domingo, 30 de agosto de 2020

Patativa do Assaré, carta ao governador do Ceará. SEU DOUTOR ME CONHECE?

Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido como Patativa do Assaré (Assaré, 5 de março de 1909 — Assaré, 8 de julho de 2002), foi um poeta popular, compositor, cantor e improvisador brasileiro.

 

SEU DOTÔ ME CONHECE



Vejam como o mestre coloca vida numa unidade Federativa do país, o meu querido e sofrido Ceará.  
 
Sintam como ele humaniza a situação da seca . Como se o Estado do Ceará fosse um cidadão comum mergulha numa problemática social  e fala por toda uma nação sofrida , isso foi em 1932 . 

Viva o Antonio Gonçalves o nosso Patativa do Assaré,  lá do meu  aguerrido e guerreiro estado do ceará.
 
 
ASSIM FALOU O CEARÁ PARA O MUNDO. 
 
EU, Iderval  Reginaldo Tenório, um capiau nascido na Chapada do Araripe, divisa do Ceará com Pernambuco, ora  Juazeiro do Norte - Crato) e ora Exu-Bodocó,   no fim desta matéria recitarei, declamarei  ou advertirei  para vocês a mensagem do meu querido Ceará para as autoridades .
 
Eu sou o Ceará de carne , osso e possuidor de uma ALMA. 
 
  Iderval Reginaldo Tenório

Patativa de Assaré.

 1932

SEU DOTÔ ME CONHECE?


Seu dotô, só me parece
Que o sinhô não me conhece
Nunca sôbe quem sou eu
Nunca viu minha paioça,
Minha muié, minha roça,
E os fio que Deus me deu.

Se não sabe, escute agora,
Que eu vô contá minha história,
Tenha a bondade de ouvi:
Eu sou da crasse matuta,
Da crasse que não desfruta
Das riqueza do Brasil.

Sou aquele que conhece
As privação que padece
O mais pobre camponês;
Tenho passado na vida
De cinco mês em seguida
Sem comê carne uma vez.

Sou o que durante a semana,
Cumprindo a sina tirana,
Na grande labutação
Pra sustentá a famia
Só tem direito a dois dia
O resto é pra o patrão.

Sou o que no tempo da guerra
Contra o gosto se desterra
Pra nunca mais vortá
E vai morrê no estrangêro
Como pobre brasilêro
Longe do torrão natá.

Sou o sertanejo que cansa
De votá, com esperança
Do Brasil ficá mió;
Mas o Brasil continua
Na cantiga da perua
Que é: pió, pió, pió...

Sou o mendigo sem sossego
Que por não achá emprego
Se vê forçado a seguí
Sem direção e sem norte,
Envergonhado da sorte,
De porta em porta a pedí.

Sou aquele desgraçado,
Que nos ano atravessado
Vai batê no Maranhão,
Sujeito a todo o matrato,
Bicho de pé, carrapato,
E os ataques de sezão.

Senhô dotô , não se enfade
Vá guardando essa verdade
Na memória, pode crê
Que sou aquele operário
Que ganha um pobre salário
Que não dá nem pra comê

Sou ele todo, em carne e osso,
Muitas vez, não tenho armoço
Nem também o que jantá;
Eu sou aquele rocêro,
Sem camisa e sem dinhêro,
Cantado por Juvená.

Sim, por Juvená Galeno,
O poeta, aquele geno,
O maió dos trovadô,
Aquele coração nobre
Que a minha vida de pobre
Muito sentido cantou.

Há mais de cem ano eu vivo
Nesta vida de cativo
E a potreção não chegou;
Sofro munto e corro estreito,
Inda tou do mermo jeito
Que Juvená me deixou.

Sofrendo a mesma sentença
Tou quase perdendo a crença,
E pra ninguém se enganá
Vou deixá o meu nome aqui:
Eu sou fio do Brasil,
E o meu nome é Ceará.

Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

Amigos, nordestinamente falando, caatingueiramente declamando, agrestemente pensando e humanamente agradecendo  contarei um pouco da grande região cearense e alguns dos seus baluartes , o Cariri, o Sul , a Chamada do Araripe, Eloy Teles de Moraes, João Sobreira, Coelho Alves e outros de igual importância , utilizarei  as palavras do grande Potiguar JOSÉ PRAXEDES BARRETO  ou apenas  Zé Praxedes, um dos ícones da cultura do Brasil.

 

O Nordeste brasileiro é um celeiro de Cultura. 

Iderval Reginaldo Tenório

 



ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro



Uma pagina da poesia nordestina de Zé Praxedes. DOUTOR INTÉ OUTRO DIA

Amigos, nordestinamente falando, caatingueiramente declamando, agrestemente pensando e humanamente agradecendo  contarei um pouco da grande região cearense e alguns dos seus baluartes , o Cariri, o Sul , a Chamada do Araripe, Eloy Teles de Moraes, João Sobreira, Coelho Alves e outros de igual importância, utilizarei  as palavras do grande Potiguar JOSÉ PRAXEDES BARRETO  ou apenas  Zé Praxedes, um dos ícones da cultura do Brasil.

O Nordeste brasileiro é um celeiro de Cultura.

Iderval Reginaldo Tenório

 



ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro

sexta-feira, 28 de agosto de 2020

A história do zíper: Como surgiu o acessório mais usado no universo outdoor

 

A história do zíper: Como surgiu o acessório mais usado no universo outdoor

Desde o início do século XX, todo e qualquer ser humano já utilizou algum produto que tinha um zíper. Para quem pratica esportes de montanha, o fecho de correr chamado de zíper, ou fecho-éclair em Portugal, é quase onipresente.

Basta reparar que diversos equipamentos outdoor possuem zíper, como barracas, mochilas e roupas para atividades de montanha, surf e camping. Apresentado ao público pela primeira vez no ano de 1893, na Exposição Mundial de Chicago, desde então foi incorporado na indústria de maneira quase que absoluta.

A Feira Mundial de Chicago foi organizada para celebrar os 400 anos da chegada de Cristóvão Colombo ao continente americano e impactou o imaginário norte-americano no final do século XIX. Mais de 27 milhões de pessoas frequentaram a exposição, que aconteceu por seis meses na cidade.

A feira foi uma excelente oportunidade para inventores da época exibirem suas mais recentes invenções. Para se ter uma ideia, na feira estava um dos maiores inventores da história: Nikola Tesla. Tesla contribuiu para o desenvolvimento das tecnologias mais importantes dos últimos séculos, como da transmissão do rádio, da robótica, do controle remoto, do radar, da física teórica e nuclear e da ciência computacional.

A Feira Mundial de Chicago promoveu o início do debate e da consciência sobre diversas dimensões da problemática urbana e de suas possíveis soluções. Na mesma feira foram apresentadas algumas novidades para a época como a máquina de lavar louça, a roda-gigante, as lâmpadas fosforescentes, a iluminação pública com energia de corrente alternada, o telautógrafo (máquina de fax primitiva), as esteiras rolantes, a tinta em spray, as roupas cortadas por eletricidade e o zíper.

O início

Elias Howe – Inventor da máquina de costura com ponto fixo

O conceito básico do zíper passou pelas mãos de vários inventores na revolução industrial, embora nenhum tenha convencido o público em geral a aceitar produto como parte da vida cotidiana. A história começa a mudar quando Elias Howe, inventor da máquina de costura com ponto fixo, registrou uma patente em 1851 de um “fechamento automático e contínuo de roupas”.

Como Elias Howe já tinha tido sucesso com a máquina de costura (patenteada em 1846) que fez, o inventor não procurou comercializar o sistema de fechamento de roupas. O produto sequer foi fabricado. Por este descaso, Howe perdeu a chance de se tornar o “pai do zíper”. Ironicamente, também não pode sequer desfrutar muito do grande sucesso de seu invento, já que Howe morreu aos 48 anos, em outubro de 1867, de gota e um coágulo sanguíneo.

Somente 40 anos depois, um outro inventor, Whitcomb Judson, comercializou um dispositivo chamado “clasp locker”, semelhante ao sistema descrito na patente Elias Howe de 1851. Porém, foi o primeiro a ser fabricado e disponibilizado no mercado. Por este detalhe, de ter lançado o produto no mercado, é que Whitcomb ganhou o crédito de ser o “inventor do zíper”. No entanto, como citado acima, sua patente de 1893 não usava a palavra “zíper”, mas “clasp locker”.

Whitcomb Judson e seu “clasp locker”

O produto do inventor, que era natural de Chicago, o “clasp locker”, era um complicado e relativamente frágil sistema de ganchos e olhos fixadores. Juntamente com o empresário Colonel Lewis Walker, Whitcomb fundou a Universal Fastener Company para fabricar o novo dispositivo.

O dispositivo estreou na Feira Mundial de Chicago em 1893 e foi recebido com pouco sucesso comercial. O motivo da empolgação contida do público era que o sistema se mostrava delicado demais e sujeito a estragar muito facilmente. Infelizmente para Whitcomb e para os consumidores, foi um pouco difícil vender o produto. Enquanto a ideia estava lá, o marketing e a praticidade não estavam, e o “clasp locker” não conseguiu engrenar no mercado. Foi quando a empresa de Whitcomb se mudou para Hoboken, Nova Jersey, EUA, é que a história mudou.

Gideon Sundback e o zíper moderno

O governo norte-americano incentivava o processo migratório com ações como a Lei do Povoamento em 1862. Com isso, muitos europeus, com educação formal e à procura de ganhar dinheiro nas indústrias dos EUA migraram para o país. Dessa maneira existia cada vez mais no país, mão de obra qualificada e o estabelecimento da fábrica em Hoboken, permitiu à Universal Fastener Company contatar mais pessoas com conhecimentos técnicos e industriais para diversas funções na empresa.

Foi então que um engenheiro elétrico sueco chamado Gideon Sundback, ajudou a tornar o zíper o sucesso que é hoje. Originalmente contratado para trabalhar para a Universal Fastener Company no chão de fábrica, suas habilidades na área de design, além do casamento com a filha do gerente da fábrica, Elvira Aronson, levaram-no a uma posição como designer chefe na empresa.

Quando a esposa morreu em 1911, Gideon Sundback em luto se ocupou das tarefas de planejamento de design, em uma espécie de fuga da realidade de sua parte. Foi então que em dezembro de 1913, Sundback criou o que se tornaria o zíper moderno. Um acessório semelhante ao de Sundback foi desenvolvido e patenteado, no mesmo ano, por Catharina Kuhnmoos e Henri Forster, na Europa. Entretanto, o produto desenvolvido por eles nunca chegou a ser fabricado.

O sistema novo e aprimorado de Gideon Sundback aumentava o número de elementos de fixação de quatro por polegada para 10 ou 11, tinha duas fileiras de dentes que puxavam uma única peça pelo controle deslizante e aumentavam a abertura para os dentes guiados pelo controle deslizante. Sua patente para o “prendedor separável” foi emitida em 1917.

Gideon Sundback também criou a máquina de fabricação do novo zíper, e isso foi o que fez toda a diferença para a fabricação em massa do produto. A “SL”, ou máquina raspadora, pegou um fio especial em forma de “Y” e cortou as conchas, em seguida, perfurava a covinha e a ponta da concha e prendia cada concha em uma fita de pano, para produzir uma corrente contínua de zíper. No primeiro ano de operação, a máquina de fabricar zíperes da Sundback produzia algumas centenas de metros por dia.

A marinha norte-americana foi a primeira a adotar o zíper, o qual começou a fazer parte dos uniformes dos pilotos. Já na década de 1920 e 1930, começou a fazer parte das roupas masculinas e femininas. Na IIª Guerra Mundial, o zíper foi usado em sacos de dormir, uniformes, malas e sacolas para transporte de mortos. Na década de 1950, a calça da marca Lee, procurando concorrer com a Levis’s, fez, a união do zíper com o jeans, quando lançou a calça de jeans feminina.

O nome popular “zíper” veio da BF Goodrich Company, que decidiu usar o aparato de Gideon em um novo tipo de botas de borracha, conhecidas como “Zipper Boots”. Foi este produto que popularizou o fecho deslizante e pelo nome prático, acabou popularizando-o. Botas e bolsas de tabaco com fecho de zíper, foram os dois principais usos do zíper, durante seus primeiros anos de fabricação. Foram necessários mais de 20 anos para convencer a indústria da moda a utilizar seriamente o novo fechamento de peças de vestuário.

Antes da criação dos modelos de zíperes, as roupas contavam com fileiras de botões, que dificultavam o ato de abotoar e desabotoar. Um momento marcante aconteceu na história do zíper em 1937, quando o acessório foi peça chave no apertou o botão na “Batalha das braguilhas”. Este foi o momento que estilistas franceses adoraram o uso de zíperes nas calças masculinas e a revista Esquire declarou o zíper a “mais nova ideia de alfaiataria para homens”.

A Levi’s lançou seu primeiro modelo com um zíper em 1947. A partir disso, o próximo grande passo para o uso de zíper, aconteceu quando chegaram às jaquetas.

A gigante YKK

Como descrito acima, o zíper começou a ser produzido em massa a partir da década de 1920. Foi quando a Universal Fastener Company mudou o nome para Talon Zipper. Até a década de 1960, sete em cada dez zíperes eram da Talon Zipper.

Mas 10 anos depois, na década de 1970, a Talon Zipper havia perdido metade de sua participação no mercado e hoje em dia mal pontua no mercado, tendo participação de apenas alguns pontos percentuais. Mas o que aconteceu para perder tanto mercado no mundo?

Olhando pelo prisma de negócios, a Talon Zipper é o caso clássico de quando uma patente expira e o monopólio acaba, depois de muitos anos desfrutando dos louros. Outro exemplo, mas não ligado à indústria de moda, é a Xerox. Produtos como o zíper são incluídos nas Patentes de Invenções e sua validade é de 20 anos, a partir da data do depósito. Cabe ao inventor ir aprimorando seu produto. Neste detalhe é que está o motivo da queda da Talon Zipper.

Qual foi o grande pecado da Talon Zipper? Não fez o suficiente para melhorar a produtividade, seus preços eram muito altos, não inovou, negligenciou novas aplicações como bolsas, malas ou equipamentos outdoor. Sua miopia de mercado e das possibilidades de uso do zíper, fez com que seu alcance ficasse limitado e a qualidade do produto inferior, se comparado ao de um concorrente que chegou ao mercado com inovações, preço e produtividade: YKK.

Fundada no Japão em 1934, uma empresa chamada YKK (as iniciais significamYoshida Kōgyō Kabushiki gaish) foi fundada por Tadao Yoshida no distrito de Higashi Nihonbashi, Tóquio. Desde antes da Segunda Guerra Mundial a empresa se especializou na comercialização de produtos de fixação. Fazia botões de pressão, ganchos, fivelas e zíperes. Como dito acima, a patente do zíper foi criada em 1920 e justo em 1940 venceu, permitindo aparecer outros fabricantes do produto.

Inicialmente, os zíperes da YKK eram feitos à mão e tinham uma qualidade inferior se comparados aos automatizados da Talon Zipper. Uma grande mudança tecnológica ocorreu em 1950, quando a empresa comprou uma máquina de costura dos EUA, que permitiu a automação do processo de fabricação de zíperes. Desde então a YKK passou a inovar em seus produtos e implementar um processo de expansão agressivo.

Neste processo de expansão, a YKK abriu uma nova fábrica em Kurobe (Japão) em 1955. Naquele mesmo ano a YKK lançou seu novo produto Conceal, um zíper que não mostrava os dentes. Já em 1959 a empresa inaugurou a primeira fábrica fora do Japão, na Nova Zelândia, e em 1960 um escritório de distribuição nos EUA, em Nova York. A primeira unidade de produção da YKK nos EUA ocorreu 12 anos depois.

Para se ter uma ideia da qualidade dos produtos japoneses em relação aos da Talon Zipper, basta dizer que os uniformes usados pelos dois primeiros astronautas a andar na lua, foram equipados com zíperes YKK. Sim, a NASA preferiu utilizar zíperes japoneses em seus trajes, do que os de uma tradicional fábrica norte-americana.

A partir da década de 1960 a YKK começou a implementar vários produtos inovadores, dentre os quais o zíper extra forte e durável para calças jeans. Como as calças jeans se popularizaram imensamente nesta década, a utilização dos zíperes YKK como “padrão de mercado” fez com que a empresa começasse dominar a indústria. Desde então a marca começou a abrir fábricas em diversos países do mundo. Atualmente YKK possui instalações de fabricação em 71 países.

Dentre as inovações da YKK, está em vislumbrar o mercado de produtos outdoor. Qualquer comprador mais atento irá perceber que os zíperes da marca são onipresentes em todos equipamentos outdoor: barracas, jaquetas, fleeces e mochilas. Em termos de processo de fabricação, a YKK opera de maneira semelhante à Michelin, fabricante de pneus francesa, guardando de perto o segredo de seus processos e fazendo melhorias constantes.

Mas agora existem cerca de uma dúzia de grandes empresas fabricantes de zíperes, todas com nomes de três letras. Alguns, como YCC ou YQQ, não fazem segredo que tentam imitar de perto seu grande rival japonês.

Argentina de nascimento e brasileira de coração, é apaixonada pela Patagônia e Serra da Mantiqueira.
Entusiasta de escalada, trekking e camping.
Tem como formação e profissão designer de produto e desenvolve produtos para esportes de natureza
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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

O LIVRO , um dos seus melhores amigos, conheçam muitos destes amigos.. - 22 de janeiro de 2019

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Desde que me entendo por gente escuto falar  que livro é um produto caro, sendo  inclusive  o  álibi para o grande desinteresse pelo hábito da leitura , nunca aceitei esta pífia conclusão.

Pergunto aos que utilizam esta insustentável explicação, qual é a sua média de preço , do produto,  uma vez que o valor do seu conteúdo é incalculável.  

Antes que me respondam, emendo logo outras perguntas  e já com óbvias respostas: 


 Pergunto quanto custa uma pizza para duas pessoas, quanto se paga por uma corrida de táxi de sua casa para o trabalho, para a escola ou para o aeroporto ,  qual o preço de um almoço  num médio restaurante a quilo , qual o valor de um  ingresso para o show de um artista mediano,   porque  de uma  grande estrela, não precisa nem perguntar.  Qual o valor de um corte de cabelo em qualquer  salão de beleza, sem falar nos outros produtos  deste estabelecimento. 

Deixo sempre o interlocutor tonto  com tantas perguntas e  respostas, explano que , o valor do mais barato dos produtos   equivale ao valor de um livro . Faço ainda a seguinte observação, quando o livro é impresso em papel  menos nobre  e em brochuras mais simples,  fica quase  de graça, custa menos do que uma  refeição simples .

Fico indignado inclusive com alguns letrados e muitos escritores, que  contaminados pelo desânimo , pela falta de apoio , pelo descaso  dos gestores  da cultura,  passam a acreditar que o livro é um produto caro.

Utilizo o seguinte argumento para o convencimento do baixo valor de um compêndio literário escrito, informo que se um livro fosse comprado para fazer fogo, enrolar sabão ou pregos numa feira livre seria um produto caro, pois existe papel mais barato, agora , o livro possuidor de uma identidade, de um responsável, de um pai, de um criador é um elemento que tem vida ,  alma,  personalidade , caráter e ética, então,  quando se adquire uma obra literária, jamais esta obra tem um valor pecuniário, o preço na prateleira  é simbólico , uma vez que, naquela  celulose  existe muitos anos de pesquisas ,  de estudos ,  a participação de diversas cabeças, muitas mãos, noites em claro , quilômetros de andanças e incalculáveis doses   de emoção.

Termino falando que do ponto de vista literário, o livro não é um  mero produto,  é a alma do autor, é a sua vida, é um filho,  é um ser vivo  e que nunca morrerá, viverá em eterna hibernação ,  despertará todas as vezes que for aberto para leitura, nascerá com cada leitor,  fará parte da sua vida  , será incorporado e com ela se confundirá. O livro é uma das mais importantes partes deste ilimitado universo,  não é um simples produto . 

O valor pago por cada volume é  simbólico , comemorativo e o passaporte para o nascimento de mais uma obra,  é o incentivo aos magos e abnegados escritores. Ao visitar um grande Centro Comercial vi que o valor de uma xícara de  café, de uma água mineral e de  duas bolas de sorvetes  equivale ao valor simbólico de um livro. 

As palavras , principalmente quando escritas,  são alimentos mor do intelecto humano, são  combustíveis para o cérebro, como  é o pão o   energético do corpo.


À Reflexão: 
O livro meus amigos é como a vida, não tem preço. 
O livro como a água é  o diluidor universal , é um ser indispensável, é o melhor presente que um jovem deveria  receber.

Vá  de ônibus, dispense o táxi e lá adquira um livro .
 boa leitura.

Iderval Reginaldo Tenório