terça-feira, 27 de agosto de 2019

No rastro da Azul, Passaredo aposta em cidades de médio porte

No rastro da Azul, Passaredo aposta em cidades de médio porte

Companhia terá 26 autorizações de pouso e decolagem em Congonhas. Objetivo é voar para região do agronegócio
Hangar da Passaredo Linhas Aéreas Foto: Fernando Battistetti / Agência O Globo
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Hangar da Passaredo Linhas Aéreas Foto: Fernando Battistetti / Agência O Globo



SÃO PAULO — Os voos para cidades médias com aviões de menos de cem passageiros podem ficar mais concorridos. 

A Passaredo, de Ribeirão Preto, em São Paulo, ganhou musculatura com a compra da MAP , companhia aérea de Manaus, e tem planos de explorar esse filão em escala nacional. A aquisição foi estratégica. 

Com a MAP, a Passaredo terá direito de operar 26 voos diários em Congonhas, o terminal mais congestionado do país. Não é pouco. A Azul conta com 41 licenças. Para analistas, no futuro, a Passaredo pode começar a disputar espaço com a Azul, a única a explorar esse segmento. 

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‘Operação de botina’

O objetivo da Passaredo é usar Congonhas como base para voos a cidades médias do interior de São Paulo, Paraná, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul, como Araçatuba, Bauru, Marília, Uberaba, Dourados, Ipatinga e Ponta Grossa. Até o fim do ano, a empresa deve chegar a 37 destinos — hoje são 28. 

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— Teremos, para sempre, uma “operação de botina” — diz José Luiz Felício Filho, presidente da Passaredo, numa referência ao fato de os destinos serem centros regionais de agronegócio.
Os planos da Passaredo, que concluiu sua recuperação judicial em 2017, incluem a abertura de uma base regional em Salvador no próximo ano. A empresa pretende ainda, no médio prazo, abrir uma base no Galeão, para ligar o Rio a cidades médias do interior do estado, além de Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo. 

— Queremos ser como a Skywest — diz Felício Filho, em referência à companhia americana notável por conectar cidades pequenas a centros de distribuição de voos ( hubs ) como Chicago, Dallas e Los Angeles. 

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Para David Goldberg, sócio da consultoria em aviação TerraFirma, há espaço para a Passaredo crescer na aviação seguindo o rastro da Azul, que atua em escala muito maior, atendendo cem destinos. Segundo Goldberg, a disputa pelo passageiro pode ocorrer em algumas rotas. Além disso, a Passaredo tem acordos de compartilhamento de voos com Gol e Latam. 


A Azul, no momento, se prepara para entrar na rota mais disputada no mercado doméstico, a ponte aérea Rio-São Paulo. Ela começa a operar na quinta-feira. 

Bruna Pezzin, analista de aviação civil da XP Investimentos, avalia que a soma de Passaredo e MAP representa pouco menos de 1% do total do mercado doméstico em número de passageiros: 

— A junção das duas empresas não deve representar impacto significativo. 

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Já Thiago Nykiel, sócio da consultoria Infraway, diz que embora atue em nicho, a Passaredo está posicionada para crescer na aviação regional:
— As aéreas menores precisam ter volume, quantidade de aeronaves. A Passaredo está se posicionando no mercado regional, mas tem um caminho grande para ser concorrente da Azul. De todo modo, ela está bem posicionada.



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