quinta-feira, 1 de fevereiro de 2024

O LIVRO E O HOMEM .

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O LIVRO E O HOMEM

Argumenta-se    que o livro é um produto, e muito caro, sendo  inclusive  o  álibi para o  desinteresse pelo hábito da leitura por mais de 80% da população, 50% desta,  abaixo dos 15 anos de idade. 

Tem um grupo de leitores que não  aceita esta pífia conclusão, complementa que, o livro como  um mero produto, é muito caro, porém,  como o livro não é adquirido como  coisa, o seu valor é incomensurável.

Circulando no mercado, depara-se com o preço de uma pizza, um táxi, um almoço  ou um ingresso para o show de um artista mediano,   uma vez que,  de uma  grande estrela,  não precisa nem argumentar. Mais adiante, indaga-se quanto custa para assistir um filme, uma partida de futebol ou um espetáculo teatral. Quanto se gasta   com os cabelos,   sobrancelhas, depilação,  unhas    e com os produtos    vendidos nas  vitrines destas casas. Chega-se à conclusão,  que os valores mais baixos   equivalem ou ultrapassam o valor de um livro, e  quando o compêndio é  impresso em papel  e brochuras simples,  custará menos do que  um cachorro quente nas boutiques de nomes estrangeiros.

É visível que alguns letrados e escritores   contaminados pelo desânimo, falta de apoio e  descaso  dos gestores,  aceitam sem constestar  que a sua obra  é um produto e é  caro. 

Os bons leitores utilizam  o seguinte argumento para  justificar o  valor de um compêndio literário, impresso em  papel.  Informam que, se o livro for comprado para fazer fogo, enrolar sabão ou pregos, numa feira livre, pode ser considerado caro, pois existe papel mais barato. Como o livro, por ser um ser vivo, possuir  pai,  alma, identidade,  personalidade, ser portador das propriedades da hibernação e da imortalidade, o seu valor dependerá do seu conteúdo e de outras variantes.

Quando se adquire uma obra literária, esta não tem apenas o  valor pecuniário, o  preço na prateleira  é simbólico, uma vez que, naquela  celulose  existe muitos anos de pesquisas,  estudos,  diversas cabeças,  mãos, noites, quilômetros de andanças e incalculáveis momentos    de dúvidas, incertezas  e   emoções.

Do ponto de vista literário, o livro não é uma coisa. O livro  é a alma, a  vida e um dos  filhos do autor,  é um ser vivo  e que nunca morrerá. Viverá em eterna hibernação e  despertará todas as vezes que for aberto para leitura. Renascerá e será incorporado  por cada leitor.  Fará parte da sua vida.

O livro é uma  importante faceta deste ilimitado universo,  não é uma simples matéria ou um objeto literário, é vida, tem pretérito, presente e futuro, guarda no seu âmago, parte  da história da humanidade. 

O valor pago por cada volume, é   o passaporte para o nascimento de mais uma obra,  é o incentivo aos magos e abnegados escritores a  gerarem mais  filhos. 

Ao visitar um Centro Comercial,  vivência-se   que o valor de uma xícara de  café, de uma água mineral e de  duas bolas de sorvetes  equivale ao valor de um livro. 

As palavras, principalmente quando escritas,  são alimentos mor do intelecto humano, são  combustíveis para o cérebro como o pão é o   energético para o  corpo. 

O valor  de um boi de corte   é calculado pelo peso do corpo e das valiosas pedras da vesícula, já  o valor  de  um ser humano encontra-se no seu cérebro. 

E agora neste mundo moderno, o livro encontra-se nas nuvens e na palma das mãos do leitor via internet,  no celular, tablet, computador de mesa e nos portáteis. O homem tem por obrigação incorporar  estas novas tecnologias para o bem da humanidade. De parabéns a ciência. 

Mesmo com todas as qualidades do livro, a cultura e os conhecimentos da Univesidade da vida tem um grande valor. Os seres humanos que aprenderam com a vida, têm  de ser valorizados.

Um cérebro alimentado com combustíveis de excelência,  é o maior patrimônio que  a sociedade pode oferecer ao ser humano.   

                              Salvador, 18 de março de 2023


                                  Iderval Reginaldo Tenório

 

À Reflexão:

O livro merecia ser visto com outra visão. Que recebesse subsídios de acordo com o grupo que fosse servir. 

Livros infantis, literaturas necessárias à formação do jovem e livros indispensáveis no forjamento do cidadão mereceriam cuidados especiais. Deveriam ser incentivados e barateados para os que deles precisam como necessários à vida.

O livro  é como a vida, não tem preço, o livro é como o sol não escolhe os seus beneficiados, ele é um ser  universal, é um reverberante. 

O livro como a água é  o diluidor universal, é um ser indispensável, é o melhor presente que um jovem deveria  receber. 

Vá  de ônibus, dispense o táxi e lá,  adquira um livro .

 Boa leitura.

Iderval Reginaldo Tenório

 

 

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