terça-feira, 4 de dezembro de 2018

Artistas de Cuba são detidos antes de protesto contra decreto que censura cultura , COMO EM 1959 E 1976.








Artistas de Cuba são detidos antes de protesto contra decreto que censura cultura 

 

  Em um dia como este, ano ano de 1976, Fidel Castro assumiu o cargo de presidente de Cuba por causa de uma mudança na constituição do país, aprovada em um referendo realizado em fevereiro do mesmo ano. Com isso, foi extinto o cargo de primeiro ministro, até então ocupado por Fidel desde 1959, quando ele assumiu o poder após liderar uma vitoriosa revolução que derrubou Fulgencio Batista e fez a mesma coisa, fez pior expulsou todos os artistas que não rezavam na sua cartilha, muitos sumiram ou morreram. 

 

Hoje a cena se repete.

 

TEM MUITOS DEFENDO A DITADURA DOS CASTROS . 

DE 1959 A 1976 OS ARTISTAS CUBANOS FUGIRAM PARA A EUROPA, PARA OS ESTADOS UNIDOS E PARA O BRASIL, MUITOS PROCURARAM A ÁSIA E O ORIENTE. 

OS ARTISTAS CUBANOS CONSEGUIRAM PLANTAR A CULTURA CARIBENHA NO MUNDO COM ESTA ATITUDE DO FIDEL.  

Músicos e pintores temem que necessidade de aval do governo para obras até em casas de espetáculo privadas arrisque seu sustento ou sirva para silenciá-los



Tania Bruguera protestou contra decreto de governo de Cuba no Facebook Foto: Reprodução/Facebook
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Tania Bruguera protestou contra decreto de governo de Cuba no Facebook Foto: Reprodução/Facebook
HAVANA — Vários artistas foram detidos em Havana ao tentarem organizar um protesto contra um novo decreto que, segundo eles, arrisca restringir a criatividade e aumentar a censura da cultura em Cuba. Tania Bruguera, a mais conhecida do grupo, foi pega por agentes ao sair de casa pela manhã de segunda-feira. Segundo a mãe da especialista em performances, Argelia Fernández, a detenção ocorreu antes de a filha ir ao Ministério da Cultura do país, local marcado para a manifestação. 


Publicado em julho, o texto proíbe artistas, sejam eles músicos ou pintores, de "oferecer os seus serviços" em espaços públicos, incluindo casas de espetáculo privadas, sem autorização governamental. Tania, que já havia sido detida no passado por criticar publicamente o governo socialista, foi liberada na noite de segunda-feira, segundo Fernández. A artista decidiu ir direto para o ministério em protesto contra a detenção de colegas.




"Tudo o que posso fazer é mostrar solidariedade", escreveu Bruguera no Facebook ao posar para um foto com uma camisa de estampa: "Não ao Decreto 349". "Se me detiverem, entrarei em greve de fome e sede."
A artista foi detida novamente na noite do mesmo dia, segundo Iris Ruiz, atriz e coordenadora da campanha contra o decreto, um dos primeiros textos legislativos a serem assinados pelo sucessor de Raúl Castro no comando de Cuba, Miguel Díaz-Canel, que assumiu o poder em abril. 

"À noite Tania publicava esta mensagem. Pouco tempo depois, era presa por policiais a poucos passos do Ministério da Cultura de Cuba. Não sabemos onde (ela) se encontra. Começam a passar reportagens na televisão nacional a 72 horas de implantar como lei o Decreto 349 e, da mesma maneira, começam os atos difamatórios contra os artistas que discutem esse decreto. Seguem sem dialogar e seguem os artistas presos", lê-se em publicação na rede social de Tania. 

Fernández destacou à agência Reuters que não tem meios de localizar a filha porque seu celular parece ter sido bloqueado pela segurança estatal. Detenções breves são respostas padrão para protestos de rua de oposicionistas em um país que desaprova a dissidência pública e vê os dissidentes como mercenários movidos pelos Estados Unidos para subverter o governo. 

O Decreto 349 deve entrar em vigor na sexta-feira. Com isso, manifestantes decidiram intensificar a campanha com protestos a semana toda nos degraus do Ministério da Cultura. O movimento inclui leituras de poesia e performances. 

A lei atualiza um decreto anterior às reformas promovidas pelo ex-presidente Raúl Castro em 2010, que exigia autorização apenas para espaços geridos pelo Estado. Desde então, o governo tolerou que artistas apresentassem seus trabalhos de forma autônoma em espaços privados, como parte de uma reforma econômica, política e social mais ampla. A maior independência dos artistas cubanos, sustentada também por um acesso maior à internet e à liberdade para viajar, levou a um florescimento cultural. Estúdios musicais independentes e galerias de arte prosperaram.
Segundo a atriz Iris Ruiz, seu marido, o poeta Amaury Pacheco, e outro artista foram detidos ao chegarem juntos ao ministério na manhã de segunda-feira. Três outros colegas que também se encaminharam ao local, como o líder do movimento Luis Manuel Otero Alcantara, não foram localizados. A suspeita de Ruiz é de que tenham sido detidos. O celular de Otero Alcantara só dá desligado. 

O pintor Roberto Loeje em meio a suas obras em seu ateliê em Havana Foto: Alexandre Meneghini / Reuters
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O pintor Roberto Loeje em meio a suas obras em seu ateliê em Havana Foto: Alexandre Meneghini / Reuters
Embora poucos artistas cubanos tenham se mobilizado publicamente contra o decreto, o desconforto com a medida do governo é ampla na comunidade criativa da ilha e entre diplomatas de países ocidentais em Havana. A Anistia Internacional classificou o projeto como "perspectiva distópica" para a classe artística cubana. 

A autonomia de artistas na era Raúl Castro também tornou mais difícil para o regime garantir que os criativos pagassem impostos — muitos não o fazem — e controlar o setor cultural. As autoridades de Cuba insistem que o decreto visa a prevenir evasão fiscal e circulação do que considerarem ser cultura de mau gosto. 
Para o governo, o debate sobre o decreto foi manipulado por contrarrevolucionários. Alguns expositores temem que não consigam obter aprovação estatal em razão das exigências burocráticas, o que pode impossibilitar o seu próprio meio de sustento. Outros estão convencidos de que serão silenciá-los. 

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O PORQUÊ DAS GRANDES LIVRARIAS ESTAREM EM MAL LENÇÕIS.







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O PORQUÊ DAS GRANDES LIVRARIAS ESTAREM EM MAL LENÇÕIS.


As grandes Livrarias estão em mal lençóis  devido a vários fatores : grande extravagância nas suas instalações, o setor não precisa de tanto luxo, não precisa de tão grandes lojas e nem estarem em todos os SHOPPINGS ,  isto é uma afronta ao segmento do livro, uma vez que este setor é cultural e,  como o setor saúde,  não se visa o lucro, apenas  a sobrevivência neste mercado consumista e devorador de coisas. 



Saúde e educação não são coisas, não são objetos, mexem com a cidadania e com o futuro de um povo, enquanto mais culto e mais sadio é um povo maior a sua chance de entrar no primeiro mundo. O  ser humano em resumo é o seu encéfalo , de preferência bem cuidado.  


As pequenas e médias livrarias  vão muito bem, elas expõem os seus livros e vendem com uma pequena margem de lucro, consequência de custos mais baixos  para a comercialização destes abnegados equipamentos, outro fator de importância cabal foi  o crescimento das vendas  pela INTERNET, vendas à distância, quando parte do lucro cai no colo dos correios  . 


 É bom lembrar e ficar atento que  na vertente  cibernética muitas vezes não precisam serem impressos, uma vez que já existe o E-BOOK, um livro virtual que vive catalogado nas nuvens . 


Para uma boa leitura o ambiente precisa ser simples, muito simples, nada de pompa, nada de muitos equipamentos e nem de firulas, o livro é um sujeito importante, porém simples, humanamente simples,  para ele o que interessa é o cérebro, o que lhe serve é  um encéfalo disposto a recebê-lo com maestria e consideração, este é o espírito do livro, é o livro um excelente amigo.


Quem gosta de livros não gosta de muito  luxo , gosta de tranquilidade, simplicidade, silêncio e da realidade, o grande leitor tem responsabilidade , sabe o real valor daquele calado amigo constituído de celulose  e tinta , porém  sábio e rico em conhecimentos. 


Os custos dos livros nas prateleiras  precisam de urgentes  modificações  : impostos, folha de pagamento, encargos sociais, informática, climatização, vigilância, condomínios dos mega estabelecimentos  e outros itens peculiares ao segmento   que encarecem o produto, todos precisam de análises reais pela sua  importância .


É notório  que do ponto de vista literário, o livro não é um  mero produto,  é a alma do autor, é a sua vida, é um filho,  é um ser vivo  e que nunca morrerá, viverá em eterna hibernação ,  despertará todas as vezes que for aberto para leitura, nascerá com cada leitor,  fará parte da sua vida  , será incorporado e com ela se confundirá. O livro é uma das mais importantes partes deste ilimitado universo,  não é um simples produto e deve circular de casa em casa, de ser humano para ser humano, enquanto menos hibernado for  mais vidas o incorporarão . 
 

Utiliza-se  o seguinte argumento para o convencimento do baixo valor de um livro, de um  compêndio literário escrito ou cibernético, informa-se  que se um livro fosse comprado para fazer fogo, enrolar sabão ou pregos numa feira livre seria um produto caro e seria considerado um mero produto, pois existe papel mais barato, agora , o livro possuidor de uma identidade, de um responsável, de um pai, de um criador é um elemento que tem vida ,  alma,  personalidade , caráter e ética, então,  quando se adquire uma obra literária, jamais esta obra tem um valor pecuniário, o preço na prateleira  é simbólico , uma vez que, naquela  celulose  existe muitos anos de pesquisas ,  de estudos ,    de diversas cabeças, muitas mãos, noites em claro , quilômetros de andanças e incalculáveis doses   de emoção .


O valor pago por cada volume é  simbólico , comemorativo e o passaporte para o nascimento de mais uma obra,  é o incentivo aos magos e abnegados escritores.


Ao visitar um grande Centro Comercial o leitor nota  que o valor de uma xícara de  café, de uma água mineral e de  duas bolas de sorvetes  equivale ao valor simbólico de um livro.


Seria de boa valia  se  o livro não fosse taxado com tantos impostos,  uma vez que o livro não proporciona lucros, o que deveria   vir  embutido nos seus custos seriam os itens  nominados,   da   produção da celulose  e da tinta  perpassando pela impressão, transporte , a colocação nas prateleiras e  a parte que caberia aos magos escritores, que inclusive deveriam  ser mais valorizados  e  muito bem  recompensados pelos relevantes serviços prestados À SOCIEDADE.



          UMA ARRANHÃO NA SOLUÇÃO  DESTE IMBRÓGLIO 


A solução plausível seria  as grandes  livrarias voltarem a ser  lojas de vendas  de livros como sempre foram, grandes balcões abertos e expostas  instantes,  inclusive nos grandes shoppings. 


 Seria de bom alvitre a retirada dos grandes espaços de leitura  dentro das lojas,  as cafeterias e as salas de entretenimentos,  ficando   apenas uma boa sala  isolada, com luz adequada indireta , um fundo musical erudito intrumental , quase inaudível,   para  leituras rápidas . 


Ficaria    todos os shopping obrigados a  terem um espaço cultural  próximo a cada livraria para leitura e descanso dos leitores , um minúsculo  e aconchegante jardim, mesas simples de madeiras  rústicas com as suas respectivas cadeiras  e um bom  silêncio,  do outro lado  próximo a este espaço   pequenas lojas com sorvetes, sucos, biscoitos, chocolates e cafeteria , este espaço seria  custeado pelo condomínio do centro comercial e os seus  lojistas, claro que as guloseimas   seriam por conta dos consumidores.  


 Esta conduta faria com que nas peças de propagandas    em vez de falarem: 
" o nosso shopping tem estacionamentos e outras vantagens
 assim se pronunciariam: 
  

"O  nosso shopping tem bom estacionamento, segurança,  ótimos restaurantes, bancos e outros equipamentos, porém  o que mais nos orgulha são as suas livrarias com agregação de  bons espaços para leituras , para saborosos  sorvetes, sucos , revigorantes cafés a preços reais  e um bom silêncio para o seu deleite, venha viver momentos inesquecíveis , venha saborear momentos  de  cultura ,  a literatura infantil é um dos pontos forte deste grande  CENTRO COMERCIAL, venha e traga toda a sua família, venha saborear um pouco de cultura, rever os amigos e adquirir mais uma boa dose de cidadania.

                        SEJA CIDADÃO, SEJA UM CIDADÃO DO BEM. 


À Reflexão: 
 

O livro meus amigos é como a vida, não tem preço. 



O livro como a água é  o diluidor universal , é um ser indispensável, é o melhor presente que um jovem deveria  receber.



Jovem , Venha   de ônibus, venha com os amigos, com os pais,   dispense o táxi e  adquira um livro .

  Boa leitura, seja cidadão.



Iderval Reginaldo Tenório
 O Blog é Cultura
 


ESCUTEM O BELCHIOR : 
 SAIA DO MEU CAMINHO E FOTOGRAFIA 3X4


Belchior - Saia do Meu Caminho - YouTube




2 de nov de 2012 - Vídeo enviado por Granuhha
Antônio Carlos Gomes Belchior Fontenelle Fernandes nasceu em Sobral, CE, em 


FOTOGRAFIA 3 X 4 - BELCHIOR - YouTube




11 de jun de 2010 - Vídeo enviado por Vangodias
ALUCINAÇÃO (1976) PHILIPS/PHONOGRAM - O SEGUNDO E MELHOR ALBUM DE BELCHIOR.
14 de jan de 2015 - Vídeo enviado por Centro de Memória Sindical
Belchior se lembra de quando chegou do Ceará ao Rio de Janeiro, nesta música d

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Efeito do Ácido Acetilsalicílico em Eventos Cardiovasculares e Saiba mais Sangramento em Idosos Saudáveis


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Efeito do Ácido Acetilsalicílico em Eventos Cardiovasculares e Saiba mais Sangramento em Idosos Saudáveis

Autor:
Lucas Santos Zambon
Doutorado pela Disciplina de Emergências Clínicas Faculdade de Medicina da USP; Médico e Especialista em Clínica Médica pelo HC-FMUSP; Diretor Científico do Instituto Brasileiro para Segurança do Paciente (IBSP); Membro da Academia Brasileira de Medicina Hospitalar (ABMH); Assessor da Diretoria Médica do Hospital Samaritano de São Paulo.
Última revisão: 28/11/2018




Contexto Clínico



O benefício do ácido acetilsalicílico (AAS) na prevenção de doença cardiovascular ou cerebrovascular (DCV) é bem estabelecido no contexto da profilaxia secundária. Contudo, seu benefício na profilaxia primária não é tão claro. A prescrição de AAS para esse fim em populações idosas é uma prática disseminada entre os médicos. Idosos, geralmente, apresentam maior risco cardiovascular (RCV), o que potencialmente aumentaria o benefício do AAS. Porém, também apresentam maior risco de sangramento com o uso dessa medicação, o que poderia contrabalancear seus efeitos benéficos.



O ASPREE trial concluiu que, em uma população de idosos sem DCV estabelecida ou demência, o uso de 100mg/dia de AAS não reduziu significativamente o desfecho primário de sobrevida livre de incapacidade.² O objetivo do presente trabalho foi analisar o impacto do AAS nos desfechos secundários de doença cardiovascular e sangramento maior, além de desfechos não pré-especificados e análises de subgrupos.



O Estudo

O ASPREE trial foi um ensaio clínico randomizado, multicêntrico, duplo-cego e placebo controlado. Foram incluídos pacientes com mais de 70 anos que não tinham doenças crônicas que pudessem reduzir sua expectativa de vida (deveria ser superior a 5 anos) e sem história prévia de DCV. Foram excluídos pacientes com diagnóstico de demência, déficit cognitivo (miniexame do estado mental modificado .<78 -="" 4="" 5="" aas="" alimentar-se="" ao="" atividade="" atividades="" avaliadas="" b="" banheiro="" banho="" caminhar="" contraindica="" da="" das="" de="" di="" dificuldade="" e="" elevado="" em="" escore="" font="" grande="" incapacidade="" ir="" katz="" local="" ndice="" no="" o="" ou="" outro="" para="" realizar="" ria="" risco="" s="" sangramento.="" seis="" sicas="" significativa="" tomar="" transferir-se="" um="" uma="" uso="" vestir-se="" vida="">

Os pacientes que preenchiam os critérios de elegibilidade foram submetidos a uma run-in phase de 4 semanas com uso de placebo, sendo incluídos os que tivessem uma aderência igual ou superior a 80%. Eles foram, então, randomizados (1:1) para receber 100mg de AAS de liberação entérica, 1x/dia, ou placebo. O seguimento foi feito com consultas anuais e ligações telefônicas a cada 3?6 meses.

O primeiro desfecho secundário de eficácia avaliado foi a incidência de doenças cardiovasculares, um composto de doença arterial coronariana (DAC) fatal, infarto agudo do miocárdio (IAM) não fatal, acidente vascular cerebral (AVC) não fatal e hospitalização por insuficiência cardíaca (IC). O segundo desfecho secundário avaliado foi DCV fatal, definido como morte considerada secundária a DAC ou AVC. O terceiro desfecho secundário avaliado foi hospitalização por IC, definido como estadia não planejada por uma noite ou mais em ambiente hospitalar em virtude de IC.

Outros desfechos secundários não pré-especificados foram IAM fatal ou não, AVC fatal ou não e eventos adversos cardiovasculares maiores (MACE), um composto de DAC fatal, IAM não fatal e AVC isquêmico fatal ou não. Também foram realizadas análises de subgrupos baseadas em múltiplas variáveis como idade, sexo, local de randomização e comorbidades, dentre outras. O desfecho secundário de segurança avaliado foi hemorragia maior, um composto de AVC hemorrágico, hemorragia intracraniana sintomática, ou sangramento extracraniano que motivasse transfusão, hospitalização ou seu prolongamento, cirurgia ou morte.

O ASPREE trial avaliou 19.114 participantes com idade superior a 65 anos (média de 74 anos), predominância de sexo feminino (56,4%) e caucasianos (>90%). Hipertensão arterial (74%) e dislipidemia (65%) foram altamente prevalentes. A maioria dos pacientes era robusta (58,8%) ou pré-frágil (39%) de acordo com os critérios de fragilidade de Fried modificados. O estudo foi interrompido precocemente por futilidade em junho de 2017.

Não houve diferença significativa entre o grupo AAS e o grupo placebo na análise dos desfechos secundários de eficácia de incidência de DCV (HR 0,95/IC 95%: 0,83 a 1,08), MACE (HR 0,89/IC 95%: 0,77 a 1,03), DCV fatal (HR 0,97/IC 95%: 0,71 a 1,33), hospitalização por IC (HR 1,07/IC 95%: 0,79 a 1,44), IAM fatal ou não (HR 0,93/IC 95%: 0,76 a 1,15) e AVC isquêmico fatal ou não (HR 0,89/IC 95%: 0,71 a 1,11). Também não houve diferença significativa entre os grupos na análise de subgrupos.


Na análise do desfecho secundário de segurança, houve aumento significativo de hemorragia maior no grupo AAS em comparação ao placebo (HR 1,38/IC 95%: 1,18 a 1,62). Na análise de seus componentes, observou-se um aumento significativo de qualquer sangramento intracraniano (HR 1,50/IC 95%: 1,11 a 2,02), hemorragia subdural ou extradural (HR 1,79/IC 95%: 1,06 a 3,02) e hemorragia do trato gastrintestinal superior (HR 1,87/IC 95%: 1,32 a 2,66).




Aplicação Prática



Os investigadores do ASPREE trial optaram pelo uso de um desfecho primário (sobrevida livre de incapacidade), que difere daqueles tradicionalmente usados, sendo de difícil comparação aos outros ensaios clínicos que avaliaram o uso de AAS em profilaxia primária. Para contornar essa desvantagem, foi feita a presente análise dos desfechos secundários, a qual demonstrou que o uso de AAS na dose de 100mg/dia para profilaxia primária de eventos cardiovasculares em maiores de 70 anos não resultou em redução significativa dos eventos cardiovasculares com aumento significativo de hemorragia.



É de suma importância observar que o ASPREE trial foi desenhado para avaliar o desfecho primário. Assim, não é possível afirmar que o poder do estudo para a análise dos desfechos secundários foi adequado, o que aumenta o risco da ocorrência de erro tipo 2 (não achar uma associação significante na amostra que existe na população real). Além disso, essa análise também não foi ajustada para múltiplas comparações, o que aumenta o risco da ocorrência de erro tipo 1 (achar uma associação significante na amostra que não existe na população real). Assim, esses resultados devem ser interpretados apenas como geradores de hipóteses.



Assim como o resultado principal do estudo ASPREE, a análise dos desfechos secundários de eficácia e segurança apresentadas também reforça as atuais recomendações do U.S. Preventive Services Task Force (USPSTF)3, que não recomenda iniciar o uso de AAS para profilaxia primária de eventos cardiovasculares em pacientes maiores de 70 anos.3 Vale ressaltar que esses resultados também não permitem fazer inferências sobre o benefício do AAS em pessoas que iniciaram seu uso para profilaxia primária antes dos 70 anos e fazem uso crônico da medicação desde então, não sendo possível, a partir dele, responder se o uso de AAS deveria ou não ser interrompido após os 70 anos.

Bibliografia

1.             McNeil John J., Wolfe Rory, Woods Robyn L., Tonkin Andrew M., Donnan Geoffrey A., Nelson Mark R., Reid Christopher M., Lockery Jessica E., Kirpach Brenda, Storey Elsdon, Shah Raj C., Williamson Jeff D., Margolis Karen L., Ernst Michael E., Abhayaratna Walter P., Stocks Nigel, Fitzgerald Sharyn M., Orchard Suzanne G., Trevaks Ruth E., Beilin Lawrence J., Johnston Colin I., Ryan Joanne, Radziszewska Barbara, Jelinek Michael, Malik Mobin, Eaton Charles B., Brauer Donna, Cloud Geoff, Wood Erica M., Mahady Suzanne E., Satterfield Suzanne, Grimm Richard, Murray Anne M.. (2018) Effect of Aspirin on Cardiovascular Events and Bleeding in the Healthy Elderly. N Engl J Med DOI: 10.1056/NEJMoa1805819.
2.             McNeil John J., Woods Robyn L., Nelson Mark R., Reid Christopher M., Kirpach Brenda, Wolfe Rory, Storey Elsdon, Shah Raj C., Lockery Jessica E., Tonkin Andrew M., Newman Anne B., Williamson Jeff D., Margolis Karen L., Ernst Michael E., Abhayaratna Walter P., Stocks Nigel, Fitzgerald Sharyn M., Orchard Suzanne G., Trevaks Ruth E., Beilin Lawrence J., Donnan Geoffrey A., Gibbs Peter, Johnston Colin I., Ryan Joanne, Radziszewska Barbara, Grimm Richard, Murray Anne M.. (2018) Effect of Aspirin on Disability-free Survival in the Healthy Elderly. N Engl J Med DOI: 10.1056/NEJMoa1800722.
3.             Bibbins-Domingo, K. on behalf of the U.S. Preventive Services Task Force. Aspirin Use for the Primary Prevention of Cardiovascular Disease and Colorectal Cancer: U.S. Preventive Services Task Force Recommendation Statement. Ann Intern Med. 2016;164(12):836-845. DOI: 10.7326/M16-0577