Dércio Marques era um dos amigos que pode ser chamado do peito,pois na época da UFBA, quando a Diana Pequeno surgiu lá na Escola de Engenharia foi o Dércio um dos mentores,mentor daquela juventude sedenta por conhecimentos. O Dércio soube plantar ,regar e cuidar do pomar cultural que surgia na mente daqueles jovens.Foi na Residencia Universitária da vitória que os Estudantes da Ufba,:medicina,Engenharia,Arquitetura,teatro e Música se reunião e discutiam assuntos da intelectualidade. Pipocou em todo o Brasil, o Belchior,Fagner,Elomar,Xangai,Benvindo Cerqueira,Elba Ramalho,Gonzaguinha e um eclético grupo que hoje alimenta a cultura desta nação:Gil, Caetano,Chico Buarque,Jorge Mautner,Mateus Aleluia,Mario Gusmão e meio mundo da intelectualidade atual, sem falar dos ícones da politica como:Alice Portugal,Lídice da Mata,João Chaves,Luiz Caetano,Alfredo,Gil Freire,Duvale,Siqueira, Naomar,Jorge Sola e outros que a minha memória irresponsavelmente não aflorou no momento. Dércio foi e continuará sendo este nome forte,importante e disseminador contumaz da cultura raíz..
Um abraço do amigo
Iderval Reginaldo Tenório
A morte do violeiro Dércio Marques
Enviado por luisnassif, qua, 27/06/2012 - 14:26
Por JVicente
da Redação
O Brasil e o mundo perderam hoje, às 8h, vítima de infecção generalizada, após cirurgia, o grande artista DÉRCIO MARQUES. Violeiro, cantor, intérprete e compositor – muito pouco para descrever a riqueza deste mestre mineiro de Uberlândia, cidadão do mundo, baluarte da cultura popular, da natureza bruta destas terras. O corpo será cremado em Salvador.
Marques ficou conhecido em Vitória da Conquista, principalmente, por dividir palco com Elomar Figueira em várias apresentações.
Dércio Marques
Dercio Marques (Uberaba, Brasil, 1947 - Salvador, Brasil, 26 de junho de
2012) é um violeiro, cantor, intérprete e compositor nascido em Uberlândia, Minas Gerais.
Pesquisador das raízes musicais brasileiras e iberoamericanas (seu pai é
uruguaio) tem em sua irmã Doroty Marques uma das principais parceiras de
atuação e produção. Participa na produção musical de dezenas de discos de
colegas músicos. Defensor da natureza e da cultura popular do Brasil, do bioma
cerrado de sua infância em especial, que evoca em diversas de suas canções,
acordes, toadas e parcerias.
Seu primeiro disco "Terra, vento,
caminho." foi lançado pelo selo Discos Marcus Pereira, obra em que
interpreta canções e poemas deAtahualpa Yupanqui, na ocasião
praticamente inédito no Brasil, "As Curvas do rio", do hoje
célebre violeiro da Bahia Elomar na época pouco conhecido e de sua
própria autoria.
Em 1979, lançou pelo selo Copacabana o disco "Canto forte-Coro da
primavera", com produção de Doroty Marques e a participação deIrene Portela, Toninho Carrasqueira, Zé Gomes, Marco Pereira, Paulinho Pedra Azul, Orquestra de violas
de Osasco (54 violas),Oswaldinho do Acordeon, Heraldo,
ex-integrante do Quarteto Novo e regência do Maestro Briamonte.
Lançou "Fulejo" que é um
disco inspirado na tradição das congadas de Minas Gerais e veio trazendo ao
público músicas brasileiras tais como "Riacho de Areia" (Vale
do Jequitinhonha), "Serra da Boa Esperança" (Lamartine Babo),
"Disco Voador" (Palmeira Guimarães), "Casinha
Branca" e "Ranchinho Brasileiro" (Elpídio dos Santos), "Mineirinha"
(Raul Torres)
e "Flores do Vale" parceria com o poeta João Bá.
Ainda dentre seus parceiros ou companheiros
de shows destacam-se João do Vale,
Paulinho Pedra Azul, Luis Di França, Pereira da Viola, Fernando Guimarães, Dani Lasalvia, Xangai, Guru Martins, Hilton Accioly, Carlos Pita, Milton Edilberto, Luiz Perequê e Diana Pequeno.
Depois da bem sucedida gravação de um disco
infantil "Anjos da Terra", em homenagem a sua filha Mariana e
a todas as crianças, foi indicado em 1996 para o prêmio Sharp de melhor disco infantil com "Monjolear",
gravado em Uberlândia em longo processo de oficinas de música com sua irmã
Dorothy e a participação de 240 crianças.
Em seu disco "Folias do Brasil"
de 2000, ano de comemoração dos +500 anos, registra aspectos desta secular
tradição da folia de Reis e folia do Divino que teve origem em Portugal no século XIII (segundo o prof. Agostinho da Silva), foi banida pela Igreja Católica no tempo da Inquisição,
migrou para ilhas dos Açores, chegando ao Brasil com esse povo açoreano e
espalhando-de por todas as regiões do país, principalmente Santa Catarina,
Minas Gerais, Goiás e Rio de Janeiro.