu à agência que tentasse entrar em contato com outras agências regulatórias no mundo para tentar conseguir informações de segunda mão. Uma opção seria usar o PICS (Pharmaceutical Inspection Co-operation Scheme) pool de agências regulatórias do qual o Brasil faz parte. Segundo o epidemiologista, isso foi feito, e além de alianças globais foram contatados pela Anvisa em busca de informações 58 países que estão usando a vacina, muitos deles sem agência regulatória própria.
NENHUMA NAÇÃO DESENVOLVIDA APROVOU O USO DO IMUNIZANTE, O BRASIL SEGUE TAMBÉM O PARECER DESTAS AGENCIAS REGULADORAS.
A nações abaixo estão usando, todas subdesenvolvidas .
- Argélia
- Angola
- Antígua e Barbuda
- Argentina
- Armênia
- Azerbaijão
- Bahrein
- Belarus
- Bolívia
- Bósnia
- Camarões
- Cazaquistão
- Congo
- Djibuti
- Egito
- Emirados Árabes
- Eslováquia
- Filipinas
- Honduras
- Gabão
- Gana
- Guatemala
- Guiné
- Guiana
- Hungria
- Índia
- Irã
- Iraque
- Jordânia
- Laos
- Líbano
- Macedônia do Norte
- Mali, Marrocos
- Ilhas Maurício
- México
- Mianmar
- Moldávia
- Mongólia
- Montenegro
- Namíbia
- Nepal
- Nicarágua
- Paquistão
- Autoridade Palestina
- Panamá
- Paraguai
- Quênia
- Quirguistão
- San Marino
- São Vicente e Granadinas
- Sérvia
- Ilhas Seychelles
- Síria
- Sri Lanka
- Tunísia
- Turcomenistão
- Uzbequistão
- Venezuela
- Vietnã
- Zimbábue
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