segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Ceará tem 23 açudes secos e 45 em volume morto

                                                                  
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Ceará tem 23 açudes secos e 45 em volume morto

14:26 · 14.08.2016 / atualizado às 14:36 · 14.08.2016 por
BANABUIU SECA


Açude de Banabuiú: com menos de 1% de sua cota máxima

Banabuiú. A semana se encerrou com 45 açudes em volume morto e outros 23 completamente secos. Os dados são do monitoramento realizado pela Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogrh) na última sexta-feira (12).
Na última semana, a Cogerh informou que o açude Batente, em Ocara, e o Poço do Barro, em Morada Nova, entraram em volume morto. Já o Serafim Dias, em Mombaça, passou a ser considerado seco. Outros 126 reservatórios estão com volume abaixo de 30%. Apenas um, o Quandú, em Itapipoca, está com volume acima de 90%.
De acordo com a Cogerh, o volume total acumulado nos 153 açudes monitorados é de 2,07 bilhões m³ (11,08 %).
Confira a relação:
Açudes em volume morto
 Amanary ,Barragem do Batalhão, Batente ,,Bonito ,Broco     Canafístula ,  Capitão Mor   ,  Carnaubal ,Castr,o Catucinzenta, Cedro ,Cipoada ,Cupim, Ema, Faé, Farias de Sousa , Fogareiro, Forquilha,Frios, Gerardo Atimbone, Jenipapeiro ,Jenipapeiro  II    João Luís  ,  Martinópole, Mons. Tabosa, Monte Belo ,Parambu, Penedo ,Pentecoste  , Poço da Pedra ,   Poço do Barro, Pompeu Sobrinho ,  Premuoca  , Riacho da Serra, Riacho do Sangue ,Salão   Santo Antônio  , Santo Antônio de Russas ,ão Domingos II, São José II, Sitios Novos  ,  Tejuçuoca ,   Trapiá II   , Várzea da Volta , Várzea do Boi
Açudes secos Adauto Bezerra ,Barra Velha ,Carão, Carmina, Desterro ,Escuridão, Favelas ,Forquilha II ,Jerimum, Madeiro, Nova Floresta, Pau Preto ,Pirabibu, Potiretama , Quixeramobim, Santa Maria de Aracatiaçu ,São Domingos   ,São José I ,São Mateus, Serafim, Dias Sousa ,Umari ,Vieirão
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domingo, 14 de agosto de 2016

AS SECAS DE 1877, 1915 E A DE 1932 E OS CAMPOS DE CONCENTRANÇÃO NO CEARÁ, CONHEÇAM, ESTUDEM

                                                                 


                                                                                   
                                                                        
1877/1915 E 1932 ,EU NASCI NESTE PEDAÇO DO BRASIL.

Brasil, Curiosidades, Imagens, Século XIX A grande seca do Nordeste
* Por Talita Lopes Cavalcante



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Foto de uma das vítimas da Grande Seca, Ceará, 1878. Foto de Joaquim Antônio Correia, “Vítimas da Grande Seca”, Albúmen, Carte de Visite, 9 X 5,6 cm, Ceará, CA. 1878. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil.
Das grandes secas que assolaram o Brasil, uma das mais graves e lembradas foi aquela que compreendeu os anos de 1877 à 1879, ficando conhecida como a grande seca do Nordeste. Foram quase três anos seguidos sem chuvas, com perda de plantações, mortes de rebanhos e miséria extrema. A situação foi tão desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar para outros estados, promovendo uma onda de imigrações.
O cenário ficou cada vez mais caótico, principalmente quando os retirantes chegaram em outras cidades e estados. Devido à miséria extrema das pessoas que chegavam, os moradores locais temiam saques no comércio e armazéns. Além disso, as cidades para as quais as vítimas da seca se dirigiam começarama ficar cada vez mais apinhadas de flagelados. Fortaleza, por exemplo, converteu-se na capital do desespero. De 21 mil habitantes pelo censo de 1872 passaram a ter 130 mil.

Somando-se ao quadro caótico, os rebanhos de animais sobreviventes sucumbiram diante da ação de zoonoses, furtos, fome e sede. A flora e a fauna da região praticamente desapareceram. Por fim, para completar o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. Finalmente
 o governo imperial enviou ao Nordeste uma comissão de engenheiros para a perfuração de poços, construção de estradas de ferro e armazenamentos de água, para assimresolver o grande problemada seca.

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Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará – Brasil. Foto: autor desconhecido, Biblioteca Nacional.

Curiosidade:
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o Estado mais atingido foi Ceará. O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender “até última joia da Coroa” para amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu,
porém enviou engenheiros para a construção de poços.
Alguns anos depois da primeira grande seca no século XIX, em 1915 um novo episódio assolou o sertão nordestino. Mais uma vez, a nova seca fez com que diversos nordestinos migrassem para as grandes cidades, porém, ao contrário do primeiro episódio, o governo cearense resolveu se precaver de uma maneira desumana. Desta feita, o governo criou os primeiros currais humanos, campos de
concentração em regiões separadas por arames farpados e vigiadas 24 horas por dia por
soldados para confinar as almas nordestinas retirantes castigadas pela seca.


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Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados, publicada no
 Jornal O POVO, em 16/04/1932.

A oeste da cidade de Fortaleza foi erguido, então, na região alagadiça da atual Otávio Bonfim, o primeiro campo de concentração brasileiro. Ali ficaram confinadas cerca de 8 mil pessoas com alimentação e água controladas e vigiadas pelos soldados do Exército. Naquele mesmo ano de 1915, após incentivos  para que os retirantes migrassem para a Amazônia, o curral humano foi desativado. Cerca de 17 anos mais tarde, em 1932, foi a vez de reabrir o campo de concentração de  Otávio Bonfim e criar novos currais humanos. Naquele ano, outra grande seca castigou novamente
o sertão nordestino, fazendo com que, mais uma vez, milhares migrassem para os grandes
centros urbanos. Após dezessete anos, nem o governo federal, nem os governos estaduais haviam se precavido para diminuir os efeitos da seca e a solução, novamente desumana, passou a ser a criação  e ampliação dos campos de concentração nordestinos

sábado, 13 de agosto de 2016

A grande seca do Nordeste

A grande seca do Nordeste

Brasil, Curiosidades, Imagens, Século XIX A grande seca do Nordeste
* Por Talita Lopes Cavalcante


Uma criança magra pela fome que fora causa pela grande seca.
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Foto de uma das vítimas da Grande Seca, Ceará, 1878. Foto de Joaquim Antônio Correia, “Vítimas da Grande Seca”, Albúmen, Carte de Visite, 9 X 5,6 cm, Ceará, CA. 1878. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil.

Das grandes secas que assolaram o Brasil, uma das mais graves e lembradas foi aquela que compreendeu os anos de 1877 à 1879, ficando conhecida como a grande seca do Nordeste. Foram quase três anos seguidos sem chuvas, com perda de plantações, mortes de rebanhos e miséria extrema. A situação foi tão desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar para outros estados, promovendo uma onda de imigrações.

O cenário ficou cada vez mais caótico, principalmente quando os retirantes chegaram em outras cidades
 e estados. Devido à miséria extrema das pessoas que chegavam, os moradores locais temiam saques no comércio e armazéns. Além disso, as cidades para as quais as vítimas da seca se dirigiam começaram
a ficar cada vez mais apinhadas de flagelados. Fortaleza, por exemplo, converteu-se na capital do desespero. De 21 mil habitantes pelo censo de 1872 passaram a ter 130 mil.

Somando-se ao quadro caótico, os rebanhos de animais sobreviventes sucumbiram diante da ação de zoonoses, furtos, fome e sede. A flora e a fauna da região praticamente desapareceram. Por fim, para completar o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. Finalmente
 o governo imperial enviou ao Nordeste uma comissão de engenheiros para a perfuração de poços, construção de estradas de ferro e armazenamentos de água, para assim resolver o grande problema
da seca.
Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará - Brasil. Foto: autor desconhecido, Biblioteca Nacional.
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Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará – Brasil. Foto: autor desconhecido, Biblioteca Nacional.
Curiosidade:
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o Estado mais atingido foi Ceará.
 O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender “até a última joia da Coroa” para
 amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu, porém enviou engenheiros para a
 construção de poços.

Alguns anos depois da primeira grande seca no século XIX, em 1915 um novo episódio assolou o sertão nordestino. Mais uma vez, a nova seca fez com que diversos nordestinos migrassem para as grandes cidades, porém, ao contrário do primeiro episódio, o governo cearense resolveu se precaver de uma maneira desumana. Desta feita, o governo criou os primeiros currais humanos, campos de
concentração em regiões separadas por arames farpados e vigiadas 24 horas por dia por
soldados para confinar as almas nordestinas retirantes castigadas pela seca.
Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados, publicada no Jornal O POVO, em 16/04/1932
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Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados, publicada no
 Jornal O POVO,
 em 16/04/1932.
A oeste da cidade de Fortaleza foi erguido, então, na região alagadiça da atual Otávio Bonfim,
 o primeiro campo de concentração brasileiro. Ali ficaram confinadas cerca de 8 mil pessoas com alimentação
e água controladas e vigiadas pelos soldados do Exército. Naquele mesmo ano de 1915, após incentivos
 para que os retirantes migrassem para a Amazônia, o curral humano foi desativado.
Cerca de 17 anos mais tarde, em 1932, foi a vez de reabrir o campo de concentração de
 Otávio Bonfim e criar novos currais humanos. Naquele ano, outra grande seca castigou novamente
o sertão nordestino, fazendo com que, mais uma vez, milhares migrassem para os grandes
centros urbanos. Após dezessete anos, nem o governo federal, nem os governos estaduais haviam se precavido
para diminuir os efeitos da seca e a solução, novamente desumana, passou a ser a criação
 e ampliação dos campos de concentração nordestinos.
Vítimas da seca. Crianças e adultos jazem ao lado da linha férrea que levava para o Campo de concentração de Senador Pompeu. De forma assustadoramente parecida, as cenas brasileiras dos currais humanos lembravam bastante os campos de concentração nazistas.
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Vítimas da seca. Crianças e adultos jazem ao lado da linha férrea que levava
 para o Campo de
 concentração  de Senador Pompeu. De forma assustadoramente parecida,
as cenas brasileiras dos currais humanos 
 lembravam bastante os campos de concentração nazistas.
Pela segunda vez, foram erguidas regiões cercadas por arames farpados
 e vigiadas diariamente
 por soldados para confinar os nordestinos afetados pela seca. Corpos magros,
de cabeças raspadas e numeradas se apinhavam aos montes dentro dos cercados
 de Senador Pompeu, Ipu, Quixeramobim, Cariús, Crato (ou Buriti,
 por onde passaram mais de 65 mil pessoas) e o já conhecido Otávio
Bonfim, os maiores currais humanos instalados no Brasil para conter a massa
 castigada pela
seca dos anos de 1915 e 1932.

Poema “Campos de Concentração no Ceará”, por Henrique César Pinheiro.

No Estado do Ceará
A exemplo do alemão
Houve por aqui também
Campo de concentração
Lá era pra matar judeu
Aqui o povo do sertão.

Na seca de trinta e dois
Criamos uns sete currais
Para evitar que famintos
Criassem problemas sociais
E pudessem invadir
Na capital seus mananciais.

Currais foram construídos
Em Senador Pompeu, Ipu,
Quixeramobim e Crato,
Fortaleza e Cariús.
Fortaleza teve dois
Otávio Bonfim, Pirambu.
Pessoas foram confinadas
Como bando de animais.

Tinha a cabeça raspada
Sacos de açúcar, jornais
Era o que lhes serviam
Como vestes mais usuais
Sem nome, ou identidade,
Chamados por numerais.
Desta maneira estavam
Registrados nos anais.

Só se comia farinha,
Rapadura nos currais.
Toda essa gente foi presa
Sem ter crime praticado
E para isto bastava
Somente estar esfomeado.

Pedir prato de comido
Que seria logo enjaulado.
E controlados por senhas,
Pelas forças policiais.
Quem entrava não saía,
Senão pros seus funerais.

Sessenta mil lá morreram.
Nos registros oficiais.
Para aqueles locais, todas
Pessoas foram atraídas.
Com promessas que seriam
por médicos assistidas,
Que teriam segurança
E fartura de comidas
Experiência que houve
Somente aqui no Ceará.

Que se iniciou em quinze
Naquela seca de torrar
Depois disso os alemães
Trataram de aperfeiçoar.

Alguns campos projetados
Para abrigar duas mil pessoas
Dezoito mil chegou alojar.
Presos por vilões e viloas,
Felizes os governantes
Ainda cantavam suas loas.
Em Ipu todos os dias
Morriam de sete a oito.

A maioria era de fome
E até por ser afoito,
Nas tentativas de fugas,
Pro que não havia acoito.
Nas décadas posteriores,
Pra mudar essa imagem,
governos criaram albergues
para evitar sacanagem,
mesmo assim pouco funcionou
pois sempre há malandragem.

E o povo nordestino
ainda de pires na mão,
espera de todos governos
pro problema solução.
Agora estamos na briga
pela tal transposição.

Ceará de Terra da Luz
É chamado no Brasil.
Foi nosso primeiro estado
Que escravatura aboliu
Pra isso não foi necessário
Nem mesmo usar um fuzil.
Mas a geração atual
Tem que redimir o erro
De governantes passados.

Não permitir o desterro
De seus filhos pra terra alheia
e muitos acham o enterro.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA/MARÇO/2008
Henrique César
Referências:
– “A Seca de 1877 – 1879“, Fátima Garcia, Fortaleza em Fotos.
– AZEVEDO, Miguel Ângelo. Cronologia Ilustrada de Fortaleza.
– KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil: A fotografia na construção da imagem da nação (1833 – 2003). 1° edição. São Paulo: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2012. p. 94.
– LESSA, Letícia. Currais de gente no Ceará.
– “Currais Humanos“. Diário do Nordeste
– SÁ, Chico. “Ceará: Nos campos da seca“. Revista Aventuras na História. Editora Abril: 2005.
– Arquivo “O Povo no campo de concentração“. 1932.

A grande seca do Nordeste

A grande seca do Nordeste

Brasil, Curiosidades, Imagens, Século XIX A grande seca do Nordeste
* Por Talita Lopes Cavalcante


Uma criança magra pela fome que fora causa pela grande seca.
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Foto de uma das vítimas da Grande Seca, Ceará, 1878. Foto de Joaquim Antônio Correia, “Vítimas da Grande Seca”, Albúmen, Carte de Visite, 9 X 5,6 cm, Ceará, CA. 1878. Acervo da Fundação Biblioteca Nacional – Brasil.

Das grandes secas que assolaram o Brasil, uma das mais graves e lembradas foi aquela que compreendeu os anos de 1877 à 1879, ficando conhecida como a grande seca do Nordeste. Foram quase três anos seguidos sem chuvas, com perda de plantações, mortes de rebanhos e miséria extrema. A situação foi tão desesperadora, que famílias inteiras se viram obrigadas a migrar para outros estados, promovendo uma onda de imigrações.

O cenário ficou cada vez mais caótico, principalmente quando os retirantes chegaram em outras cidades
 e estados. Devido à miséria extrema das pessoas que chegavam, os moradores locais temiam saques no comércio e armazéns. Além disso, as cidades para as quais as vítimas da seca se dirigiam começaram
a ficar cada vez mais apinhadas de flagelados. Fortaleza, por exemplo, converteu-se na capital do desespero. De 21 mil habitantes pelo censo de 1872 passaram a ter 130 mil.

Somando-se ao quadro caótico, os rebanhos de animais sobreviventes sucumbiram diante da ação de zoonoses, furtos, fome e sede. A flora e a fauna da região praticamente desapareceram. Por fim, para completar o quadro de tragédia, houve um surto de varíola, dizimando milhares de pessoas. Finalmente
 o governo imperial enviou ao Nordeste uma comissão de engenheiros para a perfuração de poços, construção de estradas de ferro e armazenamentos de água, para assim resolver o grande problema
da seca.
Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará - Brasil. Foto: autor desconhecido, Biblioteca Nacional.
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Vítimas das secas de 1877/1878, no Ceará – Brasil. Foto: autor desconhecido, Biblioteca Nacional.
Curiosidade:
Calcula-se que 500 mil pessoas morreram por causa da seca, em que o Estado mais atingido foi Ceará.
 O imperador dom Pedro II foi ao Nordeste e prometeu vender “até a última joia da Coroa” para
 amenizar o sofrimento dos súditos da região. Não vendeu, porém enviou engenheiros para a
 construção de poços.

Alguns anos depois da primeira grande seca no século XIX, em 1915 um novo episódio assolou o sertão nordestino. Mais uma vez, a nova seca fez com que diversos nordestinos migrassem para as grandes cidades, porém, ao contrário do primeiro episódio, o governo cearense resolveu se precaver de uma maneira desumana. Desta feita, o governo criou os primeiros currais humanos, campos de
concentração em regiões separadas por arames farpados e vigiadas 24 horas por dia por
soldados para confinar as almas nordestinas retirantes castigadas pela seca.
Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados, publicada no Jornal O POVO, em 16/04/1932
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Notícia sobre o Campo de Concentração dos Flagelados, publicada no Jornal O POVO,
 em 16/04/1932.
A oeste da cidade de Fortaleza foi erguido, então, na região alagadiça da atual Otávio Bonfim,
 o primeiro campo de concentração brasileiro. Ali ficaram confinadas cerca de 8 mil pessoas com alimentação
e água controladas e vigiadas pelos soldados do Exército. Naquele mesmo ano de 1915, após incentivos
 para que os retirantes migrassem para a Amazônia, o curral humano foi desativado.
Cerca de 17 anos mais tarde, em 1932, foi a vez de reabrir o campo de concentração de
 Otávio Bonfim e criar novos currais humanos. Naquele ano, outra grande seca castigou novamente
o sertão nordestino, fazendo com que, mais uma vez, milhares migrassem para os grandes
centros urbanos. Após dezessete anos, nem o governo federal, nem os governos estaduais haviam se precavido
para diminuir os efeitos da seca e a solução, novamente desumana, passou a ser a criação
 e ampliação dos campos de concentração nordestinos.
Vítimas da seca. Crianças e adultos jazem ao lado da linha férrea que levava para o Campo de concentração de Senador Pompeu. De forma assustadoramente parecida, as cenas brasileiras dos currais humanos lembravam bastante os campos de concentração nazistas.
Adicionar legenda
Vítimas da seca. Crianças e adultos jazem ao lado da linha férrea que levava para o Campo de
 concentração 
de Senador Pompeu. De forma assustadoramente parecida, as cenas brasileiras dos currais humanos 
 lembravam bastante os campos de concentração nazistas.
Pela segunda vez, foram erguidas regiões cercadas por arames farpados e vigiadas diariamente
 por soldados para confinar os nordestinos afetados pela seca. Corpos magros, de cabeças raspadas e numeradas se apinhavam aos montes dentro dos cercados de Senador Pompeu, Ipu, Quixeramobim, Cariús, Crato (ou Buriti, por onde passaram mais de 65 mil pessoas) e o já conhecido Otávio
Bonfim, os maiores currais humanos instalados no Brasil para conter a massa castigada pela
seca dos anos de 1915 e 1932.
Poema “Campos de Concentração no Ceará”, por Henrique César Pinheiro.

No Estado do Ceará
A exemplo do alemão
Houve por aqui também
Campo de concentração
Lá era pra matar judeu
Aqui o povo do sertão.

Na seca de trinta e dois
Criamos uns sete currais
Para evitar que famintos
Criassem problemas sociais
E pudessem invadir
Na capital seus mananciais.

Currais foram construídos
Em Senador Pompeu, Ipu,
Quixeramobim e Crato,
Fortaleza e Cariús.
Fortaleza teve dois
Otávio Bonfim, Pirambu.
Pessoas foram confinadas
Como bando de animais.

Tinha a cabeça raspada
Sacos de açúcar, jornais
Era o que lhes serviam
Como vestes mais usuais
Sem nome, ou identidade,
Chamados por numerais.
Desta maneira estavam
Registrados nos anais.

Só se comia farinha,
Rapadura nos currais.
Toda essa gente foi presa
Sem ter crime praticado
E para isto bastava
Somente estar esfomeado.

Pedir prato de comido
Que seria logo enjaulado.
E controlados por senhas,
Pelas forças policiais.
Quem entrava não saía,
Senão pros seus funerais.

Sessenta mil lá morreram.
Nos registros oficiais.
Para aqueles locais, todas
Pessoas foram atraídas.
Com promessas que seriam
por médicos assistidas,
Que teriam segurança
E fartura de comidas
Experiência que houve
Somente aqui no Ceará.

Que se iniciou em quinze
Naquela seca de torrar
Depois disso os alemães
Trataram de aperfeiçoar.

Alguns campos projetados
Para abrigar duas mil pessoas
Dezoito mil chegou alojar.
Presos por vilões e viloas,
Felizes os governantes
Ainda cantavam suas loas.
Em Ipu todos os dias
Morriam de sete a oito.

A maioria era de fome
E até por ser afoito,
Nas tentativas de fugas,
Pro que não havia acoito.
Nas décadas posteriores,
Pra mudar essa imagem,
governos criaram albergues
para evitar sacanagem,
mesmo assim pouco funcionou
pois sempre há malandragem.

E o povo nordestino
ainda de pires na mão,
espera de todos governos
pro problema solução.
Agora estamos na briga
pela tal transposição.

Ceará de Terra da Luz
É chamado no Brasil.
Foi nosso primeiro estado
Que escravatura aboliu
Pra isso não foi necessário
Nem mesmo usar um fuzil.
Mas a geração atual
Tem que redimir o erro
De governantes passados.

Não permitir o desterro
De seus filhos pra terra alheia
e muitos acham o enterro.
HENRIQUE CÉSAR PINHEIRO
FORTALEZA/MARÇO/2008
Henrique César
Referências:
– “A Seca de 1877 – 1879“, Fátima Garcia, Fortaleza em Fotos.
– AZEVEDO, Miguel Ângelo. Cronologia Ilustrada de Fortaleza.
– KOSSOY, Boris. Um olhar sobre o Brasil: A fotografia na construção da imagem da nação (1833 – 2003). 1° edição. São Paulo: Fundación Mapfre e Editora Objetiva, 2012. p. 94.
– LESSA, Letícia. Currais de gente no Ceará.
– “Currais Humanos“. Diário do Nordeste
– SÁ, Chico. “Ceará: Nos campos da seca“. Revista Aventuras na História. Editora Abril: 2005.
– Arquivo “O Povo no campo de concentração“. 1932.

A PRINCESA QUE ENCANTOU O BENÉRCIO

A PRINCESA QUE ENCANTOU O BENÉRCIO


CONTO
A PRINCESA QUE ENCANTOU O  BENÉRCIO

Nos meados dos anos 70,  aos 25 anos de idade , Benércio escuta o toque da campainha, "plim-plim",  veste a camisa de mangas curtas, destrava o pega ladrão de aço inoxidável, dá duas voltas na chave e ao abrir a porta depara-se com a mais linda e bela princesa de todos  o universo, meia altura, 16 anos , pele fina e rosada,  olhos verdes ou talvez  azuis, olhar penetrante,  cabelos loiros, alguns lisos outros encaracolados, finos, soltos aos ventos,  braços longos, mãos aveludadas  , cintura fina , pernas torneadas , pés sedosos, vestido creme salpicado com gravuras de finas  flores silvestres, com uma voz sonora e maviosa  indaga. 
__ É o Benércio?

Sem voz, estatelado de emoção  e totalmente destreinado o Benércio  bota a mão direita no alisar de mogno e  responde.

__Sim, sou o Benércio.

Um sorriso contagiante invade o ambiente, um abraço  emocionante e duradouro energiza os dois jovens, com  o coração pululante quase a  sair pela boca , o  Benércio se abaixa, pega a bolsa sacola da visitante e gaguejando sem ser gago,  oferece uma água, corre para a cozinha e lhe prepara um desjejum,  uma banana, meia maçã, suco de laranja,  uma xícara de café com leite, duas fatias de queijo entre duas fatias de pão dos quadrados , neste dia Benércio não dormiu, neste dia foi apenas de sonhos, sonhos e muitos sonhos.

O tempo passou,  a princesa virou rainha, foi desposada pelo   Janjão e o Benércio sempre a sonhar, sempre a alimentar um fio de esperança , aqui e acolá um olhar, um encontro e um diálogo. 

Um dia o  carro da princesa saiu dos trilhos e o Benércio foi premiado, porém, tarde, o Benércio não era mais o mesmo apesar de continuar a sonhar.

A Rainha voa alto, é dona das suas narinas , continua linda, solene e altiva, o Benércio continua a sonhar.  

O tempo não volta,  o Benércio sabe e sonha, é um sonhador, apenas um sonhador, a antes e bela princesa , hoje uma estonteante rainha também sabe dos sonhos do Benércio, apenas sabe.

A Princesa era sangue do sangue do parceiro de republica do Benércio, era quase sua irmã.

Iderval Reginaldo Tenório

24 de dezembro de 2006

Amado Batista - Princesa (Com Letra) - YouTube

www.youtube.com/watch?v=tbleY03Y3RE

1 de mar de 2010 - Vídeo enviado por dudagrudi
Amado Batista - Princesa (Com Letra). dudagrudi .... gosto muito, muito, muito dessa música. ... Adoro todas as músicas de amado Batista.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

VIVA O CONSUMISMO ISTO É UMA DOENÇA SEM CURA, ISTO É UM SUICÍDIO ECONÔMICO



VIVA O CONSUMISMO

ISTO É UMA DOENÇA SEM CURA, ISTO  

É UM

SUICÍDIO ECONÔMICO

A Falta de respeito com o povo é de deixar todo mundo de boca aberta, o povo compra o que não precisa, o povo compra o     que já tem, o povo compra por compulsão, o povo  é forçado e convencido pela mídia, o povo é incentivado pelos poderes governamentais.

 Nós o povo devemos abrir mais o olhos e fechar mais a boca.

 O país entrou em parafuso.

Sendo sabedor do dia do pagamento salarial do mês, do dia da primeira parcela do 13o- Salário e da última sexta-feira , arma-se a forca, o fôjo, a arapuca, a armadilha , o mundé , o alçapão tome isca e    minhoca e chove peixe, onça, gato, pássaros e outros inocentes.

O país está doente.

O incentivo é ao endividamento, ao consumo exagerado e irresponsável, ao consumo daquilo que a classe social a qual  pertence  não deveria  consumir , o lema é gastar o que não tem, o importante é comporar no cartão com juros de 400% ao ano ou no cartãp de lojas beirando os 1000%.

O bonito é usar produtos de marcas, o elegante é comporar embalagens, é ser da moda, é ser o CARA.

Iderval Reginaldo Tenório

Bezerra da Silva - Se gritar pega Ladrão - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=ZsPsbNBnJ00
7 de mai de 2015 - Vídeo enviado por Samba e Pagode S&P
Bezerra da Silva - Se gritar pega Ladrão Bezerra da Silva - Se gritar pega Ladrão Se gritar pega ...
16 de dez de 2014 - Vídeo enviado por Cesário Ferreira
Uma crítica aos políticos envolvidos em falcatruas e escândalos. Que vivem passando a mão no nosso ...
26 de ago de 2012 - Vídeo enviado por Nero Lima
Se Gritar Pega Ladrão Bezerra da Silva Se gritar pega ladrão, não fica um meu irmão Se gritar pega ...