quarta-feira, 6 de abril de 2022

Impacto da Insônia no sistema Imunológico: na Pandemia e fora da Pandemia

 Dra. Elizabete Possidente, Piraí, Rio de Janeiro

Médico Psiquiatra na empresa Consultorio Médico
Estudou Medico Psiquiatra na instituição de ensino 

-Médico Psiquiatra com Mestrado em Medicina pela UFRJ

 

Impacto da Insônia no sistema Imunológico: na Pandemia e fora da Pandemia

Autora: Elizabete Possidente

Quando uma pessoa não apresenta um boa noite de sono, seja por insônia ou por vontade própria, há um impacto no seu sistema imunológico. A privação do sono eleva os marcadores de atividade inflamatória. Esse estado pró inflamatório incrementa o desenvolvimento ou a gravidade de estresse, depressão, doenças oncológicas e cardiovasculares.

Pesquisas nacionais e internacionais sugerem um índice alto de problemas para dormir na pandemia. No Brasil, a Fiocruz divulgou recentemente uma pesquisa feita com 44 mil voluntários e mostrou que 35% passaram a ir para cama pelo menos duas horas depois do horário habitual.

Por que passamos a dormir mal durante a pandemia?

Há uma série de fatores. O mais comum foi a mudança abrupta de rotina. A maioria das pessoas deixaram de ter horários regulares para acordar, sair de casa, das refeições e de dormir.  

Ficamos com menor   exposição a luz solar que também participa na regularização do ciclo circadiano.  Quando a luz incide no nosso olho, essa informação de presença de luz chega ao núcleo supraquiasmático, onde situa o nosso relógio biológico. A percepção de claro e escuro regulariza o nosso relógio interno que é o chamado de ritmo circadiano. A luz artificial constante confunde o relógio circadiano.     

A mudança de comportamento imposto pelo isolamento em casa também contribuiu para a piora do sono. Sem sair de casa para trabalhar ou estudar, muitos não trocavam de roupa e ligavam o laptop da cama embaraçando o nosso relógio biológico.

O uso mais acentuado à luz dos dispositivos eletrônicos, principalmente durante a noite, também confundira a percepção de claro/escuro natural, um modulador do nosso relógio.

A redução de atividade física e as mudanças de hábitos alimentares levaram a um ganho ponderal. A OMS publicou que a maioria das pessoas, engordaram cerca de 3 kg no ano de 2020, com exceção da África e dos países do sudeste asiático. O aumento do peso leva a uma maior fragmentação do sono e coopera para a alteração imunológica.

 O próprio estresse pelas incertezas da economia, medo de contrair a doença, preocupação com entes queridos, medo da morte, luto por amigos e familiares e o excesso de informações negativas também colaboraram para a piora do sono.

O aumento da ingesta de álcool e /outras drogas também influenciaram muito na perda da qualidade do sono.

O uso de corticoides, uma das medicações utilizadas para tratar a covid e a internação em UTI contribuem para a piora do sono.   

Indivíduos com insônia têm aumento das citocinas inflamatórias, principalmente de interleucinas 6 e de fator de necrose tumoral. O aumento desses marcadores inflamatórios acresce o estresse, a ansiedade, a depressão e todas as outras doenças psiquiátricas.

Devemos sempre cuidar do nosso sono. Todos os profissionais de saúde devem investigar a qualidade do sono dos nossos pacientes, tratar ou encaminhar sempre que necessário.

Foto por SHVETS production em Pexels.com
 
 

 Dra. Elizabete Possidente, Piraí, Rio de Janeiro

Médico Psiquiatra na empresa Consultorio Médico
Estudou Medico Psiquiatra na instituição de ensino 

-Médico Psiquiatra com Mestrado em Medicina pela UFRJ

 
 

4 comentários:

Sandritty disse...

Muito homem essa matéria. Obrigada pelas informações.

Sandritty disse...

Muito boa essa matéria. Obrigada pelas informações.

Unknown disse...

Excelente.

Montaneiro disse...

Muito boa esta matéria. Oportuna neste momento em que vivemos. Parabéns! Dr. Iderval.