quinta-feira, 28 de abril de 2011

A PRODUÇÃO AGRICOLA DO BRASIL

NOVO CD DE MESTRE JOÃO SILVA
João Silva é o maior parceiro vivo de Luiz Gonzaga e Severino Januário (irmão do Rei do Baião). No repertório de seu mais novo trabalho constam fonogramas de músicas de sua autoria e interpretadas por ele e pelo Rei do Baião, além do acompanhamento de Severino, um dos maiores instrumentistas brasileiros de sanfona de oito baixos. Também foram gravadas canções inéditas que João Silva compôs para Luiz Gonzaga.

O CD foi patrocinado pelo Governo do Estado de Pernambuco, através do Funcultura. O projeto “João Silva Canta. Mais Gonzaga”, trata da gravação, mixagem e prensagem de CD com 12 faixas de autoria de João Silva e parceiros. João Silva é o homenageado no São João deste ano, pela Prefeitura do Recife. O intuito é registrar, conservar e divulgar a obra desse mestre do forró.

Serviço:
Lançamento do cd João Silva canta Mais Gonzaga
Bar Central (Santo Amaro)
A partir das 19hs.
Entrada gratuita.

A PARCERIA – João Silva foi o mais longevo e profícuo parceiro de Luiz Gonzaga. Deu-lhe a primeira música, Não foi surpresa, em 1964, composta com ninguém menos do que João do Vale, para o LP “Sanfona do Povo”.

Nos idos de 1968 Meu Araripe, outra parceria dos dois amigos, fez retumbante sucesso. Aproveitando, João convidou Gonzaga para “dar uma força” no LP de Severino Januário “Forró Danado”. Naquele registro, cantaram cinco músicas, acompanhados pelo fole de oito baixos do irmão do Rei. Neste memorável CD, ditas canções foram remasterizadas, recebendo ainda o recheio da sanfona do Maestro Genaro e versos adicionais de Mestre João. Em cada uma dessas faixas João Silva dialoga com Seu Luiz e presta honras à sanfona de oito baixos, instrumento que começou o forró e encontra-se em vias de extinção.

Por fim, para completar este magnífico apanhado fonográfico, as cinco últimas canções, também remasterizadas, são grandes sucessos dessa parceria de mais de vinte e cinco anos entre Gonzaga e João, extraídos dos últimos LPs do Rei do Baião e onde cantam juntos, incluindo, ainda, “Forró bom tá é aqui”, uma composição de Genaro e João Silva, cantada por este último no LP “30 Anos de Forró”, de 1987, com a participação especial do mesmo Gonzagão.

SOBRE JOÃO SILVA – João Leocádio da Silva nasceu em Arcoverde (Agreste de Pernambuco), no dia 16 de agosto de 1935. Ele foi um dos maiores e mais expressivos parceiros de Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. Da união, nasceram músicas como “Danado de bom”, “Nem se despediu de mim”, “Não deixe a tanga voar”, “Sanfoninha choradeira”, além de dezenas de outros sucessos, que ainda animam os mais autênticos shows de forró.

Aos sete anos, João Silva já tocava pandeiro e se apresentava em rádios pelo Sertão. Aos nove anos ganhou um concurso como cantor. Aos dez anos apresentou-se no programa Ademar Paiva, na Rádio Clube de Pernambuco, tocando acordeom. Aos 17, trocou Arcoverde pelo Rio de Janeiro e foi lá que, continuando a compor e fazendo apresentação pelas rádios, conheceu Luiz Gonzaga. Em 1964, Gonzaga gravou pela primeira vez uma música de João Silva: “Não foi surpresa”. Até o fim de sua vida, o Rei do Baião não parou mais de gravar João Silva. Até o fim da parceira, foram registradas 360 co-autorias entre os dois, entre gravações e regravações.

Tem mais de duas mil composições. Entre seus parceiros estão João do Vale, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Severino Ramos, Bastinho Calixto, Pedro Maranguape, Zé Mocó, Pedro Cruz, Dominguinhos, Sebastião Rodrigues e outros. Entre seus principais sucessos estão "A mulher do sanfoneiro", "Pagode russo", "Meu Araripe", "Uma pra mim outra pra tu" e "Pra não morrer de tristeza", que já teve cerca de 40 gravações. Como produtor, produziu discos de Luiz Gonzaga, Trio Nordestino e Jackson do Pandeiro, entre outros. Atuou também como arranjador.

Fonte: REVISTA RAIZ




                       A PRODUÇÃO AGRÍCOLA DO BRASIL
                                   Iderval Reginaldo Tenório
           Há muito que as autoridades brasileiras vêm se vangloriando da alta produção de grãos,  carnes , frangos e do ganho na exportação  das grandes potências como dos Estados Unidos .

         Estas notícias muitas vezes  maquiadas pelos órgãos responsáveis têm gerado orgulho à maior parte dos brasileiros e   tirado  a tranqüilidade  de um pequeno grupo que se preocupa com o país.

          Com a globalização, a terra passou a ser um único bloco, subdividida em nações  com leis próprias, dominada por um grupo   chamado  G8 responsável por 80% da riqueza mundial.Com a industrialização não poluente , com o domínio das tecnologias de ponta e de alta complexidade, estas nações comandam as demais   chamadas de periféricas.Dentre estas o BRASIL,  celeiro do mundo.

           Abordando o gigante Brasil  atente para a derrubada desenfreada das florestas , seja para a  produção de carvão ,do papel,de móveis ,para o criatório de bovinos,como para o plantio da  soja exportada in natura para a alimentação dos rebanhos em todo o mundo,sendo nos animais brasileiros exportadas em formas de carnes e agora para a produção dos bio combustíveis.

         Nos últimos 20 anos o país entrou no rol dos países em desenvolvimento,deixando de ser  agrícola familiar(capiau)  passando a ser  do agro-negócio, da agroindústria ,do biogás e da agro -exportação.

         Foram criados à semelhança do rei da juventude e do futebol, o rei do gado,o rei da soja e o rei da devastação,pois para a cultura da soja e da criação do rebanho brasileiro foi necessário a derrubada das matas para o preparo da  terra.Florestas foram devastadas,rios assoreados ,enterrando a fauna e a flora .             
          Milhares de quilômetros de árvores foram substituídos pelas pragas dos capins pangola , braquiara, elefante , búlafo gray e da soja,tudo para a alimentação das máquinas  e dos animais.      

            Aos poucos o homem  farejou a necessidade de produzir mais.Para esta tarefa   em vez de utilizar as terras já cultivadas,passou desenfreadamente , irresponsavelmente a desbravar e devastar novos territórios,passou a explorar as terras ricas e virgens das florestas Tropicais( Amazonas e Pará), dos cerrados goianos e do Brasil Central(Mato Grosso do Norte ,do Sul e Tocantins,), estes rincões passaram a ser campeões de produção de carnes,aves e de grãos..Para isso destroem anualmente florestas milenares, nativas e heterogenias, substituindo por monoculturas oleaginosas,  capins, cana de açúcar  como para o criatório de bovinos e ao cabo de dois a três anos  com a terra exausta,cansada e moribunda abandonam , partem para novos eitos,para novas paragens, assassinando a  natureza devido as toneladas de defensivos, desequilibrando o ecossistema,destruindo a farmacopéia do futuro com a  dizimação de  diversas espécies vegetais ou animais que com certeza farão falta inclusive no campo econômico.A Amazônia é  futuro em tudo. .É assim que se produz muito,é assim que o Brasil é campeão.

          Diferente dos países ricos e desenvolvidos, nestes o governo demarca glebas para a produção de determinados produtos  por um período  de dez a quinze anos  proibindo a monocultura. No fim deste período é tratada e devolvida à natureza com poucas agressões,sendo reutilizadas com novos plantios ou com  reflorestamentos.Estas medidas encarecem a produção,tornando-a não competitiva com aqueles que produzem sucateando o solo,perfil do produtor brasileiro e para se tornarem competitivos ,o governo subsidia peremptória e universalmente grão a grão,gado a gado,com implementos agrícola aos pequenos,com a modernização aos grandes, contribuindo para a sobrevivência do mais importante segmento de uma comunidade que é a produção do pão nosso de cada dia,sustentáculo de toda e qualquer economia. Com esta atitude acaba com o produtor das pequenas nações.Os periféricos.

            De que adianta ser o maior, comprometendo o homem do amanhã, destruindo ,poluindo e eliminando o  manancial, de que adianta ser o maior se os trabalhadores não conseguem visualizarem um mínimo de conforto. Basta vê a questão do açúcar, a câmara internacional do comércio deu ganho ao Brasil em peleja com os EUA, lá os insumos na produção chegam a triplicar os valores dos de cá, pois os seus trabalhadores além do conforto, percebem salários dignos e uma cobertura social invejável como: escola, saúde, transporte e segurança, enquanto os de cá, chamados de bóias-frias, mal conseguem uma má alimentação e trabalham num sistema quase de escravidão. Conseqüentemente os insumos com estes produtos junto aos trabalhadores são quase que nulos, barateando a sua produção, tendo o seu  encarecimento nas altas taxas tributárias , estas, politicamente manipuladas a depender da necessidade e da vontade de exportação.

              Não é vantajoso ser o maior produtor agrícola do mundo, ser o celeiro alimentar ou do bio-combustível  do universo, não é salutar fechar os olhos para dentro e abrir para fora enviando o pão que mataria a fome dos seus filhos, destruindo a terra com todas as suas riquezas.
          Chega de tanto rei, chega de tanta imprudência para com o homem do futuro, o Brasil não precisa morrer para poder sobreviver, é preciso produzir, mas, produzir nas terras agriculturáveis em uso, é preciso reutilizar cada palmo explorado, é preciso um mutirão, um adjunto ,uma corrente na recuperação do solo pátrio.A exaustão do solo com a derrubada das florestas  com o intuito de aumentar a produção de grão e carnes é um suicídio,a próxima geração não perdoará os campeões de hoje .     

          A agricultura industrial é mais do que necessária,porém terá que ser regida por leis severas e duras  na defesa da riqueza natural.Como disse o grande Paraibano compositor e advogado Vital Farias na música-SAGA DA AMAZONIA-“Se a Floresta meu amigo tivesse pernas pra andar,eu garanto meu amigo que com o perigo ela não tinha ficado lá “ .

          Produzir não é destruir e o ato de destruir para produzir  é peculiar dos imediatistas ,dos fracos,dos que têm visão curta,visão do presente sem pensar no futuro,sem pensar nas próximas gerações.             O mundo começou do zero, ninguém conhece o seu futuro, a vida do ser humano é muito curta, deixe a fauna e a flora para os que ainda virão.
 Janeiro de 2008.   Iderval Reginaldo Tenório
        




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