domingo, 16 de maio de 2021

JOÃO SILVA, LUIZ GONZAGA E A BRIGA COM O DIRETOR DE UM MEGA TEATRO NO RIO DE JANEIRO

 

JOÃO SILVA, LUIZ GONZAGA E A BRIGA COM O DIRETOR DE UM MEGA TEATRO NO RIO DE JANEIRO

 

LUIZ GONZAGA E JOÃO SILVA

                                                   DVD Danado de Bom [ João Silva / Luiz Gonzaga ]: Amazon.com.br ...













O Brasil cresce,  mas em alguns setores da vida  não muda.

Aconteceu um fato inusitado que o povo precisa saber:

O Grande Luiz Lua Gonzaga o Rei do Baião e o meu querido amigo João Silva , o seu maior compôs  e parceiro   , foram proibidos de cantar num grande e estratégico  teatro   do Rio de Janeiro no show de retorno do Luiz Gonzaga lá pelos anos de  70, só cantaram pela coragem e valentia do João e do Luiz , o diretor maior ao tomar conhecimento de quem seria a estreia fez tudo para barrar  o evento, fez o que pôde para suspender  o contrato firmado por João Silva e o rei do baião com a casa,  não  conseguiu,  durante o espetáculo a plateia foi ao delírio, no outro dia o estouro na mídia foi um  grande sucesso, no segundo dia  , casa cheia, estavam lá os dirigentes que tentaram impedir a estreia , o Luiz pediu que os mesmos se ausentassem e parou a apresentação , o seu pedido foi atendido, o Rei continuou o show, no dia seguinte desculpas e mais desculpas, como o João e o Luiz são do bem, tudo foi sanado, resolvido o imbróglio as portas  do Teatro  ficaram  abertas para o grande  recomeço do Rei do Baião , o Rei reconquistou o seu trono.

Neste Show  o Rei foi ressuscitado pelo grande  mestre João Silva. 
 
Amigos leitores , a vida artística  do Luiz  Gonzaga foi  constituída  de duas distintas e importantes  etapas,  a primeira o Luiz  antes do João Silva, a fase que sedimentou a sua importância,  a fase da imortalização, um seu  Luiz bucólico, um Luiz  dos retirantes e dos sofredores  nordestinos, um Luiz que documentou a  triste  história  do  Assum Preto , um Luiz dos 400 mil Disco LP, o Luiz imortalizado pela criação  do Baião  com o Humberto  Teixeira, Zé Dantas , Patativa do Assaré, Marcolino, Onildo Almeida, Rosil Cavalcante, Miguel Lima  e outra centena de parceiros inconcluído o próprio João Silva com poucas composições, era o Luiz que escreveu e cantou a revoada da Asa Branca e do êxodo do  nortista , a segunda  é o  Luiz tendo como principal compositor  o João Leocádio  Silva, o mestre João  Silva,  um Luiz Alegre, um Luiz do Zé Matuto   Foi à Praia, um Luiz do  Deixa a Tanga Voar  , do Danado de Bom, do Fie a pavie, do Pagode Russo, da Sanfoninha Choradeira , do Nem se despediu de mim , um Luiz da Juventude, um Luiz  mais  Urbano após o êxodo rural, um rei da segunda geração  de nordestinos , um Luiz dos 6 milhões de CDS, um Luiz abraçado pelos maiores artistas deste país, o LUIZ DO JOÃO SILVA e do samba apracatado Pra não morrer de tristeza, cantado  por milhões   de brasileiros. 

                      A  DISFEITA

Nesta época, a fase  áurea da parceria  Luiz Gonzaga /João Silva dirigia um grande Teatro Carioca  , a maior casa de espetáculo do Rio de Janeiro,  o grande e intelectual Sergio Cabral, pai do atual Governador , os motivos da proibição  com certeza ficaram sem esclarecimentos ao grande público,  não  havia argumentos, , salvo  que o teatro  foi construído  para os admiradores  das artes da Europa, EUA e da ÁSIA,  as artes do além  mar, as artes das nações  desenvolvidas,   as artes estrangeiras, fato muito  peculiar  às nações  periféricas,  aos subservientes  tupiniquins que eram obrigados a engolir as músicas trabalhadas das nações hegemônicas , às periféricas eram proibitivo ritmos próprios , principalmente das regiões mais pobres e com menos escolaridade.
 
O Teatro abrigava  Espetáculos eruditos , eventos políticos, Danças Internacionais, as grandes estrelas brasileiras  e outras apresentações  internacionais, acredita-se  que a proibição vinha deste perfil , acredita-se  que foi devido as propriedades  do Baião, totalmente ligado aos paraíbas, termo pejorativo aos nordestinos que iam escapar no Rio,  paraíbas  estes de perfis  diferentes da sofisticação internacional . 

Vestimentas de couro, alpercata   e chinelos  currulepes,  cariri, Agreste, Seridó,   borborema, seca, chapada e sertão, canjica, pamonha,  macaxeira, milho e carne do sol,   sanfona, zabumba , cavaquinho, triângulo, pé  de bode e reco-reco não faziam parte do imaginário da elite brasileira, provavelmente com estes argumentos  tentaram proibir o show do mais autêntico  represente nordestino , Luiz Gonzaga , o homem que inventou o Baião e que desbancou os ritmos do além mar , agora com uma  nova roupagem e direção  ,  sob a tutela  do  pernambucano  João  Silva, quem era este tal de João para pisar nos tabladados deste templo cultural? .  


O Rei,  tal qual  a Asa Branca ,  que fora  banida de sua terra pela seca e documentado por Humberto  Teixeira e por Ze Dantas  no seu retorno, com A Volta da Asa Branca  após  as chuvas de março , o   Gonzaga  fora  banido  do  cenário musical pelo tropicalismo, jovem guarda e bossa nova , estava  de volta com toda a força com a feliz parceria  com o João  Silva, de cara encotraram este entrevero. 

Cito as propriedades que provavelmente  abriram os olhos  daqueles  que tentaram  dificultar a volta do Nordeste Baião no cenário  nacional .
 
O nordestinês, a nordestinidade, a sertanização da música  ,   o Baião  e o Forró mais uma vez contagiassem  o  Brasil , enfim , a nordestinação do cenário , o estouro da cidadania de  um povo sofrido, pobre, de trabalho braçal onde tudo é musical , até na voz , como também   o crescimento de um povo alegre. 
 
 O nordeste naquele espetáculo , com duas das suas maiores estrelas,   replantaria  a sua semente, ali o  nordeste nas pessoas do JOÃO SILVA e do LUIZ GONZAGA  estaria plantando a  semente da cidadania e mais  uma vez alavancando o BAIÃO para o mundo , o ritmo que havia desbancado os espetáculos estrangeiros em todo   o  país e até  mesmo  por ser   um ritmo totalmente  brasileiro .

Nesta época, o Rei sem gravadora, sem repertório e sem nenhum apoio morava na minha querida cidade do  EXU na Serra do Araripe no Estado de Pernambuco, vivia  passeando pelos municípios do Crato e do Juazeiro do Norte , terra do Padre Cícero,  no Estado do Ceará que fazem divisa com o EXU Pernambuco , foi neste período que me deparei várias vezes na companhia do Rei Luiz Gonzaga, no Crato, em  Juazeiro e no Exu nas grandes vaquejadas da  região, foi neste rico cenário  onde proseei várias vezes com  esta estrela , Estrela Mor da Música do Brasil, Luiz filho de dona Santana e de seu Januário.

Nesta época o Rei foi visitado pelo grande João Silva que lhes presenteou um belo repertório que  vendeu na primeira gravação- 1.6milhões de cópias, tirando  Luiz daquele repertório do sofrimento, da tristeza  e do êxodo rural, um Luiz já  imortalizado,  porém  colocado no estaleiro pelos movimentos  políticos, culturais e artísticos do novo Brasil, o BAIÃO estava em  baixa e os seus seguidores seguiam juntos.

Para alavancar o Rei Luiz na  sua Chapada do Araripe  e no Cariri cearense dizia o João Silva,  que o Brasil de 1970 para cá era um país da Copa, do tri campeonato mundial ,  da Alegria , da Juventude  e  da Universidade, as músicas que haviam consagrado o Rei do Baião continuariam na história , sempre seriam executadas , cantadas ,  estudadas e perpetuadas por gerações  , porém o Brasil daqui para frente será das músicas mais alegres , para a juventude, para os filhos e os netos dos nordestinos que deixaram os seus torrões , como disse a Triste Partida do Patativa do Assaré ,  e hoje vivem muito  bem em todos os recantos do país, muitos como  empresários, artistas, professores,   profissionais liberais , homens de bem e do bem,   seu Luiz o senhor jamais deixará de ser o nosso Rei.

Os hinos  Asa branca, Assum Preto, A Volta da  Asa Branca, A Triste Partida do grande Patativa do Assaré e outras pérolas são de suma importância,  mas  são tristes, penosas e melancólicas, o Brasil precisava  de alegria, dizia João Silva: " o Brasil hoje é urbano,  praieiro e do UNIVERSITÁRIO, dos salões de cimento armado .   Os sofridos caminhões paus de arara , a água salobra, os candeeiros que se apagavam com o vento, as mulas de sete palmos   e  o pé  de serra não  pertencem  ao homem  urbano,  apenas estão  no imaginário  de todos  os  nordestinos , hoje o Brasil é o país da  Juventude estudada  , da mudança e da renovação  política, do passado  ficaram as  contagiantes salas de rebocos com os seus pisos batidos, o Pisa na fulor, o xote das menina quando enjoam da boneca, o mandacaru quando fulora na seca , Olha pru céu meu amor,Vai, boiadeiro, que a noite já vem Guarda o teu gado E vai pra junto do teu bem e Vem Morena pros meus braços" ,  o Mestre  João era um visionário  e  mostrou as seguintes músicas:

VIVA MEU PADIM, Pagode Russo, Tá Danado de Bom, Uma Pra eu outra Pra Tu , Forró do Bom, Morena Bela, Amei à toa, a Puxada, A mulher do Sanfoneiro e outras tão importantes como estas , foi o maior estouro da Discografia Brasileira , 1,6 milhões de cópias vendias em 06 meses e o renascimento do Luiz Lua Gonzaga para o mundo, foi deste período em diante que todas as estrelas brasileiras foram ao encontro do Rei do Baião o consagrando como a maior expressão da música brasileiras de todos os tempos, o Luiz é unanimidade em todas as faixas etárias e em todas  as classe sociais, de Norte a Sul, de Leste a Oeste e quem sabe lá pelo faroeste,  não direi os  nomes destas grandes estrelas, todos já sabem.
 
Este foi um episódio que envolveu  o Rei Luiz Gonzaga , o seu maior parceiro , o  João Silva , a elite do Rio, as grandes estrelas do cancioneiro brasileiro, a mídia  e o povo . 
 
O Rei e o João  venceram, Luiz reconquistou o seu trono e passou a ser a estrela mor nos mais sofisticados meios culturais da nação e todos os teatros do país,  esta foi mais uma das centenas de façanhas do João Leocádio Silva , ou simplesmente  O MESTRE JOÃO SILVA.
 
 O autor de  Viva meu Padim e Nem se despediu de mim, o João Silva,  fez uma pérola para relatar o caso e agradecer a grande contribuição deste diretor que pensando no mal fez o bem ao Rei Luiz Gonzaga, compôs "TA QUI PÁ TU ",  cantada por Luiz Gonzaga e Geraldo Azevedo.
 
Iderval Reginaldo Tenório

Fonte:
 Entrevista  do João  Silva  ao jornalista e  radialista  PERFILINO EUGÊNIO NETO da Rádio Educadora da Bahia , PROGRAMA MEMÓRIA  DO RÁDIO .
VÁRIAS  VEZES  NO AR


                                                                    ANEXO I

Quero lembrar  que no Senado do Brasil na semana passada,05/11/2012,   o Chambinho , o sanfoneiro que  faz Luiz Gonzaga na primeira etapa no filme  da vida do  Luiz foi barrado , foi proibido  tocar a sua sanfona para os Senadores do Brasil na TV SENADO: 

 O Eduardo Suplicy solicitou e o presidente Mozarildo Cavalcante não permitiu, negou e o CHAMBINHO saiu em silêncio,  triste, não tinha a força do rei, fazia apenas o papel  e quem faz o papel não é o rei, faz apenas o papel do rei.  Se por acaso fosse o REI LUZ LUA GONZAGA , a sessão teria o seu fim e seria iniciado o maior forró do senado brasileiro, com morenas belas, canjicas, milho cozido e tudo que o BRASIL tem direito.

 O LUIZ não morreu continua vivo , o rei LUIZ LUA GONZAGA é imortal  junto ao seu maior parceiro, JOÃO LEOCÁDIO SILVA, o homem que compôs – VIVA  MEU PADIM  e MEU ARARIPE.


O  tempo passou mas as elites continuam  no mesmo pensamento.
 
                                                                                 ANEXO II

Chambinho do Acordeon é impedido de cantar no plenário do Senado

Suplicy convidou o sanfoneiro, que interpreta Gonzagão no cinema, e o deixou em saia-justa

BRASÍLIA - Chambinho do Acordeon, que interpreta Luiz Gonzaga no filme "Gonzaga de Pai para Filho", passou por um constrangimento no Senado na tarde desta segunda-feira. Levado ao plenário pelo senador Eduardo Suplicy (PT-SP), ele foi impedido de cantar pelo senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR), que presidia a sessão. Recorrendo ao regimento da Casa, Mozarildo alegou que o local não era adequado.

- Não é possível, não tem amparo no regimento. Não é o momento. O senhor pode solicitar uma sessão especial, de homenagem - disse Mozarildo a Suplicy, que ainda insistiu.

O petista já havia anunciado que Chambinho não só cantaria, mas também tocaria acordeon. O sanfoneiro estava de pé ao seu lado, acompanhado pela mulher, pronto para começar. Pela manhã ele participou de cerimônia no Palácio do Planalto, de entrega da Ordem do Mérito Cultural.

- Inúmeras vezes, no plenário do Senado, foram feitas homenagens, até com o coral do Senado - protestou, sem sucesso, Suplicy.

Antes de ir embora, Chambinho ainda deu uma palinha no corredor do Senado, com Suplicy sempre a tiracolo.


Iderval Reginaldo Tenório
 
 
 


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