JULIANO MOREIRA GRANDE PSIQUIATRA
Diferente das homenagens feitas aos que não merecem.
Aqui documento estas singelas palavras a um dos maiores ícones que este Brasil
conheceu e gerou. O Professor Juliano Moreira
Juliano Moreira, apenas Juliano Moreira, negro, pobre,
filho de lavadeira e de acendedor de lamparinas no século XIX.
A condição de negro deveria ser um entrave para sua entrada
em uma Faculdade, principalmente, considerando que a abolição da escravatura só
viria por acontecer em 1888, três anos depois da sua entrada na Faculdade de
Medicina.
Juliano Moreira nasceu em Salvador, Bahia, na antiga
Freguesia da Sé, no dia 6 de Janeiro de 1872, filho de Manoel Moreira do Carmo
Júnior e Galdina Joaquim do Amaral.
Entrou na FAMEB com 14 anos incompletos, Doutorou-se aos 18 anos (1891), com a tese “Sífilis
maligna precoce” e tornou-se professor substituto da FAMEB na seção de doenças
nervosas e mentais aos 23 anos .
Conheceu de 1900 a 1933 praticamente todo o
mundo cientifico .
A sua preparação foi o que o fez chegar a ser o diretor do
Hospício Nacional de Alienados (Rio de Janeiro), primeiro Hospício do Brasil,
onde introduziu práticas que refletiam um profundo conhecimento do campo
psiquiátrico mundial.
Conheceu todo o globo terrestre, foi condecorado no Japão
e em todos os países da Europa e das
Américas, manteve contato com todos os
ícones da Psiquiatria Mundial como Pinel e outros de igual importância.
Confabulou com os maiores dermatologistas e infectologistas da época, realizou
seminários com o grande Gerhard Hansen, que inclusive lamentou a perda do gênio
para a psiquiatria.
Foi um dos maiores ou o maior médico Brasileiro de todos os tempos, foi o recepcionador oficial do grande Albert Einstein quando visitou o
Brasil, inclusive lhe servindo no jantar, o famoso VATAPÁ DA BAHIA com bastante pimenta, diz a literatura que o
grande cientista achou muito bom . Foi o
primeiro Psiquiatra nas Américas a dar crédito às
posições na medicina do mestre Sigmund Freud.
Destacou-se também na área da dermatologia, foi o primeiro
pesquisador a identificar a leishmaniose cutâneo-mucosa, e buscou provar que a
questão racial não motivava as doenças. Explorou a sifilografia e a
parasitologia, além de ter sido membro de diversas sociedades médicas em todo o
mundo.
Foi médico de grandes nomes da época, Lima Barreto, Santo
Dumont e outras celebridades.
Participou da Escola Tropicalista da Bahia e contribuiu
por uma década com o conteúdo da Revista Gazeta Médica da Bahia, com
o cargo de redator principal. Em 1894 fundou a Sociedade de Medicina e
Cirurgia da Bahia e da Sociedade de Medicina Legal da Bahia (1894).
Psiquiatra, ocupou o cargo de diretor no Hospício Nacional
dos Alienados (1903-1930), no Rio de Janeiro. Mudou a estrutura física e
estabeleceu novos modelos assistenciais no interior dos hospícios.
Criou laboratórios dentro dos hospitais e introduziu a
técnica de punção lombar e do exame céfalo-raquidiano como diagnóstico
neurológico.
Criou o Manicômio Judiciário, em 1911.Sua dedicação foi
total e exclusiva para uma revolução psiquiátrica que mudou o perfil de
assistências às pessoas com problemas mentais.
Humanizou os manicômios, aboliu a camisa de força, criou
nova arquitetura para os hospitais psiquiátricos e tudo que hoje é realizado
foi autoria e pensamento do grande Juliano Moreira.
Morou por mais de
28 anos no próprio Hospital no Rio de Janeiro, onde recebia os seus pacientes
na recepção sem segurança .Dizia que os alienados eram doentes iguais aos
outros, quando internados sem as grandes jamais tentaria fugir e ficavam
calmos, quando trancafiados , ficavam agressivos e perigosos.
Conseguiu que as enfermarias fosse abertas, arejadas e com
muita luz, conseguiu que os pacientes fossem internados de acordo com as suas patologias e em enfermarias específicas , exemplo: alcoolista com alcoolista.
O Alcoolismo para o Juliano naquela época, já era considerada uma doença, inclusive de cunho genético e precisava de um tratamento
especial, foi o caso do grande Lima Barreto, que inclusive deixou depoimentos
registrados nos anais do Brasil sobre o professor Juliano e sobre os dias que ficou internados por várias vezes.
Foi demitido em 1930 no Governo do Getulio Vargas. Governo
que inclusive deflagrou a maior caça aos cangaceiros do Nordeste, virando a
primeira página do cangaço , no dia 28 de julho de
1938 em Angico com o fuzilamento do bando de Lampião e a segunda página
no dia 28 de maio de 1940, com a eliminação do Corisco na cidade de Jeremoabo Bahia, enterrado na cidade de Miguel Calmom.
Juliano Moreira morreu na cidade de Correias, Rio de
Janeiro, no dia 2 de Maio de 1933, sem deixar filhos , vitima de uma
tuberculose que lhe acompanhou por mais de 30 anos.
Juliano Moreira faz parte da História da FAMEB, da
Medicina da Bahia e de todos nós Médicos ou não desta terra abençoada.
É com orgulho e
muita satisfação que nós Brasileiros bradamos ao mundo, o Brasil é o pai
deste ícone .
Juliano Moreira, uma estrela da maior grandeza, uma estrela que reverbera
para o mundo todos os seus conhecimentos.
Amigos, não muito diferente da nossa Medicina que hoje peregrina
pela sobrevivência , foi o grande Juliano Moreira com a sua abnegação e
ética, tudo em prol deste Brasil do meu
Deus.
É de bom alvitre e urge cuidado, atenção , preparo, dedicação, destreza, compaixão, amor e muita paciência, para se navegar nestes oceanos obscuros da vida, só quem conhece o futuro , a rebeldia e a bravura destas águas é Criador de todas as coisas. A Humildade , a Ética e a Esperança , as três juntas, ainda são as verdadeiras mães de todos os homens.
Iderval Reginaldo Tenório
Crm
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Juliano Moreira nasceu em uma família pobre, no dia 6 de janeiro de 1873, em Salvador. Muito jovem, em 1886, entrou na .