Um animal doméstico na sua vida.
Antropomorfismo exacerbado
Trabalhos científicos mostram a importância dos animais no convívio familiar, notadamente o cão, tanto no tocante à terapia individual e coletiva, como no diálogo e equilíbrio entre os seus componentes. Atua também como companhia, principalmente para os solitários, e na equalização dos diversos modelos de famílias.
Estudos mostram que os seres humanos têm a necessidade de possuir um subalterno para comandar, esta e outras propriedades são pertinentes à raça humana, uma vez que o objetivo é o topo da pirâmide social.
O cão guarda estreita relação com os humanos, chegando em muitas famílias a ser considerado, equivocadamente, membro consanguíneo, ora é filho e ora é neto. É inteligente, dócil, amável, obediente, apaixonante e ocupa as lacunas existenciais no cotidiano dos humanos, atua como um verdadeiro terapeuta.
A sua cabeça está aberta a captar muitas propriedades pertinentes aos homens, como o contato físico, o tom da voz, os seus atos, os costumes e as reações psíquicas. Como são os dez mandamentos para os humanos, o cão também possui os seus, a diferença é que leva todos a sério.
Os odores hormonais liberados pelos humanos, em cada situação, funcionam como importantes informações, uma vez que cada reação libera um neurotransmissor diferente e que ativa o cérebro do canino, é bom enfatizar, que dependendo da raça, um cão apresenta uma capacidade 10 a 100 mil vezes superior à capacidade dos humanos, em decifrar estes episódios. O focinho do cão possui cerca de 300 milhões de receptores olfativos responsáveis por captarem os odores, enquanto o nariz dos humanos possui 6 milhões, isto faz com que o canino decifre se os humanos estão alegres, tristes, perturbados ou até agressivos. Além disso a porção do cérebro responsável pela análise e processamento de cheiros é 40 vezes superior aos dos humanos.
Com esta riqueza detecta células cancerígenas, explosivos e drogas, são estas propriedades que induzem o cão a ser um farejador de drogas, ter ojeriza a estranhos e afinidade aos donos.
Pode desconhecer os seus tutores quando estes estão sob o efeito de drogas lícitas ou ilícitas, como a cocaína, maconha, LSD, álcool e odores que suplantem os originais dos seus proprietários. Quando isto acontece, considera-os como humanos estranhos e agressores, nestes casos parte para agredi-los num mecanismo de defesa. Vale lembrar que se nos primeiros contatos, ainda filhote, o cão registrar no seu cérebro os odores dos seus proprietários, estes odores passam a fazer parte do seu portfólio original e o animal não os estranharão, mesmo passado anos afastados.
O
que não se defende é a humanização exacerbada
dos animais, cada espécie possui propriedades
próprias e costumes peculiares. A humanização dos animais é perversão, agressão, afronta às leis da natureza, desrespeito e uma forma de
maus tratos tal qual colocar uma criança na escola pela manhã, à tarde na
academia, dança, futebol, aulas extracurriculares e à
noite outros reforços com o intuito de se forjar um super homem. Este
modus operandi, super seletivo e isolacionista,
aos poucos vai construindo um ser diferente, podendo levar a desajustes
psíquicos.
Não é salutar o beijo boca-boca, o
cheiro meloso e nem o compartilhamento de cama, sofá, utensílios
domésticos e alimentos, pois são atitudes que melhoram o emocional e o cognitivo, porém é um incentivo às Zoonoses, que não são poucas.
Os atos de locomoção em vias públicas são condições mais do que suficientes, para que o cão carreguem nas patas, pelos, ânus e focinho diversos elementos (vírus, vermes, bactérias, fungos e saprófitos) que podem trazer doenças.
A identificação e o status de um cão estão nas glândulas do ânus, chamadas de adanais, elas produzem substâncias com os seus odores, motivos pelos quais, o focinho de um, com o intuito de saber de quem se trata, está sempre à procura destes odores no ânus do outro, o que pode desencadear brigas ferrenhas a depender do status.
Os cães que ocupam o ápice da pirâmide do seu grupo, andam com o rabo levantado e o ânus exposto a exalar os seus odores, mostrando poder para os demais. Os cães submissos andam com o rabo entre as pernas e geralmente com medo, abafando o ânus e os seus odores, procurando a invisibilidade.
Os cães estão sempre checando o seu status e a sua
saúde,
cheirando as suas próprias glândulas adanais. O focinho e o ânus de
um
cão fazem parceria, estão sempre em contato, é de natureza, o que leva os seres microscópicos fungos, vírus, vermes e bactérias serem as mesmas.
Manter um animal com responsabilidade é de grande relevância, vacinas, comidas adequadas, isolamento digno, espaço apropriado e entretenimento são propriedades obrigatórias para criá-lo, o que não se traduz por impedimento, porém deve-se atentar para a condição financeira do tutor. Para uma família de boas condições econômicas, não existe óbices em gastar com um animais domésticos, caso contrário, merece uma reflexão.
Deve-se sopesar os seus impulsos e optar pela razão, elegendo o seu cérebro como o melhor animal de estimação, notadamente o encéfalo dos jovens.
A massa
encefálica humana precisa diuturnamente de
cuidados diversos, necessita de proteínas, gorduras, açúcares,
vitaminas, atividades físicas e água. É
sedenta por saberes, escolas, cursos, livros, músicas, danças, olhares,
gestos, toques, áudios, vídeos, debates, diálogos, passeios,
viagens, respeito, gratidão e entretenimentos, é um animal de vida
longa,
dócil, inteligente, contribui para o bem da humanidade e acompanha o
homem durante toda a sua vida.
Em vez de se gastar, os parcos recursos, com um animal doméstico, adote o seu próprio cérebro, priorizando-o como o seu primeiro e nobre animal de estimação, sem se esquecer de adotar o cérebro dos filhos, sobrinhos, irmãos, agregados, alunos, amigos e de outros da convivência. Depois de bem posicionado no meio social e financeiro adote outros animais, menos a humanização de cães e gatos, o engaiolamento de pássaros e de outros animais silvestres.
É importante lembrar que todos têm o direito e muitos a necessidade de adotar um animal de estimação, desde que seja criado como um animal não humano e sem agredir a sua natureza irracional.
Adote um animal, porém não se esqueça que você já possui um, o seu próprio cérebro, inclusive o seu maior e mais importante amigo. Em vez de gastar com ração, remédios, tosas, roupas, coleiras, veterinários, ossos artificiais, brinquedos e etc, etc, o humano em formação e de baixa renda não deveria ser enganado por propagandas falsas e chamativas para se criar um animal. Nesta fase da vida, nesta etapa de formação educacional, o maior investimento deveria ser no próprio ser humano. Gaste alimentando o seu principal e único amigo, o seu cérebro, o seu primeiro animal de estimação. Quando ascender na escala social adote os demais.
À proporção que a sociedade cresce sociologicamente, o fosso entre as espécies tende a se estreitar ou sumir. A convivência com os hamanos fará com que os animais adquiram algumas propriedades humanas, da depressão à agressividade, da obesidade à diversas doenças. No futuro gozarão dos mesmos direitos, obedecerão as mesmas leis e serão julgados nos mesmos fóruns, será o fim de uma civilização e o surgimento de outra.
Esta nova civilização nascerá polarizada, de um lado os
humanos, por serem racionais, obedecerão o artigo 5º da Constituição Federal, que versa sobre os direitos e deveres, enquanto os cães, por serem irracionais, seguirão a vida carregados apenas de direitos.
O tempo passa e novos conceitos passarão a reinar entre os seus habitantes. Vide nos dias atuais as amplas frentes de proteção aos animais, notadamente nas experiências laboratoriais, nos trabalhos pesados, na vida no relento e na produção de carnes.
Hoje é
inadmissível a escravização dos asininos, equinos, bovinos e muares puxando carroças com excesso de peso, como serem abandonados
no relento sem os alimentos e cuidados adequados.
Lugar do cérebro é na cabeça e no aprendizado, sempre a contribuir para o bem da humanidade; lugar de animal doméstico de estimação é no seu ambiente próprio e bem cuidado.
Quando um animal passa a ser
membro afetivo da família, atua como um terapeuta e o elo entre os seus membros. Merece cuidado, carinho, respeito e muito amor. Este
ser vivo tem em você um deus, um ser supremo, um amigo, o seu maior
parceiro, não decepcione este seu magnífico amigo, ele pode morrer de banzo.
O animal merece respeito.
Adote de imediato o seu Cérebro e seja feliz.
Salvador, 22 de agosto de 2025
ADENDOS
I
Hoje com a mesclagem habitacional das raças humana, canina e dos felídeos vivendo misturados em apartamentos, mudanças estão acontecendo. Cães e gatos vivem confinados, usam roupas, são exigentes nas necessidades fisiológicas, são vacinados, comem alimentos sadios, vão ao médico, hospitais, clubes, são de beleza, cabelereiros, ao nutricionista e ao fisioterapeuta, tomam remédios, fortificantes, vitaminas, energéticos e ansiolíticos.
Tem cães que não conhecem ossos de verdade, gatos que desconhecem a existência de ratos ou tem medo destes animais roedores quando os conhecem.
Isto mostra o grau de antropomorfismo dos animais domésticos civilizados, o que pode mitigar a ocorrência de zoonoses. O grande problema é que muitos irracionais acreditam que são os donos da casa, os seus proprietários os seus escravizados e não aceitam outras situações, notadamente os felídeos, tanto que estão mudando de raças, são agora PETs.
II
Banzo é um termo de origem quimbunda que descreve um estado de profunda tristeza e melancolia, semelhante à depressão, que afligia os africanos escravizados no Brasil devido à saudade da terra natal, da família, dos amigos e do modo de vida que lhes fora imposto pela violência da escravidão e pela privação da liberdade.
III
Fatos inusitados na vida de um Ministro de Estado.
Veja o que disse o ex-ministro do trabalho do Collor de Mello, de 15 de março de 1990 a 20 de janeiro de 1992, Rogério Magri, ao levar a sua cadela numa ambulância para um hospital em Brasília.
"Minha cadela também é
humana"
Iderval Reginaldo Tenório
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