quarta-feira, 26 de setembro de 2018

CONVERSA DE CRIANÇA


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CONVERSA ENTRE TRÊS CRIANÇAS

“Eu tenho dez, ela tem sete  e o senhor quantos anos tem? ”

Mais  de sessenta, mas estou desenvolvendo um remédio para começar a usar  na próxima segunda feira, com este remédio em vez de ganhar, eu vou  perder um ano todo os  anos daqui pra frente, até chegar  aos dez, nesta época deixarei de tomar e vou viver apenas de brincadeira .
 
A menina de dez anos  botou a mão no rosto, de soslaio olhou para sua mãe, para a sua prima   e caiu no riso, riu que as lágrimas derramaram-se pela fina e delicada face, provavelmente pensou só para si:
  
“ Esse menino deve ser doido, parece que não tem juízo”

todos os   oito olhos presentes marejaram , enxugados as lágrimas , perguntou em voz baixa desconfiada:



 ” E pode?,  é possível? ,  Eu nunca soube disso” 
 A menina é muito esperta e atenta, não tive palavras para continuar , o item  em pauta foi vencido, ninguém tocou mais  no assunto, para não virar querela fora arquivado.
Falei que conheci uma criança com seis anos de idade doze anos atrás, hoje uma moça bonita  e   já feita,  e que sonha  em ser cirurgiã, ela quer operar as pessoas , diz que vai ser médica  para atender os pobres do Brasil , expliquei que , quem tem determinação e foco nos seus sonhos logo-logo conseguirá realizá-los, tudo é questão de tempo.

 
Perguntei se gostam de estudar e se acordam cedo, a maior respondeu:
 ” Como é muito cedo , eu as vezes tenho um pouquinho de preguiça, mas acordo para ir para a escola” 

 A mais nova foi logo complementando 

“ Eu não tenho nenhuma preguiça , eu acordo logo, na nossa casa sou a primeira  a levantar”.

Disse eu  para as duas, aliás,  para as três, que quando criança , de 1960 a 1964, os anos da revolução militar, eu estudava no Grupo Municipal Padre Cícero que fica defronte a minha  casa em Juazeiro do Norte, no  interior do Ceará, a cidade fundada pelo Padre Cícero Romão Batista, bastava atravessar uma pracinha chamada Praça do Cinqüentenário,  já estava na escola, como todo mundo era conhecido e não existia tantos desocupados como hoje, eu ia só ou com os meus irmãos ou colegas , eu tinha oito anos, era uma boa escola municipal, quase todos os juazeirenses que moravam no bairro do socorro , o meu bairro, e dos circunvizinhos estudavam  nesta bela escola, hoje é patrimônio histórico do Estado e do Brasil, foi tombada, será eternizada.



Falei que todas as vezes que vou ao Juazeiro, vou até o grupo e sento na mesma carteira que estudei, pode não ser a mesma, mas é a do mesmo lugar, a que fica na frente do birou da professora, naquele tempo a carteira da professora era chamada de birô.



Afirmei para as três,  que só a escola salvará os pobres, elas logo rebateram 

“ Nós sabemos doutor, nós sabemos e gostamos muito de estudar”

Indaguei se gostavam de certos alimentos  como frutas, sucos, pão, queijos, doces e biscoitos, ambas disseram em uníssono que gostavam de quase tudo, a menor foi  logo dizendo 

  ” Eu não gosto de Nescau , de toddy

 A maior completou

” Eu gosto de tudo, só não gosto de comer rabada, toucinho, mocotó e outras gorduras” 

 A menor deu continuidade 

“ Eu gosto muito de feijão” 

 Neste momento ocorreu uma pausa e todos ficaram olhando um para o outro, indaguei:


 "Feijão puro ou feijão com carne fresca, carne de sertão e calabresas?"
 Ela  deu um pequeno soluço de aprovação e disse  : 
 “ Com  tudo isso dentro , o feijão fica bem melhor, fica mais saboroso” 
 Neste momento aconteceu uma grande risada, aliás uma salva de gargalhadas, foi um momento de descontração. 

Perguntei  com quantos anos iam se casar, a mais nova brincando disse: 
 ” Com cem anos e o noivo com trinta”, 
  
 Com quantos?


 “ com cem” 

   Recuperou o momento e pausadamente contando nos dedos respondeu  :

 ” Eu vou me casar com vinte e sete anos e o noivo com trinta”.

  
 Fiz a mesma pergunta para a outra, e você ?  


“ Com trinta anos” 


Não perguntei a idade do noivo.


A surpresa é que trouxeram para o velho amigo,  a mais linda e espontânea xícara do mundo, uma bela caneca branca de louça ,   que de um lado tem o retrato da minha caricatura, presente de um grande publicitário baiano,  do seu lado direito uma mensagem que logo entendi que o mundo ainda tem jeito e do lado esquerdo os nossos retratos, Eu e as duas futuras profissionais  do bem que muito orgulho darão ao Brasil.


O abraço foi longo, muito longo, foi aconchegante, porém apesar de longo, pareceu curto, muito curto, havia chegado o momento da despedida e elas se foram em busca de conhecimentos  para as suas casas.


Veio na minha mente criança que se diz adulta, o mundo ainda tem solução.
Vamos salvar a nossa juventude, vamos exigir isonomia no ensino fundamental para todos , vamos exercer a cidadania , vamos salvar o Brasil e dizer não a  todos os que abandonaram o Brasil do amanhã, a todos que esqueceram de educar a juventude brasileira de baixa renda.


 Olhem para os dias de  hoje e vejam que dez anos atrás muitos destes marginais  que assolam a nação,   tinham de oito a dez anos, hoje são homens formados sem nenhuma noção de cidadania, faltou-lhes escola, faltou-lhes ética, faltou-lhes família, faltou-lhes respeito e sobrou-lhes o endeusamento do consumismo perpetrado pelos gestores dos últimos vinte anos, azeitado nos últimos quatorze . 


Vamos salvar a nossa juventude, vamos salvar o Brasil, conversem com as crianças, escutem os mais jovens, eles só pensam no bem, o mal é gravado nas suas mentes pelos adultos, vamos incentivar o ensino fundamental sem amarras, sem restrições e com muito respeito para  as crianças de hoje que serão  os homens do amanhã, não vamos endeusar os condutores da nação que como uma  sopa,   se misturam pensando apenas no seu próprio bem, vamos abolir os currais do amanhã, as nossas crianças não são bois.


  
 Eu acredito na ESCOLA.

Iderval Reginaldo Tenório

The Best of Bach - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=6JQm5aSjX6g
16 de out de 2012 - Vídeo enviado por HALIDONMUSIC
Subscribe for more classical music http://bit.ly/YouTubeHalidonMusic All the best classical music ever on one ...

The Best of Bach - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=vwp9JkaESdg
22 de jan de 2014 - Vídeo enviado por Classical Music11
The Best of Johann Sebastian Bach (31 March [O.S. 21 March] 1685 -- 28 July 1750) Part ...

Bach Vlogs - YouTube

https://www.youtube.com/user/KingBachVideos
KING BACH REACTS TO K-POP! GOT7. 656,598 views 5 months ago. Back at it again with K-Pop! This time i react to Hard Carry *TURN ON MY POST

CONVERSA ENTRE CRIANÇAS








CONVERSA ENTRE TRÊS CRIANÇAS 

 “Eu tenho dez, ela tem sete e o senhor quantos anos tem?

                                                  
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CONVERSA ENTRE TRÊS CRIANÇAS

“Eu tenho dez, ela tem sete  e o senhor quantos anos tem? ”

Mais  de sessenta, mas estou desenvolvendo um remédio para começar a usar  na próxima segunda feira, com este remédio em vez de ganhar, eu vou  perder um ano todo os  anos daqui pra frente, até chegar  aos dez, nesta época deixarei de tomar e vou viver apenas de brincadeira .
 
A menina de dez anos  botou a mão no rosto, de soslaio olhou para sua mãe, para a sua prima   e caiu no riso, riu que as lágrimas derramaram-se pela fina e delicada face, provavelmente pensou só para si:
  
“ Esse menino deve ser doido, parece que não tem juízo”

todos os   oito olhos presentes marejaram , enxugados as lágrimas , perguntou em voz baixa desconfiada:

 ” E pode?,  é possível? ,  Eu nunca soube disso” 

 A menina é muito esperta e atenta, não tive palavras para continuar , o item  em pauta foi vencido, ninguém tocou mais  no assunto, para não virar querela fora arquivado.

Falei que conheci uma criança com seis anos de idade doze anos atrás, hoje uma moça bonita  e   já feita,  e que sonha  em ser cirurgiã, ela quer operar as pessoas , diz que vai ser médica  para atender os pobres do Brasil , expliquei que , quem tem determinação e foco nos seus sonhos logo-logo conseguirá realizá-los, tudo é questão de tempo.
 
Perguntei se gostam de estudar e se acordam cedo, a maior respondeu:

 ” Como é muito cedo , eu as vezes tenho um pouquinho de preguiça, mas acordo para ir para a escola” 

 A mais nova foi logo complementando 

“ Eu não tenho nenhuma preguiça , eu acordo logo, na nossa casa sou a primeira  a levantar”.

Disse eu  para as duas, aliás,  para as três, que quando criança , de 1960 a 1964, os anos da revolução militar, eu estudava no Grupo Municipal Padre Cícero que fica defronte a minha  casa em Juazeiro do Norte, no  interior do Ceará, a cidade fundada pelo Padre Cícero Romão Batista, bastava atravessar uma pracinha chamada Praça do Cinqüentenário,  já estava na escola, como todo mundo era conhecido e não existia tantos desocupados como hoje, eu ia só ou com os meus irmãos ou colegas , eu tinha oito anos, era uma boa escola municipal, quase todos os juazeirenses que moravam no bairro do socorro , o meu bairro, e dos circunvizinhos estudavam  nesta bela escola, hoje é patrimônio histórico do Estado e do Brasil, foi tombada, será eternizada.

Falei que todas as vezes que vou ao Juazeiro, vou até o grupo e sento na mesma carteira que estudei, pode não ser a mesma, mas é a do mesmo lugar, a que fica na frente do birou da professora, naquele tempo a carteira da professora era chamada de birô.

Afirmei para as três,  que só a escola salvará os pobres, elas logo rebateram 

“ Nós sabemos doutor, nós sabemos e gostamos muito de estudar”

Indaguei se gostavam de certos alimentos  como frutas, sucos, pão, queijos, doces e biscoitos, ambas disseram em uníssono que gostavam de quase tudo, a menor foi  logo dizendo 

  ” Eu não gosto de Nescau , de toddy e nem de queijo do interior, amo chocolate e  biscoitos de chocolates

 A maior completou

” Eu gosto de tudo, só não gosto de comer rabada, toucinho, mocotó e outras gorduras” 

 A menor deu continuidade 

“ Eu gosto muito de feijão” 

 Neste momento ocorreu uma pausa e todos ficaram olhando um para o outro, indaguei:

 "Feijão puro ou feijão com carne fresca, carne de sertão e calabresas?"

 Ela  deu um pequeno soluço de aprovação e disse  : 

 “ Com  tudo isso dentro , o feijão fica bem melhor, fica mais saboroso” 

 Neste momento aconteceu uma grande risada, aliás uma salva de gargalhadas, foi um momento de descontração. 

Perguntei  com quantos anos iam se casar, a mais nova brincando disse: 

 ” Com cem anos e o noivo com trinta”, 

 Com quantos?

 “ com cem” 

   Recuperou o momento e pausadamente contando nos dedos respondeu  :


 ” Eu vou me casar com vinte e sete anos e o noivo com trinta”.  
 Fiz a mesma pergunta para a outra, e você ?  

“ Com trinta anos” 

Não perguntei a idade do noivo.

A surpresa é que trouxeram para o velho amigo,  a mais linda e espontânea xícara do mundo, uma bela caneca branca de louça ,   que de um lado tem o retrato da minha caricatura, presente de um grande publicitário baiano,  do seu lado direito uma mensagem que logo entendi que o mundo ainda tem jeito e do lado esquerdo os nossos retratos, Eu e as duas futuras profissionais  do bem que muito orgulho darão ao Brasil.


O abraço foi longo, muito longo, foi aconchegante, porém apesar de longo, pareceu curto, muito curto, havia chegado o momento da despedida e elas se foram em busca de conhecimentos  para as suas casas.

Veio na minha mente criança que se diz adulta, o mundo ainda tem solução.

Vamos salvar a nossa juventude, vamos exigir isonomia no ensino fundamental para todos , vamos exercer a cidadania , vamos salvar o Brasil e dizer não a  todos os que abandonaram o Brasil do amanhã, a todos que esqueceram de educar a juventude brasileira de baixa renda.

 Olhem para os dias de  hoje e vejam que dez anos atrás muitos destes marginais  que assolam a nação,   tinham de oito a dez anos, hoje são homens formados sem nenhuma noção de cidadania, faltou-lhes escola, faltou-lhes ética, faltou-lhes família, faltou-lhes respeito e sobrou-lhes o endeusamento do consumismo perpetrado pelos gestores dos últimos vinte anos, azeitado nos últimos quatorze . 

Vamos salvar a nossa juventude, vamos salvar o Brasil, conversem com as crianças, escutem os mais jovens, eles só pensam no bem, o mal é gravado nas suas mentes pelos adultos, vamos incentivar o ensino fundamental sem amarras, sem restrições e com muito respeito para  as crianças de hoje que serão  os homens do amanhã, não vamos endeusar os condutores da nação que como uma  sopa,   se misturam pensando apenas no seu próprio bem, vamos abolir os currais do amanhã, as nossas crianças não são bois.
  
 Eu acredito na ESCOLA.


Iderval Reginaldo Tenório


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https://www.youtube.com/watch?v=6JQm5aSjX6g
16 de out de 2012 - Vídeo enviado por HALIDONMUSIC
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Histórias para os mais pequeninos. Menina bonita do laço de fita. Ana Maria Machado







Menina bonita do laço de fita


menina bonita 1
Era uma vez uma menina linda, linda.
Os olhos pareciam duas azeitonas pretas brilhantes, os cabelos enroladinhos e bem negros.
A pele era escura e lustrosa, que nem o pelo da pantera negra na chuva.
Ainda por cima, a mãe gostava de fazer trancinhas no cabelo dela e enfeitar com laços de fita coloridas.
Ela ficava parecendo uma princesa das terras da África, ou uma fada do Reino do Luar.
E havia um coelho bem branquinho, com olhos vermelhos e focinho nervoso sempre tremelicando. O coelho achava a menina a pessoa mais linda que ele tinha visto na vida.
E pensava:
— Ah, quando eu casar quero ter uma filha pretinha e linda que nem ela…
Por isso, um dia ele foi até a casa da menina e perguntou:
— Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
— Ah deve ser porque eu caí na tinta preta quando era pequenina…
O coelho saiu dali, procurou uma lata de tinta preta e tomou banho nela.
Ficou bem negro, todo contente. Mas aí veio uma chuva e lavou todo aquele pretume, ele ficou branco outra vez.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
— Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
— Ah, deve ser porque eu tomei muito café quando era pequenina.
O coelho saiu dali e tomou tanto café que perdeu o sono e passou a noite toda fazendo xixi.
Mas não ficou nada preto.        menina bonita 2
— Menina bonita do laço de fita, qual o teu segredo para ser tão pretinha?
A menina não sabia, mas inventou:
— Ah, deve ser porque eu comi muita jabuticaba quando era pequenina.
O coelho saiu dali e se empanturrou de jabuticaba até ficar pesadão, sem conseguir sair do lugar. O máximo que conseguiu foi fazer muito cocozinho preto e redondo feito jabuticaba. Mas não ficou nada preto.
Então ele voltou lá na casa da menina e perguntou outra vez:
— Menina bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
A menina não sabia e… Já ia inventando outra coisa, uma história de feijoada, quando a mãe dela, que era uma mulata linda e risonha, resolveu se meter e disse:

— Artes de uma avó preta que ela tinha…menina bonita 3
Aí o coelho, que era bobinho, mas nem tanto, viu que a mãe da menina devia estar mesmo dizendo a verdade, porque a gente se parece sempre é com os pais, os tios, os avós e até com os parentes tortos. E se ele queria ter uma filha pretinha e linda que nem a menina, tinha era que procurar uma coelha preta para casar.
Não precisou procurar muito. Logo encontrou uma coelhinha escura como a noite, que achava aquele coelho branco uma graça.
Foram namorando, casando e tiveram uma ninhada de filhotes, que coelho quando desanda a ter filhote não para mais! Tinha coelhos de todas as cores: branco, branco malhado de preto, preto malhado de branco e até uma coelha bem pretinha.
Já se sabe, afilhada da tal menina bonita que morava na casa ao lado.
menina bonita 4
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E, quando a coelhinha saía de laço colorido no pescoço, sempre encontrava alguém que perguntava:
— Coelha bonita do laço de fita, qual é teu segredo pra ser tão pretinha?
E ela respondia:
— Conselhos da mãe da minha madrinha…


Ana Maria Machado
Ana Maria Machado

Biografia Biografia

Considerada pela crítica como uma das mais versáteis e completas das escritoras brasileiras contemporâneas, a carioca Ana Maria Machado ocupa a cadeira numero 1 da Academia Brasileira de Letras, que presidiu de 2011 a 2013.
Na sua carreira, os números são generosos. São mais de 40 anos escrevendo, mais de cem livros publicados (dos quais 9 romances e 8 de ensaios), mais de vinte milhões de exemplares vendidos, publicados em vinte idiomas e 26 países. Os prêmios conquistados ao longo da carreira também são muitos, de se perder a conta. Entre eles, 3 Jabutis, o Machado de Assis da ABL em 2001 para conjunto da obra, o Machado de Assis da Biblioteca Nacional para romance, o Casa de Las Americas ( 1980, Cuba), o Hans Christian Andersen, internacional, pelo conjunto de sua obra infantil (2000), o Príncipe Claus (Holanda), o Iberoamericano SM de Literatura Infantojuvenil(2012) , o Zaffari & Bourbon (2013) por melhor romance do Biênio em língua portuguesa . Foi também agraciada, em alguns casos mais de uma vez, com láureas como : Premio Bienal de SP, João de Barro, APCA, Cecilia Meireles, O Melhor para o Jovem, O Melhor para a Criança, Otavio de Faria, Adolfo Aizen, e menções no APPLE (Association Pour la Promotion du Livre pour Enfants, Instituto Jean Piaget, Génève), no Cocori (Costa Rica), no FÉE (Fondation Espace Enfants, Suiça) e Americas Award (Estados Unidos).
Ana Maria nasceu em Santa Tereza, Rio de Janeiro, a 24 de dezembro de 1941. É casada com o músico Lourenço Baeta, do quarteto Boca Livre, tendo o casal uma filha. Do casamento anterior com o médico Álvaro Machado, Ana Maria teve dois filhos.
Estudou no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro e no MOMA de Nova York, tendo participado de salões e exposições individuais e coletivas no país e no exterior, enquanto fazia o curso de letras (depois de desistir do curso de Geografia). Formou-se em Letras Neolatinas, em 1964, na então Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil, e fez estudos de pós-graduação na UFRJ.
Deu aulas na Faculdade de Letras na UFRJ (Literatura Brasileira e Teoria Literária) e na Escola de Comunicação da UFRJ, bem como na PUC-Rio (Literatura Brasileira). Além de ensinar nos colégios Santo Inácio e Princesa Isabel, no Rio, e no Curso Alfa de preparação para o Instituto Rio Branco, também lecionou em Paris, na Sorbonne (Língua Portuguesa), na Universidade de Berkeley, Califórnia – onde já havia sido escritora residente – e ocupou a cátedra Machado de Assis em Oxford.
No final de 1969, depois de ser presa pelo governo militar e ter diversos amigos também detidos, deixou o Brasil e partiu para o exílio. Na bagagem para a Europa, levava cópias de algumas histórias infantis que estava escrevendo, a convite da revista Recreio. Lutando para sobreviver com seu filho Rodrigo ainda pequeno, trabalhou como jornalista na revista Elle em Paris e no Serviço Brasileiro da BBC de Londres, além de se tornar professora de Língua Portuguesa em Sorbonne. Nesse período, participou de um seleto grupo de estudantes cujo mestre era Roland Barthes, e terminou sua tese de doutorado em Linguística e Semiologia sob a sua orientação, em Paris, onde nasceu seu filho Pedro. A tese resultou no livro Recado do Nome (1976) sobre a obra de Guimarães Rosa.
Paralelamente, nunca deixou de escrever as histórias infantis, que continuavam a ser publicadas pela revista e só a partir de 1976 passaram a sair em livro.
A volta ao Brasil veio no final de 1972, quando começou a trabalhar no Jornal do Brasil e na Radio Jornal do Brasil, cujo departamento de Jornalismo chefiou de 1973 a 1980, numa gestão que deixou marcas entre os ouvintes, pela ousadia e inventividade com que soube animar uma equipe jovem no enfrentamento cotidiano contra a censura da ditadura. Como jornalista, trabalhou também no Correio da Manhã, n’O Globo, e colaborou com as revistas Realidade, IstoÉ e Veja e com os semanários O Pasquim, Opinião e Movimento.
Continuando a escrever para crianças, em 1977 ganhou o prêmio João de Barro pelo livro História Meio ao Contrário. O sucesso foi imenso e levou à publicação de muitos livros até então guardados na gaveta. Dois anos depois, junto com Maria Eugênia Silveira, decidiu abrir a Malasartes, a primeira livraria infantil do Brasil , que co-dirigiu por 18 anos, apostando na inteligência do leitor, na criteriosa seleção dos titulos a partir de um conhecimento acumulado, na liberdade de escolha, na convicção de que ler livro bom é uma tentação irresistível e um direito de toda criança. O sucesso foi tal que, daí a um ano, só no Rio de Janeiro, havia 14 livrarias que buscavam seguir o mesmo modelo.
Também foi editora, uma das sócias da Quinteto Editorial, junto com Ruth Rocha. Há mais de três décadas vem exercendo intensa atividade na promoção da leitura e fomento do livro, tendo dado consultorias, seminários da UNESCO em diferentes países e sido vice-presidente do IBBY (International Board on Books for Young People).
Na presidência da Academia Brasileira de Letras deu especial ênfase a programas sociais de expansão do acesso ao livro e à leitura nas periferias e comunidades carentes