sábado, 26 de setembro de 2015

Promédica deve administrar Hospital Espanhol; ainda não há prazo para reabertura da unidade

Sexta, 25 de Setembro de 2015 - 16:40

Promédica deve administrar Hospital Espanhol; ainda não há prazo para reabertura da unidade

por Estela Marques
Promédica deve administrar Hospital Espanhol; ainda não há prazo para reabertura da unidade
Foto: Divulgação
A Promédica deve ser a nova administradora do Hospital Espanhol. A Real Sociedade, atual administradora da unidade, aceitou a proposta feita pela Promédica na última semana. Em reunião nesta sexta-feira (25) com o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-BA), ficou definido o prazo de 60 dias para diligências, período em que as partes se certificam das informações. No caso do Hospital Espanhol, Real Sociedade, Promédica e TRT devem se reunir em mutirão para avaliar as questões trabalhistas e os demais débitos da unidade de saúde. Concluído esse prazo, a Promédica deve reafirmar o interesse no hospital e a venda é efetivada. O valor oferecido e outros pormenores da proposta não podem ser divulgados por questões contratuais, mas, de acordo com o advogado da Real Sociedade, Washington Pimentel, a Promédica assegurou o cumprimento dos três requisitos impostos pela atual administradora do Hospital Espanhol: atendimento aos associados da Real Sociedade, pagamento de débitos trabalhistas e a renegociação de passivos junto aos bancos e com seus fornecedores. “É uma proposta concreta, razoável, que sem sombra de dúvida está buscando atender aos interesses da população, dos associados. Hoje temos perspectiva muito positiva sobre reabertura do Hospital Espanhol em espaço curto de tempo”, avaliou Pimentel, que não deu prazo para reabertura da unidade.
 
BN SAÚDE- SALOVADOR BAHIA

sexta-feira, 25 de setembro de 2015

PELO AJUSTE E CONTRA IMPEACHMENT, DILMA OFERECE 5 MINISTÉRIOS AO PMDB

Bebê tem a cabeça arrancada durante parto em maternidade de Aracaju


Diretor clínico, João Maria, revela que feto estava sem batimento cardíaco  (Foto: Flávio Antunes/G1 SE)
clínico, João Maria, revela que feto estava sem
batimentos cardíacos (Foto: Flávio Antunes/G1 SE)



17/05/2012 11h18 - Atualizado em 19/05/2012 14h40

Bebê tem a cabeça arrancada durante parto em maternidade de Aracaju

Caso ocorreu no Hospital e Maternidade Santa Isabel, na Zona Norte.
Após horas em trabalho de parto, mãe disse ter ouvido estalo.

Denise Gomes e Flávio Antunes Do G1 SE
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Maternidade Santa Izabel em Aracaju (Foto: Flávio Antunes/G1 SE)
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Gestante foi internada no final da noite de segunda (14) na Maternidade Santa Isabel em Aracaju
(Foto: Flávio Antunes/G1 SE)




Um bebê teve a cabeça arrancada durante o parto realizado na madrugada de terça-feira (15), no Hospital e Maternidade Santa Isabel, na Zona Norte de Aracaju (SE). A mãe de 22 anos havia sido internada no final da noite de segunda-feira (14), após sentir fortes dores em casa e perceber que a bolsa havia estourado. A jovem já era mãe de outras três crianças.
Segundo a família, uma ambulância do Serviço Móvel de Urgência (SAMU) foi acionada e encaminhou a gestante à maternidade. Após horas em trabalho de parto e recebendo o auxílio de cinco médicos, que se revezavam no procedimento, a gestante sentiu que algo estava errado ao ouvir um grande estalo e em seguida um médico repreendendo outro.
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“Ela passou por um grande sofrimento, foram horas e horas de muitas dores e desconforto e todos os médicos fazendo força na barriga dela para que a criança nascesse. Mas, em determinado momento, ela ouviu um barulho e um dos médicos disse ‘Marcos você é louco?’”, relatou Gilmara Azevedo dos Santos, prima da gestante.
Ainda segundo Gilmara, sua prima perguntou aos médicos o que estava acontecendo e não obteve resposta. A paciente foi levada para o centro cirúrgico onde foi realizada uma cesariana, que segundo a gestante, serviu para a retirada do corpo do menino, já que a cabeça teria sido arrancada durante o trabalho de parto.
“Minha prima está totalmente abalada, nossa família então está inconformada com esta situação. Ela está toda dolorida e teve as partes íntimas cortadas para a retirada do bebê, no entanto, após não obterem sucesso decidiram abrir a barriga dela e assim retirar o corpo da criança que estava morta”, afirmou Gilmara.
Ainda segundo a prima da paciente, nenhum problema foi registrado durante a gestação e a jovem realizou o pré-natal. “Estava tudo bem até a chegada dela na maternidade. Ela nos contou que assim que chegou foi submetida a uma avaliação, onde foi constatado que o coração da criança estava batendo. O que comprova que o bebê estava vivo e não morto como os médicos estão dizendo agora”, disse.
A gestante teve alta médica nesta quarta-feira (16) e segundo Gilmara, nenhuma assistência foi prestada pelo hospital, já que a jovem está com muitas dores e não recebeu nenhum tipo de medicação. “Não nos deram nenhum suporte e nem um medicamento para que ela tomasse no pós-operatório. Além disso, não nos informaram o que de fato ocorreu. Queremos justiça e iremos procurar o Ministério Público Estadual, pois minha prima foi vítima de negligência médica”, afirmou.

Diretor clínico, João Maria, revela que feto estava sem batimento cardíaco  (Foto: Flávio Antunes/G1 SE)
clínico, João Maria, revela que feto estava sem
batimentos cardíacos (Foto: Flávio Antunes/G1 SE)
O corpo do bebê permanece no necrotério do hospital. A família espera que a liberação ocorra ainda nesta quinta-feira (17) para que o sepultamento seja realizado. Vizinhos e amigos da família estão prestando auxílio à gestante, através de mantimentos e medicamentos. Um deles fez, inclusive, a doação do caixão para o sepultamento da criança.
De acordo com João Maria, o diretor clínico do hospital, a paciente apresentava 9 cm de dilatação e o feto não tinha batimentos cardíacos, ou seja, já estava morto. “Ao entrar em trabalho de parto, percebemos que havia um problema no ombro do bebê. Apesar da cabeça ter passado pela vagina da mãe, o corpo da criança ficou impedido de sair por causa da bacia da mãe. Tentamos vários procedimentos cirúrgicos, mas a única solução encontrada foi a ‘degola cirúrgica’, ou seja, tivemos que remover a cabeça do bebê”, relatou o diretor.
Uma entrevista coletiva será realizada no hospital às 15h desta quinta-feira (17), com o diretor clínico João Maria e a diretora clínica Débora Leite. Ainda de acordo com o diretor, uma comissão formada por obstetras, neonatologistas e intensivistas da Unidade de Terapia Intensiva da maternidade irá investigar a causa da morte do bebê.

Foi aprovado hoje na Comissão Especial parecer ao PL 6.583/13 – POSTAGEM DO JEAN WYLLYS

O DEPUTADO BRIGA POR UMA FAMILIA AMPLA, A FAMILIA MODERNA DE HOJE, A FAMILIA DO SÉCULO XXI




Foi aprovado hoje na Comissão Especial  parecer ao PL 6.583/13 –
  Que reconhece apenas como família aquelas formadas por homem, mulher e filhos biológicos, desconsiderando os diferentes arranjos familiares que constituem a sociedade brasileira.


Foram quatro horas de uma maratona de obstruções durante as quais os nossos cinco aguerridos parlamentares representantes das famílias – de TODAS as famílias - tentaram adiar a votação apresentando uma série de requerimentos. 
Enquanto isso, numa clara articulação da bancada fundamentalista para aprovar o projeto e redirecionar o foco das discussões para abafar o esquema de corrupção pelo qual Cunha está formalmente denunciado, o presidente da Casa atrasava o início da sessão no Plenário para que a votação do Estatuto da Família acontecesse ainda hoje na comissão.
A decisão põe em insegurança jurídica não só as famílias homoafetivas (principal alvo da bancada fundamentalista), mas todas as outras que não se enquadram no modelo tido como “tradicional” que, hoje em dia, segundo o último Censo Demográfico do IBGE, representam 50,1% dos domicílios; além de ferir os princípios do não preconceito e da dignidade humana que estão na Constituição.
Semana que vem ainda serão votados quatro destaques, mas faremos o que for do alcance regimental para levar essa pauta para o Plenário e, na hipótese absurda de a maioria dos deputados e deputadas - muitos deles em seus segundos ou terceiros casamentos e/ou com filh@s com diferentes parceiros e parceiras – lá votarem a favor desse lixo homofóbico e inconstitucional - segundo decisões do Superior Tribunal Federal, que desde 2011 reconhece as famílias homoafetivas - entraremos com recurso no STF contra o projeto.
Jean Wyllys 


Belchior - Divina Comedia Humana - YouTube

www.youtube.com/watch?v=NqBxlNxYR4I
12 de nov de 2013 - Vídeo enviado por Movieplay Digital The Orchad
Belchior - Divina Comédia Humana Este álbum contem os sucessos de Belchior em seu álbum Divina ..

DEPUTADO MANOEL JUNIOR PEDE A RENUNCIA DA PRESIDENTE E HOJE É COTADO PARA MINISTRO DA SAUDE..


Gabriela Corossy/Câmara dos Deputados Na campanha de 2014, Manoel Junior apoiou as candidaturas de oposição.
Deputado do PMDB mais cotado para ocupar o ministério da Saúde, Manoel Junior (PB) defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff há cerca de um mês.
 
Ele também já se posicionou contra a volta da CPMF, imposto que pode aumentar a receita da pasta que atualmente ele pretende ocupar.
 
Na campanha de 2014, Manoel Junior apoiou as candidaturas de oposição.
 
Para presidente, ele votou em Aécio Neves (PSDB), adversário de Dilma.
 
Numa entrevista há duas semanas, o deputado fez duras críticas sobre a relação do governo Dilma com a bancada do PMDB.
"O PMDB já não é mais governo há muito tempo, desde quando fomos excluídos de algumas políticas públicas", disse.
 
No dia 10 de agosto, ele disse que Dilma deveria renunciar para dar lugar ao vice Michel Temer.
 
"Ela tem de pensar no Brasil", disse, segundo um site de notícias da Paraíba.

Peemedebista cotado para a Saúde defendeu renúncia de Dilma 2 / 7


Peemedebista cotado para a Saúde defendeu renúncia de Dilma 2 / 7
      




Na campanha de 2014, Manoel Junior apoiou as candidaturas de oposição.
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© Foto: Gabriela Corossy/Câmara dos Deputados Na campanha de 2014, Manoel Junior apoiou as candidaturas de oposição.
Deputado do PMDB mais cotado para ocupar o ministério da Saúde, Manoel Junior (PB) defendeu a renúncia da presidente Dilma Rousseff há cerca de um mês.
 
Ele também já se posicionou contra a volta da CPMF, imposto que pode aumentar a receita da pasta que atualmente ele pretende ocupar.
 
Na campanha de 2014, Manoel Junior apoiou as candidaturas de oposição.
 
Para presidente, ele votou em Aécio Neves (PSDB), adversário de Dilma.
 
Numa entrevista há duas semanas, o deputado fez duras críticas sobre a relação do governo Dilma com a bancada do PMDB.
"O PMDB já não é mais governo há muito tempo, desde quando fomos excluídos de algumas políticas públicas", disse.
 
No dia 10 de agosto, ele disse que Dilma deveria renunciar para dar lugar ao vice Michel Temer.
 
"Ela tem de pensar no Brasil", disse, segundo um site de notícias da Paraíba.

quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que nenhuma faculdade de medicina do país tirou a nota máxima na última avaliação do Inep-Cursos de medicina sem estrutura crescem e chegam a custar R$ 11 mil


 
Edição do dia 23/08/2015
23/08/2015 23h22 - Atualizado em 24/08/2015 10h56

Cursos de medicina sem estrutura crescem e chegam a custar R$ 11 mil

Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que nenhuma faculdade de medicina do país tirou a nota máxima na última avaliação do Inep.








Que médicos estão sendo formados pelas faculdades de medicina? Um levantamento inédito do Conselho Federal de Medicina mostrou que elas viraram um balcão de negócios. A qualidade do ensino fica em segundo plano. O Fantástico percorreu o país e encontrou escolas sem nenhuma estrutura para formar um médico. E até estudantes atendendo pacientes sozinhos, sem a supervisão de professores.
Não é Natal, nem réveillon. Mas a rodoviária da pequena Mineiros, no interior de Goiás, está lotada. É fim de julho e quem chega com as malas são todos jovens, com uma mesma expectativa. O objetivo é um só: fazer vestibular para medicina.
Mais de três mil alunos vieram de longe pro vestibular da faculdade particular Fama.
Há dois anos, Marcela tenta entrar em medicina. Já encarou mais de vinte vestibulares.
E quando soube de um curso novo em Goiás, ficou animada e viajou 1.200 quilômetros. O vestibular é só o primeiro passo de uma longa carreira. Mas o que esses estudantes podem encontrar pela frente está longe de ser um sonho.

Um estudo inédito do Conselho Federal de Medicina fez uma radiografia do ensino médico no Brasil. E expôs uma realidade preocupante: o número de faculdades disparou nos últimos anos. São instituições em sua maioria particulares, com mensalidades muito altas, que chegam a R$ 11 mil. Só que preço nem sempre quer dizer qualidade.
“Lamentavelmente hoje virou um balcão de negócios a abertura de cursos médicos. Isso é triste. A medicina brasileira está em decadência”, afirma José Hiram Gallo, conselheiro do Conselho Federal de Medicina.
Na nova faculdade de Mineiros, as salas de aula e os laboratórios já estão prontos. Os bonecos de plástico estão no lugar. Mas falta o espaço para a formação prática. Os últimos dois anos do curso de medicina são dedicados ao estágio, chamado de internato.
“Fundamentalmente a medicina precisa de campo de prática, os alunos precisam ser levados para as enfermarias”, Carlos Vital, presidente do Conselho Federal de Medicina.
Internato é diferente de residência, que vem depois da formatura, como especialização.
O MEC exige que, para cada vaga do curso de medicina, deve haver um mínimo de cinco leitos do SUS, ou conveniados, para o internato.
A Fama abriu 200 vagas. Portanto seriam necessários mil leitos. Mas no lugar do futuro hospital universitário, por enquanto, só tem mato. No lugar onde serão os consultórios, também. E onde será construído um campus exclusivo pra faculdade de medicina, só se vê terra.
A rede pública da região também não comportaria os alunos. Só tem 379 leitos. Faltariam mais de 600 leitos para cumprir a exigência do MEC.
O diretor da faculdade garante que fez convênios para ter todos os mil leitos. Para atingir a cota, a faculdade promete vagas de estágio em Goiânia, a mais de 400 quilômetros de distância.
Alessandro Rezende, diretor da Faculdade Mineirense - Fama: A gente tem 1050 leitos conveniados em Goiás.
Fantástico: E são quais hospitais?
Alessandro Rezende: São três em Mineiros, 14 hospitais no interior de Goiás e são mais três grandes hospitais aqui de Goiânia.

“Não precisa ser uma pessoa que viva na área da saúde para saber que essa distância é absolutamente incompatível com esse processo de ensino de aprendizado”, observa Carlos Vital.
Além disso, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás diz que o convênio não existe. “Não foi feito nenhum contato conosco, até o momento, dessa faculdade para a busca de nenhuma possibilidade de nenhuma oferta de campo de estágio”, afirma Nelson Bezerra, da Secretaria Estadual de Saúde de Goiás.
Por causa da falta de leitos para o estágio, o MEC não autorizou a abertura do curso. Mas a faculdade conseguiu uma liminar na Justiça para funcionar. Os alunos que passaram no vestibular começam as aulas nesta segunda (24), pagando R$ 7 mil por mês.
Fantástico: O aluno que vai estudar lá pode sair mal formado?
Maria do Socorro de Souza, presidente do Conselho Nacional de Saúde: Pode. Pode sair mal formado sim. E é lamentável porque é um custo caro pra família, é um custo caro para a sociedade porque muitos deles podem dispor do crédito educativo.

Só nos últimos cinco anos, foram abertas 81 escolas médicas. Quase a metade do total de faculdades de medicina criadas em mais de 200 anos. O governo federal diz que a abertura de novas faculdades é necessária porque faltam médicos no Brasil.
“Nós estamos ainda muito abaixo do que se espera para que nós possamos atender a nossa população com o número de médicos que queremos”, diz Luiz Cláudio Costa, secretário executivo do Ministério da Educação.
Atualmente, o Brasil tem 1,8 médico por mil habitantes. A média das Américas, incluindo Estados Unidos, é de 2,2. E a da Europa é 3,3.
“O Brasil está muito abaixo ainda do desejável no mundo, até dos nossos países vizinhos”, afirma Luiz Cláudio Costa.
Um especialista em educação médica estudou o surgimento recente de escolas de medicina. E afirma que o número de faculdades existentes hoje já seria suficiente para ultrapassar até os padrões europeus.
“Não há mais necessidade de nenhum curso de medicina novo no Brasil. O Brasil tem falta de médicos, com certeza, mas já houve uma expansão tão grande no número de cursos de medicina que essa falta de médicos vai ser resolvida com os cursos de medicina que já existem. O que o Brasil precisa é de médicos com formação de qualidade”, informa professor titular de Faculdade de Medicina da USP Milton de Arruda Martins.
E qual será a qualidade dos médicos que o Brasil está formando? Uma das respostas pode estar nos estágios que as faculdades oferecem.
Em Porto Velho, existem três faculdades de medicina. Nenhuma tem um local próprio para estágio.
O estudante João Otavio Salles Braga está quase se formando pela Universidade Federal de Rondônia. Ele faz estágio no Hospital Estadual João Paulo II, que está abarrotado de estudantes. “Tem um excesso de alunos, às vezes sete, oito ali para dez leitos”, conta.
Segundo João, os pacientes às vezes se sentem incomodados com tantos alunos: “Imagina, sete, oito pessoas apalparem aquele mesmo lugar. Eu tive paciente que falou: ‘Não, não, não aperta mais não. Já tá doendo, eu sei que tá doendo’. É um ambiente relativamente pequeno para acomodar todos os pacientes ali, mas os médicos, se você bota mais acadêmicos ali dentro, fica mais sobrecarregado", afirma.
Um funcionário diz que os alunos ficam a maior parte do tempo sem supervisão.
Funcionário: Foi um corte que ele teve na face, então foi feita a sutura de forma inadequada.
Fantástico: Mas o estudante fez a sutura sozinho?
Funcionário: Sozinho.

Um professor alerta.
Professor: As pessoas que estão se formando ali vão atender seres humanos daqui a pouco e isso é muito desagradável, pois vão dar um mau atendimento.
Fantástico: Qual pode ser a consequência disso?
Professor: A morte do doente.

O Fantástico visitou o Hospital Infantil Cosme e Damião, também em Porto Velho. Durante duas horas, nossa equipe flagrou vários estudantes, como uma jovem examinando uma criança na emergência, sem nenhum professor acompanhando. Outra aluna atendia uma criança que passava mal.
Mostramos as imagens para o representante de Rondônia no Conselho Federal de Medicina.
“Apalpou, auscultou, fez tudo que não era da competência dela. E sim do médico. Ela poderia até fazê-lo, mas do lado do médico professor”, avalia José Hiram Gallo.
E o segundo caso? “Essa criança precisava de um atendimento médico que estivesse um médico próximo, essa criança poderá ter até a morte por falta de um atendimento”, alerta José Hiram Gallo.
“Se esse tipo de denúncia chega pra gente, a primeira coisa que se faria, se houvesse, era demitir o professor preceptor”, afirma Nina Lee Magalhães, coordenadora acadêmica da Faculdades Integradas Aparício Carvalho.
“Eu vou apurar e será... Esse supervisor será desligado do serviço”, garante Maria Eliza de Aguiar, diretora da Faculdade São Lucas.
O coordenador de estágio da Universidade Federal de Rondônia diz que a presença do professor é indispensável.
“Se ele realizar alguma conduta isso é absolutamente ilegal porque ele não é médico, ele é um aprendiz e está ali pra aprender uma profissão”, diz José Ferrari.
Condições precárias de estágio são apenas uma das deficiências de escolas médicas brasileiras. Dados inéditos do Conselho Federal de Medicina mostram que nenhuma faculdade de medicina do país tirou a nota máxima na última avaliação do Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. Numa escala de um a cinco, mais da metade teve nota menor ou igual a três.
Além das notas baixas, o estudo chama atenção para a abertura de escolas em cidades pequenas, que não têm estrutura para estágio. Nos últimos dois anos, foram 20 casos assim.
“A interiorização dos cursos de medicina com condições de fixação é que nos vão garantir que esses médicos não vão ser atraídos somente para trabalhar nas capitais”, afirma Luiz Cláudio Costa.
O professor da Faculdade de Medicina da USP Mário Scheffer analisou médicos formados no interior, nos últimos 30 anos. E concluiu: apenas um em cada cinco permanece na cidade onde se formou.
“A interiorização dos cursos de medicina é totalmente insuficiente para fixar médicos no lugar. Os médicos formados nesses pequenos municípios migram para os grandes centros em busca de empregos e condições de trabalho e remuneração mais atraentes”, diz Mário Scheffer.
O estado de São Paulo concentra o maior número de escolas médicas do país: 44. O Conselho Regional de Medicina do estado é o único que aplica uma prova para recém-formados. Nos últimos três anos, o desempenho das particulares foi bem pior que o das públicas.
No ano passado, 67% dos alunos da rede pública foram aprovados na avaliação. Na rede privada, apenas 35% passaram.
Da universidade Camilo Castelo Branco, em Fernandópolis, onde a mensalidade custa cerca de R$ 6 mil, só 23% dos alunos passaram na prova. O curso está entre os três piores do estado.
“O risco de um médico mal formado são 43 anos, é a média que um médico depois de formado exerce a profissão, fazendo uma medicina de má qualidade”, diz Bráulio Luna Filho, presidente do Conselho Regional de Medicina de São Paulo.
O número de denúncias de erros médicos no Conselho Regional de Medicina de São Paulo cresceu de 5 para 18 por dia, nos últimos 20 anos. O presidente do conselho atribui o aumento à má formação dos profissionais.
“Antigamente eram denunciados médicos com mais de 15, 20 anos de formado. Agora, não. São médicos com três, quatro, cinco anos de formado. Foi o que nos levou a fazer o exame do conselho”, diz Bráulio Luna Filho.
Pelas leis atuais, aprovados ou reprovados, todos os formados podem exercer a medicina. Mas o Cremesp propõe que só possam trabalhar como médicos os que forem aprovados no exame do conselho.
Em Cuiabá, num dia de festa tão simbólico, essa ideia divide opiniões.
“O bom aluno que estudou, que dedicou, ele não vai ter medo dessa prova, dessa avaliação, visando o bem comum, que é a melhora da medicina e consequentemente da qualidade de vida das pessoas”, opina Pedro Vitor Magalhães, formando em medicina.
“Depois da nossa faculdade, muitos fazem a residência, e pra você passar na residência é necessário passar por um novo processo seletivo, uma nova prova. Então acho que seria desnecessário”, comenta a formanda Camila Leite Teixeira.
Para esses recém-formados, existem duas certezas: o caminho até aqui não foi fácil. E o futuro é cheio de sonhos.
E a Marcela, aquela estudante do começo da reportagem, ainda não passou no vestibular de Mineiros, em Goiás. Já houve seis listas, e ela ainda não foi chamada