segunda-feira, 4 de julho de 2022

Morre o jovem Escritor Marcus Vinicus Alves Brito

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             Morre o  jovem Escritor Marcus Vinicus Alves Brito

No dia 29 de Junho de 2022 a Bahia e o Brasil perderam um dos melhores cérebros da atualidade no viés cultural, o jovem escritor Marcus Vinicius Alves Brito com 25 anos, 22 dias e 08hs de idade.

Nascido de uma família humilde no subdistrito de Paripe, em Salvador, no dia 07 de Junho de 1997. Vinha se destacando pelos grandes artigos filosóficos e sociais do mundo contemporâneo e no universo dos grandes pensadores do passado.

Autodidata, intelectual do mais alto valor, possuidor de inteligência invejável,  rico vocabulário, vasto conhecimento e de grande força de vontade, que apesar das dificuldades, das  barreiras impostas pela sociedade  a cada dia se agigantava e dava brilho aos seus pensamentos historiográficos, antropológicos, etnográficos e literários.

Iniciou a sua carreira literária  aos 08 anos de idade, porém aos 11 começou a apresentar problemas de  saúde.  Dores articulares, ligamentares e  musculares, degeneração em articulação coxofemoral à esquerda, migração das dores para  a coluna e para o joelho direito . Aos 19 anos confirmado o diagnóstico de uma Doença articular degenerativa rara de cunho genético e aos 23 outras complicações no fêmur distal direito, patologia  grave  , o que levou à morte no dia 29 de junho de 2022.

A vida do jovem escritor foi interrompida na flor da idade aos 25 anos, 22 dias e 08horas. 

Perdeu a família e os amigos  um membro querido, perdeu a sociedade um ser humano exemplar, perdeu a cultura um intelectual nato, perderam a Bahia  e o Brasil  um cérebro que prometia muito. Assim se foi um cidadão do bem, que só pensava no bem e só praticava o bem.

Deixou trabalhos publicados por editoras independentes em duas Antologias em caráter nacional e outros as serem publicadas. Obras de grande valia literária e que ainda serão discutidas no futuro pelos intelectuais da Bahia e do país.

O jovem seguiu o mesmo itinerário de grandes nomes da literatura nacional: do baiano Castro Alves que faleceu aos 24 anos, o paulista Alvares de Azevedo aos 20, o paraibano Augusto dos Anjos aos 30, o Carioca Noel Rosas aos 26, o Carioca Casimiro de Abreu aos 21 , o Catarinense Cruz e Souza aos 37 e o Marcus Vinicius Alves Brito, baiano do  distrito de Paripe, Salvador, no dia 29 de junho de 2022 aos 25 anos de idade.

Assim quis o Criador. Assim o Criador trilhou o seu destino e foi assim que o Criador o colocou no mesmo caminho dos grandes poetas e escritores que faleceram na flor da idade. O Vinícius Brito deixou órfãos a família, os amigos, a cultura e a nação.

Assim se foi o Jovem Marcus Vinicius e assim se foram muitos poetas deste país.

A vida é uma incógnita e a morte a única certeza  de todos os seres vivos. Vai a matéria e fica o legado. É assim a vontade do Criador. 

Iderval Reginaldo Tenório

 

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A SOLIDÃO DAS PESSOAS DESSAS CAPITAIS


S

olidão. Sentir-se só. Afinal, quem é que nunca se sentiu assim? Solitude. Estar em contato consigo mesmo. Afinal, quem é que nunca quis estar assim? A grafia é parecida tão certo como a dissemelhança entre as circunstâncias que levam aos dois estados. Decerto, ambos os termos confundem a quem enxerga apenas com os olhos. Contudo, é factível compreendê-los em sua essência.

A solidão surge por um vazio nos recônditos da alma; pela desconexão com o mundo ao redor; pela sensação de ser incompreendido pelos demais; pela ausência de relações que talvez lhe aprouvessem e alguns outros coeficientes motivadores. Quando fala-se de solitude, porém, aquele que observa de fora tem a falsa impressão de que a pessoa não está nada bem, num estado de sofrimento; de resignação da convivência com seus pares. O estado de solitude está além do seu significado. É um estado de espírito, de paz, de plena convivência consigo mesmo. Em não havendo a necessidade de estar com outras pessoas como preenchimento de vazio, não há solidão. Mas mesmo uma pessoa extrovertida pode sentir-se só vez por outra. Há esses contrapontos a serem observados.

O imediatismo e os ruídos da vida moderna obscurecem nossos pensamentos e nos distraem, levando-nos cativos à tv como plano de fundo, à navegação demasiada na internet que adentra à madrugada e aos anseios de cada dia dentro do exíguo espaço de tempo que temos para nós mesmos dentro da rotina. Mas não é sempre assim. O ser humano sente a necessidade de amar e, mais ainda, ser amado. Mas porque às vezes despendem todas as suas energias em querer estar com alguém ou se distrair de si? Do que nós temos medo? Porque é assustador nos fazermos questionamentos? O que tememos em estar a sós com nossos pensamentos?

Se permitir alguns momentos na nossa própria companhia é uma ótima maneira de meditar, relaxar em contato com a natureza, numa biblioteca, numa exposição de artes e em outros lugares inspiradores. Métodos simples como esses de reduzir as ansiedades e o estresse do quotidiano fazem bem ao corpo e nos dão paz interior. Que não procuremos a todo momento meios de dissimular o silêncio só porque estamos como que em condição de isolamento, mas não sendo o caso. Que viajemos ao nosso âmago mais vezes sem medo de parecer egoístas e rasos à quem só enxerga a nossa superfície, sem medo de nos fazermos as grandes perguntas que não calam e sem medo de enfrentar os fantasmas que nos assombram. 

O renascimento de um novo eu começa quando esquadrinhamos as profundezas da nossa consciência. Estar só, sem aproximar-se do abismo do isolamento total, pode nos fazer maiores e mais fortes. Daí emergem as grandes transformações, dos nossos períodos mais silenciosos.

Marcus Alves – 21/11/2019