ESTÓRIAS DE SEU LUNGA
Lunga é
um primo que tenho em Juazeiro do norte, sul do Ceará. O seu nome verdadeiro é JOAQUIM
RODRIGUES DOS SANTOS TENÓRIO, não sabe dizer porque perdeu o TENÓRIO, é um comerciante de sucatas.
Homem educado, inteligente, perspicaz e que não gosta de perguntas bestas ou perguntas sem lógica, não é por brutalidade. sua, inclusive é muito simpático.
Muitas estórias são atribuídas ao mestre Lunga devido o seu sucesso, muitas não tem cabimento, vejam a do papel higiênico se tem lógica ou cronologia, naquela época não se conhecia no cariri este utilitário. Acredito que Lunga deveria documentar e exigir direitos sobre a exploração do seu nome.
Nesta matéria cinco casos. 1-A Sopa, 2-A coçada da cabeça, 3-A cabeça de porco, 4-A abertura da loja e 5-O papel higiênico.
A SOPA
Outro dia Carmelita, sua esposa, no horário do jantar, pergunta lá da cozinha em voz alta. O mestre já se encontrava sentado na longa mesa:
“Lunga estou levando a sopa, levo no prato ou na tigela?”
Diante da inusitada pergunta e sem lógica para o menestrel este responde na bucha:
“ Bota no chão e traz com um rodo diabo, que pergunta.”
A COÇADA DE CABEÇA
Lunga sai de sua loja na rua Santa Luzia e vai até o mercado Municipal comprar cigarro de fumo Arapiraca na loja do seu irmão Lô. Ao chegarquem está no balcão é a sua cunhada.
Chega, compra três ou quatro pacotes de
cigarros e despreocupadamente coça a cabeça sem retirar o seu belo chapéu de
massa, a sua cunhada, sabendo das suas inusitadas tiradas, de imediato indaga:
“Oxente cumpadi Lunga, o cumpadi num tira o chapéu pra coçar a cabeça não?”
O mestre de chofre devolve a sua resposta.
“Cumadi, a senhora tira a calça pra coçar a bunda?”
A CABEÇA DE PORCO
Meu pai um homem, preocupado com a família, nos fins de semana matava um animal e distribuía com os vizinhos e parentes partes do suíno.
Num fim de semana, prolongado, mandou matar um porco de seus 150 kilogramas. Além de sua parte de direito, meu pai presenteou o Lunga com a bela cabeça para o mesmo fazer um saboroso cozido.
Lunga passa a corda de croá na cabeça do bicho, dá um arrochado nó, coloca a correia nos quatros dedos da mão direita, passando pela palma da grande mão, e sai às pressas para Carmelita preparar o almoço. Ao passar na frente da casa de uma vizinha, a mesma pergunta:.
"Seu lunga esta cabeça é para o senhor comer.?"
Lunga olha para a inocente madame, joga a
cabeça do porco no chão e exclama a dizer:
"Não minha senhora, não minha senhora, é pra criar, cuuuuchi, cuuuuuchi, cuuuuchi, anda bicho".
A ABERTURA DA LOJA
6:30 da manhã, segunda-feira. Lunga chega pela manhã na sua loja, encosta a sua bicicleta, freio contra pedal, na calçada da loja, pega um feixe de meio quilo de chaves pendurado na cintura, abre meia dúzia de cadeados e quando está elevando o grande portão de aço de enrolar, na altura de 1,0 metro, um sujeito passa e pergunta em alta voz:
"Abrindo a loja seu Lunga?"
E mais uma vez o mestre Lunga num tom mais alto responde:
"Não fie da peste, tô
fechando."
Baixa o portão, monta na bcicleta e volta pra casa. Meia hora depois, pois não é tolo, volta e abre a sua loja de sucatas..
O PAPEL HIGIÊNICO
No Cariri, vomo em tiodas as cidades do inteiro do Brasil, era comum os donos de mercearias criarem um tipo de venda a prazo que eram quitadas nos sábados, dia que saia o pagamento do peão, cada cliente possuia uma caderneta para anotar a dívida.
Refere que Lunga, ainda criança, foi chamado às pressas pelo seu genitor que fosse na bodega de seu ZEZÉ comprar papel higiênico e que fosse num pé e voltasse noutro, feito uma bala, devido o desarranjo intestinal agudo que o velho apresentou.
Lunga mais do que depressa corre até a bodega, pede o um pacote de papel e volta correndo. Seu ZEZÈ, do balcão, com um lapis preso na orelha e uma caderneta na mão, pergunta aos gritos ao apressado garoto:
"Lunga, é pra botar na caderneta?"
Lunga que é um lunga desde pequeno, do alto dos seus 08 anos, dá uma paradinha, eleva a cabeça e responde num tom alto e agudo:
"Não seu Zezé, é pra pai limpar a bunda".
Vejam se tem cabimento, agora tenho que publicar, faz parte do anedotário popular do meu primo LUNGA.
Iderval Reginaldo Tenório