O HINO DO NORDESTE EM DUAS ETAPAS.
ASA BRANCA
E
A VOLTA DA ASA BRANCA
No dia 03 de março de 1947, foi gravado pelo
pernambucano do Exu, Luiz Gonzaga, a pérola ASA BRANCA, de autoria do rei
e do príncipe cearense do Iguatu, Humberto Teixeira, considerada O Hino
do Nordeste. Uma canção chorosa, com lamentos e acordes de despedidas No dia 11 de agosto de 1950 do rei Luiz e do médico catingueiro pernambucano,
de Carnaíba, Zé Dantas A VOLTA DA ASA BRANCA, considerada a segunda
parte do Hino do Nordeste e de todos os povos do Brasil. Uma música que eleva a autoestima, uma canção galopante, cheia de brios, em busca do prazer e acordes que estimulam o cérebro para uma grande vitória.
Na música ASA BRANCA, os autores documentam a seca, o sofrimento, a fome e a arribada de um povo em busca da sobrevivência. Na música A VOLTA DA ASA BRANCA, documentam a alegria, a fartura, as qualidades da região, a esperança e o desejo da procriação, estão nestas propriedades o significado de um hino, uma vez que, um hino é composto para mostrar o que existe de melhor, para engrandecer e encher de esperanças o homenagiado. Pode ser composto para uma equipe esportiva, uma região, cidade, Estado, Nação e a força de um povo.
Considero a ASA BRANCA, a primeira parte, onde os autores mostram a realidade da seca, a resistência e a coragem de um povo. Em A VOLTA DA ASA BRANCA, a segunda parte, os autores enchem de certezas, alegrias, farturas, riquezas e o quão importante é para o Nordestino o seu berço. Esta etapa traz a autoestima, a vida, as qualidades e as diversidades do ecossistema e do bioma. Ovacionam a força, a vontade de prosperar e de vencer todos os obstáculos, esta é a finalidade de um Hino.
Estas duas músicas se completam. São quatro elos em busca da mesma solução- Luiz Gonzaga, Humberto Teixeira, Zé Dantas e a Asa Branca, assim é o nosso Nordeste e assim é o Nordestino.
Iderval Reginaldo Tenório
Escutem com Dominguinhos e Maciel Melo, a segunda parte do hino do Nordeste.
Iderval Reginaldo Tenório
Qual fogueira de São João
Eu preguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação
Quando olhei a terra ardendo
Qual fogueira de São João
Eu perguntei a Deus do céu, ai
Por que tamanha judiação?
Nem um pé de plantação
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Por falta d'água perdi meu gado
Morreu de sede meu alazão
Até mesmo a asa branca
Bateu asas do sertão
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Entonce eu disse, adeus Rosinha
Guarda contigo meu coração
Hoje longe, muitas léguas
Numa triste solidão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Espero a chuva cair de novo
Pra mim voltar pro meu sertão
Quando o verde dos teus olhos
Se espalhar na plantação
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Eu te asseguro não chore não, viu
Que eu voltarei, viu
Meu coração
Composição: Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira
A Volta da Asa Branca
Já faz três noites
Que pro norte relampeia
A asa branca
Ouvindo o ronco do trovão
Já bateu asas
E voltou pro meu sertão
Ai, ai eu vou me embora
Vou cuidar da prantação
A seca fez eu desertar da minha terra
Mas felizmente Deus agora se alembrou
De mandar chuva
Pr'esse sertão sofredor
Sertão das muié séria
Dos homes trabaiador
Rios correndo
As cachoeira tão zoando
Terra moiada
Mato verde, que riqueza
E a asa branca
Tá de cantar, que beleza
Ai, ai, o povo alegre
Mais alegre a natureza
Sentindo a chuva
Eu me arrescordo de Rosinha
A linda flor
Do meu sertão pernambucano
E se a safra
Não atrapaiá meus pranos
Que que há, o seu vigário
Vou casar no fim do ano.
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