Conhecem o JOÃO SILVA E O JOÃO GONÇALVES . AQUI VAI UM PEDAÇO
João
Gonçalves um compositor Paraibano de muito valor, autor das músicas que
consagraram o grande Rei da Munganga Genival Lacerda.
Duas
pérolas de Campina Grande, a cidade que ostenta o titulo O MAIOR SÃO
JOÃO DO MUNDO E A MAIS BELA CIDADE DO SERTÃO BRASILEIRO.
JOÃO PESSOA, A CAPITAL, TIRA O CHAPÉU PARA A PRINCESA DA BORBOREMA, QUEM NÃO TIRA?
Iderval Reginaldo Tenório
Caros
leitores, ao receber o convite do professor Dr. Antônio Francisco
Costa para prefaciar uma obra desta envergadura, tive que respirar
fundo várias vezes para aceitar tão importante tarefa, uma vez que a
obra é sobre a vida de uma das maiores expressões da música nordestina ,
o mestre João Gonçalves . Além de documentar a vida de uma das lendas
do mundo cultural do Nordeste, perpassa pelas agruras sofridas por
cada um dos humanos vencedores desta semiárida região, primordialmente
dos sertões do Seridó , do Cariri Paraibano , do planalto da
Borborema, da nossa Campina Grande e precisamente da aguerrida
Paraíba, um dos maiores celeiros artístico e cultural do país. Ganha
relevância por se tratar de uma obra escrita por um dos expoentes da
cultura nordestina, um alagoano nascido na cidade de Penedo, Advogado,
consultor Jurídico, Professor Universitário, palestrante, não só no
Brasil , mas em várias nações das Américas e da Europa , poeta,
compositor, cantor, músico, escritor , documentarista, um cidadão
eclético e exímio conhecedor da cultura mundial , sem se esquecer da
cultura raiz do nosso nordeste, o autor é um dos baluartes desta nação
chamada Brasil.
Ao se abordar os grandes nomes da música
nordestina , merecidamente muitos históricos aparecem, porém são
olvidados nomes que deveriam figurar no topo dos imortais, os grandes
compositores , os responsáveis pela produção cultural das pérolas do
cancioneiro que alegram os seres humanos . Ovacionam-se os cantores, as
coreografias e supervalorizam as vozes, esquecem-se dos pensadores,
dos idealizadores e dos cérebros por trás de todo aquele cenário . Esta
obra é de primordial valor , é um ato de justiça para um destes heróis
que viveu no anonimato até os 34 anos de idade, sobrevivendo na labuta
diária em subempregos iniciados aos 05 anos de idade, aos 34
encontrou na música o seu porto seguro, a sua verdadeira missão aqui na
terra, plantar alegria, esperança e autoestima para o seu povo e
depois distribuir a colheita para qualquer um que precise dos seus
frutos, proporcionando o ganha pão para milhares de brasileiros que
vivem da música, que vivem e viverão da sua lavra cultural por muitas
gerações, por isso é um imortais .
Esta obra será um marco
na trajetória de vida do mestre João Gonçalves, será a confirmação da
sua imortalidade e um alerta para os homens públicos do nordeste em não
valorizar a prata da casa.
Ao adentrar na vida cultural
deste João, o João Gonçalves , encontramos uma grande semelhança com
outro João, um outro imortal de igual valor, o João Silva, o maior
parceiro do Rei do Baião Luiz Gonzaga , quando dos anos 70 até os seus
últimos dias de vida , o Gonzagão teve a sua vida artística alavancada
pelas suas consagradíssimas composições , vendendo milhões de LPs , CDs,
DVds e Shows por todo o território nacional , reintroduzindo o rei na
mídia e no publico jovem universitário, inicialmente abalado com o
movimento da Jovem Guarda e posteriormente com o Movimento do
Tropicalismo. Com esta parceria o João Silva saiu do anonimato na voz
do seu maior parceiro e passou a circular no rol dos maiores
compositores do país, é da sua lavra o Danado de bom, Nem se despediu de
mim, De Fiá pavi, Pagode Russo, Viva meu Padim, Toque Sanfoneiro, Pra
não Morrer de Tristeza, Safoninha Choradeira e outras centenas de
sucessos nas vozes de mais de uma centena de artistas brasileiros.
Aqui
em Campina Grande , no sertão do Seridó, o João Gonçalves guarda uma
grande semelhança, quando numa parceira perfeita conseguiu ser
popularizado para todo o país na voz de um dos principais artistas da
nação, o irreverente, inteligente e carismático paraibano, Genival
Lacerda, artista do quilate do contra parente Jackson do Pandeiro, hoje
considerado o rei da munganga. O Genival Lacerda em parceria com o
mestre João estourou com Severina Xique-xique, Galeguim dos zói azu,
Mate o véio, Mate, A Filha de Mané Bento e outros sucessos, o próprio
Genival é quem diz, que estas músicas fazem parte de sua vida, sendo
muitas os carros chefes de sua bela trajetória e imortalidade,
consagrando o grande João Gonçalves no cenário nacional.
Caros
leitores, apesar de o João Gonçalves ser considerado o rei da música
de duplo sentido, este título está incompleto, pois se trata de um duplo
sentido útil, inteligente, real e sem maldade, é um duplo sentido que
atiça, exercita e acorda a mente de cada um dos seus ouvintes de uma
forma lúdica , recreativa e que recarrega as energias, funcionando como o
maior antídoto dos hormônios do sofrimento, da depressão e da
ansiedade, uma vez que extrapola as barreiras da idade, do nível
social, econômico e politico , vence os limites intermunicipais, as
divisas interestaduais, as fronteiras sul-americanas e as águas
oceânica, uma vez que a sua obra saiu da PARAIBA povoou e povoa todo o
Brasil, inicialmente sob a tutela do forrozeiro cearense Messias
Holanda, quando estourou com a música Mariá , continuou com Dominguinhos
com Um Lugar ao Sol , Elba Ramalho, com Pra virá Xodó, Teodoro e
Sampaio , com A Cabritinha e imortalizado a partir de 1975 com o
Genival Lacerda, Amazan, Zé Duarte e uma centena de artistas
nordestinos com mais de 800 obras gravadas. No cenário internacional
atravessou o atlântico , na Europa a sua música ganhou repercussão na
voz do grande artista português Quim Barreiro que estourou no velho
continente com a música A CABRITINHA.
Merece destaque a
pérola SEVERINA XIQUE-XIQUE , considerada a sua principal obra
musical, recusada por artistas de renomes como Jackson do Pandeiro,
Messias Holanda e outros , aceita e imortalizada pelo Rei da Munganga,
o Genival Lacerda , sendo regravada por mais de cinco dezenas de
artistas em todo o Brasil. Destaque para a banda Pato Fu que em mais um
álbum lúdico, para crianças e adultos, gravou em 2017 Severina
Xique-Xique que virou brincadeira de crianças, com coro infantil e
tudo, derrubando de uma vez por toda a pecha de música de duplo sentido
pornográfica, mostrando a leveza das suas letras educativas, sutis,
inteligentes, criativas , inocentes e sem barreiras.
João
Gonçalves é gente do mais alto valor cultural e o mestre Antônio Costa
um homem que está o imortalizando numa obra literária para a eternidade,
o autor tem um olhar crítico, futurista e que procura preservar os
grandes nomes para as próximas gerações, foi assim com o Perfilino Neto
- A enciclopédia do Rádio Brasileiro (2018) , Josaphat Marinho: perfil
de um parlamentar contemporâneo(Editora da Academia de Cultura da
Bahia/2007); Porque o rei é imortal (Co-autoria com José Nobre de
Medeiros, Editora Paginae, 2011); ABC do Gonzagão (Editora Paginae,
2014).
Ao autor Antônio Francisco Costa o meu muito obrigado ,
ao mestre João Gonçalves os meus parabéns e aos leitores um bom
mergulho no que existe de mais belo e autêntico na literatura brasileira
sobre as nossas raízes.
Salvador, 20 de Maio de 2020
Iderval Reginaldo Tenório
SOBRE O AUTOR:
ANTONIO
FRANCISCO COSTA, natural de Penedo, Alagoas, é advogado, mestre em
Administração de Empresas e Comércio Internacional, pela Universidade de
Extremadura, na Espanha, Especialista em Ciências Jurídicas, Pós
Graduado em Direito Civil e Direito Cambiário, professor de Direito
Processual Civil e de Direito Internacional. É autor dos livros:
“Josaphat Marinho, Perfil de Um Parlamentar Contemporâneo” – Editora da
Academia de Cultura da Bahia. – Agosto 2007; “Porque o Rei é Imortal!”
sobre Luiz Gonzaga, O Rei do Baião – Editora Paginae, em coautoria com
José Nobre de Medeiros; “ABC do Gonzagão”, sobre a obra musical de Luiz
Gonzaga – Edt. Paginae 2014; “Discografia de um Gênio Alagoano, Hermeto
Pascoal”, EGBA – Empresa Gráfica da Bahia, 2010.
Na música, como
compositor e intérprete, é autor de mais de uma dezena de CDs, com
matriz na cultura nordestina: “Voo de Arribação”, 2003, com participação
de Xangai, Raimundo Sodré e Luiz Caldas; “Natureza Nordestina”, em
2004, com participação de Elza Soares e Hermeto Pascoal; “Forró
Azeitado” com participação especial de Dominguinhos e Oswaldinho do
Acordeon; “Vem Balançar Comigo”; “Saudades do Rei” (homenagem a Luiz
Gonzaga, nos 20 anos de sua morte); “Centenário do Gonzagão”; “Antonio
Costa e Zé Calixto”, 2014 (um resgate do fole de 8 baixos) e “Aquarela
do São Francisco” uma homenagem à cidade Penedo – AL, em 2017, entre
outros
AS MUSICAS NA VOZ DE GENIVAL LACERDA E NOS ARRANJOS DA ORQUESTRA SINFÔNICA DA PARAIBA.
Nenhum comentário:
Postar um comentário