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Salvador é capital com maior número de jovens infectados com HPV
Salvador é capital com maior número de jovens infectados com HPV
28.11.2017, 10:41:00
Atualizado: 28.11.2017, 18:26:03
Sete em cada
dez soteropolitanos entre 16 e 25 anos de idade estão infectados com
HPV, vírus causador do câncer de colo de útero e de outros tipos de
tumor. De acordo com dados do Ministério da Saúde divulgados nesta
segunda-feira (27), Salvador tem a maior taxa de prevalência de HPV
entre as capitais do país com 71,9% da população nessa faixa etária
infectada. Em seguida, aparecem Palmas (61,8%), Cuiabá (61,5%) e Macapá
(61,3%).
Na outra ponta da lista, com a menor prevalência,
está Recife, com índice de 41,2%. A cidade de São Paulo tem taxa de 52%,
próxima do índice nacional - que é 54,6%. Já Brasília, Campo Grande e
Belo Horizonte não informaram dados suficientes para que a pesquisa
fosse fechada.
A estimativa é de um estudo epidemiológico feito
pelo Ministério da Saúde em parceria com o Hospital Moinhos de Vento, de
Porto Alegre. Os pesquisadores entrevistaram 7.586 pessoas, das quais
2.669 foram submetidas ao teste de HPV. A partir dos exames, a
prevalência estimada do vírus foi de infecção de mais da metade de
população brasileira. Deste grupo, 38,4% apresentam tipos de HPV de alto
risco para o desenvolvimento de câncer.
De acordo com o ministério, é a primeira vez que um
estudo estima a prevalência do vírus na população brasileira. O dado é
importante, afirma a pasta, para medir o impacto da imunização daqui a
alguns anos. Esse estudo é preliminar. Os dados completos só serão
divulgados em 2018.
A vacina contra a doença está disponível para
meninas de 9 a 14 anos. Neste ano, o imunizante também ficou disponível
para meninos de 11 a 14 anos. Embora o imunizante seja gratuito e esteja
disponível em todos os postos de saúde do país, o governo federal tem
tido dificuldades de alcançar a cobertura vacinal ideal. Nos últimos
anos, a taxa de adesão tem ficado em 50%.
Prevalência
O estudo mostrou ainda que 16,1% dos jovens têm alguma doença sexualmente transmissível (DST) prévia ou resultado positivo para HIV ou sífilis.
O estudo mostrou ainda que 16,1% dos jovens têm alguma doença sexualmente transmissível (DST) prévia ou resultado positivo para HIV ou sífilis.
A diretora do Departamento de Vigilância, Prevenção e
Controle das IST, do HIV/Aids e das Hepatites Virais do Ministério da
Saúde, Adele Benzaken, explica a importância desse tipo de estudo para
conhecer a prevalência da doença.
"Até então, não havia estudos de prevalência nacional do HPV que possam medir o impacto da vacina no futuro. O sucesso da vacinação deve ser monitorado, não somente em termos de cobertura, mas principalmente em termos de efetividade na redução da infeção pelo HPV”, afirmou Adele.
Os dados finais deste projeto serão disponibilizados no relatório a ser apresentado ao Ministério da Saúde em abril de 2018.
A pesquisa POP-Brasil foi realizada em 119 Unidades
Básicas de Saúde e um Centro de Testagem e Aconselhamento nas 26
capitais brasileiras e Distrito Federal, contando com a colaboração de
mais de 250 profissionais de saúde. A pesquisa identificou os fatores
demográficos, socioeconômicos, comportamentais e regionais associados à
ocorrência do HPV em mulheres e homens entre 16 e 25 anos de idade,
usuários do SUS nas 27 capitais.
População
A população do estudo foi composta por 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6%), seguido de brancos (23,9%) e pretos (16,7%). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7%) e 74 indígenas (1,2%). Essa distribuição é a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária.
A população do estudo foi composta por 5.812 mulheres e 1.774 homens, sendo a média de idade de 20,6 anos. A maioria das entrevistas era composta de indivíduos que se autodeclararam pardos (56,6%), seguido de brancos (23,9%) e pretos (16,7%). Apenas 111 indivíduos se autodeclararam amarelos (1,7%) e 74 indígenas (1,2%). Essa distribuição é a mesma observada pelo último censo brasileiro onde os grupos raciais pardo e branco representaram a maioria da população dessa mesma faixa etária.
Em relação à escolaridade, 37,9% dos jovens
referiram estar estudando; 28,3% interromperam os estudos e 33,8%
concluíram os estudos. A população que compôs o POP-Brasil foi,
majoritariamente, da classe C (55,6%) ou D-E (26,6%), seguida da classe B
(15,8%) e somente 112 indivíduos foram incluídos na classe A (2,0%).
Dos indivíduos que afirmaram estar trabalhando, 21% o fazia sem carteira
de trabalho assinada (ou trabalho informal – por conta própria), 20,8%
trabalhavam com carteira assinada, 1% era servidor público e 57% somente
estudavam.
A maioria dos indivíduos referiu estar em uma
relação afetiva estável, sendo que 41,9% estavam namorando e 33,1%
casados (ou morando com o parceiro); o restante estava sem
relacionamento, sendo solteiro (24,2%) ou divorciado (0,7%).
Dos jovens entrevistados, 15,6% referiram fumar
cigarros, 70,8% relataram já terem feito uso de bebidas alcoólicas e
27,1% de drogas, ao longo da vida. A droga mais utilizada foi a maconha
(23,7%). Quanto à saúde sexual, a média de idade de início da atividade
sexual foi de 15,3 anos sendo 15,4 anos para mulheres e 15 anos para
homens.
A diferença média de idade entre parceiros na
primeira relação sexual foi de 3,8 anos. Entre as mulheres, 47,7% já
engravidaram, sendo que dessas, 63,4% tiveram um filho e 35,4% tiveram 2
ou mais. A idade média para a primeira gestação foi de 17,1 anos. Pouco
mais da metade dos indivíduos (51,5%) referiram usar camisinha
rotineiramente e, apenas 41,1% fizeram uso na última relação sexual. O
comportamento sexual de risco foi observado em 83,4% dos entrevistados,
sendo que a média de parceiros sexuais no último ano foi de 2,2 e a
média de parceiros nos últimos 5 anos de 7,5.
Veja o ranking da infecção por cidades:
- Salvador (BA) - 71,90%
- Palmas (TO) - 61,80%
- Cuiabá (MT) -61,50%
- Macapá (AM) - 61,30%
- São Luís (MA) - 59,10%
- Porto Alegre (RS) - 57,10%
- Rio Branco (AC) - 55,90%
- Vitória (ES) - 55,10%
- Aracaju (SE) - 54,60%
- Rio de Janeiro (RJ) - 54,50%
- Teresina (PI) - 54,30%
- Goiânia (GO) - 54,10%
- Goiânia (GO) - 54,10%
- Fortaleza (CE) - 53,40%
- Fortaleza (CE) - 53,40%
- Natal (RN) - 52,90%
- Porto Velho (RO) - 52,90%
- São Paulo (SP) - 52,00%
- Boa Vista (RR) - 51,00%
- Belém (PA) - 50,80%
- Manaus (AM) - 50,30%
- Curitiba (PR) - 48,00%
- João Pessoa (PB) - 45,60%
- Maceió (AL) - 45,10%
- Florianópolis (SC) - 44,00%
- Recife (PE) - 41,20%
Perguntas e respostas
1. Todos os tipos de HPV causam câncer?
Não, somente aqueles tipos considerados de alto risco são capazes de levar ao aparecimento de tumores. Já os considerados de baixo risco geralmente estão associados à ocorrência de verrugas genitais.
1. Todos os tipos de HPV causam câncer?
Não, somente aqueles tipos considerados de alto risco são capazes de levar ao aparecimento de tumores. Já os considerados de baixo risco geralmente estão associados à ocorrência de verrugas genitais.
2. Que tipos de câncer são causados pelo HPV?
Além do de colo de útero, o vírus aumenta o risco de tumores de orofaringe, ânus, pênis, entre outros.
Além do de colo de útero, o vírus aumenta o risco de tumores de orofaringe, ânus, pênis, entre outros.
3. A vacina é segura?
Segundo sociedades médicas, o imunizante passou por pesquisas e é seguro, tendo sido aprovado e usado em mais de 130 países