domingo, 20 de março de 2011

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AMIGOS DEPOIS QUE TERMINAR UMA LEITURA PASSEM PARA AS OUTRAS E NO FIM DA´PAGINA EXISTEM MAIS TEXTOS, SEMPRE NO FIM DE CADA JANELA UMA MENSAGEM. POSTAGEM ANTIGAS, POSTAGEM ANTIGAS´,POSTAGEM ANTIGAS, SÃO MAIS DE 60 TEXTOS , LEIAM,DESCANSEM, VOLTEM PARA  OUTROS SITES E LOGO DEPOIS ACESSEM O BLOG PARA NOVAS LEITURAS, SÃO MUITOS. UM ABNRAÇO DO AMIGO IDERVAL.  LEMBREM-SE-   NO FIM DE CADA PÁGINA OU JANELA-  ACESSEM: PSOSTAGEM MAIS ANTIGAS NO FIM DA PAGINA À DIREITA.

INICIAREI ESTE BLOG COM ALGUNS TEXTOS.

APELO DE UM BRASILEIRO.
AS GARGALHADAS DE SEU MOCIM.
HISTÓRIAS QUE MINHA MÃE  CONTA.

 SÃO TEXTOS  DE NARRAÇÕES EFETUADAS POR MINHA MÃE COM O INTUITO DE MOSTRAR PARA OS FILHOS  COMO OS PAIS LUTAM PARA OFERECER DIAS MELHORES PARA OS SEUS REBENTOS.

COLOQUEI TAMBÉM ALGUNS FATOS VIVIDOS POR ESTE SIMPLES MORTAL DURANTE A SUA FORMAÇÃO PROFISSIONAL.

PUBLICO TAMBÉM FATOS IMPORTATES DA HISTORIA DO BRASIL .


POR DERRADEIRO AGRADEÇO  A OPORTUNIDADE DE SER VISTO POR VOCÊ QUE HOJE ABRIU ESTE BLOG.

AMIGO MUITO OBRIGADO E ESPERO POR CRÍSTICAS E  UMA BOA AULA DE PORTUGUÊS .
 SEI QUE O AMIGO É CAPAZ DE OFECERER.

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IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
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UM ABRAÇO.   
IDERVAL REGINALDO TENÓRIO 

IDE


CALABAR

QUEM FOI CALABAR


Domingos Fernandes Calabar

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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Domingos Fernandes Calabar (c. 16001635) foi um senhor de engenho na capitania de Pernambuco, aliado dos neerlandeses que invadiram o Nordeste do Brasil.

Índice

[esconder]

[editar] Biografia

Pouco se sabe desse personagem controverso da História do Brasil: nasce em Porto Calvo, Alagoas, então parte integrante da Capitania de Pernambuco, por volta de 1600. Foi batizado na fé católica no dia 15 de março de 1610. Mulato, estudara com os jesuítas e, fazendo dinheiro com o contrabando, chega a tornar-se senhor de terras e engenhos. Vários cronistas qualificam, no entanto, Calabar de mameluco e não de mulato.

[editar] Contra os Holandeses

Em 1580, Portugal passara para o domínio espanhol. A Holanda era, até então, aliada dos lusos mas, ao contrário, grande inimiga dos espanhóis. Estes, dada a intensidade do comércio lusitano com os holandeses, estabelecem uma trégua, que vigora até 1621, quando retomam os embates.
Funda-se, então, na Holanda, a "Geoctroyerd Westindische Companie" - A Companhia das Índias Ocidentais. Tendo invadido a Bahia, dali foram expulsos, em 1625. Continuaram atacando naus ibéricas e, a 13 de fevereiro de 1630 iniciam o ataque a Olinda.
O neto de Duarte Coelho, Matias de Albuquerque, vindo da Espanha, viaja ao Brasil a fim de coordenar a defesa do país. Pouco auxílio deram-lhe em Portugal (27 soldados), mas chegando arregimenta dentre os nativos homens que pudessem auxiliar na defesa. Apesar disto, perde primeiro Olinda, e depois o Recife. Retirando-se, iniciando um combate em guerrilhas, que duras derrotas infligiam aos invasores.
Para estas emboscadas, muito contribuíra Domingos Fernandes Calabar, profundo conhecedor do território - composto, no litoral, de baías, mangues, rios e praias - aos quais os neerlandeses estavam acostumados - e no interior pelas matas, às quais este povo costeiro não se adaptara.
Comerciante e contrabandista, Calabar vivia a percorrer aqueles caminhos, e com seu auxílio viram-se os neerlandeses forçados a abandonar Olinda, que incendeiam, concentrando-se no Recife.

[editar] Calabar muda de lado

Por razões de ser um herói brasileiro e ambicioso que só queria causar problemas, ele muda de lado, em abril de 1632. Por ambição, desejo de alguma recompensa entre os invasores, convicção de que estes seriam vitoriosos ao final, ou ainda mesmo por supor que aqueles colonizadores trariam maiores progressos à terra que os portugueses - o fato foi que Calabar traiu seus antigos aliados.
Durante dois anos havia servido entre os seus conterrâneos, foi ferido duas vezes e ganhou alguma reputação. Dele afirma Robert Southey (História do Brasil, vol. I, página 349):
Se, cometido algum crime, fugiu para escapar ao castigo; se o tratamento recebido dos comandantes o desgostou; ou, se o que é mais provável, com a traição, esperou melhorar de fortuna, é o que se não sabe. Mas foi o primeiro pernambucano que desertou para os neerlandeses, e se a estes fosse dado dentre todos fazer seleção de um, não teriam escolhido outro, tão ativo, sagaz, empreendedor e desesperado era ele, nem havia quem melhor conhecesse o país e a costa.
A vantagem mudara de lado - e os holandeses passam a conquistar mais e mais territórios, agora tendo ao seu lado o conhecimento de que necessitavam: conquistaram as vilas de Goiana e de Igaraçu, a ilha de Itamaracá e até o forte do Rio Formoso.
Seu auxílio foi tão precioso que até o forte dos Três Reis Magos, no Rio Grande do Norte, caiu sob domínio dos invasores que, com participação direta de Calabar destroem o engenho do Ferreiro Torto. Seu domínio estendia-se, então, do Rio Grande até o Recife. Além de Calabar, aderem à proposta cristãos-novos, negros, índios e mulatos.
Pudsey, mercenário inglês à serviço da Holanda, descreve Calabar com grande admiração:
Nunca encontramos um homem tão adaptado a nossos propósitos (…), pois ele tomava um pequeno navio e aterrava-nos em território inimigo à noite, onde pilhávamos os habitantes & quanto mais dano ele podia ocasionar a seus patrícios, maior era sua alegria.(Robert Southey, História do Brasil, vol. I)

[editar] A captura

Forçado a recuar cada vez mais, Matias de Albuquerque retira-se para Alagoas, durando as lutas já cinco anos. Levava Albuquerque cerca de oito mil homens. Próximo ao Porto Calvo encontra um grupo de aproximadamente 380 neerlandeses, dentre estes o próprio Calabar. Um dos moradores deste lugar - Sebastião do Souto - oferece-se para um ardil e as coisas começam a tomar novo rumo.
Utilizando-se deste voluntário, fiel aos portugueses, o plano consistia em infiltrar-se nas fileiras inimigas. Souto vai ao comandante holandês Picard, dizendo haver mudado de lado, convencendo-o a atacar as forças de Albuquerque, que informou não terem mais que 200 homens.
Armada a cilada, nela caem Picard e os seus, dentre os quais o trânsfuga Calabar - os neerlandeses se rendem, e Calabar é feito prisioneiro.

[editar] Execução exemplar

Tratado como o mais vil traidor dos portugueses - Calabar é punido com a morte. Foi garroteado (não havia como montar-se uma forca, naquelas circunstâncias) e esquartejado e as suas partes expostas na paliçada da fortaleza - demonstrando assim a quem mudasse de lado o destino que lhe estava reservado.
Sobre este episódio narra Robert Southey (História do Brasil, vol. I):
Com tanta paciência recebeu a morte, dando tantos sinais de sincera contrição de todos os seus malefícios, acompanhada de tão devota esperança de perdão, que o sacerdote que lhe assistiu aos últimos momentos nenhuma dúvida conservou sobre a salvação do padecente. O confessor foi Fr. Manuel do Salvador, que mais tarde tomou não vulgar parte nesta longa contenda, de que nos deixou singular e interessantíssima história.
Interrogado se sabia de algum português que estivesse em traiçoeira correspondência com o inimigo, respondeu Calabar que sobre este capítulo muito sabia, não sendo das mais baixas as pessoas implicadas
Em Porto Calvo, agora sob comando de Arciszewski, os neerlandeses prestaram-lhe honras fúnebres - àquele a quem efetivamente deviam grande parte de seu sucesso.
Dois anos depois, em 1637, chegaria ao Brasil o príncipe Maurício de Nassau. Nassau contribui para que muitos tenham, hoje, idéia de que a colonização holandesa seria melhor que outras, algo inconsistente ante mesmo o olhar sobre sua retirada do Brasil, acusado de dar prejuízo à Companhia das Índias Ocidentais, e terem retomado o clássico modelo de exploração exaustiva - aos quais forçaram a revolta dos brasileiros, dentre os quais André Vidal de Negreiros, Felipe Camarão e Henrique Dias - tratados como heróis da expulsão dos neerlandeses.

[editar] Outros olhares

O compositor Chico Buarque, junto a Ruy Guerra, fez em 1973 uma peça teatral intitulada: "Calabar: o Elogio da Traição" onde pela primeira vez a condição de traidor de Calabar era revisitada. Mas este posicionamento dava-se muito mais para denunciar a situação da época ditatorial, do que uma visão historiográfica sobre os fatos do século XVII.
Em Salvador (Bahia), há bairros com o nome "Calabar". Ao largo dessas "homenagens", alguns historiadores procuram justificar a atitude de Calabar, sem entretanto observar que este primeiro era aliado dos portugueses, granjeara-lhes a confiança - para depois servir aos inimigos numa privilegiadíssima posição.

[editar] Bibliografia

  • SOUTHEY, Robert (1774-1843). História do Brasil (Traduzida por Luís Joaquim de Oliveira e Castro). Belo Horizonte: Ed. Itatiaia; São Paulo: Ed. Universidade de São Paulo, 1981.

[editar] Ligações externas

CONTROVERSIAS NA HISTÓRIA DO BRASIL-CALABAR

CALABAR-HEROI OU TRAIDOR -LEIAM.

CALABAR HERÓI OU TRAIDOR?

 “O conhecimento é um processo e, portanto, a verdade também o é”. Adan Schaff (1913-2006), filósofo polonês

- O nome de FERNANDES CALABAR sempre esteve ligado à idéia de traição desde o período em que teve a consciência de que era melhor lutar do lado dos holandeses (1630-1654) do que permanecer do lado da União Ibérica (Portugal e Espanha). Não podemos nos esquecer que o atual Estado brasileiro foi uma colônia da Espanha[1] por 60 anos, ou seja, de 1580 a 1640.
- Será que realmente esse senhor mestiço, que desconhecia quem era o seu genitor, com boa educação ministrada pelos jesuítas, que era dono de engenhos de açúcar e descriminado pelos brancos portugueses pela cor da sua pele pode ser chamado de traidor? Graças à possibilidade de revisão de documentos históricos e fatos históricos recentemente revelados essa visão de que ele seria um traidor vem sendo revista.
- Atualmente com a possibilidade de estarmos vivendo dentro de um regime democrática livre, sem a interferência de um Estado ditatorial[2], hoje se pode revisar documentos, fatos históricos e analisar novos vestígios desse período mal contado da nossa História sem pressões corporativas ou, pelo menos, bem mais atenuadas.
- Nesse sentido, muitos revisionistas já consideram O Major Fernandes Calabar como um verdadeiro herói[3] pela perspicácia de ter tido a consciência de que o território colonial desde o ano de 1500 d.C., o qual um dia seria o atual Estado brasileiro, sempre tinha sido explorado pelos portugueses com muita opressão e dentro desse tempo por seis décadas pela União Ibérica, ou seja, de 1580 d.C a 1640 d.C., quando Portugal foi anexado a Espanha.
- No período do Senhor Calabar, os impostos eram escorchantes e, diga-se de passagem, até hoje os impostos são elevados e o retorno um tanto duvidoso pelos efeitos da corrupção. Nesse período colonial, as viagens eram controladas, quando não proibidas pelos portugueses. Havia a proibição para a produção de tecidos, a educação escolar não existia, proibiam o comércio com os estrangeiros. Profissões ligadas a arte aplicada e a posse de livros eram severamente proibidos, com exceção dos livros religiosos católicos, pois ajudavam na manutenção do controle social e manutenção de um senso comum sobre o povo da época.
- Além do mais, apenas a religião Católica Apostólica Romana era permitida na colônia, a qual adotava terríveis castigos para os acusados de heresia. O medo da inquisição católica e das suas técnicas de torturas mantinha o povo calado e submisso.
- Para os historiadores revisionistas, com o advento das invasões holandesas e a fixação do domínio holandês, Calabar e outros colonos mestiços, bem como muitos índios e “cristãos novos” (judeus convertidos compulsoriamente ao catolicismo romano), viram que com a presença dos holandeses os padrões de justiça, liberdade religiosa, melhorias acentuadas nas condições econômicas e sociais deram um salto gigantesco. O domínio português da época, atrelado com a Espanha, jamais iria permitir tal desenvolvimento sob o seu comando.
- Por esta linha, alguns pesquisadores[4] tentam lançar mais luz nos motivos que levaram Calabar e outros colonos a passar para o lado dos holandeses. Quais seriam as reais motivações? Seriam religiosas, econômicas ou o surgimento de uma manifestação de patriotismo dos autóctones? Vários documentos lançam luz nesses emaranhados de interesses, dos quais muitos são favoráveis a Calabar. Estão a ensejar a possibilidade de que se comece a mudar a idéia da acusação de traição divulgada pelos opressores portugueses da União Ibérica.
- O certo é que os holandeses trouxeram, para as regiões por eles ocupadas, o desenvolvimento econômico, a liberdade religiosa, permitiram o surgimento de escolas fundamentais, possibilitaram a vinda de homens de ciência[5], urbanizaram Recife, construíram pontes e obras sanitárias. Estenderam vários benefícios para outras regiões. Para os autóctones que ousavam ter um raciocínio crítico era impossível não ver as melhorias e não precisariam ser muito inteligentes para saber em qual dos lados se deveria ficar e lutar.
- Convém ressaltar que existiram traidores que não foram tão escorchados como Calabar, por terem muito prestigio e conhecimento. Entre esses traidores temos o nome do padre jesuíta Manoel de Moraes, “estrela de uma longa constelação de traidores”[6], o qual cometeu diversos atos de traição mais infames do que aquele atribuído a Calabar, mas sempre acabava escapando das punições, inclusive da própria inquisição.
- Pelos dados já coletados e revisados deverá haver algumas mudanças substanciais na continuação ou não da visão de Calabar como traidor. Obviamente os historiadores levaram em conta as interpretações feitas em décadas passadas e de quem as elaborou. A partir de uma analise criteriosa, esses pesquisadores revisionistas, estarão formulando novas verdades isentas de paixões para prevalecer à versão mais correta.
Sendo assim, talvez o mestiço autóctone Fernandes Calabar esteja muito mais próximo da imagem de um herói do que a de um reles traidor.
——————————————-
[1] GOMES, Rafael. História pode revelar um novo Brasil. Disponível em <http://www.bbc.co.uk/portuguese/esp_bra­_historia.htm>. Acessado em 08 mar 2009.
[2] A peça “Calabar – Elogia de uma traição” de Chico Buarque de Hollanda e Ruy Guerra foi proibida em 1973 pelo governo militar, mas liberada em 1980 ( Veja, 14/05/1980, PP 60 ss).
[3] LUNA, Mozart. Calabar, herói desconhecido completa 370 anos da sua morte. Disponível em <http://www.maragogi.tur.br/noticia_calabar.htm>. Acessado em 17 mar 2009.
[4] SCHALKWIJK, Frans Leonard. Por que, Calabar? O motivo da traição. Disponível em <http://www.thirdmill.org/files/portuguese/47093~9_18_01_4-13-56_PM~calabar.htm>. Acessado em 15 mar 2009.
[5] FIGUEIRA, Divalte Garcia. História. São Paulo: Ática, 2002, p. 166

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O VELHO CAVALO


                                          O VELHO CAVALO
                                        .
                                Foi no meado de 1915 no sertão do Ceará quando das chuvas, nem prenúncios.
                              
                               Relata minha avó , que nos sertões do Ceará havia um almocreve de meia idade, negociava nos cafundós e nos grotões da esturricada Serra do Araripe,  divisa do Ceará com o Estado de Pernambuco, para o ganho do pão de cada dia utilizava como meio de transporte uma parelha de animais, um belo eqüino e um musculoso muar.

                              Grandes eram as distancias a percorrer e belos os lugares visitados, o muar para as cargas e o eqüino para os passeios junto ao patrono, sempre nas festas, nos namoros, nas comemorações e nas grandes corridas, era com orgulho que o belo animal desfilava naqueles sertões, bem tratado, bem alimentado, bom capim, boa alfafa, excelente milho e muitas vezes tortas de resíduos de caroços de algodão, era uma vida de rei, cheio de arreios e ornamentos, manta vermelha, sela nova, peiteira de couro com uma bela estrela de metal no centro, rédeas do puro couro curtido, alforjes do macio couro de carneiro, rabicho trançado  com fio de seda, boqueira do melhor metal, estribos de pura prata, polidos, encerados e bem conservados, vivia época de glórias, se orgulhava ,  quando nas paragens recebia preço, recebia avaliação, elogios  e jamais o seu dono pendia para negociação, era um animal orgulhoso e cheio de brios, na sua garupa as mais belas donzelas, as mais macias das nádegas, era  motivo de festas aonde chegava com o seu baixo, com o seu galope, trotando, chispando ou com os seus admiráveis  passos sempre a esquipar demonstrando a sua bela marcha, qualidades estas que lhe credenciavam a cruzar semanalmente com uma diferente e bela égua, com uma formosa e elegante asinina, todo faceiro, todo pabo. 

                             O muar, coitadinho, a subir ladeiras, a cortar caminhos, dois a três sacos na pesada cangalha encastoada no lombo, cabresto de cordas de croá, rabicho de agave e umas puídas viseiras laterais de couro cru, impedindo, tapando, obstruindo, abortando, escurecendo a visão lateral, pendurado no pescoço o seu crachá: um pesado chocalho bovino para a sua identificação, nos fins de semana os sacos são substituídos   por quatro cambitos  para o carregamento de lenhas e à noite por dois caçoas no transporte  de  frutas , garrafas ou feixes de canas caiana muito apreciadas naquela redondeza, como pastagem ,  capim seco, algumas relvas nos arredores e monturos das casas, não sabia se vivia para comer e trabalhar ou só teria comida se trabalhasse.

                             Longas eram as conversas  entre os dois animais nos seus encontros, um peado nas duas patas direitas, as vezes triste a lamentar  , mas sempre conformado por lhes sobrar a vida e o trabalho ; o outro , solto pelos terreiros, falante, garboso, risonho; discutiam as suas vidas, as injustiças e quão ingrata era a vida para um deles, a diferença era exorbitante, era de fazer pena e foi assim durante muitos anos, foi assim, um sempre  sorrindo, a gargalhar; e o outro... o outro só Deus.

                             Como o tempo  é o pai, o aconselhador e o diluidor dos sofrimentos como a água é diluidor  universal e a esperança a mãe de todos os animais,  uma década se passou , e os dois viventes sempre a dialogar, com a falta de chuvas foram escasseando as vendas, os compradores cotidianamente caindo, motivo mais do que suficiente para o almocreve diminuir os momentos de festas e de alegrias, primeiro se desfez dos belos arreios, diminuiu as compras de alimentos  especiais e necessitava  aumentar o volume das cargas para suprir as suas despesas azeitando a sua sobrevivência. O belo e orgulhoso eqüino passou a andar na vala comum lado a lado com o muar, a sela foi substituída por uma cangalha e  dois sacos, um de  cada  lado e por ser um exímio esquipador o dono escanchado no meio, desta vez subindo e descendo ladeiras, pulando grotas, na  ida produtos da lavoura para a venda e na volta especiarias para abastecer as bodegas da região: como querosenes, peixes salgados, açúcar, café e outros mantimentos, com a idade desapareceram as belas éguas, as formosas asininas e os manjares nos terreiros dos esturricados sertões.

                               O muar continuou a sua batalha, agora como coadjuvante,  apenas como complemento de carga, quando o produto era pouco ficava a pastar, a perambular pelas capoeiras à procura de uma relva  mais hidratada pensando na sua atual e inútil vida, costas batidas, boca mucha, dentes amarelos, desgastados, bicheiras nos ombros, espinhaço pelado, cascos rachados, juntas calcificadas, perambulando caatinga adentro. E lá ia o velho eqüino, dois sacos, o dono escanchado no meio da cangalha, o filho na garupa, subia e descia os penhascos do Araripe, já não possuía belas boqueiras, o rabicho de cordas a cortar a borda anal, as cilhas de couro cru com suas grosseiras fivelas a lhes causar mossas na barriga caindo pelo vazio e a traumatizar os bagos aposentados, força era agora a sua maior virtude, força para não sofrer com as esporas que tangenciavam os órgãos genitais, muitas vezes ferindo-os quando desacertava os passos, a vida endureceu e trouxe à memória os momentos vividos ao lado do amigo muar nos tempos das bonanzas, das vacas gordas, das grandes chuvas, das farturas e dos grandes bailes, olhava para os lados e não mais enxergava os pomares verdejantes do caminho, pois os tapa olhos laterais do muar agora se encontravam na sua cabeça, vedando os seus olhos, a visão agora era limitada, uma visão de subserviência, não mais participava dos acontecimentos, agora, apenas um animal de cargas, vivia puramente para comer e para o trabalho, não tinha direito a pensar, seguia a dura e pétrea regra, para viver só lhes restava a obediência sem contestação, seguia os puxavancos do puído e velho cabresto que dava duas voltas na focinheira cortando a pele entre os dois orifícios de sua moída  venta, vivenciava a mais espúria entidade criada pelo dominador, o mais baixo golpe sofrido por um ser vivo, obedecer sem contestar, simplesmente a mais velada forma de escravidão.

                             Os três entes aos poucos foram minguando, o muar sem trabalho foi sumindo, esquecido, menosprezado,esquálido e abandonado, até o dia em que foi  requisitado pelos  produtores de charque. O belo eqüino agora não mais belo, sem a força da juventude, com a estima em baixa,  caiu na desconfiança, calda imóvel a proteger o fim dos intestinos com compressões periódicas ao menor grito do seu condutor, olhos sempre para o chão, dentes puídos rentes  às gengivas, desgastados, musculatura minguada, pelos ásperos, relinchos abafados; sem força, sem brio, sem pernas foi substituído por sangue novo, mergulhou na solidão, não mais requisitados ao trabalho  se embrenhou nos carrascos das matas que ainda existiam e nunca mais soube do seu paradeiro.
                           O dono caiu numa crise de desgraça, envelheceu sem os seus maiores amigos, engolido pelo bafo do progresso trazidos pelos bulidos dos motores de dois tempos nos velhos aviamentos e nos transportes  das poucas mercadorias, mergulhou no esquecimento, no solitarismo da vida, os dias ficaram mais longos, a falta de afazeres lhe consumiram os brios e de resto os deseducados  filhos, os sofridos netos e sobrinhos alimentando as grandes metrópoles com a sua prole na construção e desconstrução de uma nação que continua sem rumo, sem prumo e sem um paradeiro ou porto seguro para os que nela batalham e lutam. Os três se foram, continua a condescendência e as condutas sem uma instituição sustentada, sem nenhuma criação institucional que traga garantias futuras para um povo sofrido que trabalha até os setenta e depois vaga pelos valados da vida, basta vê os liberais e autônomos de ontem, hoje  abandonados, como os de hoje os abandonados do futuro.  Hoje na mesma serra do Araripe, nos mesmos grotões do Nordeste ainda vagam muitos Três Entes à espera do mesmo futuro.    

                        O Mundo gira e com ele a repetição, mostrando que na natureza nada se constrói, tudo se transforma, apenas o tempo como diluidor  universal é quem dita e conduz o destino de cada um, pedindo  que   viva a vida como o seu único patrimônio.
                         Iderval Reginaldo Tenório   2010


BLOG – boa leitura

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domingo, 30 de janeiro de 2011






AMIGOS

LEIAM E FAÇAM CRÍTICAS, COMENTEM E MANDEM SUGESTÕES. ESTES ARTIGOS FAZEM PARTE DE UMA COLETÂNEA DE MINHA AUTORIA  E PRECISO SABER COMO VÃO.

UM ABRAÇO 

 IDERVAL REGINALDO TENÓRIO
              071-33419630
         driderval@bol.com.br

O CUIDADOR- O PAI QUE GOSTA CUIDA

                                      O PAI QUE SE SACRIFICA PELOS FILHOS

                                                  O CUIDADOR

              Conta a minha mãe , que tempos atrás, uma menina de 12 anos chega em casa vindo da escola e estranha a ausência do seu querido e amado pai na hora do sagrado almoço, vai até a mesa, senta, levanta, vai até a porta da rua, olha para um lado, estica o pescoço para o outro e nada do genitor, vai até a cozinha, descobre as panelas e quase que engasgada indaga para genitora por onda o seu pai. 

Recebe como resposta um balançar da cabeça como uma lagartixa e uma esperança que está a caminho de casa, a espera foi em vão, veio a tarde e nenhum paradeiro do humilde  trabalhador.

               A filha previdente vai até o seu trabalho e lá foi informada,  que até aquele momento  o seu pai não tinha comparecido e já havia levado falta pelo apontador da obra e  pela cara do homem,   perderia o seu abençoado emprego , pois é inadmissível que numa segunda feira, o primeiro dia da semana um trabalhador falte ao serviço. 

  A filha não esmoreceu, procurou os familiares mais próximos, rodou os hospitais, os postos de saúde,f oi até a rodoviária, compareceu ao cemitério e nada do seu  amado pai. 

A sua última cartada, a sua última visita, mesmo contra a sua vontade,  pois jamais imaginaria o encontrar naquele lugar,  foi à delegacia,   ao chegar encontrou o seu pai na única cela que existia, sala pequena, escura,  com menos de  8 metros quadrados, uma alta janela de meio metro, uma lata velha de querosene como latrina, uma portão de ferro gusa, meia dúzia de pregos como cabides, cinco ou seis buracos na parede para colocar os pertences e mais 06(seis) brutamontes, nus da cintura para cima cobrindo apenas as partes pudenda.

           As lágrimas  vieram ao inocente rosto da bela pequena, não conseguiu chegar ao pai, a sua idade não permitia dantesca cena, foi ao delegado e quis  saber qual o pecado contra a sociedade praticado pelo genitor, o delegado foi até o livro de ocorrência, até o caderno de queixas e falou.
  
          ___ Atentado contra o menor, o seu pai infringiu o regimento,o estatuto do adolescente e deve pagar por este crime.

          A menor insistiu no que significava, o que o seu pai havia feito, qual o seu crime.

O delegado sem medir as palavras,   informou que aquele homem havia surrado uma criança  naquela manhã , fora denunciado por um vigilante e cuidadoso vizinho, o vizinho da casa  68,  e antes que chegasse ao trabalho a viatura o prendeu , inclusive  já tem a ordem de envia-lo para a capital para cadeia de segurança máxima.            

A criança caiu em prantos.

        ___Quem vai pagar as contas lá de casa, quem vai pagar a luz, a água, a minha escola, o meu pão, o remédio de vovó, quem vai consertar a casa de titia, a carroça dop Tadeu , quem vai pintar a fachada da igreja do bairro, ,quem vai capinar a roça do vovô nos domingos e feriados, com quem eu vou para a igreja aos domingos à noite agradecer a Deus a felicidade de estar viva, com saúde, de barriga cheia e vendo meu pai  cumprindo com o seus deveres de cuidador, de preocupado e provedor?

       ___O que houve seu delegado, o que houve hoje não foi uma agressão de  um homem para com um menor e sim o cuidado de um zeloso pai para com um desobediente filho, o que aconteceu foi que,  ao acordar ,eu não queria ir para a escola, eu estava cansada, pois fui dormir muito tarde e tinha combinado com uma colega que quando meu pai saísse,  nós iríamos para a beira do rio tomar banho com três garotos que ela conheceu no parque, todos da capital, dois eram  maiores de idade e prometiam muitas coisas boas para nós e fiquei curiosa. 

O meu pai todos os dias me acorda, vai na padaria, mãe faz o café, depois pai me deixa na escola e vai para o seu trabalho, neste dia depois de muita insistência e recusa por minha parte, ele perdeu a paciência , acredito que ,mandado por Deus , puxou as minhas orelhas e disse que só a escola salva o pobre, só o saber é capaz de tirar o homem da miséria, só o estudo é capaz de melhorar o seu nível social, só ele é quem sabe o que está passando por ser analfabeto. 
Neste momento, provavelmente,  o vizinho do 68, pai de minha amiga, um homem  que nada faz, vive bebendo e olhando para as vidas dos outros veio e sem saber o que estava dizendo,  pois nada viu, fez esta queixa.  
Seu delegado o meu pai não me bateu, ele apenas fez o que qualquer pai de juízo faria, ele aplicou um corretivo, puxou uma das minhas orelhas e graças  a este alerta eu não caí naquela armadilha, meu pai foi atencioso, foi eficaz e fez o papel daquele que gosta, daquele que se preocupa com o futuro da família, ele fez o papel de  cuidador, porque quem cuida ama, quem cuida gosta, quem cuida espera um futuro melhor para com os seus filhos, meu pai seu delegado é um herói, solte este batalhador , ele cumpriu com a sua obrigação, feliz é o filho que tem um pai igual ao meu, feliz.


            O Delegado diante de tão efusivo apelo, não conteve as emoções, abraçou aquela criança, lembrou do seu velho pai que muitas sovas havia lhe dado, pensou no hoje ser um grande delegado, um homem de respeito e tudo devia ao seu duro pai, ao seu abnegado genitor, muitas vezes incompreendido nas horas das correções, mas que valeu apenas. 

Não contou conversas, antes do anoitecer foi lavrado um termo de soltura e antes do por do sol, foi até a cela, retirou o humilde e cabisbaixo cidadão, entregou os ínfimos pertences, o abraçou, pediu desculpas e juntos, delegado, pai e filha,  no carro particular da autoridade    fizeram questão de comparecer ao serviço do pai, colocado em pratos limpos o acontecido e tomaram o destino do humilde e aconchegante seio familiar.

Esta história  minha mãe contapara mostrar que o diálogo é a melhor maneira de educar, para mostrar que deve os pais insistirem na civilidade até o extremo , porém , uma vez falhado o diálogo, tem que partir para uma medida mais enérgica , uma conduta concreta e nem sempre um castigo é crime ou é pecado, muitas vezes é o norteador de um brilhante futuro, muitas vezes é a salvação de uma família. 

Cabe ao filho entender, cabe ao filho enxergar aquela atitude dura, aquele momento difícil, muitas vezes mais  para o pai do que para o filho  e que na grande maioria, detestada no presente  e só se enxerga no futuro o quanto era importante as sábias palavras do vigilante mestre, do preocupado pai, só  quando na mente brota e prolifera   um sentimento de  lamentação , um sentimento de impotência que não volta mais ,:

SE EU TIVESSE ESCUTADO OS MEUS PAIS!  AH! SE EU TIVESSE ESCUTADO, TENHO CERTEZA QUE A MINHA VIDA SERIA OUTRA.



Iderval Reginaldo Tenório
  12 de dezembro de 2000

Mamãe, muito obrigado.

O MENINO E A DELEGACIA

                                   HISTÓRIA  QUE MINHA MÃE CONTA



         Conta a minha mãe, que numa delegacia encontrava-se preso um jovem de 18anos de idade e que este levava surras diariamente,diziam os seus algozes que eram surras corretivas,surras necessárias para aqueles que se apoderam do que é dos outros.

           Certa manhã após a mais nova leva de surras,chamou o delegado e pediu encarecidamente , suplicante ,a presença de seus pais, principalmente da sua mãe.O delegado após relutância resolveu atender o seu pedido.Providenciou e fez chegar até o presidiário os seus genitores.

           Chegaram.Foram até à sala do delegado,houve a identificação e por último adentraram à cela do infeliz adolescente.A mãe trazia à cabeça um lenço florido,um pacote de frutas,um  de biscoitos e uma garrafa de mel.O pai de mãos vazias. Em respeito aos pais  ,o delegado informou que se retiraria para um melhor diálogo familiar, quando de repente, num rompante incompreensível disse o jovem ao delegado que aquela atitude não era a desejada, inclusive queria que o delegado convocasse todos os seus algozes para ouvir e presenciar aquela visita, e assim foi procedid
   

       Quando todos se encontravam na sala,o presidiário começou o seu relato
Sentado , voz trêmula e baixa, os olhos em lágrimas,moralmente abatido,lamentou a sua atual situação, o seu estado educacional,a sua personalidade e os conceitos sedimentados em sua mente,aprendidos e praticados durante toda a sua existência.


           Quando de repente,mais do que de repente,levantou-se,arregalou os grandes olhos,trancou a cara e com o dedo em riste apontado para os pais, vociferou:

           
            __ Velhos moleques,velhos safados,descarados,desonestos,irresponsáveis,vejam como me encontro hoje.

 O delegado fez menção de  intervir, o jovem retrucou.

_          ____Não seu delegado,não senhores soldados, eu preciso falar,eu preciso dizer alguma coisa. Vejam o filho que os senhores botaram no mundo e como criaram,vejam como hoje me encontro,preso como se fosse um bicho selvagem e alheio à socialização.


 Velhos levianos o que os senhores faziam quando eu chegava em casa com carrinhos e brinquedos não comprados pelos senhores,com bolas que o senhores nem sabiam de onde vinham.O que faziam quando eu saía e dizia que ia estudar e os senhores nunca,nunca  foram até a minha escola,não queriam saber como estavam as minhas notas,nunca foram conversar com os professores,nem sabiam onde eu estudava, aliás nunca se sentaram para me orientar. Depois com 14 anos,quando não dormia em casa , dizia que dormia nas casas dos amigos e os senhores nunca questionaram quem eram,onde moravam,o que faziam,quem eram os seus pais.Comecei a trazer para casa  bicicletas, relógios ,roupas bonitas e produtos alimentícios que os senhores comiam satisfeitos,enchiam as panças e não perguntavam de onde vinham,  como eram adquiridos.Assistiam tudo quanto era porcarias na televisão e achavam que eram corretos,filmes de assaltos,roubos,sexos e falcatruas . Votavam em homens conhecidamente desonestos ,muitas vezes desmascarados pela mídia e também achavam que este comportamento era normal.

Quantas e quantas vezes chegavam os cobradores e os senhores diziam:__ diga que não estamos, que estamos trabalhando, que não sabe a hora que chegaremos.

          ___Seu delegado eu nunca esqueço de um fato muito  vergonhoso:  um dia cheguei em casa já com   os meus 14 anos, quando minha mãe me disse.

        ___Filho,pule o muro de seu Idelfonso,o  vizinho e  pegue   aquela galinha.

O Velho logo retrucou:___ cuidado, bote uma mão no bico e a outra nas asas para não fazer zoada
.E eu seu delegado,tirei  a minha sandália e pulei aquele muro como se fosse um gato.Peguei a galinha silenciosamente,para não perturbar as outras,voltei para casa, mãe e pai já estavam com a água no fogo para pelarem a galinha, pelaram ,botaram as penas num saco  e mandaram  jogar lá do outro lado da rua,lá embaixo,bem longe,para que não houvesse nenhuma desconfiança por parte do vizinho.Comemos a galinha e no outro dia, seu Idelfono foi até a minha casa, estava eu,meu pai e minha mãe,indagou se haviam visto  uma  galinha e eles de imediato,na bucha foram logo dizendo.

            ____Nem de galinha nós gostamos,aqui há muito não se come galinha, e eu fiquei impressionado com tamanha mentira,fiquei de boca aberta e achava que  era certo.



        ___Seu delegado,eu mereço apanhar, eu mereço surras e mais surras, pois naquela época se os meus pais tivessem boas atitudes,  me corrigido, puxado as minhas orelhas, me dado umas boas correções, corretivas surras, se falassem a verdade tenho certeza que não seria o indivíduo que sou hoje.Hoje eu sou um moleque, um safado,ninguém me respeita,hoje não compreendo o que é  ética,vivo à margem.Seu delegado pode bater,eu mereço .E aos senhores velhos desequilibrados, vou perdoar ,porém sumam de minhas vistas, desapareçam,puxem de minha vida velhos irresponsáveis.


             O delgado e os soldados após este relato,foram abaixando as cabeças,foram diminuindo de tamanho,atônitos e pálidos levaram os lenços até os olhos,enxugaram os prantos, alguns foram saindo e o delegado em voz trêmula disse:


            ___Soldados, o homem tem cura,o homem não é tão ruim como se pensava, o garoto tem jeito, não foi bem  orientado, o problema foi no seio familiar.Menino a partir de hoje tu terás um pai, uma mãe,irmãos e  uma família,  terás um lar.

Esta história foi minha mãe que me contou para justificar muitas vezes os tratamentos duros que muitos pais  dão aos seus filhos, para a formação do homem,principalmente no seio familiar e para que os pais não fiquem traumatizados diante dos modernos conceitos psicológicos impostos aos pais e que muitas vezes são insuficientes ,proporcionando o desvio de comportamentos,condutas e éticas do jovem de hoje.

Enfatiza  minha mãe,primeiro o diálogo,depois o dialogo,por último o diálogo, na sua ausência ,o amor dos genitores :corretivos mais duros.Um dia os filhos agradecerão e como agradecerão.



Iderval Reginaldo Tenório

  


 

APELO DE UM BRASILEIRO

                                                        APELO DE UM BRASILEIRO
                                                         Iderval Reginaldo Tenório

                           Apelo de um brasileiro preocupado com o baixo índice de leitura da literatura brasileira ora substituída pelos dejetos literários de outras nações. As livrarias, as bancas e os mercados estão abarrotados de obras estrangeiras deseducadoras.
                           É verdade que a literatura estrangeira é muito rica, do teatro à poesia é inegável o seu  valor, porém a fatia que chega aos tupiniquins, aos subservientes periféricos  é uma vergonha.  Se faz necessário uma sacudidela. O Brasil espera por todos. Não esqueçam que o futuro já chegou.
                           Não deixem a cultura Brasileira morrer. Reproduzam as histórias das vovós para os seus filhos e amigos, falem da bravura do homem brasileiro para que os jovens se orgulhem dos seus heróis, dos seus caipiras e de suas ocupações, para que esses mesmos jovens não se envergonhem do seu povo, principalmente dos antepassados. Enalteçam as batalhas, as lutas e esclareçam quem são os verdadeiros  heróis da nação. Não deixem a televisão atropelar, matar e sepultar a cultura do seu povo e que não sejam massificados pela cultura contaminada do além mar que enchem os lares por intermédio da Internet, livros, cds, DVDs e a industria cinematográfica.
                           Tenho notado que os jovens vêem se inteirando de uma literatura vazia insípida e que mostra o que de pior existe do besteirol do mundo civilizado. Esta literatura invade os lares, as escolas, os cinemas, as livrarias e a mídia simplesmente pelo mercantilismo, publica, vende e espalha por todos os recantos.
                        O apelo que faço é que as escolas, os pais, e os homens de uma maneira em geral, passem aos brasileiros a  necessidade de conhecer a sua literatura. Através dela o ser humano passa a conviver com cada região do seu país e entender a diferença brutal entre os seres que habitam a mesma nação. Existem autores que descrevem a nação do nascedouro aos dias atuais, uns os pampas do sul brasileiro, outros pormenorizam o centro oeste e um grande grupo o Norte e  Nordeste. Falam das secas,das florestas,dos cerrados,da caatinga,dos animais ,do cangaço,do clima e dos costumes, fundamentando as diferenças, demonstrando a diversidade de cada comunidade.
                     Lendo os autores brasileiros se faz um passeio vivo irmanados com a história, será contaminado pelos costumes e passará a entender a formação deste povo batalhador, só com esta atitude os brasileiros poderão resgatar a auto-estima, só desta maneira tornar-se-ão verdadeiramente brasileiros, sem sentir vergonha ou menosprezo por qualquer que seja a nação que procura de uma maneira ou de outra substituir da mente a cultura  raiz. Os brasileiros deveriam fazer uma campanha de valorização dos seus ícones, sua cultura, sua música, sua literatura, seu povo, seus artistas, seus poetas, seus escritores, seus caipiras e seus trabalhadores.
                    Leiam José de Alencar,Machado de Assis,José Lins do Rego,Graciliano Ramos,Euclides da Cunha,Guimarães Rosas,Patativa do Assaré,Zé da Luz, Drumond de Andrade,Josué Montello , Castro Alves,Augusto dos Anjos,Lima Barreto,Darcy Ribeiro,Fernando Henrique ,Walfrido Moraes,João Cabral de Mello,Gilberto Freie,João Ubaldo e outros de igual valor.Escutem Luiz Gonzaga,Gilberto Gil,Caetano Veloso,Chico Buarque,Dona Ivone Lara,Clementina de Jesus, Belchior,Luiz Vieira ,Vila-Lobos e outros ícones.
                    PROCUREM  SABER SOBRE-TIRADENTES, FELIPE CAMARÃO, PADRE CÍCERO, FLORESTAN FERNANDES, ANTONIO CONSELHEIRO, FREI DAMIÃO, DOM HELDER CÂMARA.  PROCUEREM LÊ SOBRE AS DIVERSAS GUERRAS SOCIAIS E ANTROPOLÓGICAS COMO-A GUERRA DO CONTESTADO, O CANGAÇO NO NORDESTE, GUERRA DOS FARRAPOS, REVOLTA DOS ALFAIATES, GUERRA DOS MASCATES E DEZENAS DELAS QUE ACONTECERAM NESTE PAÍS. PROCUREM SABER A VERDADE SOBRE A ESCRAVIDÃO DO INDIO, DO NEGRO E DO BRANCO NO BRASIL.
                       Após passarem por estas cabeças, acreditem, nada poderá desvirtuar o sentimento de brasilidade, pois, quando as raízes são fincadas e penetram no solo pátrio, todas as outras culturas independentes de suas origens  virão para somar e jamais para substituir a cultura mãe, e mais, sempre com  o  crivo da consciência e da razão.  Neste caso só ficará a de boa procedência e não os dejetos que contaminam as pueris e desprotegias mentes.                         .
                         Leiam as publicações diárias e semanais da imprensa brasileira, acessem os grandes debates, participem do cotidiano da nação, sejam fiscais dos dirigentes, procurem eleger homens comprometidos com ideais democráticos e  comunitários, que pensem no coletivo, façam cobranças aos seus representantes, lutem por justiça nas aplicações das verbas públicas. Vejam que tem muito para se aprender e com certeza mudarão os seus pensamentos, o jeito passivo de aceitar as coisas que permeiam a entregação do país, eu disse entregação
                       Tenham orgulho do torrão brasileiro, gritem bem alto os nomes dos antepassados, neles se encontram as armas da  sabedoria popular, as raízes para a soberania e o sonho de toda a nação, a independência de um povo.  Viva a plural e rica cultura brasileira. Tenham orgulho dos seus pais.
Iderval Reginaldo Tenório   autor. 1998                     driderval@bol.Com.br