O blog foi criado para a cultura. Mostra o quanto é importante o conhecimento.Basta um click no artigo. Centro Médico Iguatemi,310.CLINICA SÃO GABRIEL LTDA- 33419630 33425331Participe ,comente, seja seguidor. DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO , 1954 , JUAZEIRO DO NORTE -CEARÁ. 08041988lgvi.1984 CHEGOU EM SALVADOR COM 18 ANOS , MEDICINA NA UFBA. CIRURGIÃO GERAL. driderval@bol.com.br
ACESSEM DO AMIGO E RADIALISTA PERFILINO NETO O SEU SITE DE MUSICA eradoradio.com.br
A comida do dia a dia . Feijão, Arroz, Frutas, carnes, verduras leite..
A alimentação do brasileiro é completa, não precisa
importar alimentos sofisticados e nem comprar suplemento sem avaliação médica ou com nutricionista.
É prejudicial seguir os midiáticos da internet, muito se
dizem médicos e nutricionistas, outros são artistas que fazem propagandas pensando apenas no bolso,
mentem muito e falam o que não sabe sobre determinados produtos.
Cuidado com os vendedores irresponsáveis de diversos
canais de televisão, quando anunciam e vendem remédios, vitaminas, comidas, colchões,
óculos e aparelhos diversos.
Muito cuidado com esteschamados de INFLUENCIADORES, que anunciam produtos diversos. Claro que existem
os sérios, porém mais de 80% são aventureiros e sem responsabilidade.
Médicos e nutricionitas, verdadeiramente médicos e nutricionistas, não se arriscam nesta
mídia plural e enviesada para o vil metal. Eles têm compromissos com a ciência, com a verdade, são responsáveis e além da consciência, são inscritos nos seus Conselhos( Regional e Federal) e para falar o que sabe, estudaram muito.
A Resposta do Jeca de Catulo da Paixão Cearense para o imortal Ruy Barbosa.
HISTÓRIA DAS ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS DO BRASIL
1910
Em 1910 o
senador RUY BARBOSA, grande
baiano,lançou a sua candidatura àPresidência da Republica e foi derrotado pelo o gaúcho de SÃO GABRIEL,marechalHERMES
RODRIGUES DA FONSECA, filho de um alagoano, o marechal HERMES ERNESTO DA FONSECA.
Em plena
campanha,em 1909, no púlpito do senado, num
discurso inflamado sobre o voto do analfabeto e baseado na Lei Saraiva, de 1881,
da qual foi o relator, o Senador Ruy
Barbosa falou que o roceiro, o homem do
campovivia no ócio com a mão debaixo
do queixo, era um indolete. O seu voto não tinha o mesmo peso do homem alfabetizado, era
um voto de cabresto.
O voto do capiau era o voto do patrão, do
coronel do café comleite e da cana de
açúcar, era o voto do medo e da subserviência.
CATULO DA PAIXÃO CEARENSE,
seu amigo do peito, vendo o seu candidato
numa atitude politicamente incorreta, pois unformava que o candato tem
que falar o que o povo quer, tem usar palavtas que agradem ao maior
numero de pessoas , não pode ferir nenhum segmento social e vaticinou a
derrota do culto senador. Enviou uma carta ao grande senador, intitulada : "A RESPOSTA DO JECA" .
Salvador, 29 de Ju7nho de 2024
Iderval Reguinaldo Tenório
A Resposta do Jeca de Catulo da Paixão Cearense
Seu dotô, venho dos brêdo, Só pra mode arrespondê Toda aquela fardunçage Qui vancê foi inscrevê!
Num teje vancê jurgano Qui eu sô argum cangussú! Num sô não, Seu Conseiêro. Sô norte, sô violêro e vivo naquelas mata, como veve um sanhaçu! Vassucê já mi cunhece: Eu sô o Jeca Tatu!
Cum tôda essa má piáge, Vassucê, Seu Senadô, Nunca, um dia, se alembrô, Qui, lá naquelas parage, A gente morre de fome E de sêde, sin sinhô!
Vassuncê só abre o bico, Pra cantá, como um cancão, Quano qué fazê seu ninho, Nos gáio duma inleição!
Vassuncê é um Senadô, É um Conseiêro, é um Dotô, É mais do qui um Imperadô, É o mais grande cirdadão, Mais, porém, eu lhi agaranto, Qui nada disso siría, Naquelas mata bravia, Das terra do meu Sertão.
Priguiçôso? Maracêro? Não sinhô, Seu Conseiêro!
É pruquê vancê nun sabe O qui seja um boiadêro Criá cum tanto cuidado, Cum amô e aligria, Umas cabeça de gado... E, dipôis, a impidimia Carregá tudo, cos diabo, In mêno de quato dia!...
É pruquê vancê nun sabe O trabáio disgraçado Qui um home tem, Seu Dotô, Pra incoivará um roçado... E quano o ôro do mío Vai ficano inbunecado, Pra gente, intoce, coiê, O mío morre de sêde, Pulo só isturricado, Sequinho, como vancê!
É pruquê vancê nun sabe O quanto é duro, um pai sofrê, Veno seu fio crescendo, Dizeno sempre: Papai, vem mi insiná o ABC!
Eu trabáio o ano intero, Somente quando Deus qué! Eu vivo, no meu roçado, Mi isfarfando, como um burro, Pra sustentá oito fio, Minha mãe, minha muié!
Minha muié tá morrendo, Só pru farta de mezinha! E pru farta de um dotô! Minha fia, qui é bunita, Bunita, como uma frô, Seu Dotô, nun sabe lê!
E o Juquinha, qui inda tá Cherano mêmo a cuêro, E já puntêia uma viola... Si entrasse lá, pruma iscola, Sabia mais que vancê!
Eu sei que sô um animá, Eu nem sei mêmo o que eu sô. Mais, porém, eu lhe agaranto Qui o qui vancê já falô, E o qui ainda tem de falá, O qui ainda tem de inscrevê, Todo, todo o seu sabê, E toda a sua saranha... Não vale uma palavrinha, Daquelas coisa bunita, Qui Jesuis, numa tardinha, Disse, inriba da montanha!..
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A MATERIA COMPLETA , PARA OS INTERESSADOS.
A Resposta do Jeca de Catulo da Paixão Cearense
Seu dotô, venho dos brêdo, Só pra mode arrespondê Toda aquela fardunçage Qui vancê foi inscrevê!
Num teje vancê jurgano Qui eu sô argum cangussú! Num sô não, Seu Conseiêro. Sô norte, sô violêro e vivo naquelas mata, como veve um sanhaçu! Vassucê já mi cunhece: Eu sô o Jeca Tatu!
Cum tôda essa má piáge, Vassucê, Seu Senadô, Nunca, um dia, se alembrô, Qui, lá naquelas parage, A gente morre de fome E de sêde, sin sinhô!
Vassuncê só abre o bico, Pra cantá, como um cancão, Quano qué fazê seu ninho, Nos gáio duma inleição!
Vassuncê, qui sabe tudo, É capaiz de arrespondê Quando é que se ouve, Nos mato, O canto do zabelê?
Em qui hora é qui o macuco Se põe-se mais a piá? E quando é que a jacutinga Tá mio de se caçá? Quando o uru, entre as foiage, Sabe mais asubiá?
Qualé, de todas as arve, A mais derêita, inpinada? A qui tem o pau mais duro, E a casca mais incorada?
Hem?
Vancê nun sabe quá é A madêra qui é mais boa, Pra se fazê uma canôa!
Vancê, no meio das tropa, Dos cavalo, Seu Dotô, Oiano pros animá, Sem vê um só se movê, Num é capáiz de iscuiê Um cavalo iquipadô!
Eu quiria vê vancê, No meio de uma burrada, Somente pur um isturro, Dizê, em conta ajustada, Quantos ano, quantas manha, Quantos fio tem um burro!
Vancê só sabe de lêzes, Qui si faiz cum as duas mão! Mais, porém, nun sabe as lêzes Da Natureza, e qui Deus Fêiz pra nóis, cum o coração!
Vancê nun sabe cantá, Mais mió qui um curió, Gemeno à bêra da istrada! Vancê nun sabe inscrevê, Num papé, feito de terra, Quano a tinta é o do suó, E quano a pena é uma inxada!
Se vancê nun sabe disso, Num pode me arrespondê: Óia aqui, Seu Conseiêro: Deus nun fêiz as mão do home, Somente pra ele inscrevê
Vassuncê é um Senadô, É um Conseiêro, é um Dotô, É mais do qui um Imperadô, É o mais grande cirdadão, Mais, porém, eu lhi agaranto, Qui nada disso siría, Naquelas mata bravia, Das terra do meu Sertão.
A miséria, Seu Dotô, Tombém a gente consola. O orgúio é qui mata a gente! Vancê qué sê persidente? Eu sô quero ser... Rocêro e tocadô de viola!
Você tem todo dereito De ganhá cem mil pru dia! Pra mió podê falá. Mais, porém, o qui nun pode É a inguinorânça insurtá, A gente, Seu Conseiêro, Tá cansado de isperá!
Vancê diz que a gente Véve cum a mão no quêxo, Assentado, sem fazê causo das coisa Qui vancê diz no Senado. E vassuncê tem razão! Si nóis tudo é anarfabeto, Cumo é que a gente vai lê Toda aquela falação?
Priguiçôso? Maracêro? Não sinhô, Seu Conseiêro!
É pruquê vancê nun sabe O qui seja um boiadêro Criá cum tanto cuidado, Cum amô e aligria, Umas cabeça de gado... E, dipôis, a impidimia Carregá tudo, cos diabo, In mêno de quato dia!...
É pruquê vancê nun sabe O trabáio disgraçado Qui um home tem, Seu Dotô, Pra incoivará um roçado... E quano o ôro do mío Vai ficano inbunecado, Pra gente, intoce, coiê, O mío morre de sêde, Pulo só isturricado, Sequinho, como vancê!
É pruquê vancê nun sabe O quanto é duro, um pai sofrê, Veno seu fio crescendo, Dizeno sempre: Papai, vem mi insiná o ABC!
Si eu subesse, meu sinhô, Inscrevê, lê e contá, Intonce, sim, eu havéra Di sabê como assuntá! Tarvêis vancê nun dexasse O sertanejo morrendo, Mais pió qui um animá!
Pru módi a puliticaia, Vancê qué qui um home saia Do Sertão, pra vim... votá?... In Juaquim, Pêdo, ou Francisco, Quano vem a sê tudo iguá?...
Priguiçôso? Madracêro? Não!.. Não sinhô, Seu Conseiêro!
Vancê nun sabe di nada! Vancê nun sabe a corage Qui é perciso um home tê, Pra corrê nas vaquejada! Vossa Incelênça nun sabe O valô di um sertanejo, Acerano uma queimada!
Vamicê tem um casarão! Tem um jardim, tem uma cháca. Tem um criado de casaca E ganha, todos os dia, Quer chova, quer faça só, Só pra falá... cem mirré!
Eu trabáio o ano intero, Somente quando Deus qué! Eu vivo, no meu roçado, Mi isfarfando, como um burro, Pra sustentá oito fio, Minha mãe, minha muié!
Eu drumo inriba de um côro, Numa casa de sapé! Vancê tem seu... ortromóvi! Eu, pra vim no povoado, Ando dez légua, de pé!
O sór, têve tão ardente, Lá pras banda do sertão, Qui, in meno de quinze dia, Perdi toda a criação!
Na semana retrasada, O vento tanto ventô, Qui a paia, qui cobre a choça, Foi pus mato... avuô!
Minha muié tá morrendo, Só pru farta de mezinha! E pru farta de um dotô! Minha fia, qui é bunita, Bunita, como uma frô, Seu Dotô, nun sabe lê!
E o Juquinha, qui inda tá Cherano mêmo a cuêro, E já puntêia uma viola... Si entrasse lá, pruma iscola, Sabia mais que vancê!
Priguiçôso? He... Madracêro? Não... Não sinhô, Seu Conseiêro!...
Vancê diga aus cumpanhêro, Qui um cabra, o Zé das Cabôca, Anda cantano esses verso, Qui hoje, lá no Sertão, Avôa, de boca em boca:
(cantado)
Eu prantei a minha roça, O tatu tudo cumeu! Prante roça, quem quisé, Qui o tatu, hoje, sou eu!
Vassuncê sabe onde tá o buraco Adonde véve o tatu esfomeado? Han?... Tá nos paláço da Côrte, Dessa porção de ricaço, Qui fêiz aquele palaço, Cum sangre do disgraçado!
Vancês tem rio de açude, Tem os dotô da Ingêna, Qui é pra cuidá da saúde... E nóis?... O qui tem? Arresponda!
No tempo das inleição, Qui é o tempo da bandaiêra, Nós só tem uma cangaia, Qui é pra levá todas porquêra, Dos Dotô Puliticáia!...
Sinhô Dotô Conseiêro, De lêzes, eu nun sei nada! Meu derêito é minha inxada, Meu palaço é de sapé! Quem dá lêzes pra famía É a minha boa muié!
Vancê qué ser persidente? Apois, seja! Apois seja, Meu Patrão! A nossa terra, o Brasí, Já tem muita inteligênça, Muito home de sabença, Qui só dá pra... ó, ispertaião! Leva o Diabo, a falação! Pra sarvá o mundo intêro, Abasta tê... coração!
Prus home di intiligênça, Trago comigo essa figa: Esses home tem cabeça. Mais, porém, o qui é mais grande Do que a cabeça... é a barriga!
Seu Conseiêro... um consêio: Dêxe toda a birbotéca dos livro! E, se um dia, vancê quisé Passá ums dia de fome, De fome e, tarvêiz de sêde, E drumi lá, numa rêde, Numa casa de sapê,
Vá passá comigo uns tempo, Nos mato do meu sertão, Que eu hei de lhe abri a porta Da choça... e do coração!
Eu vorto pros matagá... Mais, porém, oiça premêro: Vancê pode nos xingá, Chamá nóis de madraçêro. Purquê nóis, Seu Conseiêro, Nun qué sê mais bestaião! Não!.. Inquanto os home di riba Dexá nóis tudo mazombo, E só cuidá dos istombo, E só tratá di inleição...
Seu Conseiêro hái de vê, Pitano seu cachimbão, O Jeca-Tatu se rindo, Si rindo... cuspindo Sempre cuspindo, Co quêxo inriba da mão!
Eu sei que sô um animá, Eu nem sei mêmo o que eu sô. Mais, porém, eu lhe agaranto Qui o qui vancê já falô, E o qui ainda tem de falá, O qui ainda tem de inscrevê, Todo, todo o seu sabê, E toda a sua saranha... Não vale uma palavrinha, Daquelas coisa bunita, Qui Jesuis, numa tardinha, Disse, inriba da montanha!..
Filho de
Teresa Vieira[2][3]
e do português Manuel Teixeira Guimarães, com o
falecimento do pai em 1891 a mãe casou-se novamente,
transferindo-se com a família para o Recife. Começou a tocar
viola na infância, por influência dos cantadores e violeiros
locais.
Brasil, um
paísidealizado para ser explorado e
vilipendiado, um país que nasceu com o intuito de não crescer, de não ter alma
e para que a suas riquezas fossem exauridas pelo resto do mundo, notadamente os
Europeus que aqui aportaram e os apadrianhados do rei de D.João VI que, por
intermédiodas capitanias hereditárias
foram presenteados com milhares de glebas de terra.
Um
país planejado para não ter coesão entre os seus habitantes por
séculos, um país eivado de todos os tipos de preconceitos, um país em
que ser índio, negro ou deles descendentes são motivos mais do que
suficente para circular à margem da civilização, este é o país do hoje,
fruto de todas as atrocidades sociais do país do ontem. O país dos 20%
megulhados na riqueza e dos 80% sem vida digna, saúde, educação,
segurança e respeito.
É o único
país do mundo ligado ao mercantilismo leonino e ao extrativismo secular, um
aglomerado de pessoasque tem o seu nome
oriundo de uma mercadoria,o pau
Brasil, que significaextrativismo
vegetal, matança das florestas, dos gentílicos, para ocupar as suas terras, e
para produzir sob a chibata, no lombo dos escravos, para abastecer osusurpadores civilizados.
Aexploração foi tão severa,que ainda,em pleno século XXI,não se
firmou como uma nação, continua sendo propriedade das elites endógenas e
exógenas, tanto da direita comoda
esquerda. Elite da esquerda,que na
verdade também é da direita, etem
ocapitalismo a seu beneficioe a benefício dos seus. Sãoamontoados de homens que propagam e
encenammentirosasaçõessociais para enganar e ludibriaro seu sofrido povo, osseus
governadostrabalhadores sem voz. Povo
esteque caminha mansamente sem coesão
e apassos lentos paraconstituiruma nação, imagine quando será uma democracia,se nem raízes este povo conseguiupossuir desde 1500.
A esquerda
caviar brasileira a se fundir com a direita capitalista, ano após ano,
juntas,minam os cofres públicos em seus
benefícios,têm nas tetas da viúva os
seus infindáveis, nababescos e vergonhosossustentos, como também as rédias do poder. Os antes pobres
pseudoesquerdistas, hoje fazem parte das elites ricas e políticas, fruto de
ações contra o erário público, mostrando que ao chegar nas elites ou nos seus
quintais, passam a se comportar como siameses. Sobra dinheiro sujo nas suas
contas e nos seus buchos, e faltam pão, escola, saúde, segurança e respeito
para os outros80% que ficam abaixo do
ápice da pirâmide social e que são presenteados com circo e circo.
Os
congeladores e as dispensas dos dirigentes, quase todos pseudo socialistas,
estão abarrotadas de comestíveis do mais alto valor, enquanto falta até a
farinhanos lares dos trabalhadores,
tudo pago pelo suor e pelo sanguedo
povo.
É
vergonhoso. O pior é queainda possuem
apoiadores eidólatras, que funcionam
como combustíveisa alimentar as
desfaçatez cometidas pelosproprietários
e donos da pseudo nação.
Adentrou à sala claudicando, isto é, mancando. O
dedão do pé direito não lhe dava apoio no andar. Ao pisar com este pé, a
face logo demonstrava prenúncio e a concretização de uma indesejável dor.
O paciente era uma criança de 03 anos e meio
de idade, bem vestida, cabelos impecavelmente cortados e em uso de uma alpercata
azul, de puro couro. Sentado no colo da mãe, não se acanhou em contar a sua
história, apesar da pouca idade expressava-se muito bem. Firme e consciente
declarou:
"Na praia, pisei num capinzal e ao
chegar em casa, o dedo já estava doendo, não posso andar direito".
Falei para o menino que os pés são órgãos
importantes, tudo nele é fundamental para se locomover, principalmente o
calcanhar e os cinco dedos, notadamente o dedão, eles são chamados de
artelhos ou pododáctilos. O primeiro dedo do pé, o dedão, é o
único que tem nome próprio e é chamado de hálux, os demais recebem um
estranho nome: segundo, terceiro, quarto e quinto pododáctilo ou artelho.
Coloquei o corajoso menino sentado e depois deitado
na maca, parecia que estava num parque. Encontrava-se alegre e desembaraçado, porém mancando, falei
que ia olhar o machucado.
Deitado e sem a alpercata azul apontou para o dedo que estava doendo. Falei
que não iria aplicar injeção e nem iria apertá-lo, apenas iria examinar, olhar
e observar, se fosse preciso iria falar com o seu dedão e pedir para o
mesmo dormir um pouco, o menino concordou. Aqui no consultório tenho amigos de
todas as idades, o médico não pode e nem deve mentir ou enrolar os
seus amigos, este relacionamento é sagrado, é o alicerce para firmar confiança
e respeito.
Ao examinar encontrei um dedo edemaciado, isto é,
inchado. No peito do dedo, que se encontrava quente, avistei
uma pequena bolha amarela esverdeada,
halo vermelho e um ponto preto no centro, como se fosse um
olho mirando este mortal. Pisquei os olhos para o dedo e falei para a criança
que já sabia qual era o problema, apenas precisávamos combinar com o Hálux o
que deveria ser feito, o menino aceitou o convite.
Entrei em ação, solicitei que me ajudasse a
pedir ao seu dedo que dormisse por um pequeno tempo e quando
acordasse estaria bom.
Juntos, Eu e o corajoso menino, falamos com o
dedo hálux e este aceitou o nosso pedido,
porém com uma ressalva: “Não quero sentir dor”. Dei um banho com água e
sabão de côco, depois usei álcool a 70% e um antisséptico. Peguei uma pinça
pequena e toquei no dedo, porém num lugar distante do machucado, o menino de
imediato falou:
"Doutor Iderval, ele já está domindo, não está
doendo"
Sem anestésico e sem seringa, peguei uma fina
agulha, daquelas bem fininha e pequena. Ele de olhos abertos e sem medo
falou:
"Doutor, ele dormiu"
Com a ponta fina da agulha, isto é, com um
bisel afiado, rompi a pequena bolha, a pressão interna liberou não mais
do que uma gota de secreção esverdeada, chamada de pus, com ela a ponta de um
pequeno espinho. Retirei, coloquei numa gaze e presenteei a criança. Ele olhou
e deu um sorriso ao avistar a pontinha preta do espinho que
estava no seu dedo. Lavei delicadamente mais uma vez, enxuguei e coloquei uma
bandagem sem comprimir o dedão chamado de Hálux.
O menino sentou numa cadeira, a mãe na outra e a
tia ficou a observar. Pedi para o mesmo pisar, o mesmo levantou, pisou firme no
chão, calçou a bela alpercata e disse alegremente:
"Doutor Iderval, o meu dedão, o Hálux, ainda está
dormindo".
Foi prescrito um antibiótico por três ou quatro
dias, como a criança estava em dia com a
vacina contra o tétano, foi dado a alta para casa.
Cinco dias depois o menino voltou alegre,
saltitante e pisando firme. De imediato falou:
"Doutor o meu dedão está acordado, mas não
está doendo, obrigado".
Esta criança, mesmo com os seus sete anos de idade,
é um exímio desenhista. Já é um artista
promissor e gosta muito de estudar. Mostrou no ato operatório que é um cidadão
centrado, paciente, seguro e predestinado ao sucesso nos atos sociais e
profissionais da vida.
Vou deixar aqui o seu nome: Coragem, resiliência,
exemplo e segurança, resumindo: UM SER HUMANO QUE ORGULHARÁ ESTE PAÍS.