segunda-feira, 22 de setembro de 2014

O VELHO CAVALO

 

O VELHO CAVALO



Foi no meado de 1915 no sertão do Ceará quando das chuvas nem  prenúncios .

 Relatos de minha avó.

Relata que nos sertões do Ceará havia um almocreve de meia idade, que negociava nos cafundós e nos grotões da esturricada serra do Araripe, divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco, para o ganho do pão de cada dia utilizava como meio de transporte uma parelha de animais, um belo eqüino e um musculoso muar.

Grandes eram as distancias a percorrer e belos os lugares visitados, o muar para as cargas e o eqüino para os passeios junto ao dono, sempre nas festas, nos namoros , nas comemorações e nas grandes corridas, era com orgulho que o belo animal desfilava naqueles sertões, bem tratado, bem alimentado , bom capim, boa alfafa , excelente milho e muitas vezes tortas de resíduos de caroços de algodão, era uma vida de rei, cheio de arreios e ornamentos, manta vermelha, sela nova, dois alforjes do puro e macio couro de carneiro, rédeas de couro curtido, rabicho trançado com fio de seda, boqueira do melhor metal, estribos de pura prata, polidos, encerados e bem conservados, vivia época de glórias, se orgulhava quando nas paragens recebia preço, recebia avaliação, elogios e jamais o seu dono pendia para negociação, era um animal orgulhoso e cheio de brios, na sua garupa as mais belas donzelas, as mais macias das nádegas, era motivo de festas onde chegava com o seu baixo , com o seu galope, trotando, chispando ou com os seus admiráveis passos sempre a esquipar demonstrando a sua bela marcha , qualidades estas que lhe credenciava a cruzar semanalmente com uma diferente e bela égua, com uma formosa e elegante asinina, todo faceiro, todo pabo .

O muar , coitadinho, a subir ladeiras, a cortar caminhos, dois a três sacos na pesada cangalha, cabresto de cordas de croá, rabicho de agave e uns puídos tapa olhos laterais de couro cru impedindo, tapando, obstruindo, abortando, escurecendo a visão lateral, um pesado chocalho bovino pendurado no pescoço, festas só para carregar frutas para as vendas, garrafas de bebidas ou feixes de canas caiana muito apreciadas naquela redondeza, como pastagem capim seco, algumas relvas nos arredores e monturos das casas, não sabia se vivia para comer e trabalhar ou só teria comida se trabalhasse.

Longas eram as conversas entre os dois animais nos seus encontros , um peado nas duas patas direitas e o outro solto pelos terreiros, discutiam as suas vidas, as injustiças e quão ingrata era a vida para um deles, a diferença era exorbitante, era de fazer pena e foi assim durante muitos anos, foi assim, um sempre sorrindo , a gargalhar ; e o outro... o outro só Deus.

Como o tempo é o pai ,o aconselhador e o diluidor dos sofrimentos como a água é diluidor universal e a esperança a mãe de todos os animais,  uma década se passou e os dois viventes sempre a dialogar, com a falta de chuvas foram escasseando as vendas, os compradores cotidianamente caindo , motivo mais do que suficiente para o almocreve diminuir os momentos de festas e de alegrias , primeiro se desfez dos belos arreios, diminuiu as compras de alimentos especiais e necessitava aumentar o volume das cargas para suprir as suas despesas azeitando a sua sobrevivência.

O belo e orgulho eqüino passou a andar na vala comum, a sela foi substituída por uma cangalha, dois sacos , um de cada lado e por ser um exímio esquipador,  o dono escanchado no meio, desta vez subindo e descendo ladeiras, pulando grotas, na ida produtos da lavoura para a venda e na volta especiarias para abastecer as bodegas da região :como querosenes, peixes salgados, açúcar, café e outros mantimentos, com a idade desapareceram as belas éguas, as formosas asininas e os manjares nos terreiros dos esturricados sertões.

O muar continuou a sua batalha, agora como coadjuvante, apenas como complemento de carga, quando o produto era pouco ficava a pastar, a perambular pelas capoeiras à procura de uma relva mais hidratada pensando na sua atual e inútil vida , costas batidas, boca mucha , dentes amarelos, desgastados, bicheiras nos ombros, espinhaço pelado ,cascos rachados , juntas calcificadas, perambulando caatinga adentro..  E lá ia o velho eqüino, dois sacos , o dono escanchado no meio da cangalha , o filho na garupa , subia e descia,  já não possuía belas boqueiras, o rabicho de cordas como afiadas facas a cortar a borda anal ao menor grito do patrão, as cilhas de couro apertadas na barriga caindo pelo vazio a traumatizar os bagos aposentados, força era agora a sua maior virtude, força para não sofrer com as esporas que tangenciavam os órgãos genitais, muitas vezes ferindo-os quando desacertava os passos, a vida endureceu e trouxe à memória os momentos vividos ao lado do amigo muar nos tempos das bonanzas, das vacas gordas, das grandes chuvas, das farturas e dos grandes bailes. Olhava para os lados e não mais enxergava,  pois as viseiras laterais do muar agora se encontravam na sua cabeça  tapando os seus olhos, a visão agora era limitada, era uma visão de subserviência, não mais participava dos acontecimentos, agora era apenas um animal de cargas, vivia apenas para comer e para o trabalho, não tinha direito a pensar, seguia a dura e pétrea regra, para viver só lhe restava a obediência sem contestação, seguia os puxavancos do puído e velho cabresto que dava duas voltas na funcieira , vivenciava a mais espúria entidade criada pelo dominador, o mais baixo golpe sofrido por um ser vivo, obedecer sem contestar ,simplesmente a mais velada escravidão.

Os três entes aos poucos foram minguando, o muar sem trabalho foi sumindo , esquecido ,menosprezado e abandonado até o dia em que foi requisitado pelos produtores de charques.

 O belo eqüino agora não mais belo, sem a força da juventude, com a estima em baixa  caiu na desconfiança, calda caída, olhos sempre para o chão, dentes puídos , rentes às gengivas, desgastados, musculatura minguada, pelos ásperos, relinchos abafados; sem força , sem brio , sem pernas foi substituído por sangue novo, mergulhou na solidão e se perdeu nos carrascos das matas que ainda existiam e nunca mais soube do seu paradeiro.
 O dono caiu numa crise de desgraça , envelheceu sem os seus maiores amigos, engolido pelo bafo do progresso trazidos pelos bulidos dos motores de dois tempos  nos velhos aviamentos e nos transportes das poucas mercadorias, mergulhou no esquecimento, mergulhou no solitarismo da vida, conheceu o êxodo,  com o abandono foi alimentando as grandes metrópoles com a sua prole na construção e reconstrução de uma nação que continua sem rumo, sem prumo e sem um paradeiro ou porto seguro para os que nela batalham e lutam.

Os três se foram, continua a condescendência e as condutas sem uma instituição sustentada, sem nenhuma criação institucional que traga garantias futuras para um povo sofrido , que trabalha até os setenta e depois vaga pelos valados da vida, basta vê os liberais e autônomos de ontem, hoje abandonados , como os de hoje os abandonados do futuro.

Hoje na mesma serra do Araripe, nos mesmos grotões do Nordeste ainda vagam muitos Três Entes Amigos à espera do mesmo futuro.

O Mundo gira e com ele a repetição, mostrando que na natureza nada se constrói , tudo se transforma, apenas o tempo é o senhor que dita e conduz o destino de cada um, pedindo que viva a vida como o único patrimônio .


Iderval Reginaldo Tenório 2010


  • Zé Ramalho - Admirável Gado Novo - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=eRgqsY50ggU

    10/04/2013 - Vídeo enviado por Ninaionara
    Admirável Gado Novo Zé Ramalho Vocês que fazem parte dessa massa Que passa nos projetos do ...
  • ADMIRAVEL GADO NOVO (VIDA DE GADO) - YouTube

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    28/04/2009 - Vídeo enviado por lucio carlos
    ADMIRAVEL GADO NOVO (VIDA DE GADO) Vocês que fazem parte dessa massa, Que passa nos ...
  • domingo, 21 de setembro de 2014

    CRIME NA SERRA DO ARARIPE






    CRIME NA SERRA DO ARARIPE
    Era noite do dia 23 de junho de 1928, o estrategista desconhecido chegou sorrateiramente e sem nenhuma dúvida ou remorso metralhou toda uma família de dezoitos componentes, do mais velho ao mais novo dos Pereiras e alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos, conferiu cada um dos corpos, montou no seu alazão, arrumou a sua geringonça noutro animal e sumiu estrada afora.
    No nascer do sol os caseiros da fazenda,  que moravam nos recantos mais distantes da sede,  jamais imaginariam , que aqueles estrondos de bombas de artifícios juninos fossem balas da mais afamada metralhadora nordestina,  apelidada de costureira,  dizimando toda a família patronal, o autor não deixou pistas, não deixou um único rastro da autoria do crime , em nada mexeu, a mesa continuo posta, cadeiras caídas no chão, sangue salpicados nas paredes, alguns corpos debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura de restos, panelas no fogão  a  lenha, algumas com os alimentos esturricados, todos os potes e barricas aos cacos, água ensopando os corpos e estes com vários orifícios transpassando os tórax na altura dos peitos, todos, todos sem vida.
    O AMANHÃ
    Na Serra do Araripe,  não ficou um só cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia, quem era aquele forasteiro, porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava pacata, trabalhadora e honesta, não se conheciam inimigos num raio de 50 quilômetros, os Pereiras eram respeitados naquela redondeza, era o ano de  1928 , Lampião e o seu bando  já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol já reinava a paz, muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consanguíneos  e moravam em casas equidistantes desde quando uma avistasse a frente ,a lateral e a saída da outra, era uma maneira de um proteger o outro.  A dúvida tomou conta da pequena população, quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime.
     Os familiares distantes apareceram, os corpos foram contados, muitos não possuíam documentos, os serviçais só tinham apelidos, todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da velha estrada , fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro o chefe , depois os outros por ordem de importância.
     A polícia foi informada, compareceu timidamente e pelo pequeno contingente três soldados, dois cabos, um sargento , pouca munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais apareceu ou tomou conhecimento dos fatos.
    A sede da Fazenda ficou abandonada por pouco tempo, os moradores mais antigos aos poucos foram se acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus distritos, ficando apenas as indagações sobre o horrendo crime, quem teria motivos para tal desventura, roubo não foi, só poderia ter sido vingança, a melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores, só poderia ser vingança, não haveria outra explicação, só poderia ser vingança.
    O PASSADO
    Conta o velho Malaquias do altos dos seus 90 anos,  que tempos atrás, lá pelos meados de 1871,  quando um jovem padre de 27 anos de idade assumiu a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará, hoje Juazeiro do Norte, duas famílias de Alagoanos foram morar nesta região para ajudar este jovem missionário. Com as duas famílias completas,  o jovem Padre aconselhou aos amiguinhos que fossem morar na Serra do Araripe plantar feijão de pau, conhecido como o serial ANDÚ muito apreciado naquele mundo. As famílias se deslocaram e começaram a habitar a mesma gleba de terra por manterem parentesco , viviam em paz até o dia em que,  o governo de Pernambuco resolveu legalizar a posse e criar uma escritura, houve desentendimento entre os líderes de cada família e numa noite escura do dia 23 de junho de 1897,  ano em nasceu Virgolino Ferreira Lampião , uma das famílias aniquilou todos os componentes adultos da outra família, todavia, cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa e lá deixou vivo um criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama do infeliz casal aniquilado .
    A criança familiares foi assumida por tropeiros  que cruzavam a velha serra Pernambucana com destino à mais nova vila Nordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro que crescia com muitos fanáticos religiosos  devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão,  a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue e derramava-se pelos cantos da boca da jovem negra e beata de 28 anos de idade. A criança foi criada no mais diferente mundo que deveria ser criado, não tinha paradeiros, não tinha endereço fixo e à proporção que crescia tomava conhecimento da grande chacina que aniquilou uma determinada família,  no topo da Serra do Araripe nos idos de 1897, a criança cresceu, virou homem . Naquela redondeza não se conhecia o seu destino ou paradeiro.  A família que cometera a esquecida e distante chacina se encontrava bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra , o cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos governadores da época dando total poderes à polícia a entrar no território do outro à caça de qualquer desordeiro.  Grassava no arrebol o sentimento de congraçamento e descontração devido o grande número de parentes casados entre si, existia calmaria.
    A VINGANÇA
    O Jovem morava num pequeno sítio distrito da então e próspera cidade de Juazeiro do Norte , conhecia muito bem a grande Chapada do Araripe , divisa do Ceará com Pernambuco  celeiro fóssil das Américas , hoje fazendo parte do Geoparque do Araripe.
    O jovem procurou se familiarizar com os moradores do distrito , aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento de 1897 e localizando os familiares que junto com os seus pais se mudaram para a velha serra a pedido do jovem padre em 1871, ficou claro e ciente de cada componente, colheu a história da época , como mercante compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro. Voltou aos seus afazeres de almocreve e  numa noite de são João , quando os fogos de artifícios pipocavam nos ares da silenciosa serra, o jovem estrategista,  na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano, eliminando de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do século passado , tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os aposentos, todos os ambientes e arredores para não cometer os mesmos erros dos autores da chacina de 1897, com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vitima, pelo filho da vítima, pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado.
    E foi assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.
    Vingança, pura vingança.
    Iderval Reginaldo Tenório
    Salvador,12 de Janeiro de 2008


    Luiz Gonzaga - Juazeiro - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=NGkdAtUy1u4
    11/03/2013 - Vídeo enviado por Crisforroots
    Autoria: Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. ... cantava muito a musica juazeiro, e o meu pai cantava ...

  • 03- JUAZEIRO - Luiz Gonzaga - 50 anos de chão - disco 2 ...

    www.youtube.com/watch?v=7VupcnZJVSg
    09/05/2011 - Vídeo enviado por forrobodologia
    Luiz Gonzaga - 50 anos de chão - disco 2 FONTE: http://www.forroemvinil.com Esta música faz parte do ...
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    JOÃO SERTÃO- Agreste Pernambucano 1970


    JOÃO SERTÃO

    Agreste  Pernambucano 1970

    Saia da velha rede se espreguiçava no meio da sala do Coração de Jesus e do Padre Cícero, dois quadros pendurados na parede, ia direto para um capão de mato  deliberadamente preservado nos fundos das casas  para servir de privada, está aí a premissa do caipira,  quando precisa  verter água ao chegar à cidade  na casa dos que se acham grã-finos, pergunta
     ” ONDE FICA O MATO DESTA CASA?” .
     Adentrava a pequena capoeira, fazia as necessidades e como gato cobria com areia. Voltava pelo mesmo caminho, lavava o rosto na mesma bacia que todos usavam, muitas vezes utilizava a mesma água, devido à escassez do precioso líquido naquelas plagas, este costume fazia com que as doenças oculares e palpebrais se espalhassem com facilidades pelos sertões nordestinos, era O TRACOMA o mais beneficiado e tome pomada de tetraciclina nos cantos dos olhos.
    Uma xícara de café pelando com resto de pó, revigorante feito numa amassada lata de flande,  pendurada por um grosso arame ao telhado e que descansava na trempe do fogão  a lenha, vasilhame este  comprado na feira com óleo de caroço de algodão e aproveitado como chaleira depois de vazia, nada era jogado no lixo, tudo era reciclado e servia como utensílio doméstico.
    Enxada  nas costas, cabaça d’ água a tiracolo, bornal  com meio quilo de farinha grossa e três tacos de rapadura, tomava o caminho da roça e de roçado adentro lá se ia o sertanejo puxando cobra para os pés, pés chatos, barba rala por tirar, pele grossa e ensebada , cigarro de fumo grosso, chapéu de palha, cabeça baixa, coluna curva, braços indo e vindo no manejo da enxada, empurrada pela mão  direita, deslizava na esquerda   e  puxada pelas duas, era a dança da capinagem.
    O sol começa a se pôr, a barra surgia no horizonte e os pássaros iniciavam o movimento de se aninharem nas peladas copas da caatinga , olhava para trás e via de 10 a12 carreiras de matos ceifados pelo fio da ferramenta, olhava para o céu, tirava e botava o suado e fedido chapéu, limpava a enxada com a faca peixeira que saia de uma trabalhada bainha de couro escanchada entre a calça e o cinturão de couro cru, jogava nas costas e tomava o caminho de casa, armado de uma soca-soca abatia alguns nambus ou preás neste percurso.
    Chegava em casa, enxada detrás da porta, entregava a caça para a mulher, enchia o bucho com farinha e feijão, tomava uma talagada de café, mais tarde lavava as canelas e os pés, despojado sentava num tronco do terreiro, contava as estrelas, acompanhava os movimentos da lua e caía moído na mesma e emolambada rede velha, quando menos se esperava, já era cinco da manhã , o mesmo tinido , os mesmos costumes e lá se ia a vida passando.
    Chegava o domingo, calça e alpercatas novas, tomava o único banho da semana, brilhantina na cabeleira , os couros de ratos no bolso, lá se ia o João Sertão,  sem lenço e sem documentos para a feira na vila mais próxima, ia comprar o fósforo, o fumo, o sabão, o querosene, os bregueços da casa como pratos, colheres, panelas, canecos e a munição de boca, o café, o açúcar, o alho, o feijão, o toucinho, a farinha da grossa, a rapadura, o sal e quando dava um naco de carne de charque, era duro, era assim a vida do sertanejo  , era trabalho, muito trabalho e abandono, mais abandono e muito trabalho.

    Iderval Reginaldo Tenório

    PATATIVA DO ASSARÉ - SENHOR DOUTOR - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=RTEfYnMNNpc
    06/06/2011 - Vídeo enviado por shosta18
    Festival Massafeira 1979, Patativa do Assaré obteve no evento: "o festival foi responsável pelo ...

    Goiano e Paranaense - O Doutor e o Caipira - YouTube

    www.youtube.com/watch?v=i62iMbLhL0Q
    28/10/2010 - Vídeo enviado por Carlos Albano Filho
    Música Boa,Nunca enjoa!! Moda sertaneja sempre será eterna,pelo menos até quando existir a ...