A dicotomia Público
/Privado na perspectiva de Gênero.
Muitos estudiosos olvidam neste teorema a natureza
patriarcal. Teóricos afirmam que são esferas diferentes diametralmente e que podem ser estudas
separadamente, porém no decorrer dos estudos surgiram os argumentos feministas
que desaprovaram estes pensamentos. As feministas colocaram mais um tempero e
forte: Gênero, isto é, a diferença sexual imposta pela sociedade.
A denominação Público
/Privado
Público Estado, não
doméstico e Liberdade, Privado :Sociedade/
Doméstico/Família e vida íntima.
Segundo os estudiosos que conhecem a ambiguidade e a
dicotomia de gênero, relatam que a raiz encontra-se no patriarcado, na divisão
dos trabalhos em masculino e feminino. Frisam que os homens atuam na vida econômica e política,
enquanto as mulheres na vida doméstica e na reprodução, o que reforça as propriedades de submissão em assumir a política, a economia e a liderança. Estes fatos remetem ao patriarcado,
no qual no mundo doméstico(Privado), a família é provida de um tutor(déspota)
que manda em tudo, uma vez que a família é o reino da necessidade e o Público o
reino da liberdade.
Na família(esfera privada/doméstica), o déspota é o responsável.
Este papel é absorvido pelo homem e que também pode atuar na esfera pública(Política).
Na esfera política tem-se a ideia que cada cidadão seja livre,
independente e dono dos seus pensamentos, já na esfera privada(doméstica)
não, todos os componentes são submissos, só o tutor tem autonomia. Só depois de
1960 tem sido utilizado no tema Publico/Privado, a ideia de Gênero, tendo como
bandeira a abolição da família nos moldes tradicionais dos séculos passados,
onde mulher e filhos eram considerados “coisas”, “Objetos” negociáveis e
propriedades do homem.
Utiliza-se do pressuposto, que todos nascem humanos, porém dependente, sendo forjado pela sociedade para a esfera publica ou privada, apenas os masculinos podem atuar nas duas esferas. Só depois dos anos 60 do século XX, as feministas começaram a discutir as agendas Publica, Privada, Política e Econômica. Em estudos acadêmicos procuraram desvendar o paradigma de Público para homens e doméstico para as mulheres, nestes trabalhos entraram as teorias de gênero, mostrando que tudo que converge para o econômico é político, trazendo resquícios do patriarcado. A grande crítica sobre a atuação das feministas, é que elas entendiam que a conquista do voto, da educação e outros ganhos seriam suficientes para a esfera domestica, seria forjadas donas de casa melhores, porém distantes da esfera pública, o fulcro era a esfera Privada.
As feministas radicais, as socialistas, mudaram estes comportamentos,
lutavam pela abolição dos ditames familiares tradicionais e arcaicos, pedindo a
liberdade e autonomia para as mulheres e
filhos, enquanto as liberais continuaram com a dicotomia Doméstica/Publica.
Na contemporaneidade, a participação do homem e da mulher no
trabalho e na política, não se enxerga distinção. Segundo as feministas, muitas
distinções entre público e privado, são propriedade ideológicas e sofre influencias do tradicional histórico “binário biológico”. Nas classes sociais mais alta, já se enxergam a participação das mulheres na esfera Publica, mesmo priorizando o núcleo familiar, a esfera Privada.
As propriedades de reprodução e criação dos filhos, pelas
mulheres, recebe o cunho de natural, é da natureza e foge do escopo político, isto
ainda é o pensamento de conservadores
tradicionalistas, o que justifica o pequeno
percentual e o gosto das mulheres pela política.
Rebatendo este pensamento, é que tanto as meninas como os
meninos, são criados e ficam mais próximos das mães,
enquanto as aproximações com os pais são periódica e pontuais, uma vez que os
homens encontram-se na rua, na vida pública
e com mais liberdade, o que leva as mulheres serem forjadas para a vida doméstica
e trabalhos sociais não remunerados, e os meninos o inverso. É o privado
e o público em ação.
Muitas sãos as influencias histórias e de simbolismo nas duas
esferas.
1)Eva e Maria, 2)A expressão destes simbolismos na educação, religião, politica e
oposição binaria biológica( Macho e Fêmea), 3)As Instituições Sociais( Famílias, Igrejas, Mercado de
Trabalho, Clubes e Escolas) tudo sob a tutela da segregação sexual. 4) A reprodução psicológica
de Gênero na formação da identidade subjetiva dos indivíduos, tornado difícil a desconstrução das ideias binaria biológicas de natureza. O fulcro atual é suplantar o arcaísmo cultural de épocas passadas, uma vez que o
tempo muda e as civilizações evoluem.
Na esfera Privada o tutor é capaz de tudo, os demais são
dominados. Em muitas comunidades, o noivo para se casar, tem que pedir a mão da
noiva ao pai, noutras é o próprio pai quem escolhe o noivo para a sua filha. O
sistema do patriarca ainda é um entrave em muitas sociedades, inclusive em
grandes nações civilizadas pelo mundo, como na Europa e nos EUA, onde se debatem vários pontos nos quais as mulheres ainda não gozam dos mesmos direitos dos homens, chegando ao extremo nas nações do Oriente, da
Ásia e do Continente Africano, que ainda se vivem no estado de Natureza.
Durante séculos, a família(
A esfera Privada) foi reduto do homem(patriarcal), os demais eram submissos, só
tinham deveres. Com a mesclagem Público/Privado e as conquistas de gênero,
o Estado passou a intervir neste núcleo, proporcionado direitos aos demais
membros. Filhos e esposa conquistaram o direito a liberdade, escola e muitas escolhas,
inclusive para as mulheres, o domínio sobre o seu corpo e o trabalho público remunerado.
A vida privada é primordial para privacidade na família, porém
não é completa devido a desigualdade e submissão sexual. As propriedades desta esfera protegem mais os homens do que as mulheres. Com a pecha de donas de casa, tudo que acontece fica sob a sua tutela, muitas tendo que se transformar em múltiplas para suportar diversos turnos de trabalho, o que faz perder partes de sua privacidade.
Existe uma grande diferença entre os sexos nas esferas
privada e pública. Quando o homem é bem sucedido na esfera pública(política),
pode negligenciar na esfera Privada e é bem aceito, pois encontra-se no seu
reduto principal, o mesmo não é aceito
pela mulher na política, uma vez que o seu reduto principal é a Esfera Privada,
no reproduzir, criar e cuidar.
Atualmente, com a equidade entre os gêneros em diversas nações, nas classes mais favorecidas e educadas, as mulheres participam de ambas as esferas sem grandes desigualdades, mesmo sendo necessária a multiplicidade de ações no âmbito doméstico. Nas classes média e baixa o fosso ainda é muito grande, urge medidas educativas, trabalhistas e sociais para que conquistas necessárias aconteçam.
Iderval Reginaldo Tenório
Escutem Homem com H.
De Antonio Carlos de Oliveira Barros e Céceu.
Com os Três do Nordeste primeira gravação e depois com o Ney Matogrosso, com outra roupagem.
O Barros e a Céceiu são dois monstros, tanto compondo como cantando.
Homem com H - os três do Nordeste
Homem Com H
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