O blog foi criado para a cultura. Mostra o quanto é importante o conhecimento.Basta um click no artigo. Centro Médico Iguatemi,310.CLINICA SÃO GABRIEL LTDA- 33419630 33425331Participe ,comente, seja seguidor. DR IDERVAL REGINALDO TENÓRIO , 1954 , JUAZEIRO DO NORTE -CEARÁ. 08041988lgvi.1984 CHEGOU EM SALVADOR COM 18 ANOS , MEDICINA NA UFBA. CIRURGIÃO GERAL. driderval@bol.com.br
ACESSEM DO AMIGO E RADIALISTA PERFILINO NETO O SEU SITE DE MUSICA eradoradio.com.br
O ex-presidente da África do Sul Nelson Mandela, 94, voltou a ser hospitalizado na madrugada desta quinta-feira (28). A informação foi divulgada em um comunicado publicado no site da Presidência do país. No começo do mês, Mandela chegou a passar um dia internado para se submeter a exames de rotina.
De acordo com a nota, Mandela foi levado para um hospital nos primeiros minutos desta quinta-feira devido à "recorrência de sua infecção pulmonar". "Ele está sendo atendido pelos médicos, de forma que receba o melhor e mais especializado tratamento", diz o comunicado que não informa, no entanto, o local onde o ex-presidente está internado.
Por meio da nota, o presidente do país, Jacob Zuma, desejou uma rápida recuperação para Madiba, como os sul-africanos com frequência se referem a ele. "Nós pedimos que o povo da África do Sul e todo o mundo rezem pelo nosso querido Madiba e por sua família. Nós confiamos na equipe médica e acreditamos que ela vai fazer tudo que for possível para garantir a sua recuperação", afirma o presidente.
No último dia 9, Nelson Mandela foi internado em um hospital de Pretória para ser submetido a exames médicos de rotina como parte do tratamento contra uma infecção pulmonar e cálculos biliares. Ele recebeu alta no dia seguinte.
No fim do ano passado, Mandela passou 18 dias hospitalizado pelos mesmos problemas de saúde. No dia 6 de janeiro, seus médicos anunciaram que ele estava curado.
Presidente da África do Sul entre 1994 e 1999, Nelson Mandela passou 27 anos na prisão por ter lutado contra o regime do apartheid que institucionalizou a discriminação racial no país.
Libertado em 1990, quatro anos depois se converteu no primeiro presidente negro do país, depois de ter obtido em 1993 o prêmio Nobel da Paz - ao lado do último presidente do apartheid, Frederick de Klerk - por ter avançado com as negociações em direção à democracia.
Atualmente, ele divide seu tempo entre Johanesburgo e Qunu, o povoado de sua infância. (Com agências internacionais)
Era noite do dia 23 de junho
de 1928, oestrategista desconhecido
chegou sorrateiramente, sem dúvida ou remorso metralhou toda uma
família de dezoitos componentes, do mais velho ao mais novo dos Pereiras e
alguns serviçais, vasculhou todos os aposentos, conferiu cada um dos corpos, montou
no seu alazão, arrumou asua geringonça
noutro animal e sumiu estrada afora.
No nascer do sol, os caseiros da
fazenda que moravam nos recantos mais distantes jamais imaginariam que,
aqueles estrondos de bombas de artifícios fossem balas da mais afamada
metralhadora nordestina, apelidada decostureira dizimando toda a família patronal, o autor não deixou
pistas, não deixou um único rastro da autoria do crime , em nada mexeu, a mesa continuou posta,
cadeiras caídas no chão, sangue salpicados nas paredes, alguns corpos
debruçados sobre a mesa, animais domésticos circulando pelo ambiente à procura
de restos. panelas no fogão de lenha , algumas com os alimentos esturricados,
todos os potes e barricas aos cacos, água ensopando os corpos e estes com
vários orifícios transpassando os seus tórax na altura dos peitos, todos, todos
sem vida.
O
AMANHÃ
Na Serra do Araripe , não ficou um só
cristão que não tomasse conhecimento da fatídica tragédia, quem era aquele
forasteiro, porque aniquilou toda uma família que até aqueles dias se mostrava
pacata, trabalhadora e honesta, não se conheciam inimigos num raio de 50 quilômetros,
os Pereiras eram respeitados naquela redondeza. Era 1928 , Lampião e o seu
bando já se encontravam pelos lados da Bahia, naquele arrebol já reinava a paz,
muitos núcleos familiares se expandiam com os casamentos consangüíneosmorando em casas equidistantes, desde quando
uma avistasse a entrada , a lateral ea
saída da outra, era uma maneira de um proteger o outro.
A dúvida tomou conta da pequena
população, quem foi o forasteiro que cometeu tão sanguinário crime.Os familiares distantes apareceram, os corpos
foram contados, muitos não possuíam documentos, os serviçais só tinham
apelidos, todos foram sepultados em covas rasas enfileiradas nos aceiros da
velha estrada e fincado uma cruz na cabeceira de cada monte de terra, primeiro
o chefe e depois os outros por ordem de importância.
A polícia foi informada, compareceu
timidamente e pelo pequeno contingente de três soldados, dois cabos, um sargento , pouca
munição e seis mulas esquálidas foi a primeira a fugir com receio de ser
atacada de surpresa pelo o assassino ou os assassinos dos Pereiras, nunca mais
apareceu ou tomou conhecimento dos fatos a partir daquela data. A sede da Fazenda
ficou abandonada por pouco tempo, os moradores mais antigos aos poucos foram se
acostumando com o acontecido, os parentes mais distantes voltaram para os seus
distritos, ficando apenas as indagações sobre o horrendo crime, quem teria
motivos para tal desventura, roubo não foi, só poderia ter sido vingança, a
melhor maneira de cobrar dos desafetos os males cometidos em datas anteriores,
só poderia ser vingança. Não haveria outra explicação, só poderia ser vingança.
O
PASSADO
Conta o velho Malaquias, do
altos dos seus 90 anos que, tempos
atrás, lá pelos meados de 1871 quando um jovem padre, de 27 anos de idade assumiu
a capela do povoado Tabuleiro Grande no Sul do Ceará, hoje Juazeiro do Norte,
duas famílias de Alagoanos foram morar nesta região para ajudar este jovem
missionário. Com as duas famílias completas o jovem Padre aconselhou aos
amiguinhos que fossem morar na Serra do Araripe plantar feijão de pau,
conhecido como o serialANDÚ,muito apreciado naquele mundo.
As famílias se deslocaram e por manterem parentesco começaram a
habitar a mesma gleba de terra, viviam em paz até o
dia em que, o governo de Pernambuco
resolveu legalizar a posse e criar uma escritura, houve desentendimento entre
os líderes de cada família e numa noite escura do dia 23 de junho de 1897, ano
em que nasceu Virgulino FerereiraLampião,
uma das famílias aniquiloutodos os
componentes adultos da outrafamília, todavia,
cometeu um grande pecado, não vistoriou todos os aposentos da pequena casa e lá
deixou vivo um criança de 09 meses que engatinhava por debaixo da cama doinfeliz casal aniquilado .
A criança sem pais
,sem parentes, foi assumida por tropeiros que cruzavam a velha serra
Pernambucana com destino à mais nova vilaNordestina no sul do Ceará, a famosa vila do Juazeiro , que crescia com muitos fanáticos religiosos devido o milagre da Beata Maria de Araújo em 1889, quando na comunhão a hóstia saída das mãos do Padre Cícero se transformava em sangue na boca da beata de 28 anos de idade . A criança foi
criada no mais diferente mundo que deveria ser criada, não tinha paradeiros, não
tinha endereço fixo e à proporção que crescia, tomava conhecimento da grande
chacina que aniquilou uma determinada família no topo da Serra do Araripe no
idos de 1897,ano que nascera em Vila Bela o facínora lampião, a criança cresceu, virou homem .
Naquela redondezanão se conhecia o seu destino. A família que
cometera a esquecida e distante chacinase encontrava bem instalada e próspera no cume daquela abençoada Serra ,
o cangaço que reinava na região estava em baixa devido acordos feitos pelos
governadores da época, dando total poderes à polícia a entrar no território do
outro Estado à caça de qualquer
desordeiro. Grassava no arrebolo
sentimento de congraçamento e descontração devido o grande número de parentes casados
entre si, existia calmaria.
A VINGANÇA
O Jovem morava num pequeno sítio, distrito
daentão e próspera cidade de Juazeiro do Norte e conhecia muito bem a
Chapada do Araripe , grande e importante serra, divisa do Ceará com Pernambuco,
grande celeiro fóssil das Americas , hoje fazendo parte do Geoparkdo Araripe.
O jovem procurou se familiarizar
com os moradores do distrito e aos poucos foi mapeando o fatídico acontecimento
de 1897 e localizando os familiares que junto com os seus pais se mudarampara a velha serra a pedido do jovem padre
em 1871, ficou claro e ciente de cada componente, colheua história da época e como mercante
compareceu à sede da fazenda e conheceu cada membro. Voltou aos seus
afazeresde almocreve e numa noite de
são João, quando os fogos de artifícios pipocavamnos ares da silenciosa serra, o jovem
estrategista na sorrelfa executou o seu vingativo e mirabolante plano, eliminando
de uma só vez todos os descendentes dos criminosos da noite de São João do
século passado , tomando o cuidado de vistoriar exaustivamente todos os
aposentos, todos os ambientes e arredores
para não cometer os mesmos erros dos
autores da chacina de 1897, com esta atitude fechou o ciclo do grande ditado do
povo nordestino: quem comete um mal um dia será vingado pela vitima, pelo filho
da vítima, pelo neto ou bisneto da vítima, um dia o crime será vingado. E foi
assim que se desenrolou a grande chacina de 1897.
ATENÇÃO MULHERES: APROVADA A VACINA GRATUITA CONTRA HPV para mulheres entre 9 e 45 anos com distribuição pelo SUS.
COMPARTILHEM...essa informação é importante pra todas nós!
Meninas e mulheres, com idade entre 9 e 45 anos, poderão ter o direito de receber gratuitamente a vacina contra o papilomavírus humano (HPV) pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
O projeto foi aprovado hoje pela Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa do Senado.
A ideia é oferecer para a população nessa faixa etária um aliado no combate ao HPV, vírus transmitido por contato sexual que vem sendo considerado a principal causa do câncer do colo de útero.
Agora o projeto da senadora Vanessa Grazziotin, do PCdoB do Amazonas, seguirá agora para a Comissão de Assuntos Sociais e, se aprovado, irá direto para a Câmara dos Deputados. Para entrar em vigor a proposta tem que ser aprovada no Congresso e depois ser sancionada pela presidente Dilma.
O câncer de colo uterino é o segundo tumor maligno de maior incidência na população feminina no país, só perdendo para o câncer de mama, de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca).
São estimados 18.430 novos casos da doença e 4.800 mortes por ano.
Além disso, observa que a maior incidência ocorre entre mulheres de baixa renda e menor escolaridade nas regiões Norte e Nordeste.
Apesar dos altos custos associados a um programa abrangente de vacinação contra o HPV, a relatora, Ângela Portela, afirma que os avanços sociais e sanitários vão superar os gastos com ampla vantagem.
Atualmente, a vacina é oferecida apenas em clínicas privadas, por preços nunca inferiores a R$ 600,00 pelas três doses necessárias e que podem chegar perto de R$ 1.500,00 em alguns estabelecimentos.
Nesta matéria será abordado um assunto muito importante da atualidade, a Síndrome de Down. Peço que se familiarizem com o assunto, uma vez que esta Síndrome fará parte da vida social do mundo. Não mais é permitido na sociedade atual a exclusão social.
Iderval Reginaldo Tenório
O QUE É SINDROME DE DOWN
Síndrome de DownouTrissomia do cromossoma 21é umdistúrbio genéticocausado pela presença de umcromossomo 21extra total ou parcialmente.
Recebe o nome em homenagem aJohn Langdon Down, médico britânico que descreveu a síndrome em1862.[1]A sua causa genética foi descoberta em 1958 pelo professorJérôme Lejeune.[2], que descobriu uma cópia extra do cromossoma 21.[3]É o distúrbio genético mais comum, estimado em 1 acada 1000 nascimentos.[4]
A síndrome é caracterizada por uma combinação de diferenças maiores e menores na estrutura corporal[5]. Geralmente a síndrome de Down está associada a algumas dificuldades de habilidadecognitivae desenvolvimento físico, assim como de aparência facial. A síndrome de Down é geralmente identificada no nascimento.
Pessoas com síndrome de Down podem ter uma habilidade cognitiva abaixo da média, geralmente variando deretardo mentalleve a moderado. Um pequeno número de afetados possui retardo mental profundo.
Estima-se que a incidência da Síndrome de Down seja de um em cada 660nascimentos, o que torna esta deficiência uma das mais comuns de nível genético. A idade da mãe influencia bastante o risco de concepção de bebé com esta síndrome: em idade de 20 é de 1/1925, em idade de 25 é de 1/1205, em idade de 30 é de 1/885, em idade de 35 é de 1/365, em idade de 40 é de 1/110, em idade de 45 é de 1/32 e aos 49 de 1/11[13]. As grávidas com risco elevado de ter um filho afectado por esta síndrome devem ser encaminhadas para consultas deaconselhamento genético, no âmbito das quais poderão realizartestes genéticos(como aamniocentese)
A idade do pai também pesa, em especial se ele tem mais de 50 anos. Em 91% dos casos da síndrome a origem é materna; em 9%, paterna.
Mitos e Realidades
1. Síndrome de Down é doença. Mito ou Realidade ?
Mito: A Síndrome de Down não é uma doença e não deve ser tratada como tal. É preciso olhar para as pessoas além da Síndrome de Down, pois as características individuais são inerentes a todos os seres humanos.
2. Síndrome de Down tem cura. Mito ou Realidade ?
Mito: A Síndrome de Down não é uma lesão ou doença crônica que através de intervenção cirúrgica, tratamento ou qualquer outro procedimento pode se modificar.
3. Pessoas com Síndrome de Down falam. Mito ou Realidade ?
Realidade: A Síndrome de Down não apresenta nenhuma barreira para acessar o código da linguagem, portanto todas as crianças, se não apresentarem outro comprometimento, podem falar.
4. As pessoas com Síndrome de Down apresentam atraso no desenvolvimento da linguagem. Mito ou Realidade ?
Realidade: Há um atraso no desenvolvimento da linguagem que pode ser observado ao longo da infância com surgimento das primeiras palavras, frases e na dificuldade articulatória para emitir alguns sons. Entretanto, não há regra para saber quando e como a criança falará, pois depende das características de cada indivíduo.
5. Pessoas com Síndrome de Down andam. Mito ou Realidade ?
Realidade: As crianças com Síndrome de Down andam, porém seu desenvolvimento motor apresenta um atraso em relação à maioria das crianças.
6. Pessoas com Síndrome de Down são agressivos. Mito ou Realidade ?
Mito: Não podemos generalizar as pessoas com Síndrome de Down, determinando certos comportamentos, pois essa afirmação pressupõe preconceito. Cada indivíduo tem suas características de acordo com sua família e ambiente em que vive.
7. Pessoas com Síndrome de Down são carinhosas. Mito ou Realidade ?
Mito: Grande parte da população acredita que todas as pessoas com Síndrome de Down são carinhosas. Isto se deve ao fato de associá-las às crianças, infantilizando-as e as mantendo em uma “eterna infância”.
8. Pessoas com Síndrome de Down têm a sexualidade mais aflorada? Mito ou Realidade ?
Mito: A sexualidade das pessoas com Síndrome de Down é igual à de todas as outras. Este mito se deve ao fato de que grande parte da população não considera sua sexualidade; desta forma acabam sendo reprimidos e não recebem orientação sexual apropriada, ocasionando comportamentos inadequados.
9. Pessoas com Síndrome de Down adoecem mais? Mito ou Realidade ?
Realidade: Ocasionalmente, como conseqüência de baixa resistência imunológica, as crianças com Síndrome de Down, principalmente nos primeiros anos de vida, são mais susceptíveis a infecções, principalmente no sistema respiratório e digestivo. Esta propensão vai diminuindo com o crescimento.
10. Pessoas com Síndrome de Down podem trabalhar. Mito ou Realidade ?
Realidade: As pessoas com Síndrome de Down devem trabalhar, pois o trabalho é essencial para a construção de uma identidade adulta. O trabalho faz parte da sua realização pessoal. Atualmente, há muitas oportunidades de trabalho para as pessoas com deficiência devido às políticas públicas.
11. Pessoas com Síndrome de Down devem freqüentar escola especial. Mito ou Realidade ?
Mito: As pessoas com Síndrome de Down têm o direito de participação plena na sociedade como qualquer outra criança,desta forma devem estar incluídas na rede regular de ensino.
12. Existe uma idade adequada para uma criança com Síndrome de Down entrar na escola. Mito ou Realidade ?
Mito: A criança deve entrar na escola quando for conveniente para ela e para sua família.
13. Pessoas com Síndrome de Down podem praticar esporte. Mito ou Realidade ?
Realidade: As pessoas com Síndrome de Down não só podem como devem praticar atividade física para seu bem estar físico e emocional. A prática de atividade física deve ser realizada aonde for mais conveniente para a pessoa (academia, parques, praças...). Lembrando que para todas as pessoas a avaliação física é importante antes do início de qualquer atividade
14. Só podemos nos comunicar através da fala. Mito ou Realidade ?
Mito: A comunicação acontece de várias formas como gestos, expressões corporais e faciais, choro, fala e escrita. Para haver comunicação é necessário estar numa relação onde seu desejo é reconhecido e respeitado.
Padre Cícero Romão Batista nasceu em Crato (Ceará) no
dia 24 de março de 1844. Era filho de Joaquim Romão Batista e Joaquina Vicência
Romana, conhecida como dona Quinô. Aos seis anos de idade, começou a estudar
com o Prof. Rufino de Alcântara Montezuma. Um fato importante marcou a sua
infância: o voto de castidade, feito aos 12 anos, influenciado pela leitura da
vida de São Francisco de Sales. Em 1860, foi matriculado no Colégio do
renomado Padre Inácio de Sousa Rolim, em Cajazeiras-Paraíba. Aí pouco demorou,
pois a inesperada morte de seu pai, vítima de cólera-morbo, em 1862, o obrigou a
interromper os estudos e voltar para junto da mãe e das duas irmãs solteiras.
A morte do pai, que era pequeno comerciante no Crato, trouxe sérios
aperreios financeiros à família, de tal sorte que, mais tarde, em 1865, quando
Cícero Romão Batista precisou ingressar no Seminário da Prainha em Fortaleza, só
o fez graças à ajuda de seu padrinho de crisma, o Coronel Antônio Luiz Alves
Pequeno.
Ordenação
Padre
Cícero foi ordenado no dia 30 de novembro de 1870. Após sua ordenação retornou
ao Crato, e enquanto o Bispo não lhe dava paróquia para administrar, ficou
ensinando Latim no Colégio Padre Ibiapina, fundado e dirigido pelo Prof. José
Joaquim Teles Marrocos, seu primo e grande amigo.
Chegada a
Juazeiro
No Natal de 1871, convidado pelo Prof. Semeão Correia
de Macêdo, Padre Cícero visitou pela primeira vez o povoado de Juazeiro (então
pertencente a Crato), e aí celebrou a tradicional Missa do Galo. O padre
visitante, de 28 anos de idade, estatura baixa, pele branca, cabelos louros,
olhos azuis penetrantes e voz modulada causou boa impressão aos habitantes do
lugar. E a recíproca foi verdadeira. Por isso, decorridos alguns meses,
exatamente no dia 11 de abril de 1872, lá estava de volta, com bagagem e
família, para fixar residência definitiva no Juazeiro. Muitos livros afirmam
que Padre Cícero resolveu fixar morada em Juazeiro devido a um sonho (ou visão)
que teve, segundo o qual, certa vez, ao anoitecer de um dia exaustivo, após ter
passado horas a fio no confessionário do arraial, ele procurou descansar no
quarto contíguo à sala de aulas da escolinha, onde improvisaram seu alojamento,
quando caiu no sono e a visão que mudaria seu destino se revelou. Ele viu,
conforme relatou aos amigos íntimos, Jesus Cristo e os doze apóstolos sentados à
mesa, numa disposição que lembra a Última Ceia, de Leonardo da Vinci. De
repente, adentra ao local uma multidão de pessoas carregando seus parcos
pertences em pequenas trouxas, a exemplo dos retirantes nordestinos. Cristo,
virando-se para os famintos, falou da sua decepção com a humanidade, mas disse
estar disposto ainda a fazer um último sacrifício para salvar o mundo. Porém, se
os homens não se arrependessem depressa, Ele acabaria com tudo de uma vez.
Naquele momento, Ele apontou para os pobres e, voltando-se inesperadamente
ordenou: E você, Padre Cícero, tome conta deles!
Apostolado
Uma
vez instalado no lugarejo, formado por um pequeno aglomerado de casas de taipa e
uma capelinha erigida pelo primeiro capelão Padre Pedro Ribeiro de Carvalho, em
honra de Nossa Senhora das Dores, Padroeira do lugar, ele tratou inicialmente de
melhorar o aspecto da capelinha, adquirindo várias imagens com as esmolas dadas
pelos fiéis. Depois, tocado pelo ardente desejo de conquistar o povo que lhe
fora confiado por Deus, desenvolveu intenso trabalho pastoral com pregação,
conselhos e visitas domiciliares, como nunca se tinha visto na Região. Dessa
maneira, rapidamente ganhou a simpatia dos habitantes, passando a exercer grande
liderança na comunidade. Paralelamente, agindo com muita austeridade, cuidou
de moralizar os costumes da população, acabando pessoalmente com os excessos de
bebedeira e a prostituição. Restaurada a harmonia, o povoado experimentou,
então, os primeiros passos de crescimento, atraindo gente da vizinhança curiosa
por conhecer o novo Capelão. Para auxiliá-lo no trabalho pastoral, Padre Cícero
resolveu, a exemplo do que fizera Padre Ibiapina, famoso missionário nordestino,
falecido em 1883, recrutar mulheres solteiras e viúvas para a organização de uma
irmandade leiga, formada por beatas, sob sua inteira autoridade.
Milagre
Um
fato incomum, acontecido em 1º de março de 1889, transformou a rotina do
lugarejo e a vida de Padre Cícero para sempre. Naquela data, ao participar
de uma comunhão geral, oficiada por ele na capela de Nossa Senhora das Dores, a
beata Maria de Araújo ao receber a hóstia consagrada, não pôde degluti-la pois a
mesma transformara-se em sangue. O fato repetiu-se outras vezes, e o povo
achou que se tratava de um novo derramamento do sangue de Jesus Cristo e,
portanto, era um milagre autêntico. As toalhas com as quais se limpava a
boca da beata ficaram manchadas de sangue e passaram a ser alvo da veneração de
todos.
Reação da
Igraja
De início, Padre Cícero tratou o caso com cautela,
guardando inclusive sigilo por algum tempo. Os médicos Marcos Madeira e
Idelfonso Correia Lima e o farmacêutico Joaquim Secundo Chaves foram convidados
para testemunhar as transformações, e depois assinaram atestados afirmando que o
fato era inexplicável à luz da ciência. Isto contribuiu para fortalecer no povo,
no Padre Cícero e em outros sacerdotes a crença no milagre. O povoado passou
a ser alvo de peregrinação: as pessoas queriam ver a beata e adorar os panos
tintos de sangue. O professor e jornalista José Marrocos, desde o começo um
ardoroso defensor do milagre, cuidou de divulgá-lo pela imprensa. A notícia
chegou ao conhecimento do Bispo D. Joaquim José Vieira, irritando-o
profundamente. Padre Cícero foi chamado ao Palácio Episcopal, em Fortaleza, a
fim de prestar esclarecimentos sobre os acontecimentos que todo mundo comentava.
Inicialmente, o bispo ficou admirado com o relato feito por Padre Cícero,
porém depois, pressionado por alguns segmentos da Igreja que não aceitavam a
idéia de milagre, mandou investigar oficialmente os fatos, nomeando uma Comissão
de Inquérito composta por dois sacerdotes de reconhecida competência: os Padres
Clicério da Costa Lobo e Francisco Ferreira Antero. Os padres comissários
vieram, assistiram às transformações, examinaram a beata, ouviram testemunhas e
depois concluíram que o fato era mesmo divino. O bispo não gostou desse
resultado e nomeou outra Comissão, constituída pelos Padres Antônio Alexandrino
de Alencar e Manoel Cândido.
A nova Comissão agiu rapidamente. Convocou a
beata, deu-lhe a comunhão, e como nada de extraordinário aconteceu, concluiu:
não houve milagre! O povo, Prof. José Marrocos, Padre Cícero e todos os
outros padres que acreditavam no milagre protestaram. Com a posição
contrária do bispo, criou-se um tumulto, agravado quando o Relatório do
Inquérito foi enviado à Santa Sé, em Roma, e esta confirmou a decisão tomada
pelo bispo. Todos os padres que acreditavam no milagre foram obrigados a se
retratar publicamente, ficando reservada ao Padre Cícero uma punição maior: a
suspensão de ordem.
Durante toda sua vida ele tentou revogar essa pena,
todavia, foi em vão. Aliás, ele até que conseguiu uma vitória em Roma, quando lá
esteve em 1898. Entretanto, o bispo, por intransigência, manteve-se irredutível
na decisão tomada inicialmente. Cem anos depois o milagre de Juazeiro foi
alvo de estudos pela Parapsicologia. Segundo estudiosos dessa ciência, um caso
de aporte foi o que teria acontecido com a beata. A tese do embuste, defendida
por muitos padres e escritores, foi descartada pelos parapsicólogos.
Vida
Política
Proibido de celebrar, Padre Cícero ingressou na vida
política. Como explicou no seu Testamento, o fez para atender aos insistentes
apelos dos amigos e na hora em que os juazeirenses esboçavam um movimento de
emancipação política. Conseguida a independência de Juazeiro, em 22 de julho
de 1911, Padre Cícero foi nomeado Prefeito do recém-criado município. Além de
Prefeito, também ocupou a Vice-Presidência do Ceará. Sobre sua participação
na Revolução de 1914 ele afirmou categoricamente que a chefia do movimento coube
ao Dr. Floro Bartolomeu da Costa, seu grande amigo. A Revolução de 1914 foi
apoiada pelo Governo Federal e tinha o objetivo de depor o Presidente do Ceará
Cel. Franco Rabelo. Com a vitória da Revolução, Padre Cícero reassumiu o cargo
de Prefeito, do qual havia sido retirado pelo governo deposto, e seu prestígio
cresceu. Sua casa, antes visitada apenas por romeiros, passou a ser procurada
também por políticos e autoridades diversas. Era muito grande o volume de
correspondências que Padre Cícero recebia e mandava. Não deixava nenhuma carta,
mesmo pequenos bilhetes, sem resposta, e de tudo guardava cópia.
Encontro com
Lampião
Com respeito a Lampião, Padre Cícero encontrou-se com
ele em 1926. Aconselhou-o a deixar o cangaço, e nunca lhe deu a patente de
Capitão, como foi dito em alguns livros. Na verdade, Lampião veio a Juazeiro a
convite do Deputado Floro Bartolomeu para ingressar no Batalhão Patriótico e
combater a Coluna Prestes. É possível que ele tenha usado o nome do Padre Cícero
para tal, pois Lampião jamais recusaria um pedido de Padre Cícero. Dr. Floro não
pôde receber Lampião e seu bando, pois já se encontrava no Rio de Janeiro para
onde fora doente, chegando a falecer, coincidentemente, na época em que o famoso
cangaceiro visitou Juazeiro. Como insistia em receber a patente de Capitão
prometida por Dr. Floro, um dos secretários de Padre Cícero (Benjamim Abraão),
convenceu Dr. Pedro de Albuquerque Uchoa, único funcionário público federal
residente em Juazeiro, a assinar um documento por eles mesmos forjado,
concedendo a famigerada patente, que tantos aborrecimentos trouxe ao Padre
Cícero, a quem muitos escritores atribuem a autoria. A verdade é que, mais
tarde, Dr. Uchoa foi chamado a Recife para se explicar junto às forças armadas
sobre a concessão da patente, e ele, naturalmente temendo ser punido, não
encontrou outra solução senão atribuir tudo ao Padre Cícero, certo de que
ninguém seria capaz de repreender aquele virtuoso e respeitado sacerdote. Quem
conhece a índole do Padre Cícero sabe perfeitamente que ele seria incapaz de
praticar ato tão abjeto.
Importância
Padre
Cícero é o maior benfeitor de Juazeiro e a figura mais importante de sua
história. Foi ele quem trouxe para Juazeiro a Ordem dos Salesianos; doou os
terrenos para construção do primeiro campo de futebol e do aeroporto; construiu
as capelas do Socorro, de São Vicente, de São Miguel e a Igreja de Nossa Senhora
das Dores; incentivou a fundação do primeiro jornal local (O Rebate); fundou a
Associação dos Empregados do Comércio e o Apostolado da Oração; realizou a
primeira exposição da arte juazeirense no Rio de Janeiro; incentivou e dinamizou
o artesanato artístico e utilitário, como fonte de renda; incentivou a
instalação do ramo de ourivesaria; estimulou a expansão da agricultura,
introduzindo o plantio de novas culturas; contribuiu para instalação de muitas
escolas, inclusive a famosa Escola Normal Rural e o Orfanato Jesus Maria José;
socorreu a população durante as secas e epidemias, prestando-lhe toda
assistência e, finalmente, projetou Juazeiro no cenário político nacional,
transformando o pequeno lugarejo na maior e mais importante cidade do interior
cearense. Os bens que recebeu por doação, durante sua quase secular
existência, foram doados à Igreja, sendo os Salesianos seus maiores herdeiros.
Ao morrer, no dia 20 de julho de 1934, aos 90 anos, seus inimigos gratuitos
apregoaram que, morto o ídolo, a cidade que ele fundou e a devoção à sua pessoa
acabariam logo. Enganaram-se. A cidade prosperou e a devoção aumentou. Até hoje,
todo ano, religiosamente, no Dia de Finados, uma grande multidão de romeiros,
vinda dos mais distantes lugares do Nordeste, chega a Juazeiro para uma visita
ao seu túmulo, na Capela do Socorro.
Padre Cícero é uma das figuras mais
biografadas do mundo. Sobre ele, existem mais de duzentos livros, sem falar nos
artigos que são publicados freqüentemente na imprensa. Ultimamente sua vida vem
sendo estudada por cientistas sociais do Brasil e do Exterior. Não foi
canonizado pela Igreja, porém é tido como santo por sua imensa legião de fiéis
espalhados pelo Brasil.
O binômio oração e trabalho era o seu lema. E
Juazeiro é o seu grande e incontestável milagre. Em março de 2001, em eleição
promovida pelo Sistema Verdes Mares de Televisão, Padre Cícero foi escolhido O
CEARENSE DO SÉCULO
DELLA CAVA, Ralph. Milagre em Joaseiro. 2 ed. São Paulo: Editora Paz e Terra,
1985. FORTI, Maria do Carmo P. Maria de Araújo, a beata do Juazeiro. São
Paulo: Edições Paulinas, 1991. GUEIROS, Optato. Lampeão. 2 ed. São Paulo,
1953. MENEZES, Fátima. Lampião e o Padre Cícero. Recife: Universidade
Federal de Pernambuco, 1985. OLIVEIRA, Amália Xavier de. O Padre Cícero que
eu conheci. 3 ed. Recife: Editora Massangana, 1981. SOBREIRA, Azarias. O
Patriarca de Juazeiro. Petrópolis: 1968.