O blog foi criado para a cultura. Mostra o quanto é importante o conhecimento.Basta um click no artigo. Centro Médico Iguatemi,310.CLINICA SÃO GABRIEL LTDA- 33419630 33425331Participe ,comente, seja seguidor. DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO , 1954 , JUAZEIRO DO NORTE -CEARÁ. 08041988lgvi.1984 CHEGOU EM SALVADOR COM 18 ANOS , MEDICINA NA UFBA. CIRURGIÃO GERAL. driderval@bol.com.br
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RIO - Relatório das Nações Unidas divulgado nesta terça-feira afirma que a erradicação da Aids está próxima, graças ao melhor acesso a drogas que podem tratar e prevenir o incurável vírus humano da imunodeficiência humana (HIV), causador da doença.
A meta de pôr fim à epidemia mundial de Aids não é "meramente visionária", mas "totalmente viável", diz o relatório da agência das Nações Uidas para a Aids (Unaids).
O sucesso no combate à doença na última década permitiu que se fincassem as "fundações para o eventual fim da Aids", ao reduzir a cifra de mortos e ajudar a estabilizar o número de pessoas infectadas na pandemia, assinalou o relatório anual.
No final de 2011, cerca de 34 milhões de pessoas tinham o vírus HIV no mundo.
O número de novos infectados com a doença, transmitida por sangue ou pelo sêmen durante a relação sexual, está caindo em todo o mundo. O número de novas infecções em 2011, de pelo menos 2,5 milhões de pessoas, é 20% inferior ao de 2001.
Uma redução de mais de 50% na taxa de novas infecções por HIV foi alcançada em 25 países de baixa e média renda. Mais da metade na África, a região mais afetada pelo vírus.
Em alguns dos países com maior prevalência de HIV no mundo, as taxas de novas infecções foram reduzidas desde 2001. O país que mais apresentou queda foi o Malaui, com 73%. Outros que podem comemorar são Botsuana (71%), Namíbia (68%), Zâmbia (58%), Zimbábue (50%) e África do Sul e Suazilândia (ambos com 41%).
A África Subsaariana, por sua vez, também reduziu as mortes relacionadas à Aids em um terço nos últimos seis anos e aumentou o número de pessoas em tratamento antirretroviral em 59% desde 2010. É, hoje, a região mais afetada, com quase 1 em cada 20 adultos infectados, aproximadamente 25 vezes a taxa na Ásia --há quase 5 milhões de pessoas com o HIV no Sul, Leste e Sudeste da Ásia.
— O ritmo do progresso é acelerado. O que costumava levar uma década agora está sendo alcançado em 24 meses — declarou o diretor executivo da Unaids, Michel Sidibé. — Esta é a prova de que com vontade política podemos alcançar nossos objetivos compartilhados em 2015.
As mortes pela Aids caíram em 2011, ficando em 1,7 milhão, abaixo do pico de 2,3 milhões em 2005 e do 1,8 milhão em 2010. "Embora a Aids continue a ser um dos mais sérios desafios à saúde, a solidariedade mundial na resposta à Aids na última década continua a gerar ganhos extraordinários na saúde", diz o relatório.
Segundo o documento, isso ocorreu graças ao "sucesso histórico" na promoção de programas em escala junto com a emergência de novas combinações de remédios para evitar que pessoas sejam infectadas e que morram da doença.
Cerca de 8 milhões de pessoas estavam sendo tratadas com drogas para a Aids no fim de 2011, um aumento de 20 vezes desde 2003. A meta da ONU é elevar esse número para 15 milhões até 2015.
Um grupo de jovens intelectuais vendo a tendência do mundo atual,entende de estudar e fundar uma Empresa dirigida a documentar fatos da atualidade,fatos inusitados,documentários e fotografias para a posteridade.
Os masculinos oriundos de diversos estados do Brasil e a feminina do continente Asiático,da China. O grupo é uma mistura de componentes da Bahia,do Ceará,do Distrito federal e da China,todos bem preparados e dispostos a crescerem na profissão.
Jovens sérios,comprometidos com o que faz,inteligentes ,éticos ,trabalhadores e apaixonados pelo belo mister.
Acredito que pelo que tenho visto um dia serão grandes,pois só cresce quem é pequeno,só cresce quem nasce pequeno.Com o decorrer dos anos,com a compenetração,dedicação e aperfeiçoamento o sucesso é a recompensa.
Num futuro não muito distante A SALINHA FILMES ocupará o seu espaço, os seus componentes serão destaques na Mídia Nacional pelo belo trabalho oferecido à população.
Todos os grandes Grupos nasceram de idéias ,nasceram das garras dos seus fundadores e cresceram por merecimento, inteligência não falta ,basta colocá-la a serviço da comunidade.
Eu sou um entusiasta,admirador e eterno incentivador. Jovens façam mais pelo Brasil, o Brasil espera por vocês.Avante.
Iderval Reginaldo Tenório Grupo Salinha Filmes
Sobre Salinha Filmes
Uma maneira moderna, divertida e cinematográfica de registrar o seu grande dia! ♥
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Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média.
A EDUCAÇÃO, A CULTURA E AS ARTES SÃO ALICERCES DA DEMOCRACIA Iderval ReginaldoTenório
FABIÃO DAS QUEIMADAS
A música, o Teatro e as Artes de uma maneira em geral sempre foram aliadas da liberdade . Em tempos de poucas leituras eram os cordelistas, os rabequeiros, os poetas populares, os poetas raízes quem pregavam a democracia para o povo que vivia nas rasteiras e nas rabadas da Sociedade. Foram eles quem descreveram e documentaram sem sombra de dúvidas, parte da História do Brasil, principalmente a rica História Social proibida e censurada pelos mandantes e escritores da época. A Cultura não poderia ficar calada diante de tanto desrespeito e desvalorização. Em cada época , em cada região sempre aparecia um ser para defender o povo, ser este virado para os mais fracos, para os mais sofridos. No Rio Grande do Norte , nas terras potiguares surgiu um destes baluartes, Fabião das Queimadas, filho direto de escravos que não aceitava aquela situação e que , com muita coragem utilizou a música, a melodia, a alma, a cultura em prol dos escravos, a favor da humanidade. De posse de sua RABECA peregrinava pelos sertões do Rio Grande do Norte cantando e encantando os senhores de engenhos, conquistado os coronéis e com a sua influencia e o pouco dinheiro que ganhava comprava ou conseguia a alforria dos escravos da Região.
Foi o Fabião das Queimadas um dos anjos da guarda de muitos e muitos brasileiros, foi a raiz de muitos cidadãos potiguar que hoje ocupam grandes espaços nesta nação. Pergunto de minha singela insignificância:
QUANTOS HOMENS DE HOJE PROCURARAM SABER QUEM FORAM OS SEUS ANTEPASSADOS, QUANTOS HOMENS SÃO DESCENDENTES DOS ESCRAVOS LIBERTADOS PELO GRANDE RABEQUEIRO FABIÃO DAS QUEIMADAS, RABEQUEIRO DESCENDENTE DE ESCRAVOS E QUE, COM A SUA ARTE LIBERTOU E DEU VIDA DIGNA A MUITOS BRASILEIROS.
FABIÃO FOI UM SEMEADOR DA TÃO PROCURADA E PERSEGUIDA CIDADANIA .
QUE OS HOMENS VALORIZEM OS VERDADEIROS HOMENS DE VALOR
Iderval Reginaldo Tenório Quero sim a sua Opinião.
Em 13 de dezembro de 1923, o jornalista e advogado Manoel Dantas, com o pseudônimo de “Braz Contente”, publicou no jornal “A Republica”, uma nota intitulada “Coisas da Terra”, onde noticiou que “estava sendo organizada uma grande quermesse, que ocorreria na noite de natal e teria lugar nos jardins do Palácio do Governo. Esta era uma iniciativa de senhoras da sociedade local, que buscavam ajudar o Instituto de Proteção e Assistência a Infância a construir o Hospital das Crianças”.
O edifício estava sendo construído na avenida Deodoro, idéia do médico Manoel Varela Santiago Sobrinho para atender às camadas mais carentes da população. Por esta época, eram altíssimos os índices de mortalidade infantil na capital, devido às precárias condições de higiene e do atendimento à saúde pública. Estes problemas incomodaram uma parte da sociedade local, que se disponibilizou a ajudar.
À frente desta iniciativa se destacou a figura da poetisa Palmyra Wanderley, que em 1923 era uma das mais conceituadas intelectuais da terra, possuía uma cultura elevada, vinha de uma família de intelectuais, sendo assídua colaboradora em jornais e revistas, tanto potiguares como de outros estados.
Junto com a liderança de Palmyra, mais de 50 mulheres se engajaram nesta obra. Não deixa de ser interessante que, em meio a uma cidade onde predominava a família patriarcal e o machismo, se observa esta participação feminina. Foi publicada uma lista com os nomes destas participantes, onde se percebe que a grande maioria destas mulheres faziam parte da elite natalense. Um grupo delas chegou inclusive a sair pela Natal de 25.000 habitantes, para vender as entradas da quermesse, pelo preço módico de 2$000 réis.
Como atração principal, Palmyra decidiu não colocar algum artista declamando poesias clássicas, ou algum instrumentista tocando alguma peça européia, ou ainda artistas vindo de outras capitais. Sua decisão foi por um artista potiguar, já com uma certa idade, um poeta que declamava seus versos junto com uma rabeca, além de tudo negro e ex-escravo. Estamos falando de “Fabião das Queimadas”.
Fabião Hermenegildo Ferreira da Rocha nasceu escravo, em 1850, na Fazenda Queimadas, do coronel José Ferreira da Rocha, no atual município de Lagoa de Velhos (RN). Começou a cantar durante os trabalhos na roça. Tornou-se tocador de rabeca, tendo adquirido seu instrumento aos 15 anos, com o apoio do dono, que permitia e incentivava que ele cantasse nas casas dos mais abastados da região e nas feiras. Conseguiu angariar algum dinheiro que, aos 28 anos, possibilitou comprar a sua alforria. Era analfabeto, mas criava versos, como o "Romance do boi da mão de pau", com 48 estrofes. Suas composições apresentam traços dos romances herdados da idade média.
Em 1923, Fabião das Queimadas já era conhecido e respeitado no estado, onde no início do período republicano manteve ligações com políticos da terra, emprestando seus talentos ao criar versos que serviam, ora para enaltecer os amigos poderosos, ora para denegrir seus adversários. Já suas apresentações em Natal, aparentemente eram raras ou restritas a residências de particulares que gostavam da prosa sertaneja.
“A Republica”, de 19 de dezembro, em novo texto assinado por “Jacinto da Purificação”, trouxe uma extensa reportagem sobre o cantador, onde buscavam apresentá-lo a cidade; comentou como no passado Fabião havia conquistado sua liberdade, “que a fama de Fabião corria mundo”, mas ressaltou “que o seu estrelato alcançava aquele mundo que não ultrapassava as fronteiras da nossa terra”.
Em 1923, a expectativa de vida dos mais pobres no Brasil mal chegava aos 60 anos. Fabião, então, com sessenta e dois anos, era considerado com “ótima lucidez, perfeita memória e bom timbre de voz”. Afirmou-se que era “verdadeiramente um desses milagres para os quais a ciência não encontra explicação”. Informaram que “aquilo que Fabião chama de sua obra”, certamente daria um volume com mais de 300 páginas. Algumas destas obras haviam sido criadas pelo cantador 55 anos antes, em 1868. Para recitá-los ou cantá-los, junto com sua inseparável rabeca, ele utilizava apenas sua privilegiada memória.
Uma passagem interessante comentava que certa ocasião, um amigo mais chegado lhe perguntou como ele criava e guardava seus versos. Na sua simplicidade, o cantador disse que “quando eu quero tirar uma obra, me deito na rede de papo prá riba, magino, magino e quando acabo de maginar, está maginado pru resto da vida”.
Chamou atenção do autor do texto como Fabião era um sertanejo dotado de uma imensa bondade, pois lembrava saudosamente do seu antigo senhor, José Ferreira. Em uma passagem, o autor conta uma história onde Fabião rebate uma crítica feita ao seu antigo amo, por não tê-lo mandado à escola quando jovem, ao que o cantador comentou; “meu senhor foi sempre homem de muito tino e ele bem sabia que se me tivesse mandado ler e escrever, quem o vendia era eu”.
O final do texto de “Jacinto da Purificação”, deixa transparecer um certo receio de fracasso ante a apresentação do poeta, que estava “descolado do seu meio”. Colocava entretanto que, “qualquer que seja a sorte da prova que se vai suceder, Fabião para nós será sempre o velho genial”.
A festa começou às dezoito horas do dia 24 de dezembro, uma segunda-feira. Um dos paraninfos era o então governador Antonio José de Souza, que estava presente.
Desde cedo começou a afluir uma grande multidão, calculada em torno de 4.000 pessoas. Com um caráter estritamente familiar, a festa mudou o quadro da principal praça da cidade, uma área que normalmente, após as oito da noite ficava deserta. Neste dia estava “exuberantemente iluminada e cheia de vida”. O Doutor Varela Santiago, sempre acompanhado de Palmyra Wanderley e de outras organizadoras, seguiam entre as barracas, agradecendo a participação de todos.
Várias barracas estavam pela praça, todas com nomes bíblicos como ”Betesda”, “Carfanaum”, “Jericó” e, apesar do caráter religioso das festividades, o local mais freqüentado foi à barraca chamada “Poço do Jacó”, por vender bebidas geladas, principalmente cerveja.
Em locais distintos tocavam as bandas marciais da Polícia Militar e da guarnição do quartel federal, o 29º Batalhão de Caçadores.
Havia várias atividades atléticas, como um torneio de “queda de braço” e um concorrido torneio de bilhar, onde se destacaram os jovens José Wanderley e Francisco Lopes, tendo este último sido o vencedor.
Em um palco armado foram se apresentando os seresteiros, cantores e tocadores da cidade, todos amadores. Uma delas foi a “senhorinha” Edith Pegado, que chamou a atenção de todos por cantar uma cantiga “roceira” chamada “Sá Zabê do Pará”.
Mas a atração principal era “Fabião das Queimadas”. Ao subir no palco com sua inseparável rabeca, o trovador foi entusiástica e longamente aplaudido e desenvolveu uma apresentação que foi classificada pela “A Republica” como “magnífica”, composta de “repentes” e “louvoures”, que fizeram o deleite do público natalense naquela noite.
Uma coluna publicada cinco anos depois, por ocasião da morte de Fabião, mostra a repercussão que esta festa teve. Um articulista que assinava simplesmente “R.S.” escreveu que “Ainda estamos bem lembrados daquela noite em que promovendo-se nesta capital uma festa, Fabião das Queimadas improvisava chistosos versos, magníficos na sua rudeza e simplicidade”. O articulista recordava alguns destes versos, que foram dirigidos aos espectadores mais ilustres, como o governador Antonio de Souza, Henrique Castriciano, Varela Santiago, Palmyra Wanderley e Eloy de Souza. A este último, devido a sua herança negra, Fabião soltou uma quadra que terminava assim; “Se o sinhô num fosse rico, era de nossa famía”.
Nos outros dias, poucas notas são divulgadas pela imprensa sobre a quermesse, fazendo esta festa cair logo no esquecimento. Contudo, ao observarmos os detalhes existentes na elaboração e desenrolar desta iniciativa, vemos que as mulheres potiguares, sob o comando com Palmyra Wanderley, conseguiram muito mais do que a nobre causa de angariar fundos para o hospital do Dr. Varela Santiago. Com uma só ação, Palmyra e as outras mulheres, muitas certamente sem nem ao menos perceber o que estavam fazendo, atingiam em cheio aspectos negativos que permeavam a sociedade potiguar da sua época.
Quem busca conhecer com maior profundidade o pensamento da sociedade potiguar do final da década de 10 e início dos anos 20 do século passado, encontra fortes traços de preconceito contra a mulher, machismo, racismo e a pouca referência sobre as camadas populares e suas manifestações tradicionais. Evidente que não seria esta quermesse de Natal de 1923 que mudaria uma sociedade com arraigados e antigos valores, mas iniciativas como esta ajudavam a criar mudanças.
Para Fabião, ao tocar na capital, não fez nada diferente do que estava acostumado a fazer nas casas e nas feiras dos povoados do sertão, e nem poderia ser de outra forma. Fabião cantou a sua idéia de Mundo, as coisas da sua terra, da sua gente, trazendo para Natal, através dos seus versos, o que ele conhecia do sertão e assim se perpetuando na nossa memória.
Fabião das Queimadas morreu em 1928, aos sessenta e oito anos, de tétano, em uma pequena fazendola de sua propriedade, chamada “Riacho Fundo”, próximo a Serra da Arara e ao Rio Potengi, na atual cidade de Barcelona (RN).