Experiente
jornalista cultural, Symona Gropper lança , seu terceiro livro: A Menina Que
Foi Vento - Memórias de Uma Imigrante
(Assembleia
Cultural, selo da Assembleia Legislativa da Bahia).
Trata-se de uma autobiografia, na qual Symona resgata a própria história – e a
de sua família – como refugiados do regime comunista soviético que ocupou sua
terra natal no pós-Guerra.
Como seu pai tinha origem em uma família burguesa (em oposição às famílias
proletárias), o estado não lhe garantia emprego no novo regime. Para
sobreviver, a solução foi deixar o país. Mas nada foi fácil para a família de
Symona.
“Eu nasci em Bucareste, Romênia. A raiz do nome Bucarest é alegria. Eu perdi
essa alegria quando saí de lá aos cinco anos e meio. Não foi uma fuga no
sentido literal da palavra. Eu, meus pais e minha irmã saímos oficialmente”,
conta.
“Mas foi uma fuga do regime comunista, que para nós representava a miséria.
Papai havia nascido em família burguesa, portanto, sem direito a emprego. As
autoridades comunistas só admitiam deixar os judeus saírem para Israel. Mas
confiscavam o que podiam: o apartamento, as joias, os quadros”, acrescenta.
Como se vê, os comunistas soviéticos, que conseguiram aniquilar os nazistas da
Europa Central, não tiveram atitudes lá muito diferentes das dos oponentes. A
família de Symona perdeu quase tudo o que tinha ao deixar a Romênia.
“Só pudemos viajar com 40 quilos de bagagem – para uma mudança de vida e de
país. Na saída, todos eram revistados, inclusive as crianças. Revista
minuciosa, inclusive ginecológica. Até os grandes cachos louros da minha irmã
passaram por um exame minucioso”, lembra.
Após embarcarem em um navio, Symona, seus pais e irmã chegaram ao
recém-fundado estado de Israel. Um país novo e sem qualquer estrutura, que
naquele momento recebia, aos milhares, os judeus que fugiam da guerra e da
miséria que a ela se seguiu.
“Fomos instalados em um campo de refugiados lotado de tendas. Uma tenda
minúscula, sem forro no chão, foi nossa primeira morada. Fazíamos fila todo dia
para receber um prato de comida. As crianças tinham direito a um pedacinho de
chocolate”, conta.
Na escola improvisada, mais dificuldades: “Lembro do meu desespero por não
entender nada do que a professora dizia. Me cortou o coração o recente caso da
menina muçulmana decretada autista pela professora brasileira, quando o fato é
que ela não entendia português. Eu mesma tive uma experiência traumática com
minha primeira professora no Brasil”, relata.
Symona Gropper
Jornal A TARDE
Iderval reginaldo Tenório
Minha
preclara Jornalista, Escritora e Intelectual
Symona Gropper.
Faço
parte de um grupo que recebe e participa de lançamentos de obras literárias da Assembléia Legislativa
do Estado da Bahia .
Devido os afazeres , por ser médico cirurgião e
gastroenterologista em Salvador, só agora em maio dediquei parte do tempo para a leitura de algumas
obras catalogadas do meu arsenal e dei
de cara com A menina que foi vento de
sua autoria , confesso que tenho mergulhado em muitos mundos, dos clássicos aos
regionais e aos nacionais , porém nenhuma obra me deixou tão feliz como A menina que foi vento.
A mestra
foi fundo do principio ao fim, foi
eclética letra por letra, histórica, geopolítica , pedagoga, psicóloga, socióloga,
sexóloga e romancista, a sua obra é
prima, uma obra mestra, uma obra capital , é ouro , é o que existe de melhor na
nossa literatura.
Quiçá
que os intelectuais, os professores, os
jovens e a população como um todo tivesse acesso a esta obra.
Fico aqui na
minha insignificância feliz e cônscio que depois desta leitura me
transformei noutro homem, noutro cidadão e mais participante do mundo.
Viajei Romênia adentro, saindo de
Bucareste atravessei imaginariamente a Rússia, a Alemanha, a França,
a Ucrânia, a Itália, a Grécia e mergulhei no Mediterrâneo até alcançar Israel,
atravessei a África e fui direto ao Atlântico , desci oceano abaixo e
apontei em Copacabana , Rio de Janeiro , lá deparei-me com José de Alencar,
Machado de Assis e com toda a beleza das cidades do Rio de Janeiro , a Capital
Nacional, com a cidade de Petrópolis e as suas riquezas naturais.
Minha escritora e
amiga Symona, para você eu tiro o chapéu.
Parabéns
por estes ensinamentos, pela resiliência, força, coragem e depoimentos vividos
e vencidos com sapiência.
Abraços do amigo
Iderval Reginaldo Tenório
MEDICO-SALVADOR
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