UM SIMPLES NORDESTINO
CEARENSE- PERNAMBUCANO, BAIANO, SERRANO E ICASIANO
Caros, nem todos os cidadãos do mundo tem a felicidade de nascer com todos os seus apetrechos nos devidos lugares. Muitos lamuriam-se contra o Criador e contra si próprio, e acham que é um peso a maneira de encarar a tão formidável dádiva recebida de Deus, A VIDA.
A diversidade humana é infinita. Apesar de todos possuírem a mesma cantilena anatômica, a mesma quantidade de órgãos e guardadas proporcionalmente as medidas e distâncias, um nasce completamente diferente do outro, até dentro da mesma família. Exemplo maior é este mortal que escreve esta insignificante história. É raro o paciente, a pessoa ou o amigo que me conhece não realizar muitas indagações, tanto por curiosidades ou por esperar as minhas respostas, uma vez que antes de responder, todos já sabem de onde venho devido o jeito, o sotaque e a cara que possuo, pois carrego por fora e por dentro uma verdadeira caricatura dos longínquos interiores do nordeste.
A pergunta mais frequente é :
" Doutor, qual o seu interior do nordeste". Esta indagação sempre vem recheada com um pequeno sorriso, de pronto respondo:
" Eu sou filho da capital do sul do Ceará e da mais abençoada chapada do Brasil, lá no meu pernambuco e no meu Ceará", deixo no ar a sua conclusão. Posteriormente complemento, a Serra é a Chapada do Araripe. Lá nasceram os três homens do século do Nordeste: Luiz Gonzaga, Padre Cícero Romão Batista e o Patativa do Assaré e por onde peregrinaram o Padre Ibiapina e o Frei Damião de Bozano, os três religiosos em fase de beatificação, depois mostro a grandeza do nosso torrão. Falo entusiasmado do nosso Cariri, do Crato, do Juazeiro do Norte, de Barbalha e da nossa Serra do Araripe. O interlocutor com entusiasmo emenda " Doutor porque tanto carinho e autenticidade por sua Terra"? aí eu complemento, que é pelo povo, pelas tradições, pelas riquezas culturais, pelos amigos e pela família, o maior estribo que um homem pode ter, os outros são consequências.
Termino com a seguinte expressão mostrando todo o amor pelo arrebol que nasci.
" Amigo, aqui eu sou cabeção, baixinho, buchudo, feio, fuinha, zoiúdo, ureúdo, branquelo, inhaquento, fei pra danar e lá amigo velho, sou alto, cabeçinha, moreno, educado, elegante, alto, cheiroso, bonito e até mesmo inteligente, lá eu sou gente"
Com este preâmbulo dou início a mais uma amizade nesta abençoada terra chamada Bahia, que tão bem soube, sabe e continuará sabendo acolher este simples mortal nascido na divisa do Ceará com Pernambuco, no topo da SERRA DO ARARIPE.
Não poderia ser diferente e nem ter nascido noutro lugar do planeta, aliás eu já falei para o Criador: se eu tiver de nascer outra vez, que eu nasça no mesmo arrebol, que nasça filho de dona Tonha e seu Zé Miguel, que tenha os mesmos irmãos e amigos, que faça a mesma trajetória de vida e que mais uma vez a Bahia me aceite como filho, como já aconteceu, pois sou cidadão Camaçariense e Soteropolitano.
Depois dizem que eu sou bairrista, como viram não sou e por último me perguntam: "O senhor torce pelo Bahia ou pelo Vitória" ? Na bucha respondo, torço pelos dois, gosto dos dois, pois quando os dois estão bem, ganham todos. Ganha a mídia, os guardadores de carros, os taxistas, os vendedores de roupas, bandeiras e comidas, os borracheiros até mesmo os amigos do alheio ganham, aqui e acolá subtraem dos torcedores alguns objetos, agora torcer, torcer mesmo é pelo meu querido ICASA DE JUAZEIRO DO NORTE, o único time do mundo que em apenas dez anos de fundado foi OCTACAMPEÃO, DE 1965 A 1972, interruptamente.
Bairrista!? EU!?, eu não, eu não sou não, eu sou ex-aluno do Grupo Padre Cícero, ex-aluno Salesiano, ex- aluno Ginasio Municipal, ex-aluno Moreira de Souza, ex-aluno da maior professora de matemática, Dona Quininha, e do maior professor de química do Brasil, Dr. Santana, inclusive são irmãos. Bairrista, Eu, jamais, eu sou é do Cariri Cearense e da Serra do Araripe.
Iderval Reginaldo Tenório
2 comentários:
Temos algo em comum, somos icasianos (Benė)
Eitaaaaa texto profundo e bonito de se vê ou melhor dizendo: lê. Legítimo cearense. Parabéns! Sandrinha
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