Foi um médico neurocirujano colombiano que, até o final de 2022, foi conhecido por se entregar de ccorpo e alama a seus pacientes.
Faleceu o Dr. Hernán Dario Estrada, neurocirurgião.
Em sua última mensagem, muito dolorosa, enviada aos seus amigos, destacava a desumanização sofrida na UTI (Unidade de Cuidados Intensivos).
"Sou outro, depois de 4 vezes na UTI.
Resultados médicos não compensam danos irreparáveis na esfera psicológica.
Não sou mais Hernan Dario Estrada, sou o que resta dele.
Como diz o Dr. Velez, não há dia, não há noite.
Sem horário.
Não há quem escute o gemido.
Amigo e colega é um estranho.
Não dá para ver a cara dele.
Não há uma mão no ombro que te diga como te sentes.
Nem o estetoscópio no peito que te faça sentir protegido. Você não sabe o que é um banheiro, e 5 da manhã, tremendo de frio!
Perguntei: Por que não me trocam de posição a cada duas horas? e ouvi as gozas.
É um lugar hostil.
Com barulhos de alarmes de aparelho e conversas e risadas inadequadas.
Os pacientes têm angústia, ansiedade, insônia, medo e medo da morte.
Somos facilmente rotulados de psicóticos.
Eu resgato anjos, enfermeiras (a grande maioria).
São médicas, família, confidentes, amigas e choram com um.
Dificilmente se sentam enquanto os deuses do Olimpo não se movem do seu trono e brinquedo, o computador.
Falta muito para humanizar a UTI. Temos que começar por humanizar os médicos. (Há muito humanos).
Pacientes na UCI tornam-se objetos de estudo médico, mas esquecem-se das ... necessidades emocionais.
Jornal da Colombia
Será que já somos robôs a cuidar de humanos ? Urge reflexão, mais solidariedade, compaixão e gratidão aos seres humanos.
Iderval Reginaldo Tenório
Médico
2 comentários:
Chorei.
Affff que testemunho esse médico deu! Ele retratou exatamente o funcionamento de uma UTI. A tristeza imensa e profunda que é para o paciente. Que Deus o receba em sua infinita glória. Agora ele terá a paz que tanto buscou aqui na terra
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