segunda-feira, 5 de junho de 2023

Histórias do Zezinho, Tia Joventina e Tíi João.

 Blog do Mendes & Mendes: A VISTA ESQUERDA DE LAMPIÃO

 

              

 

 MAIS CECÍLIA MEIRELLES: DUAS VELHINHAS | Literatura é Bom pra Vista

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 Santuário de São Francisco das Chagas – Padre Cícero Juazeiro do Norte |  Melhores Pontos Turísticos

 Santuário São Francisco das Chagas - Juazeiro do Norte/CE - YouTube

Histórias do Zezinho, Tia Joventina e Tio João.

Conta Zezinho, que existem fatos na vida, que jamais sairão da memória do ser humano.

Refere que quando criança, em Juazeiro do Norte, Sul do Ceará, era costume de sua mãe visitar nos fins de semanas a sua irmã mais velha, Tia Joventina,  que ele e os seus irmãos chamavam-na  apenas de Titia.

Titia era casada com o Tio João,  um pequeno comerciante de carvão vegetal, naquela época não existiam fogões a gás, nem na casa dos ricos, o Tíi João, como era chamado,  abastecia alguns moradores do bairro vendendo o seu produto  a quilo. Quando chegava em casa tinha que tomar um banho reforçado, como não possuía  chuveiro, o banho era de cuia, a  vida era muito difícil. O  casal tinha três filhos, dois homens e uma mulher, saíram da Serra do Araripe para morar em Juazeiro do Norte, tal qual os pais do Zezinho.

Moravam na Rua do Limoeiro, que ficava próximo ao Seminário dos Capuchinhos, os Padres  Franciscanos, que administravam uma grande Escola e uma Igreja fenomenal, esta congregação  ocupava uma área de terra que possuia campos de futebol, oficinas, áreas de laser e um grande estacionamento  com um muro  em arcos maciços de 3,5 metros de altura, com  parede de  2,5metros de largura, utilizados  para  belos passeios ao redor do Santuário, lembrava muito os Arcos da Lapa  do Rio de Janeiro.

Naquela época, o Bairro dos Franciscanos  era considerado muito longe do bairro que o Zezinho morava, o bairro do Socorro no centro da cidade, considerado um bairro nobre. Foi lá, junto ao bairro da matriz, que teve início o núcleo do município, o embrião da Meca do Cariri e todas as reuniões na luta pela emancipação do Juazeiro do Norte, o famoso movimento que recebeu o nome de Sedição de Juazeiro. Neste bairro morou o Padre Cícero Romão Batista na rua São José,  neste mesmo bairro ele foi sepultado. Os restos mortais encontram-se   no altar da  Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro,  no Cemitério do Socorro. É também neste cemitério onde encontram-se sepultados os homens e as  mulheres que fizeram  a história do município.

É um bairro importante  para o mundo, pois todos os dias 02 de novembro, o dia de finados,  é visitada por mais de 500mil fiéis, chamados de Romeiros do  meu Padim e por mais de 150mil na Romaria de Nossa Senhora das Candeias. Durante o ano, todos os dias, é visitado por 2mil pessoas e nos dias 20 de cada mês, por 30 a 40 mil,  para participarem presencialmente de  uma grande  missa celebrada por mais de 15 padres, vários bispos do Nordeste e de outras regiões do Brasil. Como é transmitida por diversas rádios, televisões e pela internet,  é assistida por mais de 2milhões de pessoas mundo afora.

Voltando à casa da Tia do Zezinho.

Geralmente a mãe do Zezinho ia para a casa de sua irmã a pé, levava ao seu redor os filhos,  a ninhada era em número de dez, geralmente iam os cinco mais novos,   porém quando o pai de Zezinho estava em Juazeiro do Norte, iam de JEEP, era um dia de festa. O  seu pai era um comerciante de peso no ramo da Farinha de Mandioca para toda a região, divisa do Ceará com Pernambuco. Abrangia a Serra do Araripe, Feira Nova, Exu, Bodocó, Crato e Juazeiro do Norte. O guerreiro  Plantava, fabricava, comprava e vendia a melhor Farinha e a mais apreciada goma  do Nordeste, com a sua atividade passava muito tempo na Chapada do Araripe a orientar os demais moradores, os pequenos agricultores. A sua prioridade era a Escola dos filhos, sobrinhos, irmãos, primos, afilhados, amigos  e muitos  funcionários, dizia que no futuro a força motora perderia a sua importância  e o cérebro seria o senhor absoluto do futuro do mundo. A prosperidade estava atrelada à educação, nem os animais pegariam tanto peso, seriam animais de estimação e para o esporte. Eram as suas palavras: "Estudem, trabalhem, sirvam ao próximo, sejam honestos, não esqueçam da gratidão e tenham compaixão".

A Casa da Tia Joventina  era estreita e comprida, no quintal algumas árvores frutíferas de pequeno porte, como goiabeiras  e laranjeiras, porém, o que chamava a atenção de todos, era uma cacimba estreita e profunda, boca redonda, paredes sem tijolos, tortas e ao fundo se enxergava um espelho d'água, bem distante. Bem distante mesmo, pois a boca da cacimba era maior três ou quatro vezes o tamanho do espelho do fundo,   tanto que a sua mãe e a sua tia tinham muito cuidado quando Zezinho e os seus irmãos  chegavam à  beira deste poço, era uma cacimba funda e torta, disto ninguém esquece. Era comum ouvir as vozes das duas irmãs em uníssono: " Saiam da beira desta cacimba meninos, saiam". Como menino é bicho teimoso, às vezes jogavam uma pequena pedra e esperavam um bom tempo para chegar ao fundo, quando fazia timbungo, todos corriam para dentro de casa.

A filha de sua tia, que era a mais velha dos irmãos, era casada com um outro primo legítmo  do Zezinho, filho de uma das irmãs do seu pai. A moça  tinha a sua própria casa e morava com o seu esposo noutra rua.  O filho mais velho, que Zezinho chamava de Vicente de Titia,  trabalhava com a venda de diversos produtos, de porta em porta em todo o nordeste,  ora ouro legítimo ou banhado, ora  panelas de alumínio, ora roupas, redes e outras mercadorias. O caçula, chamado de  Zé de Titia, trabalhava numa oficina mecânica, provavelmente de automóveis, pois as suas roupas eram sujas de óleos, graxas, tintas, gasolina e querosene, Zezinho se impressionava e perguntava à sua tia como ela lavava aquelas roupas, muitas eram macacões de brim cor de cinza.

Quando eles chegavam à  casa de sua tia, ela fazia café para os adultos e o Tio João ia pra rua comprar algo, voltava dez minutos depois, trazia  pães doces cobertos por côco ralado adocicado e  garrafas de uma bebida de caju fabricada em Juazeiro do Norte, chamada cajuína São Geraldo,  segundo Zezinho, o melhor refrigerante da face da terra. Estes passeios foram os melhores do mundo, só sabe quem viveu.

Zezinho e os seus irmãos cresceram, viraram humanos guiados pelos ditames universais, aqueles do imaginário dos homens.  Estudaram e passaram a lutar arduamente pelo pão de cada dia. A tia Joventina e o Tio João saíram da rua  do Limoeiro, mesmo assim continuaram as mesmas  visitas.

Zezinho, seus irmãos,  seus pais, Tia Jovem, Tíi João e agora a sua filha, que morava com as suas crias na casa vizinha,  participavam de grandes confabulações. Não faltavam o café, as bolachas lídias, os pães doces, as saborosas  cajuínas e bolos modernos feitos pela sua prima Vicência .

Zezinho sempre fala, que a sua mãe e a tia Joventina, a TITIA, na sua opinião  foram as mais unidas irmãs da face da terra.  

Esta é uma das memórias  do simples Zezinho, que à procura de dias melhores, não sabe se foi a melhor escolha, mudou-se para outras plagas para completar os estudos.

Agradece todos os dias os cuidados de sua mãe  e de sua tia Joventina.  Zezinho sempre fala que tinha três  mães: a sua  mãe uterina, Tia Jovem e Tia Maria Nenzinha, relata também,  que possuía  mais de  quarenta  irmãos, 09 legítimos  e os demais eram  primos. Zezinho foi uma criança, uma verdadeiramente  criança e diz  que jamais deixará ser criança, uma vez que a felicidade é irmã siamesa da infância, prima da adolescência, amiga do  adulto e apenas conhecida dos relacionamentos sociais e financeiros. 

Zezinho foi uma criança feliz, bem acolhida e que  sempre acreditou na família. Zezinho tem certeza, que a sua mãe e a sua tia Joventina  estão confabulando e rindo daqueles encontros da Rua do Limoeiro.

__" Cumade, quando cumpade  Zé vem da serra, será que tá chuvendo por lá?" pergunta Tíi João.

Iderval Reginaldo Tenório

Asa Branca/A Volta Da Asa Branca (Ao Vivo) - YouTube

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YouTube · Luiz Gonzaga - Topic · 8 de nov. de 2014

 

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 Santuário de São Francisco das Chagas – Padre Cícero Juazeiro do Norte |  Melhores Pontos Turísticos

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Histórias do Zezinho, Tia Joventina e Tio João.

Conta Zezinho, que existem fatos na vida, que jamais sairão da memória do ser humano.

Refere que quando criança, em Juazeiro do Norte, Sul do Ceará, era costume de sua mãe visitar nos fins de semanas a sua irmã mais velha, Tia Joventina,  que ele e os seus irmãos chamavam-na  apenas de Titia.

Titia era casada com o Tio João,  um pequeno comerciante de carvão vegetal, naquela época não existiam fogões a gás, nem na casa dos ricos, o Tíi João, como era chamado,  abastecia alguns moradores do bairro vendendo o seu produto  a quilo. Quando chegava em casa tinha que tomar um banho reforçado, como não possuía  chuveiro, o banho era de cuia, a  vida era muito difícil. O  casal tinha três filhos, dois homens e uma mulher, saíram da Serra do Araripe para morar em Juazeiro do Norte, tal qual os pais do Zezinho.

Moravam na Rua do Limoeiro, que ficava próximo ao Seminário dos Capuchinhos, os Padres  Franciscanos, que administravam uma grande Escola e uma Igreja fenomenal, esta congregação  ocupava uma área de terra que possuia campos de futebol, oficinas, áreas de laser e um grande estacionamento  com um muro  em arcos maciços de 3,5 metros de altura, com  parede de  2,5metros de largura, utilizados  para  belos passeios ao redor do Santuário, lembrava muito os Arcos da Lapa  do Rio de Janeiro.

Naquela época, o Bairro dos Franciscanos  era considerado muito longe do bairro que o Zezinho morava, o bairro do Socorro no centro da cidade, considerado um bairro nobre. Foi lá, junto ao bairro da matriz, que teve início o núcleo do município, o embrião da Meca do Cariri e todas as reuniões na luta pela emancipação do Juazeiro do Norte, o famoso movimento que recebeu o nome de Sedição de Juazeiro. Neste bairro morou o Padre Cícero Romão Batista na rua São José,  neste mesmo bairro ele foi sepultado. Os restos mortais encontram-se   no altar da  Igreja de Nossa Senhora do Perpétuo do Socorro,  no Cemitério do Socorro. É também neste cemitério onde encontram-se sepultados os homens e as  mulheres que fizeram  a história do município.

É um bairro importante  para o mundo, pois todos os dias 02 de novembro, o dia de finados,  é visitada por mais de 500mil fiéis, chamados de Romeiros do  meu Padim e por mais de 150mil na Romaria de Nossa Senhora das Candeias. Durante o ano, todos os dias, é visitado por 2mil pessoas e nos dias 20 de cada mês, por 30 a 40 mil,  para participarem presencialmente de  uma grande  missa celebrada por mais de 15 padres, vários bispos do Nordeste e de outras regiões do Brasil. Como é transmitida por diversas rádios, televisões e pela internet,  é assistida por mais de 2milhões de pessoas mundo afora.

Voltando à casa da Tia do Zezinho.

Geralmente a mãe do Zezinho ia para a casa de sua irmã a pé, levava ao seu redor os filhos,  a ninhada era em número de dez, geralmente iam os cinco mais novos,   porém quando o pai de Zezinho estava em Juazeiro do Norte, iam de JEEP, era um dia de festa. O  seu pai era um comerciante de peso no ramo da Farinha de Mandioca para toda a região, divisa do Ceará com Pernambuco. Abrangia a Serra do Araripe, Feira Nova, Exu, Bodocó, Crato e Juazeiro do Norte. O guerreiro  Plantava, fabricava, comprava e vendia a melhor Farinha e a mais apreciada goma  do Nordeste, com a sua atividade passava muito tempo na Chapada do Araripe a orientar os demais moradores, os pequenos agricultores. A sua prioridade era a Escola dos filhos, sobrinhos, irmãos, primos, afilhados, amigos  e muitos  funcionários, dizia que no futuro a força motora perderia a sua importância  e o cérebro seria o senhor absoluto do futuro do mundo. A prosperidade estava atrelada à educação, nem os animais pegariam tanto peso, seriam animais de estimação e para o esporte. Eram as suas palavras: "Estudem, trabalhem, sirvam ao próximo, sejam honestos, não esqueçam da gratidão e tenham compaixão".

A Casa da Tia Joventina  era estreita e comprida, no quintal algumas árvores frutíferas de pequeno porte, como goiabeiras  e laranjeiras, porém, o que chamava a atenção de todos, era uma cacimba estreita e profunda, boca redonda, paredes sem tijolos, tortas e ao fundo se enxergava um espelho d'água, bem distante. Bem distante mesmo, pois a boca da cacimba era maior três ou quatro vezes o tamanho do espelho do fundo,   tanto que a sua mãe e a sua tia tinham muito cuidado quando Zezinho e os seus irmãos  chegavam à  beira deste poço, era uma cacimba funda e torta, disto ninguém esquece. Era comum ouvir as vozes das duas irmãs em uníssono: " Saiam da beira desta cacimba meninos, saiam". Como menino é bicho teimoso, às vezes jogavam uma pequena pedra e esperavam um bom tempo para chegar ao fundo, quando fazia timbungo, todos corriam para dentro de casa.

A filha de sua tia, que era a mais velha dos irmãos, era casada com um outro primo legítmo  do Zezinho, filho de uma das irmãs do seu pai. A moça  tinha a sua própria casa e morava com o seu esposo noutra rua.  O filho mais velho, que Zezinho chamava de Vicente de Titia,  trabalhava com a venda de diversos produtos, de porta em porta em todo o nordeste,  ora ouro legítimo ou banhado, ora  panelas de alumínio, ora roupas, redes e outras mercadorias. O caçula, chamado de  Zé de Titia, trabalhava numa oficina mecânica, provavelmente de automóveis, pois as suas roupas eram sujas de óleos, graxas, tintas, gasolina e querosene, Zezinho se impressionava e perguntava à sua tia como ela lavava aquelas roupas, muitas eram macacões de brim cor de cinza.

Quando eles chegavam à  casa de sua tia, ela fazia café para os adultos e o Tio João ia pra rua comprar algo, voltava dez minutos depois, trazia  pães doces cobertos por côco ralado adocicado e  garrafas de uma bebida de caju fabricada em Juazeiro do Norte, chamada cajuína São Geraldo,  segundo Zezinho, o melhor refrigerante da face da terra. Estes passeios foram os melhores do mundo, só sabe quem viveu.

Zezinho e os seus irmãos cresceram, viraram humanos guiados pelos ditames universais, aqueles do imaginário dos homens.  Estudaram e passaram a lutar arduamente pelo pão de cada dia. A tia Joventina e o Tio João saíram da rua  do Limoeiro, mesmo assim continuaram as mesmas  visitas.

Zezinho, seus irmãos,  seus pais, Tia Jovem, Tíi João e agora a sua filha, que morava com as suas crias na casa vizinha,  participavam de grandes confabulações. Não faltavam o café, as bolachas lídias, os pães doces, as saborosas  cajuínas e bolos modernos feitos pela sua prima Vicência .

Zezinho sempre fala, que a sua mãe e a tia Joventina, a TITIA, na sua opinião  foram as mais unidas irmãs da face da terra.  

Esta é uma das memórias  do simples Zezinho, que à procura de dias melhores, não sabe se foi a melhor escolha, mudou-se para outras plagas para completar os estudos.

Agradece todos os dias os cuidados de sua mãe  e de sua tia Joventina.  Zezinho sempre fala que tinha três  mães: a sua  mãe uterina, Tia Jovem e Tia Maria Nenzinha, relata também,  que possuía  mais de  quarenta  irmãos, 09 legítimos  e os demais eram  primos. Zezinho foi uma criança, uma verdadeiramente  criança e diz  que jamais deixará ser criança, uma vez que a felicidade é irmã siamesa da infância, prima da adolescência, amiga do  adulto e apenas conhecida dos relacionamentos sociais e financeiros. 

Zezinho foi uma criança feliz, bem acolhida e que  sempre acreditou na família. Zezinho tem certeza, que a sua mãe e a sua tia Joventina  estão confabulando e rindo daqueles encontros da Rua do Limoeiro.

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Iderval Reginaldo Tenório

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domingo, 4 de junho de 2023

Histórias de um Cirurgião. SERÁ QUE DEUS É APENAS UMA LENDA?

                                Plano de saúde deve custear cirurgia de segurado com doença grave

                               Os 3 problemas-chave que a medicina teve de superar para tornar cirurgias  seguras e eficazes - BBC News Brasil

                                Histórias de um Cirurgião                   

                         SERÁ QUE DEUS É UMA LENDA?

Tem horas que o ser humano pergunta a si ou a outro ser  humano: Será que Deus existe? será  que é apenas uma lenda? como se explica tantas riquezas nas mãos de poucos e tantas pobrezas  nas mãos de muitos? Como explicar tantas riquezas nas mãos de muitos  desonestos e  poucas nas mãos de muitos  honestos? 

Estas perguntas geram reflexões no seu  inconsciênte,  até o  dia em que,  este indagador depara-se  com a pura certeza que Deus existe,   que é o criador e o responsável por toda a natureza.

Relato de um Cirurgião em pleno ato operatório.

Relata um cirurgião experiente, 58 anos de idade, 33anos  de atividade em emergências e em  procedimentos eletivos. Estudioso da propedêutica e da terapêutica aplicada na clínica médica, propriedades  soberanas na medicina. 

Refere que numa tarde nublada, no Hospital Espanhol da Bahia, ele e a sua equipe colocaram um paciente no Centro Cirúrgico para um procedimento de grande monta. Tratava-se de uma colecistectomia complicada realizada   a céu aberto. 

Ao estudo ultrassonográfico foi evidenciado uma grande massa heterogênea  perivesicular, uma vesícula grande, repleta de cálculos e  paredes grossas, massa  que englobava toda a região. Um quadro de repetição e que a única solução era  a cirurgia.

Primeiro ato:

Paciente bem preparado e sob a tutela de um  grande  anestesista da Bahia, professor renomado, responsável por milhares de anestesistas brasileiros  e dos estrangeiros, chefe incontestável das princinpais residências do Estado. Equipe posta, constituída  do titular, cria de um dos ícones da cirurgia de emergência da Bahia, professor da UFBA e que fez escola em todo o país. O auxiliar, um cirurgião com 25anos  de experiência em emergências,  filho de outro grande cirurgião, o  instrumentadorum interno do sexto ano de medicina.

Segundo ato

Inicia-se o ato operatório, incisão de 15 cm no abdôme, abaixo das costelas, no lado direito, conhecida como Incisão de Koche. Realizado afastamnento dos músculos; pela grandeza da massa, a incisão foi aumentada. No inventário tratava-sde de uma grande massa sem forma, colada ao estomago e ao ângulo hepático do cólon, incluía o duodeno e mergulhava no parênquima hepático.

Silêncio total, a equipe se olha e conversa por um pequeno período, o titular baixa a cabeça, o primeiro assistente também e ficam os três congelados diante do paciente,  este com as vísceras expostas e cobertas por compressas umedecidas, as mãos dos cirurgiões petrificadas  a confabularem dentro do abdome à espera do comando cerebral.

Terceiro ato

Cirurgia parada, toda a equipe plantada e  em silêncio, o mestre anenstesista vendo aquela cena, levanta de sua cadeira, atento, como sempre foi,  calmamente  olha para o titular e pergunta:

 ___O que houve? Por que pararam? O que aconteceu?

O cirurgião, perplexo pelas imagens encontradas, falou para o perqueridor: Dr.Waldeci, o caso é muito sério e nós estamos desorientados, a técnica cirúrgica não funcionará para este quadro, vou utilizar a velha tática, para isto estou me concentrando e pedindo ajuda a um dos  maiores cirurgiões  que a Bahia já teve, e  que faleceu no mes passado, o Dr.A.Pesqueira, como também solicitando o parecer do criador dos céus e da terra, Deus. Sei que eles irão intercerder por este senhor que está na  mesa, o mestre se recolheu, ficou de olhos no paciente e de vez em quando levantava a cabeça para a equipe, numa destas, viu um sorriso nos lábios do titular e brilho nos olhos do dois ajudantes, abaixou a cabeça e num ato de solidariedade  também sorriu, o ambiente mudou de cenário. 

Quarto ato

O quadro teve uma mudança fenomenal, mesmo sem visibilidade, o tato encontrou o pulsar de uma artéria, o limite entre os  órgãos, a localização da vesícula biliar e do canal colédoco, cadencialmente  com aos mãos de Deus e do mestre cirurgião, que o titular trabalhou por mais de 20 anos, a cirurgia transcorreu sem nenhum obstáculos ou sequelas, numa prova cabal para todos que estavam na sala, que foi as mãos de Deus e do grande esculápio falecido dias atrás, que se somaram àquela simples equipe cirúrgica,  trazendo luz e salvando mais uma vida.

No fim do ato operatório, o primeiro ajudante de olhos marejados falou:

 __Doutor, Deus existe. 

Foi assim que três médicos de gerações distintas, um estudante de medicina prestes a colar grau, duas experientes auxiliares de sala  e um cidadão, em busca de sua saúde, entenderam aqueles momentos de aflições passadas por todos e que magistralmente foram conduzidos com sucesso.     

Num  ato fenomenal, os três da equipe  ao olhar um para o outro,  em uníssono expressaram-se :

__Deus existe e está nesta sala a nos conduzir.

O titular e o seu ajudante negam,  porém o grande anestesista jura que viu lágrimas  nos olhos de todas da equipe e tem provas .

São nestes momentos, que o homem tem a certeza da presença do Criador no seu dia a dia e tem-se a certeza que,  todos os médicos que são verdeiramente médicos,  já passaram  por momentos desta envergadura,  e humildemente,  só para si, pedem  a ajuda de Deus e são socorridos. 

Deus não é uma lenda, Deus é tudo neste desconhecido Universo e no infinito Multiverso.

Iderval Reginaldo Tenório

 

J. S. Bach - "Jesus bleibet meine Freude" BWV 147 - YouTube

Johann Sebastian Bach (1685 - 1750)Chorale "Jesus, bleibet meine Freude" from the Cantata "Herz und Mund und Tat und Leben" - mov.
YouTube · The30YearOldVirgin · 11 de jul. de 2008


Segundo o cirurgião, os fatos foram  verídicos. Os nomes sofreram mudanças  para não expor os grandes mestres. ambos  já estão no céu e que o titular guarda memoráveis recodações que ficarão para toda a sua existência.

Aos três: Deus, Dr Waldeci e o Dr A.Pesqueira,  o cirugião  titular tem muita gratidão. 

Feliz é o médico que teve a felicidade de aprender com estes dois mestres da medicina da Bahia e ser conduzido pelo Médico dos médicos em todos os seus anos de atuação.