quarta-feira, 30 de agosto de 2017

ZÉ PRAXEDES -DOTÔ INTÉ ÔTO DIA



ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro
                                                                                
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DOTÔ INTÉ ÔTO DIA

      Dotô  inté  ôto dia              
       basta vancê precisá            
     de um criado as  suas orde

na Serra do Jatobá

Pro armôço tem galinha
tem quaiada pro jantá
água cheirosa de tanque
pra vosmicê se banhá

Leite quente ao pé da vaca
quando o dia amanhecê
café torrado no caco
de quando invez pra vancê

Aguardente potiguá
caso goste de bebê
capim mimoso verdinho
pra seu cavalo comê

Pra vosmicê fazê lanche
mé de abeia  cum farinha
tem da fonte milagrosa
água fria na quartinha

Pra vosmecê se deitá
uma rede bem arvinha
Mas leve a sua muié
proque lá só tem a minha
      (Zé Praxedes)
ZÉ PRAXEDES


ZÉ PRAXEDES

JOSÉ PRAXEDES BARRETO (1916 - 1983), nasceu a 15 de novembro na fazenda ‘Espinheiro’, município de Currais Novos, atualmente Cerro Corá (RN).
 Filho de Francisco Praxedes Barreto e Maria Segunda Barreto.
Casou-se com Hilda Pinheiro, em 1941, e geraram José Praxedes Filho.
 Em 1950, como quase todos os nordestinos faziam à época, tomou um ITA, navio, juntamente com a mulher e o filho, e desembarcaram  no Rio de Janeiro



Dando continuidade a pagina literária de minha raíz,  postarei uma poesia do grande Zé Praxedes, obra que muito marcou no Cariri Cearense a vida daquela juventude sedenta por saber, ao mesmo tempo faço pequenos agradecimentos aos homens que plantaram  a pura e verdadeira cultura na hora certa e para as pessoas certas.

Acredito que pela pureza destes baluartes do Rádio  Caririense, os mesmos  não tinham  idéia e nem  percepção da importância dos seus atos para o futuro do seu povo  ao recitarem despojadamente, os grande poetas populares do século .

Como  Deus ao lançar a sua luz  para todos do Universo sem distinção, estes baluartes nos seus programas matutinos lançavam esta providencial cultura a todos que tivessem ouvidos e consciência para saborear.


Aproveito o encejo e envio para ser saboreada uma poesia por demais conhecida pelos cancioneiros nordestinos. Nós aí do Cariri ouvíamos todas as manhãs o grande Eloy Teles de Morais plantar e dividir os frutos com todos os privilegiados que tinham acesso à Radio Araripe do Crato .

Acho inclusive que nós do Cariri deveríamos prestar uma homenagem a todos os ícones do Radio Caririense que transmitiam cotidianamente estas pérolas enriquecendo a nossa cultura, não sei se os mesmos tinham a noção da   grandeza , da importância ao transmitir   para o futuro da juventude nordestina aquelas enxurradas de cultura , transmitidas cotidianamente pelas ondas curtas e sonoras das  Radios AM.

A nossa infância e a nossa juventude fazem parte do rol das melhores do mundo, pois nascer na Serra do Araripe ou no seu pé, conviver com Eloy Teles, Luiz Gonzaga, Patativa do Assaré, Pedro Bandeira de Caldas, João Sobreira( O LAMPIÃO), Alcely Sobreiras, Daniel Walker , Cego Oliveira e uma plêiade de nomes do mais alto cabarito é privilégio de poucos, ainda por cima na terra do Padre Cícero Romão Batista(JUAZEIRO DO  NORTE) por onde peregrinou o grande Frei Damião.

Bela infância, abençoada juventude.

Obrigado a Eloy Teles de Moraes pelas aulas de cultura reverberadas para quem quisesse ouvir.

Um abraço- Iderval  Reginaldo Tenório 



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terça-feira, 29 de agosto de 2017

DOTÔ ME CONHECE? Patativa do Assaré O CEARENSE DO SÉCULO



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Amigos como cearense , nordestino e brasileironão poderia deixar de postar esta declaração de abandono de um povo forte e trabalhador. Veja o que diz o grande Antonio Gonçalves, o Patativa do Assare.

Patativa do Assaré (1909-2002) foi um poeta popular, compositor, cantor e repentista brasileiro. Foi um dos maiores poetas populares do Brasil. Com uma linguagem simples, porém poética, retratava a vida sofrida e árida do povo do sertão. Projetou-se com a música "Triste Partida" em 1964, uma toada de retirantes, gravada por Luiz Gonzaga, o rei do baião. Seus livros, traduzidos em vários idiomas, foram tema de estudos na Sorbonne, na cadeira de Literatura Popular Universal.





DOTÔ ME CONHECE?
Patativa do Assaré
O CEARENSE DO SÉCULO

Seu dotô só me parece
Que o sinhô não me conhece
Nunca soube quem sou eu
Nunca viu minha paioça
Minha muié, minha roça
Meus fio que Deus me deu


Se não sabe escute agora
Que eu vô conta minha istora
Tenha a bondade de ouvi
Eu sô da crasse matuta
Da crasse que não disfruta
Das riqueza do Brasi


Sô aquele que conhece
As privação que padece
O mais pobre camponês
Tenho passado na vida
De quatro meis em siguida
Sem cumê carne uma veiz


Sô o que durante a semana
Cumprindo a sina tirana
Da grande labutação
Mode sustenta a famia
Só tem direito a dois dia
O resto é para o patrão


Sô o sertanejo que cansa
De votá sem esperança
Do Brasil fica mio
Mas o Brasil continua
Na cantiga da piruá
Que é pio, pio, pio


Sô o que num tempo da guerra
Contra o gosto se desterra
Para nunca mais vortá
E vai morrê no estrangeiro
Como pobre brasileiro
Longe do torrão nata


Sô o mendigo sem sussego
Que por não achá emprego
Se vê forçado a sigui
Sem direção e sem norte
De porta em porta a pidi


Sô aquele disgraçado
Que nos ano atravessado
Vai batê no Maranhão
Sujeito a todo mal-trato
Bicho de pé, carrapato
E os ataque da sesão

Se o dotô não se infade
Vai guardando essa verdade
Na memória e pode crer
Que eu sô aquele operário
Que ganha o pobre salário
Que não dá para comer


Sô ele todo em carne e osso
Muita veis num tem armoço
Nem também não tem jantá
Eu sô aquele rocero
Sem camisa e sem dinheiro
Cantado por Juvená


Sim, por Juvená Galeno
O poeta, aquele gênio
O maior dos cantadô
Aquele coração nobre
Que a minha vida de pobre
Muito sentido canto


Há mais de cem ano eu vivo
Nessa vida de castigo
E a potreção não chegô
Sofro muito e corro estreito
Inda tô do memo jeito
Que Juvená me deixou


Sofrendo a mema sentença
Eu já to perdendo a crença
E pra ninguém se inganá
Vô dexá meu nome aqui
Eu sô fio do Brasi
E o meu nome é Ceará.

ESCUTEM NA VOZ DO MESTRE,  EU VI AO VIVO.


SEU DOTOR ME CONHECE PATATIVA DO ASSARÉ - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=xQGEFKahGK0
12 de fev de 2016 - Vídeo enviado por CLAUDIO O FENIX RACIONAL Sampaio
SEU DOTOR ME CONHECE ( Patativa do Assaré )) Seu dotô, só me parece Que o sinhô não me conhece ..