sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

A SECA DE 1953. LUIZ GONZAGA E JUSCELINO KUBTISCHEK.A MÚSICA TOCA A ALMA E SALVA UM POVO.



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A SECA DE 1953

  LUIZ GONZAGA E JUSCELINO KUBTISCHEK

A MÚSICA TOCA A ALMA E SALVA UM POVO.
O MÉDICO FAZENDO O  BRASIL


Até 1950 era  Deputado Federal por Minas Gerais  o Médico mineiro Juscelino Kubitschek , era presidente da República o Dr Eurico Gaspar Dutra nascido no Estado do Mato Grosso, de 1951 a 1954 o Nordeste sofreu uma das suas maiores secas , fenômenos estes cíclicos que nunca receberam intervenção governamental com o intuito de acabá-las, neste período assumia a Presidência da República o gaúcho Getulio Vargas , que governou de 1951 a 1954 , mandato interrompido devido o fatídico suicídio do Presidente no dia 24 de agosto de 1954,  ainda hoje sob desconfiança.

A seca de 1951 a 1954 proporcionou o maior êxodo do Nordeste para o Sul do país , principalmente para São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, o primeiro pela pujança econômica em todos os setores da economia, o segundo pelo crescimento da indústria do Petróleo e por ser a capital do país e o terceiro pela riqueza agrícola, o Café era o ouro da vez.  Milhões de Nordestinos foram escapar nesta região deixando abandonados as suas terras,  os seus filhos, as suas mulheres e os seus pais, foi a maior fabricação de órfãos de todos os tempos sofrido por este povo, os Nordestinos cognominados de “os Baianos” independente de onde migrassem , construíram um novo Brasil em terras estranhas,  levantaram prédios, construíram estradas, produziram alimentos, bebidas e extraíram minérios, levantaram um novo país, foi a maior fase de migração interna da nação, grande também foi a discriminação regional e racial, os nordestinos eram analfabetos, magros, grosseiros, feios, comiam gilletes e não eram gente , sofriam restrições.

Neste período o governo de Getúlio criou a maior corrente de solidariedade emprol de um povo que morria com a seca, aqueles que não conseguiam migrar morriam de fome, de sede, de epidemias , de abandono  e de calor, nada era  feito para acabar com a seca , tudo era feito para a sua preservação, a preocupação do sulista  era com a depredação e descaracterização do novo Brasil com a chegada dos mortos a fome e dos escorraçados nordestinos.  

O Governo criou uma campanha solidária  para enviar ao Nordeste muitas ajudas, tudo que não prestava era enviado ao nordeste para o povo sofrido ,  de imediato ,  o grande médico pernambucano  Zé Dantas e o Luiz Gonzaga chamaram de a vergonha nacional, a vergonha do homem do Nordeste, o governo doava dinheiro, roupas usadas, colchões bichados, refugos de todos os tipos, panelas furadas, o nordeste passou a ser o receptáculo do lixo brasileiro,  de doenças e outras mazelas, tudo em nome da solidariedade, chinelos e sapatos velhos, comidas grosseiras e mal acondicionadas, mal transportadas , ferramentas e outros utensílios tudo com a finalidade de frear a grande migração.

 Os gênios da música, o Luiz e o Zé  a batizaram como   A CAMPANHA DA ESMOLA,  uma vez que foi criada com uma única  finalidade ,  plantar o homem na sua terra natal e não contaminar o povo do Sul, frear a grande migração nordestina em busca da sobrevivência.

O Brasil fervia e das entranhas do Nordeste,  um caboclo Cearense  chamado Antonio Gonçalves o famoso “PATATIVA DO ASSARÉ” lançou a poesia “ A TRISTE PARTIDA”  e o Zé Dantas “ VOZES DA  SECA” que em parceria com o Rei Luiz Gonzaga falou alto para todo o Brasil a real situação da nação e do seu povo.

Estas duas músicas ,  sob a tutela do maior artista brasileiro de todos os tempos,  viraram hinos e acordaram o país,  o Mineiro Juscelino Kubitschek, ex deputado federal e chefe do executivo mineiro comprou a briga e foi à luta.

O assunto foi discutido ferrenho e efusivamente na Câmara Federal, antes de 1950 o então Deputado Federal  Juscelino era um dos maiores defensores em resolvê-las, conhecia as secas de 1932 e outras  sempre levando o assunto às plenárias no  Rio de Janeiro e não encontrava ressonância  .

 Em 1953 já Governador de Minas Gerais  e como pretendia ser Presidente da República e conhecia todo o Brasil , defendia todas as regiões como se fosse filho de cada uma delas.

Como Minas fazia e faz parte da região  que sofria com a falta da água, sofria  com as grandes secas, o seu Governador,  como o maior defensor do Nordeste  num dia de tristeza e de felicidade ao representar o  seu Estado no plenário Federal  em 1953 , numa discussão em pleno clímax da esturricante seca daquele ano  falou em tom de desafio para todo o Brasil.

SENHOR PRESIDENTE,  AS MÚSICAS  “VOZES DA SECA”  de Zé Dantas e  “ A TRISTE PARTIDA” do Patativa do Assaré na voz do  Rei Luiz Gonzaga,  valem mais do que mil discursos e encerrou a sua apresentação, foi aplaudido efusivamente, consolidou a candidatura ao Palácio doCatete..

Daquela data em diante o DNOCS foi fortificado, foi feito o projeto SUDENE concretizado em 1959, foram construídos açudes, barragens, estradas, frentes de trabalhos e outras atitudes , foi passado a mensagem,  o homem do Nordeste não quer esmolas, ele quer é condições de vida e trabalho.

Este homem tem VERGONHA.

VIVA O NORDESTE.

Iderval Reginaldo Tenório

AS DUAS MÚSICAS



A Triste Partida


Meu Deus, meu Deus
Setembro passou
Outubro e Novembro
Já estamos em Dezembro
Meu Deus, que é de nós,
Meu Deus, meu Deus
Assim fala o pobre
Do seco Nordeste
Com medo da peste
Da fome feroz
Ai, ai, ai, ai


Vozes da Seca


Seu doutô os nordestino têm muita gratidão
Pelo auxílio dos sulista nessa seca do sertão
Mas doutô uma esmola a um homem qui é são
Ou lhe mata de vergonha ou vicia o cidadão
É por isso que pidimo proteção a vosmicê
Home pur nóis escuído para as rédias do pudê
Pois doutô dos vinte estado temos oito sem chovê
Veja bem, quase a metade do Brasil tá sem cumê
Dê serviço a nosso povo, encha os rio de barrage
Dê cumida a preço bom, não esqueça a açudage
Livre assim nóis da ismola, que no fim dessa estiage
Lhe pagamo inté os juru sem gastar nossa corage
Se o doutô fizer assim salva o povo do sertão
Quando um dia a chuva vim, que riqueza pra nação!
Nunca mais nóis pensa em seca, vai dá tudo nesse chão
Como vê nosso distino mercê tem nas vossa mãos

ESCUTEM ESTES DOIS HINOS NORDESTINOS.

Vozes da SECA - YouTube


www.youtube.com/watch?v=bcHziEM2xgs
13 de nov de 2011 - Vídeo enviado por esther9011
Luiz Gonzaga, fez esta música em 1953. Tão atual, quando ele fala da ESMOLA !
 

A TRISTE PARTIDA - PATATIVA DO ASSARÉ - YouTube

www.youtube.com/watch?v=r-8rsqTJi-0
25 de jun de 2009 - Vídeo enviado por senhorincrivel
Um retrato da alma nordestina. Música de Luiz Gonzaga e Poema de Patativa do Assaré. Music. "A ...

A BRIGA DE LUIZ GONZAGA, JOÃO SILVA EUM MEGA DIRETOR NO RIO DE JANEIRO


LUIZ GONZAGA, JOÃO SILVA E A BRIGA DO CANECÃO- Rio de janeiro

LUIZ GONZAGA E JOÃO SILVA


















O Brasil cresce, cresce mas  em alguns setores da vida  não muda.


Aconteceu um fato inusitado que o povo precisa saber:



O
RESUMO DOS FATOS.
 
O Grande Luiz Lua Gonzaga o Rei do Baião e o meu querido amigo João Silva , o maior compositor do rei do baião  nos últimos 20 anos  foram quase que proibidos de cantar no Canecão,  Rio de Janeiro no primeiro show de retorno do Luiz Gonzaga lá pelos anos de  80, (só cantaram pela coragem e valentia do João e do Luiz) , a platéia foi ao delírio, no outro dia depois do estouro e do grande sucesso, estavam lá os dirigentes que botaram gosto ruim e o Luiz pediu que os mesmos se ausentassem e parou o show, o seu pedido foi atendido, o Rei continuou, no outro dia desculpas e mais desculpas, como o João e o Luiz são do bem, tudo foi sanado), porém o João Leocádio, (João Silva ) fez uma música para respostar e o rei Luiz corajosamente gravou , o nome da música é: TAQUI PRA TU,  feito pra um dos maiores intelectuais do Brasil e era gente grande no Rio de Janeiro.

                                                           MORRE O REI DO BAIÃO PARA O POVO
Neste Show  o Rei foi ressuscitado pelo meu amigo João Silva.
Amigos  o Luiz  são dois , explico:
O Luiz  antes do João Silva, um  Luiz bucólico, triste como um  Assum Preto , um Luiz dos 400 mil Disco LP, um Luiz importante, o Luiz que cantou o sofrimento de um povo, o êxodo rural,  fome, a seca, a subserviência pela necessidade com a Triste Partida do Patativa do Assaré,  o Luiz que documentou a saga do Nordestino, este Luiz foi banido da mídia, foi suspenso  das gravadoras e as suas músicas só tocavam em AM de madrugada para acordar os saudosos nordestinos por este  Brasil afora, o Luiz entrou em exaustão , voltou para o seu EXU, voltou para o seu Cratim de açúcar, voltou para o Juazeiro do Norte . E existe  o outro  Luiz, o Luiz depois do anos  70,   depois  do João Leocádio  Silva((JOÃO SILVA), um Luiz Alegre, um Luiz do Zé Matuto Foi à Praia, um Luiz do Tanga  avoo,  do Danado de Bom, um Luiz da Juventude, um Luiz Urbano, um Luiz dos Jovens, um Luiz dos 6 milhões de CDS, o Luiz da FM e  LUIZ DE TODOS OS BRASILEIROS, o Luiz do Pagode Russo, do Viva meu Padim.


                                                             O CANECÃO E A SUBSERVIENCIA
Nesta época dirigia o Teatro Canecão, a maior casa de espetáculo do Rio de Janeiro,  o grande e intelectual Sergio Cabral, pai do atual Governador , os motivos da tentativa de proibição do show  com certeza ficaram sem esclarecimentos. O Teatro abrigava grandes Espetáculos de Óperas, Eruditos, Danças Internacionais e outras baboseiras internacionais, acho que a proibição vinha deste perfil , acredito que foi devido as propriedades  do Baião e  do Paraíba que tentaram proibir o Rei Ressuscitar, quando Luiz cantou o novo repertório e os grandes clássicos como Assum Preto, Asa Branca, Ultimo Pau de Arara o teatro foi abaixo, ali o Brasil conheceu o verdadeiro Rei da Música Brasileira de todos os tempos, a identificação foi de cem por cento.

                                 O NORDESTINO É ANTES DE TUDOUM FORTE
Cito estas propriedades abaixo.
O  nordestines, a nordestinidade, a sertanilização da música , a forrozização do Brasil,  enfim  a nordestinação do cenário mostraria o estouro da cidadania de  um povo sofrido, pobre, de trabalho braçal onde tudo é musical até na voz . Seria  o crescimento de um povo alegre, o nordeste ali plantaria a sua semente, ali o  nordeste nas pessoas do João Silva e do Luiz Gonzaga  plantava a  semente da cidadania

Nesta época o Rei sem gravadora, sem repertório e sem nenhum apoio morava na minha querida cidade do  EXU  na Serra do Araripe no Estado de Pernambuco, vivia  passeando pelos municípios do Crato e do Juazeiro do Norte , terra do Padre Cícero,  no Estado do Ceará que fazem divisa com o EXU Pe , foi neste período que me deparei várias vezes na companhia do Rei Luiz Gonzaga no Crato, no Juazeiro e no Exu  nas grandes vaquejadas da  região, foi ali onde prosei várias vezes com  esta estrela , Estrela Mor da Música do Brasil.

Neste período de afastamento o Rei foi visitado pelo grande João Silva , que já compusera algumas músicas para o rei e  lhes presenteou com um belo repertório que  vendeu na primeira gravação- 1.6milhões de cópias tirando  Luiz daquele repertório do sofrimento, da tristeza e do êxodo rural.    

Dizia o João Silva que o Brasil de 1970 para cá era um país da Copa, da Alegria , da Juventude e da Universidade, Luiz teria que cantar o Brasil já resolvido, o Luiz deveria agora conquistar  os filhos dos nordestinos sofridos que cresciam em todo o país e em todos os setores da vida, Luiz era o maior patrimônio artístico da nação e não poderia ficar recolhido na toca, bastaria soltar a voz que reconquistaria o seu posto.

Os hinos  Asa branca, Assum Preto, A Volta da  Asa Branca, A Triste Partida do grande Patativa do Assaré e outras pérolas são de suma importância mas,  são tristes, penosas e melancólicas, o Brasil precisava  de alegria. Dizia João Silva:" o Brasil hoje é urbano, é praieiro é do UNIVERSITÁRIO, é o país da  Juventude " e mostrou as seguintes músicas:

VIVA MEU PADIM, Pagode Russo, Ta Danado de Bom, Uma Pra eu outra Pra Tu , Forró do Bom, Morena Bela, Amei à toa, a Puxada, A mulher do Sanfoneiro e outras tão importantes como estas , foi o maior estouro da Discografia Brasileira , 1,6 milhões de cópias vendias em 06 meses e o renascimento do Luiz Lua Gonzaga para o mundo, foi deste período em diante que todas as estrelas brasileiras foram ao encontro do Rei do Baião o consagrando como a maior expressão da música brasileiras de todos os tempos, o Luiz é unanimidade em todas as faixas etárias e em todas  as classe sociais, de Norte a Sul, de Leste a Oeste e quem sabe lá pelo faroeste. 
Não direi os  nomes destas grandes estrelas, todos já sabem.

O que quero lembrar é que no Senado do Brasil na semana passada,   o Xambinho , o sanfoneiro que  faz Luiz Gonzaga na primeira etapa no filme  da vida do  Luiz foi barrado , foi proibido  tocar a sua sanfona para os Senadores do Brasil na TV SENADO: 
 O Eduardo Suplicy solicitou que o Xambinho tocasse e o presidente Mozarildo Cavalcante não permitiu. Negou e o Xambinho saiu em silêncio e triste, não tinha a força do rei, fazia apenas o papel  e quem faz o papel não é o Rei, faz apenas o papel do Rei.  Se por acaso fosse o rei Luiz Lua Gonzaga , a sessão teria o seu fim e seria iniciado o maior forró do senado brasileiro, com morenas belas, canjicas, milho cozido e tudo que o Brasil tem direito..

 O Luiz não morreu continua vivo , o rei Luiz Lua Gonzaga é imortal.
O  tempo passou mas as elites continuam  no mesmo pensamento.

Iderval Reginaldo Tenório

TaquiTu - YouTube

www.youtube.com/watch?v=4MPtxMED8iY
18/03/2012 - Vídeo enviado por Pedro Macedo
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TAQUI PRA TU
DE JOÃO SILVA
Ai, ai, aiUi, ui, ui
Taqui, taqui
O pitoco, seu louco
Seu louco da êga
O galope da nêga
Da nêga arretada
Que veio das brenhas
Lá do Piancó
Taqui, taqui
O pitoco e a banana
Moleque sacana
Bebedor de cana
Te arranca e te dana
E deixa meu forró
Ainda bem que não chegasse
Me cabuletasse
Comigo arranjasse
O maior sururu
Se tu não respeitasse
Cecéu, Marcolino
Trio Nordestino,
Jackson do Pandeiro
O maior forrozeiro
E este sanfoneiro das terras de Exu
Então, taqui
Taqui pá tu




Miniatura

Viva Meu Padim (Luiz Gonzaga/João Silva)

de FolhadePernambuco  1 mês atrás  68 views
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