O LIVRO E O HOMEM
Argumenta-se que o livro é um produto, e muito caro, sendo inclusive o álibi para o desinteresse pelo hábito da leitura por mais de 80% da população, 50% desta, abaixo dos 15 anos de idade.
Tem um grupo de leitores que não aceita esta pífia conclusão, complementa que, o livro como um mero produto, é muito caro, porém, como o livro não é adquirido como coisa, o seu valor é incomensurável.
Circulando no mercado, depara-se com o preço de uma pizza, um táxi, um almoço ou um ingresso para o show de um artista mediano, uma vez que, de uma grande estrela, não precisa nem argumentar. Mais adiante, indaga-se quanto custa para assistir um filme, uma partida de futebol ou um espetáculo teatral. Quanto se gasta com os cabelos, sobrancelhas, depilação, unhas e com os produtos vendidos nas vitrines destas casas. Chega-se à conclusão, que os valores mais baixos equivalem ou ultrapassam o valor de um livro, e quando o compêndio é impresso em papel e brochuras simples, custará menos do que um cachorro quente nas boutiques de nomes estrangeiros.
É visível que alguns letrados e escritores contaminados pelo desânimo, falta de apoio e descaso dos gestores, aceitam sem constestar que a sua obra é um produto e é caro.
Os bons leitores utilizam o seguinte argumento para justificar o valor de um compêndio literário, impresso em papel. Informam que, se o livro for comprado para fazer fogo, enrolar sabão ou pregos, numa feira livre, pode ser considerado caro, pois existe papel mais barato. Como o livro, por ser um ser vivo, possuir pai, alma, identidade, personalidade, ser portador das propriedades da hibernação e da imortalidade, o seu valor dependerá do seu conteúdo e de outras variantes.
Quando se adquire uma obra literária, esta não tem apenas o valor pecuniário, o preço na prateleira é simbólico, uma vez que, naquela celulose existe muitos anos de pesquisas, estudos, diversas cabeças, mãos, noites, quilômetros de andanças e incalculáveis momentos de dúvidas, incertezas e emoções.
Do ponto de vista literário, o
livro não é uma coisa. O livro é a alma, a vida e um dos
filhos do autor, é um ser vivo e que nunca morrerá. Viverá em eterna
hibernação e despertará todas as vezes que for aberto para leitura. Renascerá e será incorporado por cada leitor. Fará parte da sua vida.
O livro é uma importante faceta deste ilimitado universo,
não é uma simples matéria ou um objeto literário, é vida, tem
pretérito, presente e futuro, guarda no seu âmago, parte da história da
humanidade.
O valor pago por cada volume, é o passaporte para o nascimento de mais uma obra, é o incentivo aos magos e abnegados escritores a gerarem mais filhos.
Ao visitar um Centro Comercial, vivência-se que o valor de uma xícara de café, de uma água mineral e de duas bolas de sorvetes equivale ao valor de um livro.
As palavras, principalmente quando escritas, são alimentos mor do intelecto humano, são combustíveis para o cérebro como o pão é o energético para o corpo.
O valor de um boi de corte é calculado pelo peso do corpo e das valiosas pedras da vesícula, já o valor de um ser humano encontra-se no seu cérebro.
E agora neste mundo moderno, o livro encontra-se nas nuvens e na palma das mãos do leitor via internet, no celular, tablet, computador de mesa e nos portáteis. O homem tem por obrigação incorporar estas novas tecnologias para o bem da humanidade. De parabéns a ciência.
Mesmo
com todas as qualidades do livro, a cultura e os conhecimentos da
Univesidade da vida tem um grande valor. Os seres humanos que aprenderam com a vida, têm de ser valorizados.
Um cérebro alimentado com combustíveis de excelência, é o maior patrimônio que a sociedade pode oferecer ao ser humano.
Salvador, 18 de março de 2023
Iderval Reginaldo Tenório
À Reflexão:
O livro merecia ser visto com outra visão. Que recebesse subsídios de acordo com o grupo que fosse servir.
Livros
infantis, literaturas necessárias à formação do jovem e
livros indispensáveis no forjamento do cidadão mereceriam cuidados
especiais. Deveriam ser incentivados e barateados para os que deles
precisam como necessários à vida.
O livro é como a vida, não tem preço, o livro é como o sol não escolhe os seus beneficiados, ele é um ser universal, é um reverberante.
O livro como a água é o diluidor universal, é um ser indispensável, é o melhor presente que um jovem deveria receber.
Vá de ônibus, dispense o táxi e lá, adquira um livro .
Boa leitura.
Iderval Reginaldo Tenório
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