sexta-feira, 11 de março de 2022

75% dos antibióticos do mundo são usados para a produção de carne .

 

 Análise sobre a produção de carnes no Brasil

Exportação e produção de carnes do Brasil terão aumento nos próximos 2 anos  - Blog Nilo Imóveis

Exportações de carne de frango avançaram 5,8% entre janeiro e julho de 2019  | Brasilagro

75 % dos antibióticos, produzidos no mundo, são usados para  a produção de carnes bovinas,  suínas, caprinas e de frangos. 

Apenas 25% são usados para doenças  humanas e de todos os outros animais. 

75% PARA A PRODUÇÃO DE CARNES 

 "O aumento da obesidade em todo o mundo. coincide com o uso generalizado de antibióticos. É possível que a exposição precoce de crianças aos antibióticos potencialize a obesidade na vida adulta"        Martin J. Blaser, professor de medicina da Universidade de Nova York.

         Indústria da carne já consome quatro quintos de todos os antibióticos nos EUA

 
No ano passado, a Administração de Alimentos e Medicamentos propôs um conjunto de “diretrizes” para frear o uso de antibióticos pela indústria da carne. Desde então, a agência vem ponderando como implementar o novo programa.

A Pew Charitable Trusts divulgou números da agência sobre o uso de antibióticos em fazendas pecuárias e os compararam com o uso humano de antibióticos para tratar  doenças.
 
Nota-se que, enquanto que o uso de antibióticos por humanos se estabilizou abaixo dos 3 trilhões de kg anuais, as fazendas de gado atingiram um recorde de quase 13 trilhões de kg em 2011. 
 
Dito de outra forma, a pecuária está agora consumindo quase quatro quintos dos antibióticos utilizados nos EUA, e seu apetite por eles é crescente
 
O porta-voz do Pew acrescentou que, enquanto o The American Meat Institut relatou um aumento de 0,2% no total de produção de carne e de aves em 2011 em comparação ao ano anterior, os dados do FDA mostram que o consumo de antibióticos saltou para mais de 2% sobre o mesmo período. Isso sugere que o uso de antibiótico pode estar ficando mais intensivo na produção de carne.

Não é surpreendente que, quando animais são amontoados aos milhares e dosados diariamente com antibióticos, as bactérias que vivem sobre e nos animais se adaptem e desenvolvam resistência a esses antibióticos.
 
 Pew expôs mais dados, sobre os resultados da FDA de seu National Antimicrobial Resistance Monitoring System, ou NARMS, que obtém amostras de produtos de carne e as submete a testes para patógenos bacterianos. 
 
Mais uma vez, os resultados são preocupantes. Aqui estão alguns destaques apontados pelo Pew no e-mail:

- Cerca de 78% das bactérias Salmonella encontradas em carnes de peru moída eram resistentes a pelo menos um antibiótico, e metade das bactérias eram resistentes a três ou mais;

- Cerca de três quartos das bactérias Salmonella encontradas em amostras de peito de frango eram resistentes a, pelo menos, um antibiótico. Cerca de 12% das amostras de peito de frango e de carnes de peru estavam contaminadas com a Salmonella;

- Bactérias do gênero Campylobacter encontradas em carnes de frango estão resistentes ao antibiótico tetraciclina. 
 
Cerca de 95% dos produtos derivados da carne de frango estavam contaminados com Campylobacter, e quase a metade dessas bactérias é resistente à tetraciclina. Isso reflete um aumento em relação a 2012 e 2002.

01 quilograma de carne boniva equivale a 16 mil litros dágua e  44 quilogramas de grãos.

A sociedade mundial terá que encontrar uma maneira de alimentar 7 bilhões de pessoas sem acabar com a natureza, imaginem quando esta população chegar aos 10 bilhões.

                  Pecuária e a Saúde Pública

Quase três quartos dos antibióticos vendidos no planeta são destinados à produção de animais para corte, indústria que, desde 2000, cresceu entre 40% e 68% na Ásia, África e América do Sul.

Um grupo internacional de pesquisadores coordenado por Thomas Van Boeckel, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça, reuniu os resultados de 901 levantamentos feitos entre 2000 e 2018 e constatou que existe uma associação entre o uso de antibióticos e o desenvolvimento de resistência a esses medicamentos em bactérias das espécies Escherichia coli e Staphylococcus aureus e dos gêneros Salmonella e Campylobacter, causadoras de doenças em animais de corte e seres humanos. 

A proporção de antibióticos que já perdeu a capacidade de eliminar metade dessas bactérias em galinhas aumentou de 0,15% em 2000 para 0,41% em 2018 (aumento de 1,5% ao ano). Em porcos, a taxa quase triplicou: passou de 0,13% para 0,34% (crescimento anual de 1,3%).

 O levantamento não detectou alteração significativa no gado bovino (Science, 20 de setembro). Vários países de baixa ou média renda aparecem na análise como áreas importantes de surgimento de resistência, principalmente na Ásia e na África. 

O Brasil também está na lista, em especial os estados do Sul. Os pesquisadores alertam: está diminuindo o arsenal de medicamentos para combater bactérias nocivas à saúde dos animais criados para a indústria alimentícia. 

Com base em dados de densidade de animais de 2013, eles estimam que, no mundo, 9% dos bois, 18% dos porcos e 21% dos frangos sejam criados em regiões em que há resistência a antibióticos. 

Na opinião dos pesquisadores, antibióticos importantes para a saúde humana não deveriam ser usados em animais de corte.

                                  A Pew Charitable Trusts

 FDA de seu National Antimicrobial Resistance Monitoring System, ou NARMS.

The American Meat Institut .

Martin J. Blaser, professor de medicina da Universidade de Nova York..

Thomas Van Boeckel, do Instituto Federal de Tecnologia da Suíça.

 


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