terça-feira, 25 de maio de 2021

CENA DE UM GRANDE PRONTO SOCORRO.

 

Médicos, pessoas idosas, personagem png | PNGEgg            Atualização das recomendações de manejo da PAC

Verificamos: Foto tirada em 2010 após evacuação de hospital é usada para  ilustrar saúde pública em 2016 | Agência Lupa

CENA DE UM GRANDE PRONTO SOCORRO. 


Nos dias atuais são grandes os desentendimentos nas emergências públicas e privadas.

Num dos plantões , da maior Emergência  do Estado,  formou-se uma aglomeração em torno de um ser humano , uma senhora exposta numa fria, suja e nua maca,  duas mulheres a esbravejar  , braços rijos e dedo em riste,  escrachavam   um abnegado servidor.  Ao lado,  de  jaleco quase  branco, surrado, suado e  amarrotado,   um jovem esculápio com os olhos arregalados , tez engordurada,  semblante de medo e  sinais de cansaço.  Não saia  uma atitude de sua lavra, não possuía palavras, gestos e nem argumentos que resgatasse a paz no seu  trabalho,  estava engessado, congelado e estupefato com a dantesca cena.

Como um providencial  invasor,  um médico interviu  na dramática  cena , se pôs  entre os quatro e toda uma plateia,  paramédicos, outros pacientes,   acompanhantes e curiosos que adentraram à sala.

Foi até a surrada maca, expôs os cabelos brancos  e a limpar os óculos ficou frente a frente à frágil  anciã  .  Sem luvas alisou o rosto, os cabelos , o abdome, pegou nas duas mãos  da enferma, mirou a sua face , cravou os seus  olhos nos olhos da paciente e entrou  vagarosamente na  sua alma .

Pausadamente e com a voz macia perguntou  o seu nome, onde morava, o que fazia , a idade ,  a profissão, perguntou pela familia  e o que estava sentindo.   Levantou a cabeça, olhou para as  duas filhas, colocou  um dos braços no ombro do jovem assistente e o outro no ombro de uma das mulheres, fechando o círculo da compreensão.    Mirou uma das  janelas  que mostrava o infinito azul  do céu ,   poucas  nuvens , uma bela estrela  e a borda  da lua ,   sem pensar, guiado por uma força  maior, vindo não sabe  de onde, lembrou a todos que  Deus existe  e ali estava presente . 

O ambiente conspirava pela presença do Criador, não existia outras possibilidades,  naquele momento não existia outra explicação, ali  encontrava-se  uma anciã quase santa, que na vida só havia praticado o bem,  grande mãe, eximia avó, magistral esposa  e eterna sofredora por não conseguir consertar as mazelas do mundo.  Uma anciã quase pura , em sofrimento, debilitada, nunca assistida pelos poderes públicos.   

Tratava-se de um ser humano  fragilizado, subserviente, sem força e sem ação,  sendo assistido  por um dos seguidores de Deus , o médico,  que só pensa no bem, que faz tudo pelo bem e é guiado pelo bem .   Ao lado  suas  filhas, duas guerreiras  que lutavam desbravada e  consanguineamente  ao seu favor,   enxergavam naquela relíquia humana  o que existia de mais precioso, valioso e sublime  nas suas vidas, uma dádiva de Deus,  a sua querida e insubstituível mãe.  Queriam a sua recuperação e  exigiam os seus direitos.   O momento  era a prova concreta da presença do grande Mestre,  ali estavam todos de mãos dadas para a recuperação daquela heroína.  O velho esculápio após apaziguar os ânimos ,  parou  o discurso, quase uma homilía ,   saiu de cena e  deixou   mansamente o  ambiente .

O jovem   prosseguiu o seu atendimento. Agora,   ele, as filhas, a quase santa, os olhares dos demais , a desnuda e fria  maca, a velha janela, as nuvens , a grande estrela,  a  nesga da lua  e todos com   a tutela do grande Criador .

O silencio reinou no recinto, as filhas se aproximaram do jovem médico . O diálogo sadio colocou nos eixos o tumultuado momento, todos entenderam os esforços dos guerreiros  e sofridos médicos.   

O velho Esculápio deu continuidade  à sua rotina nesta grande casa de saúde. Como médico quase que calejado, ficou feliz com o desenrolar daquele momento sublime que estava se transformando num funesto imbróglio, ainda bem que Deus existe .

 Viva a paz, o respeito, a ética , o homem, a benevolência, a beneficência, a autonomia e a cidadania, é assim que se constrói um grande povo, viva a medicina, viva a mãe da humanidade. Viva a abnegação da Medicina

Doutor,  muito obrigado.

Iderval Reginaldo Tenório

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2 comentários:

Unknown disse...

Parabéns pela narração .

Sandritty disse...

Viva os médicos, viva Dr. Iderval