O blog foi criado para a cultura. Mostra o quanto é importante o conhecimento.Basta um click no artigo. Centro Médico Iguatemi,310.CLINICA SÃO GABRIEL LTDA- 33419630 33425331Participe ,comente, seja seguidor. DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO , 1954 , JUAZEIRO DO NORTE -CEARÁ. 08041988lgvi.1984 CHEGOU EM SALVADOR COM 18 ANOS , MEDICINA NA UFBA. CIRURGIÃO GERAL. driderval@bol.com.br
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sexta-feira, 1 de novembro de 2019
Estátua do Pe. Cícero completa 50 anos
Emblemática e imponente, estátua do Pe. Cícero completa 50 anos
Inaugurado em 1969, o monumento de 27 metros
edificados na Colina do Horto em Juazeiro do Norte, no Cariri, já foi o
segundo maior do Brasil. O local que se tornou o símbolo dos romeiros,
atrais milhões de devotos todos os anos
Um dos rituais do monumento, é amarrar fitinhas com pedidos e graças
FOTO: GUSTAVO PELLIZZON
A faixa 1 do Lado B do disco "Forró de Cabo a
Rabo" (1986), de Luiz Gonzaga, apresentou o verso: "Olha lá, no alto do
Horto, ele está vivo, padre não está morto". A música "Viva Meu Padim"
faz referência à estátua de 27 metros do Padre Cícero que se tornou
cartão-postal de Juazeiro do Norte. Hoje, dia 1º de novembro, o
monumento completa 50 anos de inauguração. O projeto, que começou "por acaso", se tornou símbolo da peregrinação
da fé romeira e hoje é responsável por atrair, em média, 2,5 milhões de
visitantes por ano à cidade. A presença do religioso, fundador da 3ª
maior cidade do Estado, é notável no Município. Em cada palmo da cidade,
o santo popular dos cearenses está presente. Da porta das lojas aos
altares de casa. Se não bastasse isso, numa altitude de aproximadamente
500 metros, sua imagem de concreto pode ser vista em quase todo o
território do Município. É assim que, na visão dos católicos, a estátua
protege os "romeiros do Norte". Progresso A história por trás da construção da estátua do Padre Cícero, que já
foi a segunda maior do País - e hoje ocupa a 5ª posição - , passa pelo
próprio sacerdote. No fim do século XIX, já com suas ordens suspensas
por causa do episódio conhecido como o "Milagre da Hóstia", ele começou a
frequentar a Colina do Horto, antigamente chamada de "Serra do Catolé".
Por lá fazia seu retiro espiritual e idealizou a construção de uma
igreja para Bom Jesus do Horto. Parte do templo começou a ser
construída, mas em 1904 foi interrompida por ordens da Diocese de
Fortaleza. Naturalmente, com o abandono, a edificação foi ruindo até ser
demolida, totalmente, no fim da década de 1930, após a morte do
"padrinho". Os romeiros foram se apegando ao Horto pelo projeto do sacerdote de
construir a igreja, mas também pelo chamado "pé de tambor", um pé de
Timbaúba onde, supostamente, era um dos locais de refúgio e meditação do
Padre Cícero. Tudo isso mudou em 1967, com a construção de uma antena
de televisão exatamente onde ficava a árvore. "As pessoas se revoltaram.
No Horto já havia sido profanado outro símbolo de fé, que era a igreja,
que foi proibida e as ruínas destruídas", conta a historiadora e
pesquisadora Amanda Teixeira.
Adicionar legenda
Durante as romarias, milhares de fiéis sobem ao Horto para fazer orações aos pés da estátua do Padre Cícero
FOTO: GUSTAVO PELLIZZON
A resposta da Prefeitura de Juazeiro do Norte, à época gerida pelo
médico Mauro Sampaio, veio rapidamente: a construção de uma estátua do
Padre Cícero na Colina do Horto, onde poderia ser vista por todas as
pessoas da cidade. O jornalista e escritor Aldemir Sobreira, falecido há
três anos, contava que, a princípio, tentaram encontrar um escultor em
Fortaleza, mas procura foi em vão.
Outro dia, o mesmo Aldemir visitou uma exposição de artes plásticas
na Faculdade de Filosofia do Crato - atual Universidade Regional do
Cariri - , onde conheceu o artista plástico pernambucano Armando
Lacerda, que participava do evento, e, na época, era representante
comercial da Cinzano. Vendo seu talento, com uma das estátuas premiadas
naquele dia, não titubeou: - Você seria capaz de construir um monumento? - perguntou o jornalista. - É minha praia. - respondeu Armando, tirando do bolso do paletó um maço de fotos de outros trabalhos.
A Prefeitura já tinha um projeto de monumento de sete metros de
altura, fora a base. Porém, o escultor optou por construir uma estátua
de 12 metros. Um galpão foi montado no antigo armazém de uma usina de
algodão, na esquina das ruas São Paulo e São Francisco. Durante a
modelagem, o próprio Armando decidiu aumentar o tamanho da estátua para
17 metros. Os cálculos pelos engenheiros foram feitos e a proposta foi
aprovada.
A construção De forma bem artesanal, a estátua do Padre Cícero foi construída por
muitas mãos. Um destes pares é do aposentado Severino Antônio Santana,
76, que na época tinha entre 15 e 16 anos.
Morador da Rua do Horto, que
na época já havia um número razoável de imóveis, ele foi contratado pela
Prefeitura de Juazeiro do Norte. "O prefeito veio e pediu para arrumar
um pessoal daqui para trabalhar. O resto do pessoal, carpinteiros,
engenheiros, pedreiro, essas coisas, veio da rua", conta. O valor pago
para cada servente era 50 cruzeiros novos por semana.
A primeira etapa foi planear o terreno. Depois, foram cavados os
alicerces, colocado os andaimes de madeira e as ferragens das colunas.
Um molde de gesso foi feito no ateliê, no Centro da cidade, para ganhar
forma em concreto. Como um quebra-cabeças, as peças eram muito pesadas
e, por isso, foram elevadas por uma espécie de carretel, puxadas por
alguns cabos de aço. "Foi feita a base, o pé e, depois, a estátua",
explica Severino. A cabeça do santo foi encaixada por último.
A obra durou aproximadamente dois anos. "Só teve um acidente e foi
por causa das armações de madeira. Ela nunca aconteceu de quebrar, mas
um dia torou. Um senhor caiu, quebrou duas costelas e o braço, e não
veio trabalhar mais", lembra o aposentado.
Severino se sente orgulhoso de ter participado da construção da
estátua, pois, passou quase toda sua vida ao lado do monumento. "O cara
trabalhar para o Padre Cícero, fico até emocionado", confessa.
Golpes e inauguração
Na época da construção, os jornais noticiaram que havia pessoas
peregrinando pelo interior do Nordeste pedindo dinheiro com a
justificativa que estavam angariando recursos para a construção da
estátua. Por causa da repercussão, o prefeito Mauro Sampaio teve que vir
a público e lançar uma nota nos periódicos explicando que a obra era do
Município e que não dessem dinheiro aos golpistas. O médico aproveitava para ressaltar que o projeto tinha como objetivo
estimular o turismo em Juazeiro do Norte. "Ele queria fugir da ideia de
romaria, de uma população muito pobre, que vinha a Juazeiro pedir a
bênção e realizar práticas diversas de fé. Esse discurso era muito
forte, dizendo até que a estrutura do horto ia contar com praça,
playground, várias atrações. Seria um complexo turístico", explica
Amanda Teixeira.
A data de entrega da obra foi escolhida, justamente, pelo período da
Romaria de Finados, que já se apresentava como o mais popular evento
religioso de Juazeiro do Norte. "Não havia hospedagem para todas as
pessoas. Elas ficaram acampadas. Embora disseram que era um
empreendimento turístico, a cidade não estava preparada", ressalta
Amanda.
Como o acesso à Colina do Horto ainda era difícil, a cerimônia de
inauguração aconteceu aos pés da Basílica de Nossa Senhora das Dores.
Grandes veículos de comunicação de todo o País estiveram presentes. Os
jornais diziam que houve entre 100 mil a 200 mil pessoas na ocasião. As
luzes da cidade foram apagadas por 30 segundos para, em seguida, os 24
refletores iluminarem a estátua. Rivalidade
O professor e memorialista Renato Casimiro conta que, no dia da
inauguração, apareceram pelo chão da Basílica alguns pedacinhos de
papel, contendo um versinho que dizia o seguinte: "Se chifre for
baioneta e estátua avião, Juazeiro está preparada para defender a
nação".
A provocação teria partido de habitantes do Crato. "Nessa época, (os
cratenses) já estavam vendo Juazeiro 'passar a perna'. A cidade cresceu
mais. Vêm indústrias, conjuntos habitacionais, estação de televisão,
nosso próprio aeroporto. Era uma fase bastante otimista", lembra. ASSISTAM O VIDEO- É UM DOCUMENTÁRIO MUSICAL . O HINO DO JUAZEIRO DE JOÃO SILVA COM LUIZ GONZAGA.
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