domingo, 3 de abril de 2022

Agressões às mulheres. É dificil desenhar o perfil de um agressor?

 

Agressões às mulheres. É dificil desenhar o perfil de um agressor?

 


 

Violência moral antecede casos de agressão contra mulher

Violência contra a mulher é preocupante durante a pandemia - Secretaria de  Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo

 

 

Garras Do Urso a Pata Dianteira Do Urso Imagem de Stock - Imagem de urso,  predador: 46523881 

Búfalo - InfoEscola

A INCRÍVEL BATALHA ENTRE 3 LEÕES - NATUREZA SELVAGEM - YouTube

Por que você deve temer a risada de um hipopótamo - BBC News Brasil 

Grande Javali Africano Com As Presas Enormes Do Marfim Imagem de Stock -  Imagem de dentes, nave: 72901427

Agressões às mulheres. 

É difícil desenhar o perfil de um agressor?

Ao abordar o tema, agressão  às mulheres, é comum escutar: "É um monstro, um animal, um doente, um delinquente, um psicopata". O assunto sempre suscita moderações  como se fosse normal um ser humano agredir outros, notadamente   os mais fracos e  os dos grupos  vulneráveis. Não se escuta,  foi um homem normal que agrediu com palavras  cortantes , ferinas , depreciativas ou   fisicamente  com a força, a brutalidade de um irracional ou de um   insano, levando inclusive em alguns casos ao feminicídio.

Para entender esta imbricada e triste demanda, tem que se reportar à história da humanidade e  sua evolução. Não precisa ir longe, basta estudar   os últimos duzentos  anos , considerados a idade contemporânea, desencadeada pela Revolução Francesa em 1789

É primordial o estudo dos hormônios gonadais  , as transformações  nos seres humanos ao entrar na fase adulta ,  entender  o sistema patriarcal que só do século XX para cá  vem  sendo mesclado com o sistema matriarcal, a Declaração Universal dos Direitos Humanos de 1948 , as conquistas  sociais por todos os grupos vulneráveis , a fisiológica  impregnação da testosterona no gênero masculino que o  transforma num tutor  por natureza e o  estrógeno no gênero feminino , conduzindo-o a um  obediente,  meigo  e materno  receptor.

No mundo irracional,   pelo domínio e sexo,  a regra é eliminar  o oponente e  difundir o DNA do mais forte em nome da  perpetuação da espécie. O macho alfa é   poderoso ,  protetor e o   ordenador do grupo . O porte físico, a fase reprodutiva, os andrógenos, o tamanho das presas, das garras , dos chifres e a força são os capítulos da sua constituição. Na espécie humana esperava-se que estas propriedades  do masculino ficassem irrelevantes  com o desenvolvimento social, intelectual, profissional , financeiro e a paridade  entre os gêneros ,   porém não foi o  que acorreu.

Merecem destaques  pontos pertinentes ao insucesso da esperada mudança de comportamento.

O empoderamento da mulher, um dos maiores avanços   e conquista do gênero feminino  o qual  trouxe e trará melhores dias para o futuro da humanidade.  Porém  tem  revelado  faces antes escondidas. Esta conquista  fez e faz  com que a mulher   utilize as palavras não só para comandar , dirigir ,   administrar e para o apaziguamento,   como   também para  se defender ou responder às agressões sofridas, apagando o silêncio das  eras passadas . Associado a esta propriedade, traz de reboque o despreparo do  homem para esta realidade e o coloca cada vez mais  na parede  , com a  sensação de subalternidade e de um caminho sem volta  .  É a mulher conquistando espaços.

Com a  ascensão feminina , a participação no mercado e o exercício da cidadania,  os fatos  afloraram   e cresceram. O homem paulatinamente foi perdendo a sua hegemonia e a mulher num crescente passou a conquistar patamares estratégicos.

A TPMTensão Pré-Menstrual ) , a gravidez e o patriarcalismo deixaram de ser empecilho  para o crescimento do gênero feminino. A  derrubada destes entraves levou a mulher  a ocupar importantes posições  e fez o homem entrar visivelmente em decadência .

Como a  agressão masculina  é tanto física  como moral,  fruto da educação  durante séculos , da testosterona e do arcaísmo em defender  a  honra, a força muscular  é uma das suas  ferramentas e para alguns não cabe ao cérebro uma decisão sopesada .

Vaticina-se que  nas próximas décadas  o percentual da participação da mulher nos setores que se usam o intelecto   superará os   50%, notadamente na educação, saúde, gerenciamento de  empresas, comunicação, relações humanas  e na política. 

Estes adendos são  para mostrar à sociedade que os agressores tendem a crescer, salvo  não ocorram com  brevidade medidas educativas, orientadoras ,  esclarecedoras  e correções  mais duras . Cabe localizá-los por intermédio dos familiares, dos  inferiores  hierárquicos  no trabalho, pelo público nas instituições que frequentam   e principalmente  por aqueles que convivem o cotidiano , precisamente  as companheiras, dando ênfase aos pequenos fatos, as reações e ao comportamento do pretendente no princípio do relacionamento.

Além destas considerações , nunca se esquecer  do uso de drogas lícitas ou ilícitas por parte dos seres humanos, notadamente pelo gênero masculino.  Substâncias  que anulam o senso e  liberam o cérebro  para mostrar a real personalidade  de um agressor, a sua força física e o seu lado irracional.

De acordo com delegada Fernanda Fernandes, que atua diariamente no combate a este tipo de crime na Delegacia de Atendimento à Mulher (DEAM) de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense "até as pessoas que convivem com o agressor não acreditam que ele tenha praticado esse tipo de delito”.

"A gente tem como padrão de agressor de violência doméstica uma pessoa que trabalha, tem uma vida social, é primário e de bons antecedentes. Na maioria dos casos, a gente tem esse padrão de agressor de uma ‘pessoa normal".

Paulo Cesar Conceição coordena um centro de recuperação de homens condenados pela Justiça por violência doméstica. Ao G1, ele afirmou que a violência doméstica está impregnada na sociedade e quase não é percebida.

“Ele [o agressor] é o ‘cidadão comum’, é o motorista de ônibus, o empresário,  o lojista, o religioso. A violência doméstica está impregnada na nossa sociedade de tal forma que ela está invisível”, disse.

 A estatura masculina frente à feminina,  a força muscular, as armas naturais,   a  testosterona e o modus operandi dos animais irracionais não são parâmetros para serem comparados com o comportamento da espécie humana. Nos humanos quem comanda é o intelecto,  a inteligência, o cérebro.

A neurociência em vastos trabalhos comprovou que   não existem diferenças entre os dois gêneros. O que existia nas sociedades  passadas  era o não acesso à escolarização ao  gênero feminino, só o masculino tinha este direito. Em muitas comunidades era passível de punições  as  mulheres que se arvorassem a estudar e  eram submissas ao homem.   

 A Revolução Industrial   fez com que a mulher  conseguisse sair de casa, ir trabalhar nas inúmeras fabricas que foram surgindo com o  crescimento da revolução. No setor educacional somente em 1837, nos EUA, conseguiu entrar na Universidade 

No Brasil, o ensino superior feminino só teve inicio no final do século  XIX. A gaúcha Rita Lobato Freitas, que teve coragem de enfrentar a resistência e o machismo,  foi a  primeira  mulher a ingressar na universidade no Brasil, formando-se em Medicina em 1887 no   estado da Bahia   .


O ensino superior no Brasil teve início com a chegada da Família Real, quando D. João VI autorizou a fundação das duas primeiras escolas de medicina: a primeira, em Salvador, em 18 de fevereiro de 1808, e a segunda, no Rio de Janeiro, em 5 de novembro do mesmo ano.

Destacam-se alguns pontos que poderiam  localizar um agressor. Muitos são  os sinais que podem esboçar  um  perfil mais próximo da realidade, enfatizando que nada justifica as agressões ao gênero feminino  , precisamente o feminicídio.

O assunto é complexo e requer a participação de toda a sociedade, precisamente dos mais próximos, independente do nível cultural, social, etnia e credo religioso.   

                             Iderval Reginaldo Tenório 

 

Alguns  comportamentos poderão 

delinear um potencial agressor.

·  Interferir no modo de vestir e com o perfume da companheira;

·  Hábito de controlar as redes sociais ;

·  Humilhar e xingar a companheira;(misoginia)

·  Possessividade, ele determina sempre o que o casal vai fazer;

.  No início relacionamento já se  acha o dono da companheira.

·  Interfere nas relações sociais.

·  Baixo preparo emocional.

·  Descontrole nos diálogos.

·  Controlar exaustivamente quando a mulher não tem renda .

·  Insegurança ao conviver com uma mulher atraente, independente   , segura, sociável, inteligente , de futuro crescente em todos os itens da vida: o  profissional, educacional, financeiro e relacionamento com pessoas bem sucedidas.  

Estas característas apontam para um possível relacionamento desastroso , cheio de fatores de riscos e  fadado ao insucesso .

   Um relacionamento perigoso.

   Salvador, 18 de março de 2022

Iderval Reginaldo Tenório

Um comentário:

Unknown disse...

Maria Cejy Bessa
Muito importante, como sempre nos enriquecendo,nos levando á fazer uma grande reflexão nesse momento que vivemos com tanta violência contra ás mulheres