PESQUE E PAGUE.
PESQUE E SOLTE.
PESQUE E COMA(ACEITÁVEL)
CAPITULO III
OS RIOS
O Sol, o líder do grupo, traz diversas queixas dos seus componentes.
Os Rios andam assombrados e perplexos com o futuro, encontram-se exaustos e não aguentam as atrocidades praticadas pelos humanos. Cortam as árvores das suas margens, constroem habitações nos seus trajetos, desviam aleatoriamente as suas águas e jogam dejetos de todos os tipos nos seus leitos, especificamente orgânicos, químicos, metais e os tóxicos. Reclamam que um dia poderão não suportar tais agressões e poderão perecer antes do tempo, alertam que a promoção da vida é função de todos.
Lembram que nas suas águas vivem diversos tipos de vidas e por onde passam alimentam milhares de outras vidas, tanto vegetais como animais e são as artérias da terra. Transportam muitos nutrientes na suas águas e juntos aos oceanos, lagos, córregos, lagoas, açudes, aquíferos e outros trajetos subterrâneos levam a vida para todos.
Enfatizam que a Terra é viva e nunca para de se transformar, vive em metamorfose, depende das suas águas e dos nutrientes que nelas se encontram.
Apontaram um grave crime que os humanos praticam contra os peixes, os seus maiores moradores.
Os peixes vivem felizes nas suas águas, suprem a cadeia alimentar, inclusive os humanos. São peças importantes nas complexas propriedades da vida e para todas as espécies que habitam a terra.
O que é inadmissível e sem defesa, é o fato dos humanos pescarem para o entretenimento, dizem que pescam pelo lazer, isto não é ético.
Enquanto divertem-se e riem, maltratam os inocentes peixes e vangloriam-se das atrocidades praticadas, mais de 80% dos peixes pescados e soltos morrem pelas as avarias sofridas. Os Rios não entendem como um homem pode se sentir feliz em prender um peixe pela boca, tem-se a impressão que o homem é sanguinário.
Veja um trecho do relato vivido por um dos rios:
“Os homens usam anzóis de metal camuflados com fragmentos de carne, o peixe pensa que é alimento e tenta engolir para matar a fome, o pontiagudo ferro encrava na sua boca, o animal passa horas brigando para se livrar e não consegue. Sem forças, exausto e com ferimentos é vencido, os homens ficam felizes, pulam de contentamento por este satânico e criminoso ato. Não se resignam e nem se comovem com as dores, o sofrimento e o pânico que passa aquele animal. Depois o expõe ao público ridicularizando e o envergonhado. Em seguida o solta na mesma água com avarias na cabeça, ferimentos na boca, nos olhos, barbatanas, queixo, guelras e garganta, fica moralmente destruído, é uma afronta a vida, é um ato inescrupuloso, depois morrem pelos ferimentos sofridos”.
Iderval Reginaldo Tenório
Saga da Amazônia Vital Farias
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