O SAQUE DA EUROPA AO CONTINENTE AFRICANO
É comum ao chegar da Europa, após uma visita turistica e gastar o que ganhou na sua nação, durante anos, os visitantes voltarem radiantes, orgulhosos e cheios de alegrias com a riqueza, a beleza, museus, arenas, bibliotecas, parques, ruas, avenidas, teatros, igrejas, universidades e a educação dos europeus.
Evidencia-se a fragilidade e a subserviência da mente de cada cidadão, uma vez que, pela história da humanidade deveriam voltar envergonhados, tristes, pensatativos e constetar toda aquela riqueza e luxo.
Bastaria olhar para trás, e numa regressão, lembrar que toda aquela riqueza foi levada das nações invadidas e usurpadas pelos europeus, notadamente a Inglaterra e reforçada pela Holanda, Alemanha, Bélgica, França, Espanha, Portugal e Italia.
Lembrem-se que, durante séculos, o continente africano foi invadido e tomado pelos povos da Europa. Apagaram os seus costumes, idiomas e dialetos, deturparam as religiões, induziram tribos a brigarem com tribos irmãs, eliminaram milhões de vidas humanas. Levaram toneladas de ouro e outros metais preciosos, navios de madeiras de lei, plantas medicinais, toneladas de diamantes, mataram animais para extrarirem marfim, peles, presas, ossos, chifres, penas e cabeças de todos os tipos. Traficaram os africanos para diversas nações como mercadorias, como rebanhos de animais irracionais e força de trabalho para tocar a pecuária, a agricultura, a exploração mineral e todos os serviços pesados para abastecer as suas bocas.
O alge da exploração foi de 1750 a 1914. Em 1884, a Europa, num pacto de compadrio, realizou a Conferência de Berlim, na qual rezava que cada nação da Europa tomaria como reféns grupos de nações africanas e lá fariam o que quisessem.
"A Conferência de Berlim aconteceu entre novembro de 1884 e fevereiro de 1885 e delimitou regras e acordos durante a ocupação do continente africano pelas potências europeias. Conhecido também como partilha da África, esse evento oficializou o neocolonialismo que resultou na extensa exploração econômica de colônias africanas pelos países europeus."
Depois deste pacto fizeram
da Africa uma colcha de retalho. Como
aves de rapina e verdadeiros aspiradaores,
sugaram todas as riqueza possíveis daquele continente, deixando-o no casco, na
miséria e sem nenhuma autoestima, roubaram a personalidade e a cidadania, jogaram os povos africanos no fundo do poço.
De 1810 a 1914, a Inglaterra, a mais severa, sanguinária e bruta nação do Mundo, dominou a ferro, fogo, bala e chicote a África do Sul, Egito, Sudão, Gana, Nigéria, Somália, Serra Leoa, Tanzânia, Uganda, Quênia, Malawi, Botsuana, Zâmbia, Gâmbia, Lesoto, Maurícia, Suazilândia, Seicheles e Zimbábue.
Naquelas nações escravizaram, venderam e dizimaram milhões de vidas, sugaram toneladas de ouro e outros metais preciosos, toneladas de diamantes e outras gemas, tapetes e artes históricas, navios de presas de elefantes, chifres de rinocerontes e cabeças de de varias espécies de animais. Levaram navios de madeiras de lei e ervas medicinais, fósseis de todos os tipos e tudo de importância encontrado pelos invasores.
Hoje estas riquezas estão expostas em tudo que o turista enxerga e vergonhosamente admira naquelas nações . Estão nas coroas dos pseudos monarcas, nos utensílios domésticos, camas, mesas, dobradiças, telefones, portas, armas, cadeiras, chuveiros, torneiras, pias, troféus, faqueiros, aviões, barcos, navios, carros, motos, bicicletas, jóias de todos os tipos, nos cofres dos bancos, como lastros financeiros e, até em sanitários.
Acredita-se que a vergonha, a ojeriza, a indignação e a tristeza seriam as propriedades pertinentes por tudo visto no continente europeu, em vez desta subserviência secular e deprimente. Atitudes estas, impostas e apoiadas pelas elites econômicas, artísticas, políticas, eclesiástica e, pela sonhadora e enganada classe média que derramam bilhões de dólares no velho continente todos os anos.
Qual seria a conduta da Europa para reparar todo o estrago ao continente africano? o que deveria ser feito para recompensar toda a riqueza usurpada dos ancestrais da humanidade?
O que se vê, é o envio de esmolas para socorrer os eternos desastres sociais, taxadas de ajudas humanitárias, a formação de ONGs com a finalidade de mapear as suas riquezas como nos séculos passados apopiadas pelas elites citadas, numa entrega continua dos territórios, solos, subsolos e as riquezas naturais, numa exploração clara para manter os seus luxos e consumos.
Cito o vergonho programa -Médicos sem fronteiras- um enganoso programa para angariar esmolas e socorrer os povos explorados pelas nações hegemônicas da Europa, durante século, e apoiadas por todos os subservienmtes do globo terrestre. Bastaria que cada nação exploradora, para tratar e alimentar os sofridos reféns maltratados por eles, devolvesse parte das riquezas das nações invadidas, enganadas e pseudocolonizadas.
Não seria necessário devolver as riquezas levadas durante séculos, bastaria que assumissem a educação do curso infantil ao curso superior de cada povo explorado, que recuperassem as religiões, costumes e as artes, que construíssem escolas, hospitais, parques, ruas, avenidas e estradas, que tratassem as águas e o esgotamento sanitário por um período de vinte ou trinta anos. Isto configuraria um pequeno reparo, uma vez que, tudo que a Europa fizer é pouco para os povos da África, a dívida é abissal.
Em pleno séculos XXI, não é cabível esta subserviência ao povo da Europa, notadamente aos ocupantes de reinados, os usuários de coroas de ouro
cravajedas de diamantes, regadas a sangue e vida dos explorados. Esta prorpriedade de conformismo, reforça a continuidade da exploração dos povos periféricos, uma barreira para o progresso e a dependencia por mais grandes períodos.
Os vilipendiados pedem socorro e gritam abafadamente por liberdade plena e clamam por justiça e por Deus.
Iderval Reginaldo Tenório
Lembrem-se de Castro Alves (1847 -1871) em Vozes d"África
"Deus! ó Deus! onde estás que não respondes?
Em que mundo, em qu'estrela tu t'escondes
Embuçado nos céus?
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Minhas irmãs são belas, são ditosas...
Dorme a Ásia nas sombras voluptuosa
Dos haréns do Sultão.
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Europa é sempre Europa, a gloriosa !..
A mulher deslumbrante e caprichosa,
Rainha e cortezan.
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Qual Prometeu tu me amarraste um dia
Do deserto na rubra penedia
— Infinito: galé! ...
Por abutre — me deste o sol candente,
E a terra de Suez — foi a corrente
Que me ligaste ao pé...
Iderval Reginaldo Tenório