terça-feira, 11 de junho de 2024

Luiz Gonzaga - Samarica Parteira.

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Incangada fundo do pote, é assim que se esfria celveja no meu sertão. BOTE MARRUMA PRA ESFRIAR SAMARICA. 

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, além de grande cantor, possuía uma verve teatral e poética, tanto que muitas das suas músicas ganharam notoriedade para o mundo, por ser praticamente falada. Lembro da música Samarica Parteira, do Zé Dantas, quando documenta um trabalho de parto no sertão pernambucano. Do início da dor até o nascimento do menino, o Gonzaga e o Zé Dantas, que era médico ginecolosgista e parteiro, nos prende e nos ensina as coisas do sertão:   Samarica Parteira, Zé Dantas, Luiz Gonzaga e Capitão Barbino.

" Samarica Parteira 

Zé Danta e  Luiz Gonzaga


Oi sertão!Sertão do Capitão Barbino!Sertão dos caba valente (tá falando com ele!)E dos caba frouxo também (já num tô dento)Sertão das mulhé bonita (opa!)E dos caba fei' também
Lula!Pronto, patrãoMonte na bestinha melada e risqueVá ligeiro buscar Samarica parteiraQue Juvita já tá com dor de meninoAh, menino!"
............................

De igual teor teatral  e de sua autoria, gravou Karolina com K, quando documenta um forró, isté é,  um samba na Serra do Araripe. Mostra  o prestígio da serra  linda  e fogoza, uma mulher arrumada, como se diz naquela chapada. Fala também da esperteza do rei e como é de valor uma  juventude cheia de saúde em qualquer recanto do mundo. Mostra que o bom é viver com alegria os bons momentos da vida, este é o recado em Karolina com K.   

Vibrem com as duas e boa cultura. O Rei era Rei e continuará rei para a aternidade. Luiz Gonzaga o maior fenômeno da música de todas as Américas.

Idervl Reginaldo Tenório

Karolina Com K

Luiz Gonzaga

Karolina
Karolina foi o maior estrupício que encontrei na minha vida!
Ah! Mulher bagunceira da moléstia, mulé cangaceira
Conheci Karolina num forró que eu tava tocando
Quando eu avistei aquela mulherzona diferente no meio do salão, sem dançar com ninguém, só mangando dos matutos

Eu pensei comigo.. - "Aquilo deve ser um grande pedaço de mal caminho"
Mulher bonita, morena trigueira, cabelo comprido, boa linha de lombo!
AÍ eu comecei a caprichar no Fole véio pra ver se ela dava fé de mim, mas ela nem fé deu!

E eu pensei comigo
-Deixe estar, danada... Se aparecer um colega pra me dar uma ajuda, eu vou aí pra
Tu ver o que é bom pra tosse!
Aí apareceu Ansermo
-Ô, Ansermo... Pega essa sanfona aqui!
Ansermo pegou a sanfoninha, aí eu fui na banda de Samarica

-Samarica, tem cerveja?
-Bote um cálice!
,........................,..........   .................. ................................. .......................

A cabrueira vortou.. E nois 3 ali dentro da moita
Eu.. Karolina.. E minha égua
E ali nois 3.. Escultando a cantiga das águas
Tirei a sela.. E lavei a éguaaa!!

Composição: Luiz Gonzaga. Essa informação está errada? Nos avise.
Enviada por Dirceu. Legendado por Luana. Revisões por 2 pessoas . Viu algum erro? Envie uma revisão.


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segunda-feira, 10 de junho de 2024

A história de Karolina com K - Luiz Gonzaga

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Era assim que nós  nascíamos na CHAPADA DO ARARIPE. Mãe Manuela era chamada ás pressa. DEPOIS VINHAM OS FOGOS E OS DESPATOS DOS BACAMARTES

No dia que nasci parecia noite de São  João 



O Rei do Baião, Luiz Gonzaga, além de grande cantor, possuía uma verve teatral e poética, tanto que muitas das suas músicas ganharam notoriedade para o mundo, por ser praticamente falada. Lembro da música Samarica Parteira, do Zé Dantas, quando documenta um trabalho de parto no sertão pernambucano.

Do início da dor até o nascimento do menino, o Gonzaga e o Zé Dantas, que era médico ginecolosgista e parteiro, nos prende e nos ensina as coisas do sertão:   Samarica Parteira, Zé Dantas, Luiz Gonzaga e Capitão Barbino.

" Samarica Parteira 

Zé Danta e  Luiz Gonzaga


Oi sertão!Sertão do Capitão Barbino!Sertão dos caba valente (tá falando com ele!)E dos caba frouxo também (já num tô dento)Sertão das mulhé bonita (opa!)E dos caba fei' também
Lula!Pronto, patrãoMonte na bestinha melada e risqueVá ligeiro buscar Samarica parteiraQue Juvita já tá com dor de meninoAh, menino!"
............................

De igual teor teatral  e de sua autoria, gravou Karolina com K, quando documenta um forró, isté é,  um samba na Serra do Araripe. Mostra  o prestígio da serra  linda  e fogoza, uma mulher arrumada, como se diz naquela chapada. Fala também da esperteza do rei e como é de valor uma  juventude cheia de saúde em qualquer recanto do mundo. Mostra que o bom é viver com alegria os bons momentos da vida, este é o recado em Karolina com K.   

Vibrem com as duas e boa cultura. O Rei era Rei e continuará rei para a aternidade. Luiz Gonzaga o maior fenômeno da música de todas as Américas.

Idervl Reginaldo Tenório

Karolina Com K

Luiz Gonzaga

Karolina
Karolina foi o maior estrupício que encontrei na minha vida!
Ah! Mulher bagunceira da moléstia, mulé cangaceira
Conheci Karolina num forró que eu tava tocando
Quando eu avistei aquela mulherzona diferente no meio do salão, sem dançar com ninguém, só mangando dos matutos

Eu pensei comigo.. - "Aquilo deve ser um grande pedaço de mal caminho"
Mulher bonita, morena trigueira, cabelo comprido, boa linha de lombo!
AÍ eu comecei a caprichar no Fole véio pra ver se ela dava fé de mim, mas ela nem fé deu!

E eu pensei comigo
-Deixe estar, danada... Se aparecer um colega pra me dar uma ajuda, eu vou aí pra
Tu ver o que é bom pra tosse!
Aí apareceu Ansermo
-Ô, Ansermo... Pega essa sanfona aqui!
Ansermo pegou a sanfoninha, aí eu fui na banda de Samarica

-Samarica, tem cerveja?
-Bote um cálice!
,........................,..........   .................. ................................. .......................

A cabrueira vortou.. E nois 3 ali dentro da moita
Eu.. Karolina.. E minha égua
E ali nois 3.. Escultando a cantiga das águas
Tirei a sela.. E lavei a éguaaa!!

Composição: Luiz Gonzaga. Essa informação está errada? Nos avise.
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Luiz Gonzaga - Samarica Parteira.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

SEGURANÇA, SAÚDE E EDUCAÇÃO

Veja a evolução dos gastos com saúde, educação e segurança no RS | GZH

 

SEGURANÇA, SAÚDE E EDUCAÇÃO

As pesquisas mostram que  o ítem segurança é o que mais deixa a população apreensiva no país. Em São Paulo, a última pesquisa  mostrou que 70% da população apontam para este ítem,  em segundo vem a saúde  com 40%  e  depois a educação com 34%.  

Numa   sociedade democrática,  a vida,  a propriedade  e a liberdade são os  três  maiores patrimônios do ser humano, qualquer   atentado a uma  delas  ou às três ao mesmo tempo, é fator de desequilíbrio social, é o adoecimento desta sociedade.

Os atentados que suscitam crimes, podem ser praticados e provocados  pelos homens, por animais não humanos, inclusive  bactérias, vírus, fungos e  parasitas, como também pelo desequilíbrio do meio  ambiente e pelos fenômenos naturais.

Sendo a segurança a principal preocupação em todos os níveis sociais, a de se pensar que encontra-se  negligenciada na sua origem e mal conduzida no seu trajeto. Por não ser uma demanda primária,  depende das profundas propriedades  na formação social do homem  e encontra-se  ligada à    educação, sendo desta, literalmente  dependente.

A segurança é filha dos atos da sociedade, encontra-se  atrelada à sua placenta  tal qual o feto na cavidade uterina  da genitora. Ao ser exposta ao mundo, além da herança umbilical, capta conhecimentos  do núcleo familiar, na primeira fase da vida;   dos núcleos de convivências, na adolecência;  e complementa com todos os núcleos sociais, independentes da convivência ou aproximação, na fase de adulto jovem. Fase que conclui  o amadurecimento do cérebro, que vai até os 25 anos de idade,  comprovado pela neurociência.  Durante a vida, num crescente, aperfeiçoa, pule, sedimenta e a executa nos atos profissionais. 

A segurança, tal qual um ser humano, tem como espelhos os  componentes da sociedade, tanto os   dos seus meios, os da cúpula política e econômica, e dos influenciadores midiáticos, tomando como modelos aqueles que se apresentam como bem sucedidos.

Tomando a sociedade como uma árvore frondosa,  que  tudo  faz para gerar bons frutos, chega-se à conclusão que a segurança encontra-se na fronde desta árvore,  na qual brotam os frutos, pousam os pássaros, moram os insetos, os animais peçonhentos,  as ervas daninhas  e sofre as intempéries  da natureza como o sol, as chuvas, os ventos e as descargas elétromagnéticas. 

Ao mergulhar neste complexo universo, onde encontram-se  o solo, a semente, as raízes, o tronco e a fronde,  depara-se com uma desconhecida civilização  em eterna metamorfose, e que  dão frutos de todas as matizes atrelados às variantes dos seus componentes, o que leva  a atentar para os  cuidados pertinentes a um bom pomar,     do preparo do solo à  escolha da semente, da germinação e crescimento  até a frutificação. Mostrando que numa sociedade organizada e democrática,  das três propriedades é a educação, com todas as suas variáveis,  a mãe das demais na condução da vida e no forjamento de suas condutas.

A educação plena  é  a propriedade primária e a base para a humanidade, enquanto as demais são secundárias, incluindo a saúde e a segurança, principalmente a última, que  encontra-se na outra ponta da placenta da sociedade e desta é umbilicamente  fiel seguidora. 

A pauta Educação é complexa e possue múltiplas vertentes.  A  escola do imaginário humano, do infantil ao curso supeior, é apenas uma das suas vertentes e  aponta para o equilíbrio econômico, naturalmente chamado: "Ser alguém na vida". Mira  para a pirâmide social e para a realização dos sonhos pessoais, como   habitação, liderança, viagens, cardápios variados e o culto à beleza em todos os seus viéses, é o segmento da educação direcionado para o financeiro.

As demais vertentes da educação, independente da do imaginário humano, caminham  aleatoriamentes  e encontram-se atreladas   às demandas da sociedade, representam os fenômenos  sociais: as artes, o repeito a fauna, a flora e à naturza, a solidariedade, o companheirismo e a responsbilidade, ao conhecimento dos direitos e deveres, a consciência individual e  coletiva, a diversidade das raças e  dos generos, enfim, o conhecer  a constituição nacional e os legados de uma democracia. É de bom alvitre entender, que estas vertentes podem ter  ou não ter   ligações  com a escola do imaginário humano, não precisa ser alfabetizado para ser possuidor destas pérolas  sociais.

Mergulhadas no humus, no sangue e no líquor da sociedade,  absorvem e captam os seus constituintes, tanto as partículas boas, como  as ruins, tendendo para as que vêm da cúpula social,  das elites e dos mandantes, daquelas que os nutrientes    parecem mais nutritivos.  Estes comportamentos  apontam para sentidos  distintos.

Se as classes dominantes são honestas, obedecem a constituição federal e ao cometerem crimes sofrerem as devidas reprimendas e  não fiquem impunes, estes ensinamentos são captados por todas as classes sociais.  Os comportamentos deletérios  também serão imitados por muitos das classes que ficam abaixo, sendo muitas vezes um dos componentes da desonestidade, da insegurança social e a prática de crimes, dando a entender que o binômio crime/   impunidade compensa e é combustível para alimentar a insegurança.  

Os homens vivem em sociedade, e para manter a coesão, o equilibrio e  solidariedade social entre os seus  componentes, devem seguir  os princípios da suas consciências e entender que cada ser humano possue dois tipos de consciência.  A primeira é a consciência individual, que prega os pensamentos e destinos pessoais,  a segunda é   a cosnciência comum, que prega  os sentimentos e os destinos dos grupos dos quais pertencem e da sociedade como um todo. Em sendo assim, existe em cada  homem dois seres, um individual e um coletivo, este  segue os ditames da sociedade e é atrelado aos três poderes constituídos em nome da ordem. 

O ser individual, para conviver em harmonia com o coletivo, deve  abdicar de muitas propriedades pessoais, não seguindo estes ditames viverá à margem e a depender das variantes educacionais adqueridas durante a formação, poderá aplicá-las no cotidiano, podendo ser um agregador ou um infrator das leis.

Como 70% dos humanos são influenciáveis e imitadores das  castas dominantes,   daquelas que se têm como bem sucedidas, e que mesmo transgredindo as leis da consciência comum,  não sofrem sanções repressivas e nem restituitivas, grande parte   dos humanos, que sofre  literalmente os principios da publicidade,     segue par e passo os seus ensinamentos confiante na impunidade.

A diferença é que nas castas dominantes, as infrações são de alto valor, têm os guarda-chuvas dos seus pares, o enviesamento das leis ao seu favor e  o assessoramento de bancas advogatícias do maior quilate. São crimes de gabinetes, camuflados e indiretos, crimes contra a população, contra o erário público e que possuem brechas para serem perdoadas, argumentos estes sem fundamentações para os leigos e inaceitáveis para a população, enquanto os das demais, são crimes rasteiros e sofrem  punição até  dos seus pares.  

A Segurança e a  Saúde são consequências da  matriarca e complexa Educação.

Salvador, 06 de junho de 2024

Iderval Reginaldo Tenório

quarta-feira, 29 de maio de 2024

Memórias de um serrano chamado Zezinho.

                                                      

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Prefeitura de Santa Vitória conclui a reforma de mata-burros e pontes no  mês de outubro - Prefeitura Municipal de Santa Vitória-MG

Burro cai no mata-burro. Bombeiros em ação - Blog do Toninho

Burro pulando uma cerca | Vetor Grátis

Vigas de aço para trilhos de trem de construção • adesivos para a parede  endurecer, corrosivo, corrosão | myloview.com.br
COLOCADO A PARTE DE BAIXO DO TRILHO A  2CMS DO OUTRO, A PARTE DE CIMA FICA A MAIS DE 10CMS. 
ESTÁ  AÍ A PRORIEDADE DO MATA BURRO.
FICA ESCORREGADIO E O ANIMAL FICA SEM APOIO, 
PODE ATÉ FICAR ENGANCHADO.
 
Memórias do serrano Zezinho 
 
Memória do Zezinho é um projeto  com escritos vividos por um descendente dos índios Cariris e Xucurus, povos oriundos das alagoas das regiões de Palmeira dos Indios e Arapiraca,  radicados   na  chapada do Araripe, divisa do Estado de  Pernambuco com o Ceará
 
De um lado o município    do Exú, onde nasceu o Luiz Gonzaga, o rei do baião,  do outro o município do Crato, onde  nasceu  o Padre Cícero Romão Baptista, o fundador da cidade de Juazeiro do Norte, no cariri cearense. 
 
Os municípios são ligados pela Rodovia Asa Branca, construída sob o pedido do Rei do baião. No local da divisa cortada pela rodovia, como não pode ser colocada uma cancela para impedir que animais passem de um Estado para o outro, foi construído   um equipamento  chamado  Mata Burro. Uma construção simples,  erguida com trilhos  de trem   colocados em paralelo sobre o solo, cobrindo uma cavidade de 20 cms de profundidade,   com um espaço de  dois centímetros entre cada barra de ferro, ao pisar entre um trilho e outro as patas ficam travadas. 
 
Depois dizem que o burro é burro, ao enxergar o engancha patas, o muar recua e passa a informação para todos os seus amigos. Com o tempo,  esta geringonça passa a ser conhecida por todos os animais, os mais novos  ainda se arriscam em pular e pulam, burros novos têm muita força e são espertos.  

Do Exú pela Rodovia  PE 545 chega-se à  cidade do Bodocó-Pe, que dista 41 km, nesta terra se produz o melhor queijo de manteiga e o mais saboroso doce de leite da região, verdadeiras iguarias.  Do Crato,  pela Rodovia CE 292 chega-se a  Juazeiro do Norte, a Capital da Fé, que dista 14 quilômetros numa moderna via dupla separada por um belo jardim e excelente iluminação,  hoje praticamente uma cidade só, como era em   1911, quando o Juazeiro era  distrito do Crato e recebia o nome  Tabuleiro Grande. 

Nesta região o bonito é ser  tabaréu, é ser autêntico, metade pernambucano e metade cearense. Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré  e o Padre Cicero Romão Batista   são os principais frutos desta rica caatinga, foram considerados os três nordestinos do século XX.

Nesta matéria, algumas  das centenas de memórias impregnadas  no cérebro deste tabaréu nascido no Ceará/ Pernambuco e hoje radicado na Bahia. 
 
É de bom alvitre lembrar que a Região é rica em escolas tradicionais: Os Salesianos, Os Jesuitas, o Diocesano do Crato, Os Batistas,  os Franciscanos e outras de igual teor. Hoje o Cariri é um centro indutrial,  cultural, comercial, turístico e universitário. É um ponto de convergência para todo o Brasil.
 
                                      Iderval Reginaldo Tenório 


1- LÁIBOS

Estavam os filhos, os netos, a mãe e alguns convidados num tremendo bate-papo, quando a matriarca, aos 98 anos de idade, para mostrar  bons exemplos para as netas falou:

____"Olhem minhas netas,  eu nunca coloquei batom nos meus beiços".

 O filho mais velho, que é  tirado a intelectual e falante, num tom esclarecedor pediu a palavra e disse:

___"Mamãe, num é beiço não mamãe, quem tem beiço é os animá, os cavalo, os  bode e os boi, nós humano tem é láibos.

A quase centenária, que tem respostas para tudo, responde ao filho intelectual:

__"Prefiro os meus beiços do que o seus láibos"




2-A SESSÃO


O presidente da câmara de Vereadores, da  cidade de Juazeiro do Norte,  na semana da Pátria,  ao abrir a sessão assim se pronunciou:

  __"Senhores vereadores, dou por abrida esta  sessão  em homenagem  à nossa  Pátria".

O seu secretário, Zé de  Mundim, um radialista de renome, de imediato  foi até ao seu  lado e  falou baixinho no seu ouvido.

__"Presidente Nestor, num é abrida não Presidente, é aberta".

O Presidente, sem titubear, fala em voz alta para todos os presentes ouvirem.

___" Zé de Mundim, se aquete home, se aquete Zé de Mundim, aberta ou abrida, a palavra tá dizida".



3-NUMA PLENÁRIA

Um simples vereador, recém eleito e neófito na política,  pouco falava no plenário da câmara. A sala onde funcionava o poder legislativo não era climatizada e as janelas ficavam abertas nas noites das sessões. Era junho, mês do São João, nesta época, no Ceará, os ventos são fortes, dirigidos  e frios .

Depois de aberta a sessão, lida a ata da sessão anterior e os  comunicados da diretoria,  o presidente abriu a palavra para os representantes do povo:

____"Senhores presentes nesta  plenária, está facultada a palavra ".

O neófito edil, o vereador  Clemente,  levantou-se e de imediato o presidente falou:

___"E o novo vereador Clemente Silva levanta-se para falar, deve ser algo de suma importância. O senhor tem três minutos vereador."

Na bucha, o vereador Clemente retrucou, e   comprimindo os ombros no surrado jaleco de veludo marrom assim se explicou:

___"Num quero falar não seu Presidente, eu me alevantei foi para fechar a gilena, pois tá passando um vento incanado  e tá fazendo um frie da gota serena."                     

 
                                      4-A MENTIRA

O Sr. Salustiano, simplesmente atendia  por Seu Sal, era um velho compadre do meu pai, morava na Serra do Araripe, beirava os oitenta anos. 

Quando menino, o meu irmão, que hoje é um grande economista, viajava com o meu cunhado, um médico famoso na região,  para o seu sítio que ficava na  Serra do Araripe distante  80 quilômetros de Juazeiro do Norte.

Dr.Odílio saia às cinco da manhã e chegava à serra às oitos horas. O carro era uma C10 AZUL   1970.  Eram  três horas de puro chão, saculejos e poeiras. Os seus amigos, os vizinhos e os funciuonários  já se encontravam na varanda à espera das novidades e  receber as encomendas feitas durante a semana. 

Numa destas viagens, ao chegar  na fazenda  pela manhã às 8 horas, o primeiro compadre a falar com o doutor foi seu Sal. Dentre as conversas, que eram muitas, contou um fato inusitado para mostrar o perigo que o gado estava correndo na Fazenda Sovaquinha:

___"Dotô, sexta feira, ontonte,  bem pertinho do currá,  nós aqui matou uma toiceira de cobra cascavé e quando nois foi contá, tinha 07 cobras, argumas  mais maió e argumas  mais menó".

O meu irmão, à  época com 14 anos,  olhou pra seu Sal e na  roda de compadres, que já saboreavam um belo café torrado e pisado na sede, compenetradamente  falou. 

 
___"Não me admira não seu Sal, não me admira, vindo do senhor que um homem íntegro, não me admira,  pois eu e o doutor saímos do Juazeiro às 7horas e 30 minutos e já estamos aqui na Serra, para o senhor vê, foram apenas 30 minutos de viagem".

Foi um espanto geral, quando o menino falou da rapidez da viagem. Seu Sal não ficou calado, retrucou na hora com ar de desconfiança e penicando o fumo de rolo para fazer o seu cigarro, senhoramente falou para o doutor:

___"Do cariri até aqui cum esta istrada esburacada, esta comionete carregada  de sá, o  dotô tirou em meia hora? oxente!  que istora é essa? VÊI AVUANDO! ?

O meu irmão sem perder o momento e com todo o respeito ao velho Sal, falou:

____"Não seu sal, foi de carro mesmo e  nesta C10 carregada de sal" 

Depois emendou: 

"Seu Sal diminua a quantidade das cobras que eu aumento o tempo da viagem, para cada cobra a menos, eu aumento meia hora.

Foi uma gargalhada só. E seu Sal, diplomaticamente e sem perder o equilibrio da sabedoria,  falou para o doutor.

___"Doutô Odílio, esse minino tem futuro, bote pra ser dotô".

 

 Salvador, 27 de Maio de 2024

Iderval Reginaldo Tenório 


Cantoria 1 - Ai D'eu Sodade (O ABC do Preguiçoso) - (Folclore) 

CANTA :  O GRANDE  XANGAI

Elomar, Vital Farias, Geraldo Azevedo e Xangai - CANTORIA 1 O álbum é uma gravação ao vivo realizada em 1984 e traz músicas de Elomar, ...
YouTube · Alfredo Pessoa · 26 de set. de 2010