IDERVAL TENÓRIO: O ANCIÃO MERECE RESPEITO

domingo, 14 de junho de 2020

O ANCIÃO MERECE RESPEITO

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O ANCIÃO MERECE RESPEITO

A cabeça começa a falhar, apagões acontecem com mais frequências, desconhecer os seus e o seu ambiente passou a ser a regra, deficiência nos neurotransmissores, falhas nas sinapses e lacunas nos dendritos fazem presença no dia a dia.

Nestes momentos imperam a insônia, o medo , o pânico , a insegurança, o sentimento de solidão e de abandono, o cérebro cuidador e geneticamente atrelado inexplicavelmente entra em colapso, sai dos trilhos e mergulha numa zona de conflitos, lapso na razão e a desconexão neuronal mimetizam um ringue, é a mente velha versus a mente nova.

A incompreensão e a raivosidade bilateral predominam, o equilíbrio se esvai ao mesmo tempo em que se exacerbam o medo, o pânico e a insegurança no idoso, neste ponto sedimenta-se a ausência total da memória no senil encéfalo, por fim , instala-se o caos emociona.

Com o ancião em pânico e em desespero, os cérebros entram em conflitos, o senil compreende-se , fruto de quase um século de atuação, todavia , o ainda em frutificação não encontra plausível fundamentação.

A noite é longa e custosa, janelas hermeticamente seladas, luzes acesas e um silêncio ensurdecedor, o lapso de memória é total, o reconhecer entra no clímax, a incompreensão troglodita beira o humanoide.

Desfeito o imbróglio, tudo volta à paz, a memória repescada vem à tona, momentos de catarses, alguns acertos e todos caem nos braços de Morfeu para um despertar alegre, feliz e muitos sorrisos.

Viva a preservação da memória, viva um cérebro e uma mente sã, viva a vida com compreensão, equilíbrio e respeito junto aos seus maiores baluartes.

O homem é apenas o cérebro e este um dia entrará no útero dos seus descendentes, basta viver acima da média com saúde orgânica para que o encéfalo cansado, calcificado e em desativação entre em colapso, lapsos transitórios e naturais.

O cérebro e o tempo não perdoam , viva a valorosa, cuidadosa e insubstituível família, viva o equilíbrio, viva a mente sã.

Iderval Reginaldo Tenório