SEGURANÇA,
SAÚDE E EDUCAÇÃO
As pesquisas
mostram que o ítem segurança é o que
mais deixa a população apreensiva no país. Em São Paulo, a última pesquisa mostrou que 70% da população apontam para este ítem, em segundo vem a saúde com 40% e depois a educação com 34%.
Numa sociedade democrática, a vida, a propriedade e a liberdade são os três maiores
patrimônios do ser humano, qualquer atentado a uma delas ou às três ao mesmo
tempo, é fator de desequilíbrio social, é o adoecimento desta sociedade.
Os
atentados que suscitam crimes,
podem ser praticados e provocados pelos
homens, por animais não humanos, inclusive bactérias, vírus, fungos e parasitas, como também pelo desequilíbrio do meio ambiente e pelos fenômenos
naturais.
Sendo a
segurança a principal preocupação em todos os níveis sociais, a de se pensar
que encontra-se negligenciada na sua
origem e mal conduzida no seu trajeto. Por não ser uma demanda primária, depende das
profundas propriedades na formação social do homem e encontra-se ligada à educação, sendo desta, literalmente dependente.
A segurança é filha dos atos da sociedade, encontra-se atrelada à sua placenta tal qual o feto na cavidade uterina da genitora. Ao ser exposta ao mundo, além da herança umbilical, capta conhecimentos do núcleo familiar, na primeira fase da vida; dos núcleos de convivências, na adolecência; e complementa com todos os núcleos sociais, independentes da convivência ou aproximação, na fase de adulto jovem. Fase que conclui o amadurecimento do cérebro, que vai até os 25 anos de idade, comprovado pela neurociência. Durante a vida, num crescente, aperfeiçoa, pule, sedimenta e a executa nos atos profissionais.
A segurança, tal qual um ser humano, tem como espelhos os componentes da sociedade, tanto os dos seus meios, os da cúpula política e econômica, e dos influenciadores midiáticos, tomando como modelos aqueles que se apresentam como bem sucedidos.
Tomando a
sociedade como uma árvore frondosa, que tudo faz para gerar bons frutos, chega-se à conclusão
que a segurança encontra-se na fronde desta árvore, na qual brotam os frutos, pousam os pássaros,
moram os insetos, os animais peçonhentos, as ervas daninhas e sofre as intempéries da natureza como o sol, as chuvas, os ventos
e as descargas elétromagnéticas.
Ao mergulhar neste complexo universo, onde encontram-se o solo, a semente, as raízes, o tronco e a fronde, depara-se com uma desconhecida civilização em eterna metamorfose, e que dão frutos de todas as matizes atrelados às variantes dos seus componentes, o que leva a atentar para os cuidados pertinentes a um bom pomar, do preparo do solo à escolha da semente, da germinação e crescimento até a frutificação. Mostrando que numa sociedade organizada e democrática, das três propriedades é a educação, com todas as suas variáveis, a mãe das demais na condução da vida e no forjamento de suas condutas.
A educação plena é a propriedade primária e a base para a humanidade, enquanto as demais são secundárias, incluindo a saúde e a segurança, principalmente a última, que encontra-se na outra ponta da placenta da sociedade e desta é umbilicamente fiel seguidora.
A pauta Educação é complexa e possue múltiplas vertentes. A escola do imaginário humano, do infantil ao curso supeior, é apenas uma das suas vertentes e aponta para o equilíbrio econômico, naturalmente chamado: "Ser alguém na vida". Mira para a pirâmide social e para a realização dos sonhos pessoais, como habitação, liderança, viagens, cardápios variados e o culto à beleza em todos os seus viéses, é o segmento da educação direcionado para o financeiro.
As demais vertentes da educação, independente da do imaginário humano, caminham aleatoriamentes e encontram-se atreladas às demandas da sociedade, representam os fenômenos sociais: as artes, o repeito a fauna, a flora e à naturza, a solidariedade, o companheirismo e a responsbilidade, ao conhecimento dos direitos e deveres, a consciência individual e coletiva, a diversidade das raças e dos generos, enfim, o conhecer a constituição nacional e os legados de uma democracia. É de bom alvitre entender, que estas vertentes podem ter ou não ter ligações com a escola do imaginário humano, não precisa ser alfabetizado para ser possuidor destas pérolas sociais.
Mergulhadas no humus, no sangue e no líquor da sociedade, absorvem e captam os seus constituintes, tanto as partículas boas, como as ruins, tendendo para as que vêm da cúpula social, das elites e dos mandantes, daquelas que os nutrientes parecem mais nutritivos. Estes comportamentos apontam para sentidos distintos.
Se as classes dominantes são honestas, obedecem a constituição federal e ao cometerem crimes sofrerem as devidas reprimendas e não fiquem impunes, estes ensinamentos são captados por todas as classes sociais. Os comportamentos deletérios também serão imitados por muitos das classes que ficam abaixo, sendo muitas vezes um dos componentes da desonestidade, da insegurança social e a prática de crimes, dando a entender que o binômio crime/ impunidade compensa e é combustível para alimentar a insegurança.
Os homens vivem em sociedade, e para manter a coesão, o equilibrio e solidariedade social entre os seus componentes, devem seguir os princípios da suas consciências e entender que cada ser humano possue dois tipos de consciência. A primeira é a consciência individual, que prega os pensamentos e destinos pessoais, a segunda é a cosnciência comum, que prega os sentimentos e os destinos dos grupos dos quais pertencem e da sociedade como um todo. Em sendo assim, existe em cada homem dois seres, um individual e um coletivo, este segue os ditames da sociedade e é atrelado aos três poderes constituídos em nome da ordem.
O ser individual, para conviver em harmonia com o coletivo, deve abdicar de muitas propriedades pessoais, não seguindo estes ditames viverá à margem e a depender das variantes educacionais adqueridas durante a formação, poderá aplicá-las no cotidiano, podendo ser um agregador ou um infrator das leis.
Como 70% dos humanos são influenciáveis e imitadores das castas dominantes, daquelas que se têm como bem sucedidas, e que mesmo transgredindo as leis da consciência comum, não sofrem sanções repressivas e nem restituitivas, grande parte dos humanos, que sofre literalmente os principios da publicidade, segue par e passo os seus ensinamentos confiante na impunidade.
A diferença é que nas castas dominantes, as infrações são de alto valor, têm os guarda-chuvas dos seus pares, o enviesamento das leis ao seu favor e o assessoramento de bancas advogatícias do maior quilate. São crimes de gabinetes, camuflados e indiretos, crimes contra a população, contra o erário público e que possuem brechas para serem perdoadas, argumentos estes sem fundamentações para os leigos e inaceitáveis para a população, enquanto os das demais, são crimes rasteiros e sofrem punição até dos seus pares.
A Segurança e a Saúde são consequências da matriarca e complexa Educação.
Salvador, 06 de junho de 2024
Iderval Reginaldo Tenório