segunda-feira, 18 de agosto de 2025

ZEZINHO dialóga com o sol e a natureza.

 

ZEZINHO E A NATUREZA

 




ZEZINHO E A NATUREZA  

 

Você sabia que ser sustentável é também preservar a natureza?

fundo do sol da natureza com o homem sentado debaixo da árvore 9432521  Vetor no Vecteezy


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 CAPÍTULO I

     O MENINO

Zezinho,7 anos de idade,  mora  no campo e ainda não frequenta  as escolas do imaginário humano. Sonha com este dia, porém  é  escolado  na linguagem da natureza: A terra, a chuva, o sol, a lua, a noite, o dia, as águas, os ventos,  as plantas, os animais domésticos,  os  silvestres, os  pássaros, os insetos e até os répteis. 

É poliglota, etólogo,  ambientalista, sociólogo, ecologista,  biólogo, agricultor, pecuarista e outras da sua  imaginação, só não sabe  as leituras desenvolvidas pelo imaginário humano, os ensinamentos constituídos de   demandas seletivas, excludentes, que    estudam os fenômenos  materiais, imateriais e ao mesmo tempo  sedimentam os mecanismos  da estratificação da sociedade. É uma  Educação   de cabal importância para o homem ascender na escala socioeconômico e cultural, e  não continuar no limbo ou na base da pirâmide  social   criada pelos humanos. O Zezinho tem sede do saber e olha para o futuro da humanidade.  

Diz  a neurociência,   que na primeira infância, a linguagem oficial é a que prega   o amor, a verdade, a pureza, o  respeito, a compaixão, o compartilhamento, a linguagem de todos os animais, a  sinceridade, a inteligência e da igualdade entre os seres humanos.  Com o passar dos tempos, o homem vai remodelando  pilar por pilar, pedra por pedra,  para que possa, com as agruras sofridas,  construir os templos do artificialismo da vida. 

Obedecer   os bons princípios pétreos  da linguagem da primeira infância, é fundamental para o forjamento do cidadão; porém,  na   trajetória da vida e na primeira fase, muitos sofrem  avarias  morais, danificam a  personalidade, entram num mundo obscuro e sedimentam  diversos  desvios de comportamentos que serão aplicados na vida adulta.


                                      CAPITULO II

                               O DIÁLOGO COM O SOL

Conta  Zezinho que tem conversado com os seus amigos de infância, todos têm queixas contra o comportamento dos seres  humanos, principalmente dos povos mais desenvolvidos. 

Diz que o Sol  é a principal peça do sistema solar, alimenta  a terra e os demais planetas sem distinção, sem  preconceitos  e nada pede em troca. Sabe da sua tarefa, de sua  importância e  anda preocupado com a atuação dos humanos. Tem observações e  reclamações a fazer. 

Dizem os homens, que  ele, o sol, é o responsável pelo câncer de pele,  que  resseca o solo, evapora as águas dos rios, oceanos, lagos, córregos e açudes e é o   vilão da desertificação do planeta. Esquecem, que estes  atos fazem parte de sua função, são necessários para os ciclos  da vida.  Diz que na Natureza  nada se cria, nada se perde, tudo se transforma e não pode  mudar o seu comportamento, é o seu ofício. 

Relata que faz este trabalho há 5 bilhões  de anos  e ainda tem mais 5 bilhões para atuar. Refere que os seus raios,  na velocidade da luz, 300 mil quilômetros por segundo, gastam 8,5 minutos e viajam 150 milhões  de quilômetros para chegar à   terra, lhe dando vida e esperança.

Reforça que as árvores   recebem   os raios solares, fazem a fotossíntese, produzem  frutos, grãos e   tubérculos  que alimentam os homens e os animais  herbívoros, estes  consomem os vegetais,  multiplicam-se e são consumidos pelos  homens e pelos  animais  carnívoros. 

Enfatiza  que compondo o equilíbrio da natureza, existem   os produtores, os consumidores e os decompositores, todos estão sob a sua batuta.

Afirma  que o arroz, milho, feijão, soja, trigo, lentilha, ervilhas e as favas são  energia solar concentrada em forma de grãos, da mesma forma  que são todos os tipos de carnes.  É peremptório  em afirmar  que é  a mais importante fonte de energia,  de  vida  e de   saúde  para toda a natureza, inclusive para os  humanos. Relata  que,  o que os seres vivos  comem,   nada mais são do   que  energia solar compactada em proteínas, glicídios, lipídios, hidrocarbonetos e sais minerais.                                                                                                         

CAPITULO  III

OS RIOS

O Sol, o líder do grupo,  traz diversas queixas dos seus componentes.

Os  Rios andam assombrados e perplexos com o futuro, encontram-se  exaustos e não aguentam as atrocidades praticadas pelos humanos. Cortam as árvores das suas margens, constroem habitações nos seus trajetos, desviam aleatoriamente as suas águas e jogam dejetos de todos os tipos  nos seus leitos, lixos orgânicos,  químicos, metais e os tóxicos. Reclamam que um dia poderão não suportar  tais agressões  e poderão perecer antes do tempo, alertam  que   a promoção   da vida é  tarefa  de todos.

Lembram que nas suas águas vivem diversos tipos de vidas e por onde passam alimentam milhares de outras vidas, tanto vegetais como  animais e são as artérias da terra. Transportam muitos nutrientes na suas águas e juntos  aos oceanos, lagos, córregos, lagoas, açudes, aquíferos  e outros trajetos subterrâneos   levam a vida para todos. 

Enfatizam que a Terra é  viva e nunca para de se transformar, vive em metamorfose, depende das suas águas e dos nutrientes que nelas se encontram.

Apontaram um grave crime que os humanos praticam contra os peixes, os  seus principais  moradores.   Os peixes vivem felizes nas suas águas,  suprem a cadeia  alimentar, inclusive para os  humanos. São peças  importantes  para todas as espécies que habitam a terra.  

O que  é inadmissível e sem defesa, é o fato dos humanos pescarem  para o entretenimento, dizem que pescam pelo lazer, isto  não é ético. Enquanto divertem-se e riem,   maltratam os inocentes peixes e  vangloriam-se das atrocidades praticadas, um grande percentual dos peixes pescados e soltos morrem pelas as avarias sofridas. Os Rios não  entendem como um homem pode se sentir feliz em prender  um peixe pela boca, confirma o aforismo de  que o homem é sanguinário e pensa que é o dono do planeta.

 Veja um trecho  do  relato vivido por um dos rios:

“Os homens usam anzóis de metal camuflados com   fragmentos de carne ou falsos peixes pequenos.  O peixe  pensa que é alimento e tenta engolir para matar a fome, o pontiagudo ferro encrava na sua boca, o animal passa  horas  brigando para se livrar  e não consegue. Sem forças, exausto e com ferimentos  é vencido, os homens  ficam felizes, pulam   de  contentamento por este satânico e criminoso ato. Não se resignam e nem se comovem com as dores, o sofrimento e o pânico que passa aquele animal. Expõem  ao público moralmente  destruído, ridicularizado, envergonhado e  como um troféu quase sem vida. Em  seguida  o solta  na mesma água com avarias  nos ossos e catilagem da cabeça.  Boca, olhos, barbatanas, queixo,  brânquias e garganta mortalmente feridas, é uma afronta  à vida e um ato inescrupuloso, para depois  morrer pelos ferimentos sofridos. Fale para os homens que carcaça não boia, afunda.”

CAPÍTULO IV

AS FLORESTAS

As Florestas, constituídas de diversos tipos de vidas, tanto animal como vegetal, dizem que estão sendo destruídas. Nas nações desenvolvidas, notadamente na  Europa, praticamente não existem mais, os humanos daquela região, em  500 anos,  acabaram com as suas  reservas e quase todos os recursos naturais.

Das matas nativas restam poucas. Na Europa as matas são artificiais, monoculturas,     frutos do reflorestamento por lei, geralmente  coníferas.

Alegam que este povos,  para tornarem-se desenvolvidos, tiveram que danificar todo o ecossistema, consumindo os recursos minerais, vegetais e  animais.

Hoje, estes povos gastam fortunas para o plantio de milhões de árvores, porém sem a diversidade das florestas originais, no intuito de recompensar os crimes cometidos contra a natureza. O mais estranho, é que todo o planeta chama este ato de civilização desenvolvida, porém, para  a natureza  um verdadeiro contrassenso, um absurdo, um crime socioambiental. Não satisfeitos, estão invadindo e tomando  os recursos naturais das nações periférica das  Américas, África, Ásia, Oceania e Oriente  em busca de matérias primas para o fabrico de tudo que consomem, tanto minerais,  vegetais e animais,  destruindo todos os biomas e eliminado vidas humanas e  não humanas.

Queixam-se as Florestas, que as suas   árvores estão sendo derrubadas para a fabricação de móveis,  papeis, fazer fogo, pastos,   agricultura e para a construção civil.

Grandes áreas são reservadas para a construção de cidades,   exploração dos minerais  e tudo  que o homem necessita. Os homens desenvolvidos  estão devastando as florestas em todo o planeta.

Primeiro acabaram as deles e agora estão invadindo as nações subdesenvolvidas e danificando o ecossistema. A velocidade de destruição é maior do que a de recuperação, estes danos trarão grandes mudanças na natureza.

O Sol trouxe graves reclamações da própria terra.

Relata que os seus morros, chapadas, montanhas, serrados e as  planícies,  por possuírem pedras preciosas, águas subterrâneas, terra raras e combustíveis fósseis estão sendo dilapidadas. Jogam explosivos, destroem as suas entranhas, abrem os seus corpos  em busca destas riquezas; estas atitudes fulminam muitos tipos de vida e o meio ambiente. Contaminam as águas dos rios, mares, lagos,  os aquíferos e o lençol freático, os homens são impiedosos.

                                   CAPÍTULO V

                                    AS ABELHAS

O Líder Sol  trouxe queixas de quase todos os grupos, muitas inacreditáveis, veja as queixas das abelhas .

As abelhas falaram que os humanos roubam o mel que elas produzem, o mel  que alimenta a sua rainha e toda a  colmeia, eles deveriam deixar parte  para os produtores. Lembram  que uma abelha vive pouco,    de 40 a 60 dias, que cada uma produz em  média de 4 a 6  gramas de mel durante toda a sua existência, faz 40 voos por dia, visita de 10 a 12 flores por minutos e pousa em até  40mil flores por dia.  Poliniza todas as plantas visitadas,  afasta-se até 2  mil metros   da colmeia, orienta-se pelos raios solares e as vibrações magnéticas do cosmo. A vida de uma  abelha é dura, não se reproduz, não tem decisão própria, apenas trabalha, é uma  verdadeira operária escravizada.  

Refere que os humanos chegam  e roubam os  alimentos da sua família. Indagam para si,  por que não se contentam com o trabalho gratuito de polinizar as flores? serviço este responsável pela geração dos frutos. Ratifica  que esta tarefa já seria de bom tamanho, já seria suficiente, já seria uma nobre e impagável atitude, porém os homens querem mais, querem tudo, até o própolis e a cera, injustamente, confiscam. 

Além de furtarem o mel, matam muitas abelhas, envenenam e intoxicam outras  com fumaças. Promovem verdadeiros incêndios ao redor da colmeia e acabam com a vida de outros insetos.  Os homens são  perversos com os outros animais, só pensam neles, consideram que o mundo foi feito só para eles e tudo que existe foi feito para lhes servir. O humanismo é a razão principal dos humanos, tudo  e todos só para eles.

                                     CAPITULO VI

                                   QUEIXAS GERAIS

O Sol fez uma pausa e trouxe à tona  acontecimentos inaceitáveis com os animais .

Citou as maldades nas vaquejadas, touradas, brigas de canários,   cães e galos, as grandes  cargas colocadas nos jumentos, camelos,  burros, cavalos e nos bois de tração,  além do uso do ferro quente com a marca dos donos, das esporas, cabrestos,  rabicho, boqueira, esmaga-bagos  e dos chicotes . 

Falou dos furtos do leite bovino, caprino e ovino,  dos envenenamentos dos insetos e dos anelídeos  na  lavoura.

Esquecem-se que estes insetos, juntos às abelhas,  estão em busca da sobrevivência. Ao mesmo tempo que comem, polinizam as flores e são fontes  de alimentos para muitos outros animais, os pássaros por exemplo. Ao serem envenenados, em cadeia, diminuem as polinizações, eliminam milhares de pássaros, sapos e repteis, desequilibram o ecossistema.

Disse também, que tem seres humanos que retiram totalmente as vestes das ovelhas, isto é, tosam toda a sua lã, a sua proteção. Ferem a sua pele e as deixam nuas, expostas ao frio, sol e ao relento.

São  muitas as  crueldades em nome do progresso, do desenvolvimento e do humanismo. Prendem milhares de pássaros em gaiolas  e lhes tiram a liberdade, a maior propriedade que um ser vivo possui,  que é viver livre na natureza. Frisa que todos os animais nascem alforriados. É como os humanos, não existem homens escravos, existem homens escravizados. Pede que olhem para os grandes animais selvagens, muitos em fase de extinção. Com o álibi de preservação, os homens os mantêm presos em gaiolas nos circos, zoológicos, pequenas reservas longe dos seus habitats naturais e originais, vivem literalmente escravizados.

Depois destas informações, o sol   fez algumas observações e foi claro. Os homens precisam ter mais cuidado e respeito para com a natureza. 

CAPÍTULO VII

VEIO A NOITE

Veio a noite, o menino e o sol   recolheram-se. O Zezinho  foi para casa  e o sol viajou para o outro lado da terra, foi conversar com os seus amigos de lá.

O Sol  tem amigos no mundo todo, ele não possui desafeto, não dorme, não descansa e vive sempre a reverberar energia para todos os planetas do sistema solar, deveria ser o espelho para toda a humanidade.  Tudo e todos   dependem da sua atuação. Fala todas as línguas da natureza, a dos minerais, dos vegetais e a dos animais, dos mais simples aos mais evoluídos.  O Sol entende  de todos os fenômenos da natureza.                                  

VIII

O OUTRO DIA

Veio o  outro dia,  ao abrir a porta, lá estava sol, forte e brilhante. Com os olhos nos olhos do Zezinho falou sério e compenetrado,  expressou-se  pausadamente, professoralmente.  Disse que eram   as suas últimas palavras, foi claro, pois  achava que estava abusando da  paciência do atencioso humano e passou este recado:

"Amigo Zezinho,  diga aos humanos  que sejam amigos da natureza, assim como você. Ela é mais forte do que a junção das forças  de todos os animais humanos e não humanos  que habitam a terra.

O Globo Terrestre é vivo e destruí-lo é uma tarefa impossível  para os que vivem nele, o Globo vive em eterna transformação.  Cem, duzentos, mil ou milhões de  anos   para a terra, para o sistema solar e para a via láctea  são  fragmentos de tempo insignificantes, lembrem-se que ainda faltam 5 bilhões de anos para o sol fagocitar o planeta, 5 bilhões.

Quem modifica a terra desde a sua criação       são os fenômenos naturais:  Eu (o sol),  os rios, os tornados, os mares,  as chuvas,  os vulcões, as tsunamis, as voçorocas, o fogo,  os terremotos, os raios, os trovões, os relâmpagos, os ventos, os tornados, as mudanças do clima, a influência  dos outros  planetas,  as estrelas e outros fenômenos desconhecidos desta civilização. 

Os humanos jamais a destruirá, no máximo podem modificar o pequeno    mundinho no qual vivem, o fragmento do solo que habitam, no máximo desequilibram o seu pequeno  ecossistema. 

Com estes arranhões, podem danificar quem lhes proporcionam    os seus sustentos, dificultando a sua sobrevivência  e todos os tipos de vidas  naquela região. Eles  destroem   os seus biomas, veja que os grandes centros buscam a água, para consumo, a centenas de quilômetros de distância.  

Os homens ao explorarem  os recursos naturais dos seus ecossistemas  poluem as águas, destroem morros,  montanhas   e as florestas,  desequilibram   a fauna e a  flora.  

Vai chegar o dia que, o que se ganha em um ano, será gasto para recuperar  uma única catástrofe natural ou provocada pelos humanos.

 Com as suas atitudes, quem vai ao fim  é a civilização. Tal qual as outras que sucumbiram, esta também  sucumbirá, é apenas questão de tempo."

CAPITULO IX

O RECADO

"Diga aos humanos, que preservar os recursos naturais ou explorá-los com respeito  é preservar a continuidade da vida. Lembrem-se  que muitas civilizações já se  foram, esta também irá e outras surgirão. Para a terra   ainda restam 5 bilhões de anos."

CAPITULO X

FECHAMENTO

O menino Zezinho, de posse destas informações,  e após o diálogo com o sol, elaborou este   ensaio. Pede que todos tomem  conhecimento  e   tenham consciência que a terra é propriedade de todos que nela  se encontram, dos animados aos inanimados .  

  A terra é de todos e merece respeito.

O homem não está acima da natureza e  nem acima dos animais não humanos. 

Iderval Reginaldo Tenório

 

Luiz Gonzaga Do Nascimento / Aguinaldo Batista De Assis

Luiz Gonzaga 1989 Xote Ecológico (Letra) - YouTube

De Luiz Gonzaga Do Nascimento / Aguinaldo Batista De Assis

sábado, 16 de agosto de 2025

Debate entre deputados. Descalcificado e desclassificação.

                                                        DO ANEDOTÁRIO POPULAR

O DESENTENDIMENTO É GERAL  

PARECE PIADA

 

Num acalorado debate entre dois deputados, um dos parlamentares,  desafeto confesso, dirige a palavra para contestar um  pronunciamento ofensivo à sua pessoa.

"Deputado fulano, vossa excelência é um desavergonhado descalcificado"

O plenário em peso entrou  em gargalhadas. O ofendido em voz  alta falou ao ofensor:

"Deputado, o senhor precisa voltar ao curso primário, voltar para a escola,  a palavra não é DESCALCIFICADO, é  DESCLASSIFICADO".

O ofensor mais uma vez se pronunciou:

" É DESCALCIFICADO mesmo deputado, é DESCALCIFICADO, o senhor leva  corno há anos   e os seus cifres não crescem e nem aparecem, falta-lhe o cálcio, falta-lhe o mineral cálcio".

                   A Câmara  foi ao delírio.

            Salvador, 15 de agosto de 2025

Iderval Reginaldo Tenório

60% DOS TATUS QUE VIVEM NAS FLORESTAS DO OESTE DO PARÁ. O QUE É HANSENÍASE?

 Dia de foto: tatu-galinha-pequeno - ((o))eco

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), dos Estados Unidos e Suíça descobriram que aproximadamente 60% dos tatus que vivem nas florestas do oeste do Pará estão contaminados com Mycobacterium leprae, a bactéria causadora da hanseníase, e ainda, a manipulação do animal pode ser uma forma de contrair a doença.

Após a coleta de  fragmentos do fígado e do baço dos animais, caçados para o consumo, 60% da Mycobacterium leprae estavam presentes.

O que é hanseníase?

“a hanseníase é uma doença infecciosa de contaminação respiratória”. Ela é causada por uma bactéria que veio, inicialmente, da África e chegou à Europa, 700 anos a.C.  “No senso comum da população, a hanseníase é bíblica. Ela é conhecida  como lepra e chegou às Américas por meio das navegações. Em algum momento desse período, "os humanos infectaram os tatus que começaram a disseminar a bactéria em seu habitat natural.

De acordo com a pesquisa, 62% dos tatus-galinha (Dasypus novemcinctus) estavam naturalmente infectados pelo bacilo causador da hanseníase. O professor enfatiza que o ser humano continua sendo o principal transmissor da doença. “Consumir carne de caça é um costume entre as comunidades tradicionais.

Infecção e manifestação

A doença se manifesta lentamente. Há casos de exposição de dois à dez.  O principal sintoma  são manchas mais claras que o tom da pele. O paciente sente  a pele  dormente,  toques, dores e até  alterações de temperatura na pele.

A  pessoa que está infectada ao  espirrar ou tossir, libera uma carga da bactéria no ambiente. Os familiares ficam expostos e acabam por inalar o bacilo causador da hanseníase e adoecem.

Os tatus não são os principais transmissores da hanseníase, mas há uma chance maior de ficar doente com o consumo de sua carne. A ausência de diagnóstico da doença não significa ausência da doença.

Existem outras formas de transmissão, animais e espécies que ainda não foram avaliadas. Até mesmo as amebas podem albergar a bactéria e que permanece viva dentro delas por meses. 

As condições de saneamento e habitação das populações mais atingidas também é importante, e precisa melhorar muito na Amazônia.

Resumo do Texto: 

Vagner Mendes – Assessoria de Comunicação da UFPA

 Iderval Reginaldeo Tenório

 

60% DOS TATUS QUE VIVEM NAS FLORESTAS DO OESTE DO PARÁ. O QUE É HANSENÍASE?

 Dia de foto: tatu-galinha-pequeno - ((o))eco

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), dos Estados Unidos e Suíça descobriram que aproximadamente 60% dos tatus que vivem nas florestas do oeste do Pará estão contaminados com Mycobacterium leprae, a bactéria causadora da hanseníase, e ainda, a manipulação do animal pode ser uma forma de contrair a doença.

Após a coleta de  fragmentos do fígado e do baço dos animais, caçados para o consumo, 60% da Mycobacterium leprae estavam presentes.

O que é hanseníase?

“a hanseníase é uma doença infecciosa de contaminação respiratória”. Ela é causada por uma bactéria que veio, inicialmente, da África e chegou à Europa, 700 anos a.C.  “No senso comum da população, a hanseníase é bíblica. Ela é conhecida  como lepra e chegou às Américas por meio das navegações. Em algum momento desse período, "os humanos infectaram os tatus que começaram a disseminar a bactéria em seu habitat natural.

De acordo com a pesquisa, 62% dos tatus-galinha (Dasypus novemcinctus) estavam naturalmente infectados pelo bacilo causador da hanseníase. O professor enfatiza que o ser humano continua sendo o principal transmissor da doença. “Consumir carne de caça é um costume entre as comunidades tradicionais.

Infecção e manifestação

A doença se manifesta lentamente. Há casos de exposição de dois à dez.  O principal sintoma  são manchas mais claras que o tom da pele. O paciente sente  a pele  dormente,  toques, dores e até  alterações de temperatura na pele.

A  pessoa que está infectada ao  espirrar ou tossir, libera uma carga da bactéria no ambiente. Os familiares ficam expostos e acabam por inalar o bacilo causador da hanseníase e adoecem.

Os tatus não são os principais transmissores da hanseníase, mas há uma chance maior de ficar doente com o consumo de sua carne. A ausência de diagnóstico da doença não significa ausência da doença.

"Existem outras formas de transmissão, animais e espécies que ainda não foram avaliadas. Até mesmo as amebas podem albergar a bactéria e que permanece viva dentro delas por meses. 

As condições de saneamento e habitação das populações mais atingidas também é importante, e precisa melhorar muito na Amazônia.

Resumo do Texto: 

Vagner Mendes – Assessoria de Comunicação da UFPA

 Iderval Reginaldeo Tenório

sexta-feira, 15 de agosto de 2025

CNBB e CFM repudiam proposta de legitimação da assistolia fetal no Brasil

                                Aborto no Brasil: linha do tempo mostra Lei praticamente inalterada desde  1940 | CNN Brasil

Em nota conjunta, CNBB e CFM repudiam proposta de legitimação da assistolia fetal no Brasil

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e o Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgaram nota conjunta, nesta quinta-feira, 14, na qual manifestam repúdio à proposta de legitimação da assistolia fetal no Brasil. O tema está em discussão no Supremo Tribunal Federal (STF) no contexto da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1141.

As entidades recordam, no pronunciamento, seus compromissos institucionais com a dignidade da vida humana desde a concepção até seu fim natural, bem como com o exercício técnico e ético da medicina, a garantia da objeção de consciência do médico e o respeito aos limites legais.

“A prática da assistolia fetal é desumana, dolorosa e desproporcional. Trata-se de uma forma de interrupção da gravidez que, ao provocar sofrimento físico no feto, fere frontalmente o princípio da dignidade da pessoa humana, base do nosso Estado Democrático de Direito”, afirmam as entidades.

A assistolia fetal é um procedimento que consiste na injeção de cloreto de potássio diretamente no coração do nascituro, provocando sua morte por parada cardíaca. Segundo o CFM, a prática não é permitida na eutanásia de animais em diversos protocolos legais. O cloreto de potássio é utilizado na execução de condenados à morte nos países que preveem esse tipo de condenação.

A nota recorda a resolução do CFM que proíbe a assistolia fetal como “um avanço ético e um posicionamento técnico responsável”, que “reconhece os limites do exercício da medicina quando esta toca a fronteira da vida humana em sua forma mais vulnerável”. Tal normativa foi suspensa pelo STF ainda em 2024.


 

Nota da CNBB e do CFM
em Defesa da Vida e Contra a Assistolia Fetal

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – CNBB, diante do compromisso da Igreja com a dignidade da vida humana desde a concepção até seu fim natural, e o Conselho Federal de Medicina – CFM, diante do seu compromisso com o exercício técnico e ético da medicina, a garantia da objeção de consciência do médico e o respeito aos limites legais, manifestam repúdio diante da proposta de legitimação da assistolia fetal no Brasil, atualmente em discussão na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 1141, promovida por forças político partidárias junto ao Supremo Tribunal Federal.

A Constituição Federal de 1988 consagra no caput do artigo 5º o direito à vida como o primeiro e mais fundamental de todos os direitos. É a partir dele que todos os demais se sustentam. A inviolabilidade da vida é um imperativo ético e jurídico que deve ser respeitado em todas as etapas da existência humana, inclusive no ventre materno. A vida do nascituro é uma vida indefesa, uma vida que não viola os direitos de ninguém e que não cometeu injustiça alguma.

A Constituição também prevê como garantias fundamentais que amparam o direito à vida, a igualdade de direitos, a segurança e plenitude de defesa, que devem ser salvaguardados ao feto. E mais, é proibido a tortura e o tratamento desumano ou degradante.

A prática da assistolia fetal – procedimento que consiste na injeção de cloreto de potássio diretamente no coração do nascituro, provocando sua morte por parada cardíaca – é desumana, dolorosa e desproporcional. Trata-se de uma forma de interrupção da gravidez que, ao provocar sofrimento físico no feto, fere frontalmente o princípio da dignidade da pessoa humana, base do nosso Estado Democrático de Direito. Tal prática, vale lembrar, sequer é permitida na eutanásia de animais em diversos protocolos legais. Vale recordar que o cloreto de potássio é utilizado na execução de condenados à morte.

Nesse sentido, a Resolução nº 2.378/2024 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que proíbe a prática da assistolia fetal, representa um avanço ético e um posicionamento técnico responsável. Ela reconhece os limites do exercício da medicina quando esta toca a fronteira da vida humana em sua forma mais vulnerável.

A CNBB também expressa seu apoio aos profissionais de saúde que, fundamentados na ética e no direito constitucional à objeção de consciência (art. 5º, VI, CF/88), recusam-se a participar de procedimentos abortivos. É inaceitável qualquer tentativa de punição ou constrangimento àqueles que agem em fidelidade aos princípios da bioética e à sua consciência moral, inclusive respaldados pela Constituição.

A defesa da vida exige coerência e compromisso, especialmente quando se trata de seres humanos indefesos e sem voz. Inspirados nas palavras do Papa Leão XIV, reafirmamos que nenhuma sociedade pode se considerar verdadeiramente justa e civilizada se não for capaz de proteger os mais vulneráveis, isto é, desde a concepção. Eles não têm meios de se defender, senão pela voz dos que já nasceram e reconhecem o valor sagrado de toda vida humana.

Por isso, a CNBB e o CFM reiteram o apelo às autoridades públicas, especialmente ao Supremo Tribunal Federal, para que preservem a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até seu fim natural, respeitando os preceitos constitucionais, a ética, a ciência médica e o direito constitucional à objeção de consciência dos profissionais de saúde, bem como os valores fundamentais que sustentam a dignidade da nossa nação.

Brasília-DF, 13 de agosto de 2025

Dom Jaime Cardeal Spengler
Arcebispo da Arquidiocese de Porto Alegre – RS
Presidente da CNBB

Dom João Justino de Medeiros Silva
Arcebispo da Arquidiocese de Goiânia – GO
1º Vice- Presidente da CNBB

Dom Paulo Jackson Nóbrega de Sousa
Arcebispo da Arquidiocese de Olinda e Recife – PE
2º Vice-Presidente da CNBB

Dom Ricardo Hoepers
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Brasília – DF
Secretário-Geral da CNBB

 

José Hiran da Silva Gallo
Presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM)

 

 

Como o MPF e a imprensa apoiaram o aborto de um bebê de sete meses