sexta-feira, 29 de agosto de 2025

Umas palavras sobre a cultura e a formação da língua portuguesa.

 




 Umas palavras sobre a cultura e a formação da língua portuguesa.


Ao escrever ou fazer o uso da palavra, depara-se  com ditames para o entendimento e direcionamento do que está produzindo, o que induz  saber  qual público atingirá.

A língua portuguesa  chegou ao Brasil com os colonizadores da península ibérica, notadamente  pelos portugueses e intercalada  pelos espanhóis, como também pelos países baixos, os  holandeses no século XVII, pontualmente  no nordeste, entre 1630 a 1654, na produção do açúcar e no século XIX no Rio Grande do Sul e Paraná quando trouxeram técnicas agrícolas, tradições culinárias e arquitetura. 

Balsa, Boia,   Bússola, Iate, Arcabuz, Dique,  Biscoito,  Waffle, "Batavo",  Holambra, Carambei e  Gouda têm origem holandesa.

"Guerrilha", "hombridade", "moreno", "novilho" , "palmilha",   mulata, periquito, chifre, mosquito e galpão têm origem espanhola. 

No decorrer dos anos de colonização, foi ricamente mesclada com as línguas dos indígenas e dos africanos. 

Abacaxi, Açaí, Capim, Jabuticaba, Mandioca, Aipim, Macaxeira, Paca, Pitanga, Pipoca, Piranha, Urubu, Tucano e Tamanduá de origem indígena. 

Moqueca,  Dendê, Quitute, Quiabo, Caçamba,   Cafuné, Dengo, Xodó, Acarajé, Abará, Moleque, Muvuca e Banzo são africanas.

No  Brasil colônia, a soma   das  populações negras e indígenas era maior do que a branca, que era constituída dos  colonizadores oficiais e os  agregados, os serviçais e os degradados.  

No decorrer dos anos, com a falta proposital  de cuidado, o abandono das outras etnias;  a política  de branqueamento, com a imigração europeia; e  a miscigenação entre os povos,  levaram as populações negras e indígenas a perderem força e  serem desprezadas. 

Frisa-se           que tantos os indígenas como os negros não eram considerados seres humanos, recebiam a alcunha de gados ou selvagens,  não possuíam línguas e sim dialetos, o que apontavam para milhares, uma vez que cada tribo e cada povo possuía o seu.

Estes tratamentos eram os adotados pelos  europeus nas suas colônias americanas, africanas e da  Oceania, o que se justificam os termos: 1)"Caça de indígenas" no Brasil colonial, 2)  "Genocídio dos povos indígenas" nos Estados Unidos(século XVIII) e 3) a "desagregação das famílias   australianas, os aborígenes" pela Inglaterra, quando destruíram as  famílias nativas. Todas as crianças abaixo de 14 anos foram apartadas dos pais e submetidas a uma nova civilização, com costumes,   culturas, língua  e  religião  inglesa. Os pais e os demais  familiares foram isolados e abandonados em terras inférteis e distantes, que aos poucos foram sucumbindo pela fome ou caçados, como também perseguidos pelos marginais ingleses   deportados  por crimes na Inglaterra e   soltos na vasta colônia nas mesmas regiões dos desprezados aborígenes. 

No século XVIII, o Marques de Pombal (Sebastião José de Carvalho e Melo),  a maior autoridade portuguesa à época, enxergando falta de clareza  na comunicação entre os povos, proibiu quaisquer  outros tipos de línguas  no Brasil, oficializando o Português.  

Proibiu o Espanhol, as línguas indígenas e africanas, consideradas dialetos, e outros idiomas de povos, que por acaso tivessem invadido ou oficialmente atracados  no território nacional.

Esta medida foi tomada para homogeneizar a comunicação entre os que habitavam  o país. Argumentava o  português Marques de Pombal, o responsável  pelo "Período Pombalino",  que daria fim a torre de babel na língua de sua principal  colônia,  ao mesmo tempo quebraria o espírito de cidadania e de pertencimento de cada povo, tendo todos que adotar o idioma português.  Matou a língua nativa, o Tupi Guarani; as importadas  africanas e  as contaminantes europeias; uma vez  que,  "A língua é a alma de um povo, um povo sem língua, não é um povo, é um aglomerado " 

Esta medida  deu origem a uma série  de línguas portuguesas no Brasil, estas mantinham o esqueleto principal e eram mescladas pelas  resistências regionais. Enquanto mais distante das metrópoles, enquanto maior    a predominância de um povo e o alto   grau de miscigenação, mais mescladas iam ficando. Até  mesmo dentro das metrópoles, as diferenças continuaram, pois só os que tinham direito a escolarização, que eram poucos; os apaniguados, sabiam como escrever,  falar e acompanhar as mudanças no idioma oficial.  
 
Ainda hoje, em pleno século XXI, devido a sua grande área e  a chegada de palavras dos   idiomas   estrangeiros hegemônicos, sem traduções,  existem diversas línguas portuguesas no Brasil. 

As palavras e as novas expressões  vão sendo incorporadas ao idioma oficial, e que  para a homogeneização, são necessárias mudanças por decretos federais.
 
                                 Iderval Reginaldo Tenório 
 
                                Salvador, 30 de Agosto de 2025
 
Este é o prólogo de uma pequena obra que estou escrevendo.  
 Iderval Reginaldo Tenório

                             ADENDOS PERTINENTES

"Estudem, pois  no futuro nem os irracionais pegarão peso nas costas. No futuro, a enxada será a caneta, o solo será o papel e  o tinteiro o cérebro, este ser sedento pelo saber. Estudem e abasteçam o seu tinteiro. Numa única vida, ninguém consegue enchê-lo e nunca se esvazia."

                                 José Miguel da Silva( Meu pai).

 

1-  "Numa verdadeira democracia, cada cidadão deve ter o direito de ter direito" 

 Hannah Arendt

2-  " É melhor escrever certo com palavras erradas"

Patativa do Assaré

3- "Educar a mente sem educar os valores é criar uma ameaça à sociedade." 

Theodore Roosevelt

4- "A educação é a arma mais poderosa que você pode usar para mudar o mundo."

 Nelson Mandela

5-"Estudem, pois  no futuro nem os irracionais pegarão peso nas costas. No futuro, a enxada será a caneta, o solo será o papel e  o tinteiro o cérebro, este ser sedento pelo saber. Estudem e abasteçam o seu tinteiro. Numa única vida, ninguém consegue enchê-lo e nunca se esvazia."

                                 José Miguel da Silva( Meu pai).

Salvador, 30 de agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório

GONZAGÃO & FAGNER BMG - 1987 ABC DO SERTÃO (Zé Dantas e Luiz Gonzaga)  no meu sertão pros caboclo lê Têm que aprender um outro ABC O jota ...

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