terça-feira, 18 de novembro de 2025

Pensamento Feminista Negro no Brasil



 

Universidade Federal da Bahia - UFBA

Faculdade de Gênero e Diversidade - FACOM

Componente: Gênero e Relações Raciais  

Docente: Dra. Janja Araújo

Discente.  Iderval  Reginaldo Tenório

 

Pensamento Feminista Negro no Brasil 

 

(1)

Aparecida Sueli Carneiro (São Paulo, 24 de junho de 1950) filósofa, escritora e ativista antirracista do movimento social negro brasileiro. Fundadora do Geledés — Instituto da Mulher Negra. Considerada uma das principais autoras do feminismo negro no Brasil. Possui doutorado em Educação, na área de Filosofia da Educação, pela Universidade de São Paulo (USP).   A  primeira mulher negra a receber o título de doutora honoris causa da Universidade de Brasília.[5]

Prêmios

Obras

  • A construção do outro como não-ser como fundamento do ser. Tese (Doutorado em educação). Universidade de São Paulo, São Paulo, 2005.[2]
  • Racismo, Sexismo e Desigualdade no Brasil (Selo Negro, 2011). ISBN 978-85-8747-874-0
  • Escritos de uma vida (Editora Letramento, 2018). ISBN 978-85-9530-107-8
  • Dispositivo de racialidade: a construção do outro como não ser como fundamento do ser (Editora Zahar, 2023) ISBN 978-65-5979-096-8
  • Lélia Gonzalez: Um retrato (Editora Zahar, 2024). ISBN 978-65-5979-192-7

 

                                                       2 

O  MOVIMENTO de mulheres do Brasil é um dos mais respeitados do mundo e referência fundamental em certos temas do interesse das mulheres no plano internacional. É também um dos movimentos com melhor performance dentre os movimentos sociais do país. Fato que ilustra a potência deste movimento foram os encaminhamentos da Constituição de 1988, que contemplou cerca de 80%das suas propostas, o que mudou radicalmente o status jurídico das mulheres no Brasil.

Esse movimento destaca-se, ainda, pelas decisivas contribuições no processo de democratização do Estado produzindo, inclusive, inovações importantes no campo das políticas públicas. Destaca-se, nesse cenário, a criação dos Conselhos da Condição Feminina – órgãos voltados para o desenho de políticas públicas de promoção da igualdade de gênero e combate à discriminação contra as mulheres. A luta contra a violência doméstica e sexual estabeleceu uma mudança de paradigma em relação às questões de público e privado.

 

 

                                          3

 

No campo da sexualidade, “a luta das mulheres para terem autonomia sobre os seus próprios corpos, pelo exercício prazeroso da sexualidade, para poderem decidir sobre quando ter ou não filhos"

 

                                      4 

Na política 

A desigualdade sofrida pelas mulheres em relação ao acesso ao poder foi enfrentada por diversas campanhas das quais resultaram a aprovação de projeto de lei, de iniciativa da então deputada Marta Suplicy, de reserva de 20%das legendas dos partidos para as candidatas mulheres, isto em 1995.

Em 1997, na Lei nº 9.504, parágrafo 3º do artigo 10 estabelece que, nos pleitos proporcionais, pelo menos 30% das candidaturas lançadas por um partido político devem ser destinadas ao gênero oposto ao da maioria.

                                        5

Salários

Embora as desigualdades salariais significativas entre homens e mulheres que ocupam as mesmas funções permaneçam, é inegável que a crítica feminista sobre as desigualdades no mercado de trabalho teve papel importante na intensa diversificação, em termos ocupacionais, experimentada pelas mulheres nas últimas três décadas.

 

Em conformidade com outros movimentos sociais progressistas da sociedade brasileira, o feminismo esteve, também, por longo tempo, prisioneiro da visão eurocêntrica e universalizante das mulheres.

A consequência disso foi a incapacidade de reconhecer as diferenças e desigualdades presentes no universo feminino, a despeito da identidade biológica. Dessa forma, as vozes silenciadas e os corpos estigmatizados de mulheres vítimas de outras formas de opressão além do sexismo, continuaram no silêncio e na invisibilidade.

 

 

                                        6

Enegrecendo o feminismo

Enegrecendo o feminismo é a expressão que vimos utilizando para designar a trajetória das mulheres negras no interior do movimento feminista brasileiro. Buscamos assinalar, com ela, a identidade branca e ocidental da formulação clássica feminista  de um lado, e de outro revelar a insuficiência teórica e prática política para integrar as diferentes expressões do feminino construídos em sociedades multirraciais e pluriculturais.

 

 

 

                                     7

 

A politização da desigualdade de gênero.

 

Ao politizar as desigualdades de gênero, o feminismo transforma as mulheres em novos sujeitos políticos.

Essa condição faz com esses sujeitos assumam, a partir do lugar em que estão inseridos, diversos olhares que desencadeiam processos particulares subjacentes na luta de cada grupo particular. Ou seja, grupos de mulheres indígenas e grupos de mulheres negras, por exemplo, possuem demandas específicas que, essencialmente, não podem ser tratadas, exclusivamente, sob a rubrica da questão de gênero.

 

 

                                   8

 

O combate ao racismo passou a ser uma prioridade política

 

O fato de o combate ao racismo ser uma prioridade política para as mulheres negras, assertiva já enfatizada por Lélia Gonzalez, “a tomada de consciência da opressão ocorre, antes de tudo, pelo racial”.

Com ainda mais força,  essa necessidade premente de articular o racismo às questões mais amplas das mulheres encontra guarida histórica, pois a “variável” racial produziu gêneros subalternizados, tanto no que toca a uma identidade feminina estigmatizada (das mulheres negras), como a masculinidades subalternizadas (dos homens negros) com prestígio inferior ao do gênero feminino do grupo racialmente dominante (mulheres brancas).

 

 

 

 

                                    9

A dupla desvalorização das mulheres negras.

 

Em face dessa dupla subvalorização, é válida a afirmação de que o racismo rebaixa o status dos gêneros. Ao fazê-lo, institui como primeiro degrau de equalização social a igualdade intragênero, tendo como parâmetro os padrões de realização social alcançados pelos gêneros racialmente dominantes.

 

                                            10

 

A loirização na televisão brasileira.

 

O racismo também superlativa os gêneros por meio de privilégios que advêm da exploração e exclusão dos gêneros subalternos. Institui para os gêneros hegemônicos padrões que seriam inalcançáveis numa competição igualitária.

A recorrência abusiva, a inflação de mulheres loiras, ou da “loirização”, na televisão brasileira, é um exemplo dessa disparidade.


 

                                               11

Lélia Gonzalez faz sínteses preciosas que balizam a discussão A DEMANDA:

A primeira  diz respeito às contradições que historicamente marcaram a trajetória das mulheres negras no interior do Movimento Feminista Brasileiro. 

A segunda  refere-se à crítica fundamental que a ação política das mulheres negras introduziu no feminismo e que vem alterando significativamente suas percepções, comportamentos e instituições sociais.

De acordo com González, as concepções do feminismo brasileiro padeciam de duas dificuldades para as mulheres negras: de um lado, o viés euro centrista do feminismo brasileiro, ao omitir a centralidade da questão de raça nas hierarquias de gênero presentes na sociedade, e DO OUTRO universalizar os valores de uma cultura particular (a ocidental) para o conjunto das mulheres, sem as mediações que os processos de dominação, violência e exploração que estão na base da interação entre brancos e não-brancos.

                                             12

Mercado de trabalho .

É conhecido a distância que separa negros e brancos no país no que diz respeito à posição ocupacional. O movimento de mulheres negras vem pondo em relevo essa distância, que assume proporções ainda maiores quando o tópico de gênero e raça é levado em consideração.

Estudo  de Márcia Lima sobre Trajetória educacional e realização sócio-econômica das mulheres negras, torna-se evidente que o fato de 48% das mulheres pretas [...]estarem no serviço doméstico é sinal de que a expansão do mercado de trabalho para essas mulheres não significou ganhos significativos.

E quando esta barreira social é rompida, ou seja, quando as mulheres negras conseguem investir em educação numa tentativa de mobilidade social, elas se dirigem para empregos com menores rendimentos e menos reconhecidos no mercado de trabalho.

O não reconhecimento do peso do racismo e da discriminação racial nos processos de seleção e alocação da mão-de-obra feminina é evidente.  O eufemismo “boa aparência” é sistematicamente denunciado pelas mulheres negras.

 

                                         13

Violência: os outros aspectos da questão, a branquitude hegemônica

 

Em relação ao tópico da violência, as mulheres negras realçaram uma outra dimensão do problema. Tem-se reiterado que, para além da problemática da violência doméstica e sexual que atingem as mulheres de todos os grupos raciais e classes sociais.

Há uma forma específica de violência que constrange o direito à imagem ou a uma representação positiva, limita as possibilidades de encontro no mercado afetivo, inibe ou compromete o pleno exercício da sexualidade pelo peso dos estigmas seculares.

 

 

                                             14

Saúde

Dentre as contribuições do feminismo negro, ocupa lugar privilegiado a incorporação da temática da saúde e dos direitos reprodutivos na agenda da luta antirracista e o reconhecimento das diferenças étnicas e raciais nessa temática. 

Nessa perspectiva, a luta pela inclusão do quesito cor, sobretudo nos sistemas de classificação da população, tem se constituído um desafio permanente. 

A firma a médica negra Fátima Oliveira:" Quando o item existe nos formulários, a negligência no seu preenchimento é regra. Mesmo quando preenchido por autodeclaração ou por observação do(a) profissional, não se sabe muito bem nem para que serve e nem o que fazer com ele".

A esterilização ocupou lugar privilegiado durante anos na agenda politicadas mulheres negras, fundamentalmente entre mulheres de baixa renda. Numa parceria entre parlamentares e ativistas feministas que culminou no projeto de Lei nº 209/91, que regulamentou o uso da esterilização não definitiva e sim com contraceptivos outros.. 

Outro tema de relevância a  atenção à anemia falciforme, que consiste “numa anemia hereditária e constitui a doença genética mais comum da população negra”.

 

 

 

 15

 

A BIOÉTICA .

Uma nova área de pesquisa e intervenção política – a da bioética – vem sendo desenvolvida numa perspectiva feminista e antirracista. 

Das preocupações fundamentais, em particular da genética, sobretudo os oriundos dos megaprojetos da genética humana (Projeto Genoma Humano – PGH e Projeto da Diversidade do Genoma Humano –PDGH) e a utilização distorcidas deles pelas teorias racistas, Oliveira aponta os riscos de desenvolvimento de práticas eugenistas nas pesquisas com seres humanos.

Na atualidade, os fóruns de bioética em todo o  mundo são majoritariamente constituídos de seres  masculinos e brancos.

 

 

 

 16

NOS MEIOS DE  COMUNICAÇÃO

Os meios de comunicação vêm se constituindo em um espaço de interferência e agendamento de políticas do movimento de mulheres negras.  A naturalização do racismo e do sexismo na mídia reproduz e cristaliza, sistematicamente, estereótipos e estigmas que prejudicam, em larga escala, a afirmação de identidade racial e o valor social desse grupo.  A exclusão simbólica e as distorções da imagem da mulher negra nos meios de comunicação são formas violentas,  dolorosas, cruéis e prejudiciais.

A presença minoritária de mulheres negras nas mídias, bem como a fixação dessa presença em categorias específicas (a mulata, a empregada doméstica) foi um dos assuntos mais explorados nesse aspecto. 

As mulheres negras vêm atuando no sentido de não apenas mudar a lógica de representação dos meios de comunicação de massa, como também da capacitar suas lideranças para o trato com as novas tecnologias de informação, pois falta  de poder dos grupos historicamente marginalizados para controlar e construir suas próprias representações.

 17

NOVAS UTOPIAS .

 A Plataforma, proveniente da Conferência Nacional de Mulheres Brasileiras realizada em 6 e 7 de junho de 2002, em Brasília, reposiciona a luta feminista no Brasil nesse novo milênio. Gestada coletivamente por mulheres negras, indígenas, brancas, lésbicas, nortistas, nordestinas, urbanas, rurais, sindicalizadas, quilombolas, jovens, de terceira idade, portadoras de necessidades especiais, de diferentes vinculações religiosas e partidárias...

Princípios e propostas:

•reconhecer a autonomia e a autodeterminação dos movimentos sociais de mulheres;•comprometer-se com a crítica ao modelo neoliberal injusto, predatório e insustentável do ponto de vista econômico, social, ambiental e ético;•reconhecer os direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais das mulhe-res; •comprometer-se com a defesa dos princípios de igualdade e justiça econômica e social; •reconhecer o direito universal à educação, saúde e previdência;• comprometer-se com a luta pelo direito à terra e à moradia;•comprometer-se com a luta anti-racista e a defesa dos princípios de equidade racial-étnica;•comprometer-se com a luta contra todas as formas de discriminação de gênero,e com o combate a violência, maus-tratos, assédio e exploração de mulheres e meninas;• comprometer-se com a luta contra a discriminação a lésbicas e gays;•comprometer-se com a luta pela assistência integral à saúde das mulheres e pela defesa dos direitos sexuais e reprodutivo.

 Muitas foram as conquistas conseguidas nos dias atuais .

Referências bibliográficas

 

BAIRROS, Luiza. “Lembrando Lelia Gonzalez”. Em WERNECK, Jurema; MENDON-ÇA, Maisa e WHITE, Evelyn C.O livro da saúde das mulheres negras – nossos passos vêmde longe. Rio de Janeiro, Criola/Pallas, 2000.CARNEIRO. Sueli e SANTOS, Tereza. Mulher negra. São Paulo, Conselho Estadual daCondição Feminina/Nobel, 1985.__________. “A batalha de Durban”. Revista Estudos Feministas. CFH/CCE/UFSC,vol. 10, nº 1, 2002a.__________. “A mulher negra na década – a busca da autonomia. Apresentação”. Ca-dernos Geledés nº 5, São Paulo, outono 1995.__________. “Matriarcado da miséria”. Jornal Correio Braziliense, Coluna Opinião, 15/9/2000, p. 5.__________. “Nós?”. Jornal Correio Braziliense, Coluna Opinião, 22/2/2002b, p. 5.__________. “Mulheres negras: lembrando nossas pioneiras”. Jornal Correio Braziliense,Coluna Opinião, 8/3/2002c, p. 5.__________. “Bené”. Jornal Correio Braziliense, Coluna Opinião, 19/4/2002d, p. 5.__________. “Mulheres”, Jornal Correio Braziliense, Coluna Opinião, 14/6/2002e, p. 5.FRASER, Nancy. Políticas feministas na era do conhecimento: uma abordagembidimensional da justiça de gênero. BRUSCHINI, Cristina e UNBEHAUM, Cristina(orgs.). São Paulo, Fundação Carlos Chagas/Editora 34, 2002.HASENBALG, Carlos e VALLE, Nelson Silva. Industrialização, emprego e estratificaçãosocial no Brasil, p. 37.LIMA, Márcia. “Trajetória educacional e realização sócio-econômica das mulheres ne-gras brasileiras”. Revista Estudos Feministas. IFCS/UFRJ, vol. 3, n. 2, 1995.NASCIMENTO, Beatriz. “A mulher negra e o amor”. Jornal Maioria Falante, fev.-mar.1990, p. 3.NOGUEIRA, Regina. “Mulher negra e obesidade”. Em WERNECK, Jurema; MEN-DONÇA, Maisa e WHITE, Evelyn C. (org.). O livro da saúde das mulheres negras –nossos passos vêm de longe. Rio de Janeiro, Pallas/Criola, 2000.OLIVEIRA, Fátima. Oficinas mulher negra e saúde. Belo Horizonte, Mazza Edições,1998.__________. “Atenção adequada à saúde e ética na Ciência: ferramentas de combate aoracismo”.Revista Perspectivas em Saúde Reprodutiva. São Paulo, Fundação MacArthur,maio 2001, n. 4, ano 4.PLATAFORMA POLÍTICA FEMINISTA, parágrafo 8, aprovada na Conferência Nacio-nal de Mulheres Brasileiras. Brasília, 6-7 jun. 2002.

SUELICARNEIROESTUDOS AVANÇADOS 17 (49), 2003132PLATAFORMA DA IV CONFERÊNCIA MUNDIAL DA MULHER. Nações Uni-das, 1995.SIFUENTES, Monica. “Direito & Justiça”. Jornal Correio Braziliense, Brasília, 18/2/2002.SUAREZ, Mireya e BANDEIRA, Lourdes. “A politização da violência contra a mulhere o fortalecimento da cidadania”. Em BRUSCHINI, Cristina e UNBEHAUM, Cristina(orgs.).Gênero, democracia e sociedade brasileira. Fundação Carlos Chagas/Editora34, São Paulo, 2002.RESUMO– ESSE artigo busca demarcar a trajetória de lutas.

 

 

 

 

 1

NOSSOS FEMINISMOS REVISITADOS

LUIZA BAIRRO

 

Luiza Helena de Bairros (Porto Alegre, 27 de março de 1953 – Porto Alegre, 12 de julho de 2016) foi uma administradora brasileira. Foi ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial do Brasil entre 2011 e 2014. Fez sua carreira política na Bahia, onde era radicada.Morreu em 12 de julho de 2016.  

Formada em Administração pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mestrado em Ciências sociais pela Universidade Federal da Bahia e doutorado em Sociologia pela Universidade de Michigan.

Organizou vários livros e escreveu diversos artigos sobre racismo, sexismo e o negro no mercado de trabalho. Muitos de seus textos foram publicados pelas revistas Afro-Ásia, Bahia Análise & Dados, Caderno CRH, Estudos Feministas, Humanidades, e Força de Trabalho e Emprego, além de livros e periódicos das Nações Unidas no Brasil.

 

 

 

     2                                     Uma fala da Luiza Bairro

Certa vez em Salvador Bahia, vi na televisão um quadro sobre culinária. Era um programa matinal dirigido ao público feminino, onde se demonstrava como preparar um prato do qual já nem lembro.

 Naquele momento o que prendia minha atenção estava atrás da imagem imediatamente visível na tela. O cenário era uma cozinha e o personagem principal uma apresentadora que não parava de dar instruções e conselhos.

Em contraposição, uma jovem negra participava da cena no mais completo mutismo. Naquele programa, o estereotipo que nos associa a boa cozinheira foi redefinido pela redução da mulher negra ao papei de coadjuvante, mesmo no limitado espaço imposto pelo racismo.

Para mim entretanto, tão poderosa quanto o silêncio, era nossa outra fala transmitida pela pele negra e realçada pelo penteado de tranças da ajudante

Se por um lado os produtores de TV acham que não possuímos a autoridade e segurança necessárias para ensinar até mesmo o que supostamente fazemos melhor, por outro é evidente que o racismo já não pode mais ser praticado sem contestação, sem que de algum modo emerjam os contradiscursos que (re)criamos nas duas ultimas décadas 

 

 

       

   3                                       Judith Grant

De acordo com Judith Grant, as versões mais conhecidas do feminismo  radical liberal socialista, não foram capazes de dar conta de questões como as que me foram sugeridas pelo programa de TV  porque herdaram do feminismo radical três conceitos básicos (e problemáticos) mulher, experiência e politica pessoal

Num determinado momento, os conceitos foram uteis para definir uma coletividade e seus respectivos interesses.

Por outro lado, mostraram-se inconsistentes, quando usados para definir o que nos une a todas enquanto mulheres. Para a autora, tal convergência conceitual é chave para entender-se porque certos feminismos desconsideram categorizações de raça, de classe social e de orientação sexual, favorecendo assim discursos e praticas voltados para as percepções e necessidades de mulheres brancas heterossexuais de classe media.

    4-                                               O conceito mulher

O uso do conceito mulher traz implícito tanto a dimensão do sexo biológico, como a construção social de gênero. Entretanto a reinvenção da categoria mulher frequentemente utiliza os mesmos estereótipos criados pela opressão patriarcal - passiva emocional etc - como forma de lidar com os papeis de gênero. Na pratica aceita-se a existência de uma natureza feminina e outra masculina, fazendo com que as diferenças entre homens e mulheres sejam percebidas como fatos da natureza.

5

                                 O conceito experiência

Para definir opressão, o feminismo lança mão do conceito experiência segundo o qual, opressiva seria qualquer situação que a mulher defina como tal independentemente de tempo, região, raça ou de classe social. Cabe notar que essa definição ao mesmo tempo, em que reforça um dos aspectos definidores do feminismo em relação a outros sistemas de pensamento - a importância da subjetividade em oposição a objetividade também abre a porta para as generalizações.

Há duas versões do pensamento feminista que explicitamente tentam definir a mulher com base em experiências tidas como universais

 

A primeira coloca a maternidade como a experiência central na identidade das mulheres.  

A segunda,  a sexualidade, entendida como forma de poder que transforma a mulher em objeto sexual do homem, como a experiência capaz de unificar todas as mulheres.  Dessa perspectiva a mulher tende a ser interpretada como vitima de um poder definido como intrinsecamente masculino.

 

 

 

6

                                                  Política Pessoal

A ênfase na experiência, levou a afirmação de que o pessoal é politico, terceiro conceito básico do feminismo. A ideia de que problemas de mulher são meramente pessoais, foi descartada quando o movimento feminista propôs-se a agir no sentido de estabelecer soluções comuns. Politica então seria qualquer relação de poder, mesmo fora da esfera publica da ação direta do Estado ou da organização capitalista da sociedade.

 

7- Transformando os conceitos fundamentais

Há pelo menos duas teorias feministas que procuram superar as limitações dos conceitos fundamentais sem no entanto abandona-los totalmente 

                                    O feminismo socialista 

Uma é o feminismo socialista, que parte do referencial teórico marxista para analisar a base material da dominação masculina. Entretanto, como as categorias feministas fundamentais foram estabelecidas em oposição aos postulados marxistas, torna-se difícil atribuir equivalências para conceitos como produção e reprodução (frequentemente tratados no feminismo como esferas separadas)

8-            O ponto de vista feminista.

A outra tentativa mais recente de transformar as categorias mulher experiência e politica pessoal, é o ponto de vista feminista.

Segundo essa teoria, a experiência da opressão sexista é dada pela posição que ocupamos numa matriz de dominação, onde raça, gênero e classe social interceptam-se em diferentes pontos.

 Assim, uma mulher negra trabalhadora é triplamente oprimida ou mais oprimida do que uma mulher branca na mesma classe social.  Experimenta a opressão a partir de um lugar que proporciona um ponto de vista diferente sobre o que é ser mulher numa sociedade desigual racista e sexista. Raça, gênero, classe social, orientação sexual reconfiguram-se mutuamente, formando um mosaico.

 9

                                 Feminismo negro 

Dentre as vertentes do movimento feminista, existe aquele que foca nas especificidades próprias das mulheres negras, o  feminismo negro. No Brasil, essa vertente teve início propriamente na década de 1970 com o Movimento de Mulheres Negras (MMN), notou-se a falta de  uma abordagem conjunta das pautas de gênero e raça pelos movimentos sociais da época. O movimento lutou contra . " Do ponto de vista Feminino".

Nos Estados Unidos o feminismo negro é uma das principais expressões da teoria do ponto de vista feminista(standpanttheory) 

 A discussão sobre as categorias mulher, experiência e politica pessoal delineado nas seções anteriores, já havia sido antecipada por escritoras negras, cuja perspectiva feminista prescinde de uma identidade comum para todas as mulheres.

 

 

 

 

10

bell hooks destacada feminista afro americana, corretamente afirma que o que as mulheres compartilham não é a mesma opressão,  mas a luta para acabar com o sexismo ou seja, pelo fim das relações baseadas em diferenças de gênero socialmente construídas.

Para nos negros e necessário enfrentar esta questão, não apenas porque a dominação patriarcal conforma relações de poder nas esferas pessoal, interpessoal e mesmo intimas, mas tombem porque o patriarcado repousa em bases ideológicas, semelhantes as que permitem a existência do racismo a crença na dominação, construído com base em noções de inferioridade e superioridade.

                                                                 Iderval Reginaldo Tenório 

segunda-feira, 17 de novembro de 2025

A fábula . O javali, o cavalo e o caçador.

Vetores de Caçador A Cavalo Armado Com Lança Perseguindo Um Javali Selvagem  Vitoriano e mais imagens de Caça - iStock 

        A   fábula .

      O javali, o cavalo e o caçador.

Como os  que estão no poder forjam seguidores, idólatras e se perpetuam no poder. Conseguem lavar o cérebro da população  em nome da DEMOCRACIA. Criam diversos e aplicam  tipos de cabrestos.

A fábula é de Esopo (620 - 564 a. C.) e retirada do livro Como as democracias morrem, dos cientistas políticos e pesquisadores da Universidade de Harvard, Steven Levitski e Daniel Ziblatt. 
 
A fábula serve de epígrafe ao primeiro capítulo do livro. 
 
É sobre o javali, o cavalo e o caçador. Também pode ser encontrada em Esopo - Fábulas completas, da Cosacnaify, belamente ilustrado por Eduardo Berliner. 
 
Ficamos com a versão da epígrafe:

Surgira uma séria disputa entre o cavalo e o javali; então, o cavalo foi a um caçador e pediu ajuda para se vingar.  O caçador concordou mas disse: 
 
"Se deseja derrotar o javali, você deve permitir que eu ponha esta peça de ferro entre as suas mandíbulas, para que possa guiá-lo com estas rédeas, e coloque esta sela nas suas costas, para que possa me manter firme enquanto seguimos o inimigo." 
O cavalo aceitou as condições e o caçador logo o selou e bridou. Assim, com a ajuda do caçador, o cavalo logo venceu o javali, e então disse: "Agora, desça e retire essas coisas da minha boca e das minhas costas". 
 
"Não tão rápido, amigo", disse o caçador. "E o tenho sob minhas rédeas e esporas, e por enquanto prefiro mantê-lo assim".
 
Fábula de domínio popular. 

A FORÇA DOS ESTUDANTES. Hasina, ex-primeira-ministra de Bangladesh, é condenada à morte

 

Por O Globo, com agências internacionais — Daca

A ex-primeira-ministra de Bangladesh Sheikh Hasina, de 78 anos, foi condenada nesta segunda-feira à pena de morte por crimes contra a humanidade durante a repressão a protestos no país em 2024, que levaram à queda de seu governo. Hasina foi julgada à revelia, porque fugiu para a Índia, onde está em xílio desde agosto do ano passado. Ela nega envolvimento em atrocidades e criticou o processo 

"Todos os elementos (…) constitutivos de um crime contra a humanidade estão presentes", declarou o juiz do tribunal de Daca, Golam Mortuza Mozumder. "Decidimos impor-lhe uma única pena, a pena de morte", acrescentou.

A investigação contra Hasina foi aberta em agosto de 2024, em decorrência do assassinato de um homem pela polícia durante manifestações.

Mais de 450 pessoas foram mortas durante as semanas de agitação que antecederam sua queda.

Fuga de helicóptero

Hasina, de 76 anos, fugiu em um helicóptero para a Índia, segundo relatos, quando milhares de manifestantes invadiram sua residência oficial na capital, Daca, em agosto do ano passado.

Em janeiro daquele ano, ela conquistou um quarto mandato sem precedentes como primeira-ministra em uma eleição amplamente criticada por opositores como sendo uma farsa.

Seus 15 anos consecutivos no poder foram marcados por um renascimento econômico de Bangladesh, mas também pela prisão em massa de oponentes políticos e sanções de direitos humanos contra suas forças de segurança.

Os protestos que levaram à queda de Hanisa começaram em julho de 2024, com passeatas lideradas por estudantes universitários contra as cotas de empregos no serviço público, mas logo se transformaram em distúrbios mortais e exigências para que ela renunciasse.

A repressão a manifestantes pela polícia e por grupos de estudantes pró-governo também provocaram condenação internacional.

Filha de um revolucionário que levou Bangladesh à independência, Hasina presidiu um crescimento econômico vertiginoso em um país que já foi descartado pelo estadista americano Henry Kissinger como um "caso perdido" irremediável.

(Com AFP e NYT)

domingo, 16 de novembro de 2025

Patativa do Assaré, o congresso da SBAD 2026 no Ceará e a GastroArtista. De 19 a 21 de novembro.

                    .

Na seca de 1958, O  mestre Patativa do Assaré  escreveu ao  Presidente da Republica , o Juscelino Kubitschek , ° ao Governador do Estado do Ceará Dr. Paulo Sarasate.


A seca de 1958 foi de arrasar. Secou os açudes, os rios, as plantações e só os juazeiros com os seus espinhos, os umbuzeiros e os mandacarus grassavam vivos.

 Juazeiro do Norte, Crato, Barbalha e Jardim ficaram como quarteis para receber os homens que  buscavam o pão. vários foram os campos de concentração em todo o Estado 

                                            Assim falou  o  Patativa do Assaré



Iderval Reginaldo Tenório

De Patativa do Assaré

Iderval Reginaldo Tenório

De Patativa do Assaré

 

A seca de 1958 no Ceará foi uma das mais graves da história, causando miséria generalizada e intensificando o êxodo de cearenses para outras regiões do país, principalmente para a construção de Brasília. A calamidade resultou na perda de lavouras, rebanhos e na falta de água, com o governo federal respondendo com medidas emergenciais que, embora insuficientes para suprir as perdas econômicas, incluíram a criação de frentes de trabalho e o auxílio emergencial.]


DOTÔ ME CONHECE?
Patativa do Assaré
O CEARENSE DO SÉCULO

Seu dotô só me parece
Que o sinhô não me conhece
Nunca soube quem sou eu
Nunca viu minha paioça
Minha muié, minha roça
Meus fio que Deus me deu


Se não sabe escute agora
Que eu vô conta minha istora
Tenha a bondade de ouvi
Eu sô da crasse matuta
Da crasse que não disfruta
Das riqueza do Brasi


Sô aquele que conhece
As privação que padece
O mais pobre camponês
Tenho passado na vida
De quatro meis em siguida
Sem cumê carne uma veiz


Sô o que durante a semana
Cumprindo a sina tirana
Da grande labutação
Mode sustenta a famia
Só tem direito a dois dia
O resto é para o patrão


Sô o sertanejo que cansa
De votá sem esperança
Do Brasil fica mio
Mas o Brasil continua
Na cantiga da piruá
Que é pio, pio, pio


Sô o que num tempo da guerra
Contra o gosto se desterra
Para nunca mais vortá
E vai morrê no estrangeiro
Como pobre brasileiro
Longe do torrão nata


Sô o mendigo sem sussego
Que por não achá emprego
Se vê forçado a sigui
Sem direção e sem norte
De porta em porta a pidi


Sô aquele disgraçado
Que nos ano atravessado
Vai batê no Maranhão
Sujeito a todo mal-trato
Bicho de pé, carrapato
E os ataque da sesão

Se o dotô não se infade
Vai guardando essa verdade
Na memória e pode crer
Que eu sô aquele operário
Que ganha o pobre salário
Que não dá para comer


Sô ele todo em carne e osso
Muita veis num tem armoço
Nem também não tem jantá
Eu sô aquele rocero
Sem camisa e sem dinheiro
Cantado por Juvená


Sim, por Juvená Galeno
O poeta, aquele gênio
O maior dos cantadô
Aquele coração nobre
Que a minha vida de pobre
Muito sentido canto


Há mais de cem ano eu vivo
Nessa vida de castigo
E a potreção não chegô
Sofro muito e corro estreito
Inda tô do memo jeito
Que Juvená me deixou


Sofrendo a mema sentença
Eu já to perdendo a crença
E pra ninguém se inganá
Vô dexá meu nome aqui
Eu sô fio do Brasi
E o meu nome é Ceará.

 


sábado, 15 de novembro de 2025

INGÊNUOS PROVÉRBIOS SOCIAIS

 

INGÊNUOS PROVÉRBIOS SOCIAIS

 




 

INGÊNUOS PROVÉRBIOS SOCIAIS

1-

O cérebro está para o corpo como a lâmpada  está para o poste.

2-

Para um homem de vergonha, o mais importante são os filhos educados, éticos  e independentes.

3-

Quer ir para o céu do céu, seja um humano.

4-

Quer viver  no céu da terra, seja  humano, estude, trabalhe e seja ético.

5-

Mais vale meu feijão com farinha do que o filé da vizinha.

6-

Jovens escutem os seus pais, os seus   professores e todos  os ajuizados que lhe rodeiam. 

7-

Muitos dos nossos professores são os animais irracionais e os fenômenos da natureza 

8-

O respeito e a gratidão são  propriedades valiosas.

9-

A idolatria política, a idolatria artística, a idolatria atlética, a idolatria aos chefes religiosos e a  idolatria midiática   são  as mais baixas propriedades que um homem alforriado pode aceitar. Respeite, admire, seja racional e consciente,  jamais  um idólatra. 

10-

Dos mistérios de Deus, nenhum ser humano sabe mais do que outro, os que pensam que sabe, leram em algum lugar e repetem de geração em geração o que os homens do passado escreveram.

11-

Nunca pense ou se considere o mais inteligente, o mais importante, o mais sabido   e  dono da verdade, só os bobos pensam assim.

12-

A cultura de um homem independe da escolaridade, muitos são apenas  letrados.

Salvador, 24 de Novembro de 2024

Iderval Reginaldo Tenório

quarta-feira, 12 de novembro de 2025

A MORTE DE UMA PROFISSÃO DE RESPEITO.

 Enterro: Entenda a sua origem, costumes e curiosidades

A MORTE DE UMA PROFISSÃO DE RESPEITO.
         PRECISAMOS RESSUSCITÁ-LA
                Médicos e autoridades brasileiras pensem na Medicina deste ponto de vista.
 

" ACORDA DOUTOR, OS HOMENS ESTÃO MATANDO A MEDICINA"

 

Os cenários políticos e econômicos da nação vaticinam e apontam para dias escuros para a centenária medicina brasileira  e para os seus filhos, os médicos. 

Muitos foram, são e serão os eventos que estão  levando a gloriosa Medicina  à  bancarrota e  que  escancaradamente  a empurram  para as laterais,  retirando-a  do centro e  do miolo onde deveria se encontrar.  
 
Atenetem para os itens abaixo.

1-A abertura indiscriminada de Escolas Privadas e o abandono  das Escolas públicas de boa qualidade,  que graduaram grandes médicos desde 1908,  exemplo mor, a  Escola de Medicina da Universidade Federal da Bahia, FAMED
 
2-  O sucateamento dos Hospitais Escolas e a desvalorização dos professores,  os grandes  mestres .

3-A entrega da medicina aos políticos, passando os médicos a  reles prestadores de serviços precarizados  e vilipendiados pelas terceirizações, falsas cooperativas e contratos  leoninos  pejotizados.

4-A medicina Suplementar atuando como intermediaria entre o médico e o seu paciente,  aplicando baixos valores ao seu intelecto.

5-O aparelhamento da medicina,  diminuindo o valor da semiologia e da Clinica, ocasionando o fechamento dos consultórios artesanais, incentivando Empresas Médicas e  mercantilizando a medicina.

6-A invasão  do  ato médico por outros profissionais, em quase todas as especialidades,  da clínica médica à oftalmologia, quando deveria existir um entrelaçamento entre esta profissões.

7-O desinteresse dos novos esculápios  pelo viés político e social,  encarando a medicina  apenas como meio de vida, de sobrevivência,  de como pagar as suas dívidas a qualquer preço, principalmente  para manter o status.

08- Os governantes  fazem  de tudo para jogar a sociedade contra os médicos,  colocam para a sociedade que os profissionais estão mais ligados à  pecúnia do que à saúde. Estão  criando muros, fossos e cercas   entre o povo, o médico e a medicina, esquecem dos que a exercem com  ética, lisura e compromisso.

Este modus operandi levou a diversos episódios.

Os médicos perderam a prioridade nos cargos diretivos   Municipais, Estaduais e Federais. Os Secretários de Saúde e o Ministro não precisam ser médicos, e quando médicos, transformam-se em burocratas, tecnocratas, executivos e políticos descompromissados com a categoria


Os médicos  perderam os cargos nas unidades hospitalares, no programa da família(PSF) e nos demais serviços pertinentes à medicina (Postos e ambulatórios), hoje estão em segundo plano.  
 
Forças contrárias aos interesses do povo,  dos médicos e da medicina  incutem na cabeça dos médicos  que o sistema  conselhal é obsoleto,  inerte e prejudicial à classe, é  um órgão punitivo, os médicos acreditam e passam a não apoiar a sua mais importante instituição. Conselho fraco categoria fraca. Na vacância dos Conselhos, serão os leigos os seus julgadores .

O prestígio de uma categoria está ligado aos poderes políticos,  econômicos,  sociais  e no  domínio dos conhecimentos, juntas guinam uma categoria ao comando de uma sociedade. 
 
O médico e a  medicina estão em franca decadência. A informática, a IA e a engenharia da imagem dominam nos médios e nos grandes centros, basta entrar numa máquina e apertar um botão.  A medicina passou a ser uma ciência exata. 

A soberania da clínica, o toque amigo do seu médico, a semiologia aplicada, as cãs dos esculápios, a benevolência,  a beneficência e a generosidade da ética estão comendo poeira dos  gestores da saúde.

Consumindo os  últimos suspiros sociais da Medicina, os poderes (Municipal, Estadual, Federal e Judiciário) retiram vagarosa e continuamente as últimas gotas de sangue da velha medicina com taxas,  ditames  e tributos exorbitantes.

O Liberal autônomo, devido a intermediação do sistema médico suplementar, da pejotização e da  terceirização do Sistema  Público   encontra-se  sem força, fraco e subservientes. 

A medicina( A SAÚDE) e o médico caíram na vala comum. É  uma contenda entre a Medicina e o poder,  na qual um dos lados tem como arma a ética, e a ética  é mansa, educada, paciente, benevolente, caridosa, responsável  e respeitadora, enquanto o outro, tem a força, a truculência, a vontade política, a saga da enganação e um povo propositadamente desprovido de informações. Um povo, que mesmo com fome e sem educação de qualidade, dorme  em berço explendido, anestesiado.

A Medicina e o Médico precisam seguir de mãos dadas, precisam  difundir a humanização, a benevolência, a beneficência e mostrar que são simples, humildes e emanam do povo para o povo.  
 
A medicina é a mais sagrada das ciências, entra na vida de cada um dos cidadãos que a procuram, e  o  Médico é o seu mentor intelectual.

VIVA A MEDICINA E OS SEUS ABNEGADOS

Salvadtr, 12 sde novembro de 2025

                                                         Iderval  Reginaldo Tenório