segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A MORTE DE NANÃ- PATATIVA DO ASSARÉ.

                                                                             

A MORTE DE NANÃ-RESUMO. OBRA COMPLETA APÓS ESTA MATERIA.ESCUTE O POETA RECITANDO NO FIM DA MATÉRIA,É EMOCIONANTE.



                                                                               



                                                                           


                                                                                                                                   

Não consigo ficar calado diante de tão fidedigna narrativa do Patativa do Assaré em 1932, quando mostra a importância de um filho, a insignificância de um ser humano, a fragilidade de um  homem, a maldade de um explorador, o abandono de um povo, o fechamento dos olhos daqueles  que deviriam cuidar, o  descaso de quem não vive e não conhece aquela desvivida vida, a desigualdade social entre um mesmo povo e a grande pergunta: Como exigir que cada cidadão independente do nível sócio-econômico-cultural conheça a Constituição Federal se os direitos são desiguais, secularmente desiguais.

                Algumas Estrofes de A Morte de Nana de Patativa do Assare.

Veja como descreve na primeira estrofe a sua NANA. Sinta o valor atribuído a  NANÃ, o que sofre este Pai na hora do enche bucho, quando NANÃ via o Angu.  Contamine e transporte esta cena para os dias de hoje, viva  os movimentos da boca, a palidez do rosto, o encatracado movimento das mãos, o balbuciar do sofrimento, o fechamento dos olhos e a libertação da fome com  A MORTE DA FILHA NANÃ.

Todos os dirigentes atuais conhecem o recado do Patativa e nada de novo acontece. Eu sou do Ceará.
                                                    Iderval Reginaldo Tenório
                                                    


A Morte de Nanã
Patativa do Assaré.


Nanã tinha mais primô
De que as mais bonita jóia,
Mais linda do que as fulô
De un tá de Jardim de Tróia
Que fala o dotô Conrado.
Seu cabelo cachiado,
Prêto da cô de viludo.
Nanã era meu tesôro,
Meu diamante, meu ôro,
Meu anjo, meu céu, meu tudo,

Todo dia, todo dia,
Quando eu vortava da roça,
Na mais compreta alegria,
Dento da minha paioça
Minha Nanã eu achava.
Por isso, eu não invejava
Riqueza nem posição
Dos grandes dêste país,
Pois eu era o mais feliz
De todos fio de Adão.

Quando ela via o angu,
Todo dia demenhã,
Ou mesmo o rôxo beju
De goma de mucanã,
Sem a comida querê,
Oiava pro dicumê,
Depois oiava pra mim
E o meu coração doía,
Quando Nanã me dizia:
Papai, ô comida ruim!

Por ali ninguém chegou,
Ninguém reparou nem viu
Aquela cena de horrô
Que o rico nunca assistiu,
Só eu a minha muié,
Que ainda cheia de fé
Rezava pro Pai Eterno,
Dando suspiro maguado
Com o rosto seu moiado
Das água do amó materno

Na sua pequena bôca
Eu via os laibo tremendo
E, naquela afrição lôca,
Ela também conhecendo
Que a vida tava no fim,
Foi regalando pra mim
Os tristes oínho seu,
Fêz um esfôrço ai, ai, ai,
E disse: "Abença, papai!"
Fechó os óio e morreu

Esta poesia completa o amigo lê neste mesmo blog em:A MORTE DE NANÃ. Procure em postagens mais antigas.
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·                               A morte de Naná
Eu vou contá uma histora
Que eu não sei como comece,
Pruquê meu coração chora,
A dô no meu peito cresce,
Omenta o meu sofrimento
E fico uvindo o lamento
De minha arma dilurida,
Pois é bem triste a sentença
De quem perdeu na isistença
O que mais amou na vida.

Já tou velho, acabrunhado,
Mas inriba dêste chão,
Fui o mais afortunado
De todos fios de Adão.
Dentro da minha pobreza,
Eu tinha grande riqueza:
Era uma querida fia,
Porém morreu muito nova.
Foi sacudida na cova
Com seis ano e doze dia.

Morreu na sua inocença
Aquêle anjo incantadô,
Que foi na sua isistença,
A cura da minha dô
E a vida do meu vivê.
Eu bejava, com prazê,
Todo dia, demenhã,
Sua face pura e bela.
Era Ana o nome dela,
Mas, eu chamava Nanã.

Nanã tinha mais primô
De que as mais bonita jóia,
Mais linda do que as fulô
De un tá de Jardim de Tróia
Que fala o dotô Conrado.
Seu cabelo cachiado,
Prêto da cô de viludo.
Nanã era meu tesôro,
Meu diamante, meu ôro,
Meu anjo, meu céu, meu tudo,

Pelo terrêro corria,
Sempre sirrindo e cantando,
Era lutrida e sadia,
Pois, mesmo se alimentando
Com feijão, mio e farinha,
Era gorda, bem gordinha
Minha querida Nanã,
Tão gorda que reluzia.
O seu corpo parecia
Uma banana-maçã.

Todo dia, todo dia,
Quando eu vortava da roça,
Na mais compreta alegria,
Dento da minha paioça
Minha Nanã eu achava.
Por isso, eu não invejava
Riqueza nem posição
Dos grandes dêste país,
Pois eu era o mais feliz
De todos fio de Adão.

Mas, neste mundo de Cristo,
Pobre não pode gozá.
Eu, quando me lembro disto,
Dá vontade de chorá.
Quando há sêca no sertão,
Ao pobre farta feijão,
Farinha, mio e arrôis.
Foi isso que aconteceu:
A minha fia morreu,
Na sêca de trinta e dois.

Vendo que não tinha inverno,
O meu patrão, um tirano,
Sem temê Deus nem o inferno,
Me deixou no desengano,
Sem nada mais me arranjá.
Teve que se alimentá
Minha querida Nanã,
No mais penoso matrato,
Comendo caça do mato
E goma de mucunã.

E com as braba comida,
Aquela pobre inocente
Foi mudando a sua vida,
Foi ficando deferente.
Não sirria nem brincava,
Bem pôco se alimentava
E inquanto a sua gordura
No corpo diminuía,
No meu coração crescia
A minha grande tortura.

Quando ela via o angu,
Todo dia demenhã,
Ou mesmo o rôxo beju
De goma de mucanã,
Sem a comida querê,
Oiava pro dicumê,
Depois oiava pra mim
E o meu coração doía,
Quando Nanã me dizia:
Papai, ô comida ruim!

Se passava o dia intêro
E a coitada não comia,
Não brincava no terrêro
Nem cantava de alegria,
Pois a farta de alimento
Acaba o contentamento,
Tudo destrói e consome.
Não saía da tipóia
A minha adorada jóia,
Infraquecida de fome.

Daqueles óio tão lindo
Eu via a luz se apagando
E tudo diminuindo.
Quando eu tava reparando
Os oínho da criança,
Vinha na minha lembrança
Um candiêro vazio
Com uma tochinha acesa
Representando a tristeza
Bem na ponta do pavio.

E, numa noite de agosto,
Noite escura e sem luá,
Eu vi crescê meu desgôsto,
Eu vi crescê meu pená.
Naquela noite, a criança
Se achava sem esperança
E quando vêi o rompê
Da linha e risonha orora,
Fartava bem pôcas hora
Pra minha Nanã morrê.

Por ali ninguém chegou,
Ninguém reparou nem viu
Aquela cena de horrô
Que o rico nunca assistiu,
Só eu a minha muié,
Que ainda cheia de fé
Rezava pro Pai Eterno,
Dando suspiro maguado
Com o rosto seu moiado
Das água do amó materno.

E, enquanto nós assistia
A morte da pequenina,
Na menhã daquele dia,
Veio um bando de campina,
De canaro e sabiá
E começaro a cantá
Um hino santificado,
Na copa de um cajuêro
Que havia bem no terrêro
Do meu rancho esburacado.

Aqueles passo cantava,
Em lovô da despedida,
Vendo que Nanã dexava
As misera desta vida.
Pois não havia ricurso,
Já tava fugindo os purso.
Naquele estado misquinho,
Ia apressando o cansaço,
Seguido pelo compasso
Da musga dos passarinho.

Na sua pequena bôca
Eu via os laibo tremendo
E, naquela afrição lôca,
Ela também conhecendo
Que a vida tava no fim,
Foi regalando pra mim
Os tristes oínho seu,
Fêz um esfôrço ai, ai, ai,
E disse: "Abença, papai!"
Fechó os óio e morreu.

Enquanto finalizava
Seu momento derradêro,
Lá fora os passo cantava,
Na copa do cajuêro.
Em vez de gemido e choro,
As ave cantava em coro.
Era o bendito prefeito
Da morte do meu anjinho.
Nunca mais os passarinho
Cantaro daquele jeito.

Nanã foi, naquele dia,
A Jesus mostrá seu riso
E omentá mais a quantia
Dos anjo do Paraíso.
Na minha maginação,
Caço e não acho expressão
Pra dizê como é que fico.
Pensando naquele adeus
E a curpa não é de Deus,
A curpa é dos home rico.

Morreu no maió matrato
Meu amô lindo e mimoso.
Meu patrão, aquele ingrato,
Foi o maior criminoso
Foi o maió assassino.
O meu anjo pequenino
Foi sacudido no fundo
Do mais pobre cimitero
E eu hoje me considero
O mais pobre dêste mundo.

Soluçando, pensativo,
Sem consôlo e sem assunto,
Eu sinto que inda tou vivo,
Mas meu jeito é de defunto.
Invorvido na tristeza,
No meu rancho de pobreza,
Tôda vez que eu vou rezá,
Com meus juêio no chão,
Peço em minhas oração:
Nanã, venha me buscá!





Neste texto o Mestre Patativa deslumbra a inocência e a sagacidade do bem e do mau do homem do campo, mesmo sem leitura mostra a sensibilidade no exercício da cidadania.  Mostra as filigranas de alguns candidatos profissionais ,não englobando a todos,a maioria sem compromissos ,  com o pensamento puramente pessoal e pecuniário. Escola e Educação a Salvação da Humanidade.

                         Conversa de Matuto –
 Patativa do Assaré (NASCIDO EM  05/03/1909- FALECIDO EM 08/07/2002)-Assaré-Ce
Obra-Cante Lá Que Eu Canto Cá- Editôra VOZES em todas as Livrarias
                             
Meu amigo João Moirço,
Eu agora fiquei certo
Que nóis já tá bem perto
De sair do sacrifico.
Eu onte uvi num comiço
De um dotô candidado,
Home sero e muito isato
E ele garantiu que agora
Vai havê grande miora
Para o pessoá do mato.

No comiço ele falou
Que depois que ele vencê,

Vai com gosto protegê

A cada um inleitô.
O povo trabaiadô

Que padece no roçado

Pode votá sem coidado
Que depois das inleição

Com a sua proteção

Vai tudo recompensado


Aquele é home de bem,

Quando desceu do palanco,

Falô com preto, com branco,

Com rico e pobre tombém;

Ali não ficou ninguém

Pra ele não abraçá,

Veve sempre a conversá,

É alegre e satisfeito,

Num home daquele jeito
Faz gosto agente votá

Do palanco ele desceu
Alegre e dezendo graça
E mais tarde lá na praça
Palestrando apareceu,
Se assentou pertinho deu
Lá num banco da venida,
Perguntou por minha vida
E disse na mesma hora
Que a sua vitóra
Já tá quage dicidida.


E pediu que eu precurasse
Com muita delicadeza
Aqui nesta redondeza
Gente que nele votasse
Que depois que ele ganhasse
Ia as coisas resorvê.
A premêra era fazê
Aqui no nosso lugá
Um grande grupo escolá
Pra nossos fio aprendê.

Depois,um mioramento
Pra nois pudê trabaiá,
Semente pra nóis prantá
Sem precisá pagamento,
Quarqué coisa no momento
È nóis querê e pedi
E depois que conseguí
Esta premêra vantange,
Vem uma bela rodage
Da cidade até aqui.

Eu tenho esperança e fé
Na promessas do doto
E pedi a ele eu vou
Um imprego pra José.
Mais tarde,se Deus quisé,
O meu fio faz figura,
Saindo da agricurtura.
Este cansado chamego
E arranjando um bom imprego
Lá dentro da Prefeitura.

È tanto, que vou caçá
Argum voto por aqui;
Já cunversei com Davi,
Com Vicente e Vardemá,
Fuloriano,Mozá,
Mane Chico e Zé Lavo,
Dona Suzana e Lindo,
Napoleão e Romeu,
E tudo me prometeu
Que vai votá no dotô.

João Moiriço ,meu amigo,
Sei que você acredita,
Não venhop fazê visita
Hoje aqui no seu abrigo;
Oiça bem o que lhe digo
Você nunca me faltou
E a ocausião chegou
De pedi seu voto isato
Para o doto candidado
De pretijo e de valô.


Isto que eu tou lhe falando

É bom para nosso futuro,

Nóis tamo num grande escruro

E uma ESTRELA vem briando;
Veja que você votando

Neste home de tanto brio,

Em quem com gosto confio,

É um negoço importante
Vai havê de agora em deante

Escolas pra nossos fio!







João Moiriço:

Meu amigo Zé Fulô,
Vou lhe dizê a verdade:
É véia a nossa amizade
Porém você se enganou.
Pode pedi, que eu lhe dou
Uma quarta de feijão
Uma arroba de argodão
E cinco metro de fumo,
Tudo com gosto lhe arrumo,
Porém o meu voto, não!

Lhe dou se você quisé
Minha boa lazarina
E o meu galo de campina
Que eu amo com muita fé,
Dou minha porca Baié
E o meu cachorro Sultão,
Maria dá um capão
E o Chico dá um cabrito,
Isso tudo eu admito
Porém o meu voto, não!

Meu amigo Zé Fulo,
Não siga por esta tria,
Você ainda confia
Em premeça de doto?
Auilo que elefalou
É somente imbromação.
Quando é tempo de inleição
Esse home se eprepara
Trazendo um santo na cara
E o diabo no coração.

Você não dê confiança,
Pois quando a campanha vem,
Com ela chega tombem
A pabulage e a lembrabça.
As vez os matutos dança
Com as fia do dotô,
É aquele grololô,
Tudo elegre e satisfeito,
Antes do dia do preito ,
Tudo é prefume e fulô.

Mas depois que passa o preito,
O desmantelo renova,
Palavriado não prova
A bondade do sujeito.
Pra garrafa desse jeito
Não iziste sacarrôia,
Não quera fazê iscôia
Se não você sai perdendo,
Este dotô tá inchendo
A sua venta de fôia.

Isto já vem do passado
E a pisada ainda é essa,
Por causa dessas premessas
Meu avô foi inganado,
Omeu pobre pai coitado!
Foi inganado tobém
E eu,que já conheço bem,
Pra votá sou muito franco,
Ma porém só voto em branco,
E não confio em ninguém.

Em branco eu tenho votado,
Pois só assim me convém
Proquê votando em arguém,
Traz o mesmo risurtado,
Com certos palavreados
Ninguém pode me iludi,
Vivo trabaiando aqui
Nesta vida aperreada,
Mas não dregrau de escada
Pra seu fulano subi.

Xé Fulo repare bem,
As premessa é só na hota,
Porém,depois da vitóra,
Premessa valo não tem
E esperá por quem não vem
Martrata,dói e acabrunha,
Digo e tenho testemunha,
Quage todo candidato
Tem a mamparra do gato,
Dá um bote e esconde a unha.

Na campanha eleitorá
Quando ele encronta agente,
Chama de amigo e parente,
Nauqle parrapapá,
Mas, depois de eles ganhá
E recebê posição,
A ninguém presta tenção,
Assim que agente repara,
Vê logo a cara do cara
Como cara de lião.

Zé Fulo não seja bruto
Seja mais inteligenete,
Repare que aquela gente
Não faz conta de matuto.
Não dou vrença e nem escuto
Premessa dese doto,
Pra não passá o que passou
Sendi inganado e inludido,
O meu pobre pai querido
E o finado meu avô.

Tome esta boa lição,
Dêxi logo esta veneta,
Seja sero,não se meta
Com fuxico de inleição;
Este dpto sabidão
Que agora lhe apareceu
E tido lhe prometeu,
Depois da vitóra pronta,
Fica fazendo de conta
Que nunca lhe conheceu.

E se você se afobá,
E pegá com lerolero,
Zangado e falando séro,
Querendo se revortá,
Pedindo pra lhe pagá
Todas as premessas que fez,
Ele,com estupidez,
Fica cheio de maliça,
Dá logo quexa a poliça
E lhe leva pro xadrez.

Portanto, vá se aquetá
Não entre nesse curtiço,
Não vá dexá seu serviço
Pra sê cabo eleitorá.
Vá sua casa zelá,
Vá cuidá de seu trbaio,
Não pegue nesse baraio,
Se não você perde o jogo
Água é água e fogo é fogo
Cada macaco em  seu gaio.




A triste partida* - Patativa do Assaré**

Setembro passou,
com oitubro e novembro
Já tamo
em dezembro.
Meu Deus
, que é de nós?
Assim fala o pobre
 do seco Nordeste,
Com medo da peste,
Da fome feroz.

A treze do mês ele
fez a experiença,
Perdeu sua crença
Nas pedra de sá.
Mas nôta experiença
com gosto se agarra,
Pensando na barra
Do alegre Natá.

Rompeu-se o Natá,
porém barra não veio,
O só, bem vermeio,
Nasceu munto além.
Na copa da mata,
buzina a cigarra,
Ninguém vê a barra,
Pois barra não tem.

Sem chuva na terra
descamba janêro,
Depois, feverêro,
E o mêrmo verão
Entonce o rocêro,
pensando consigo,
Diz: isso é castigo!
Não chove mais não!

Apela pra maço,
 que é o mês preferido
Do Santo querido,
Senhô São José.
Mas nada de chuva!
 tá tudo sem jeito,
Lhe foge do peito
O resto da fé.


Agora pensando
segui ôtra tria,
Chamando a famia
Começa a dizê:
Eu vendo meu burro,
 meu jegue e o cavalo,
Nós vamo a São Palo
Vivê ou morrê.

Nós vamo a São Palo,
que a coisa tá feia;
Por terras aleia
Nós vamo vagá.
Se o nosso destino
não fô tão mesquinho,
Pro mêrmo cantinho
Nós torna a vortá.

E vende o seu burro,
o jumento e o cavalo,
Inté mêrmo o galo
Vendêro também,
Pois logo aparece
feliz fazendêro,
Por pôco dinhêro
Lhe compra o que tem.

Em riba do carro
se junta a famia;
Chegou o triste dia,
Já vai viajá.
A seca terrive,
que tudo devora,
Lhe bota pra fora
Da terra natá.

O carro já corre
 no topo da serra.
Oiando pra terra,
Seu berço, seu lá,
Aquele nortista,
partido de pena,
De longe inda acena:
Adeus, Ceará!

No dia seguinte,
 já tudo enfadado,
E o carro embalado,
Veloz a corrê,
Tão triste, o coitado,
falando saudoso,
Um fio choroso
Escrama, a dizê:

- De pena e sodade,
 papai, sei que morro!
Meu pobre cachorro,
Quem dá de comê?
Já ôto pergunta:
- Mãezinha, e meu gato?
Com fome, sem trato,
Mimi vai morrê!

E a linda pequena,
tremendo de medo:
- Mamãe, meus brinquedo!
Meu pé de fulô!
Meu pé de rosêra,
coitado, ele seca!
E a minha boneca
Também lá ficou.

E assim vão dexando,
com choro e gemido,
Do berço querido
O céu lindo e azu.
Os pai, pesaroso,
 nos fio pensando,
E o carro rodando
Na estrada do Su.

Chegaro
em São Paulo
 sem cobre, quebrado.
O pobre, acanhado,
Percura um patrão.
Só vê cara estranha,
 da mais feia gente,
Tudo é diferente
Do caro torrão.

Trabaia dois ano,
três ano e mais ano,
E sempre no prano
De um dia inda vim.
Mas nunca ele pode,
 só veve devendo,
E assim vai sofrendo
Tormento sem fim.




Se arguma notícia
 das banda do Norte
Tem ele por sorte
O gosto de uvi,
Lhe bate no peito
sodade de móio,
E as água dos óio
Começa a caí.

Do mundo afastado,
sofrendo desprezo,
Ali veve preso,
Devendo ao patrão.
O tempo rolando,
 vai dia vem dia,
E aquela famia
Não vorta mais não!

Distante da terra
tão seca mas boa,
Exposto à garoa,
À lama e ao paú,
Faz pena o nortista,
tão forte, tão bravo,
Vivê como escravo
Nas terra do su.


* Verso cantado por Luiz Gonzaga
____________________________________________

**Antônio Gonçalves da Silva, dito Patativa do Assaré, nasceu a 5 de março de 1909 na Serra de Santana, pequena propriedade rural, no município de Assaré, no Sul do Ceará.

 

domingo, 12 de setembro de 2010

HISTORIA DE UM VERDADEIRO PAI

HISTÓRIA DE UM VERDADEIRO PAI


        No inicio de minha vida profissional fui plantonista de um sério pronto atendimento.



           Nestes plantões eram lotados dois médicos , os atendimentos eram para pacientes emergenciais, os casos mais graves  eram transferidos e recebidos com todo o prazer pelos plantonistas da unidade Hospitalar que davam suporte a este pronto atendimento.



          Naquela época como nos dias atuais, era discutido, o que é um atendimento de urgência, o que deve o médico atender, até que ponto é ético o médico dizer este caso não é emergência e não deve ser atendido nesta casa e sim por outra unidade, unidade esta que neste complexo existia e muitas vezes com especialistas.



      Era um dia de domingo, 03h30min da manhã, chovia e a cidade estava deserta, não me recordo o motivo, a pediatria se encontrava desativada , recomendado cautela.  Os pacientes eram atendidos alternadamente , até a meia noite era intenso o movimento, depois caia consideravelmente. Neste horário chegou um senhor de uns 40 anos de idade, trazia embalado nos braços envolto num grosso lençol uma crianças de 4 a 5 anos , foi até a recepção , disse que o filho estava com febre e dor na garganta .   A recepcionista explicou que não se tratava de uma emergência e que deveria procurar o outro serviço logo que o dia clareasse .  Humildemente o senhor sentou numa cadeira defronte a televisão que passava a noite ligada, pensou, refletiu , voltou para a recepcionista, tentou explicar e sem sucesso. Solicitou que lhe mostrasse quem eram os médicos, queria falar e solicitar pelo o amor de Deus que atendessem o seu filho,o médico da vez respondeu que aquele caso não configurava uma emergência e poderia muito bem esperar até o amanhecer. Pensou: amigdalite às 3:30h da manhã, era brincadeira, porque não levou o garoto durante o dia no ambulatório apropriado, resmungou para si, amigdalite às 3 e 30, é demais .



Ao ver a cena e sentir naquele pai um semblante de diminuição, de inferioridade e de desvalorização como cidadão, chamei o colega, solicitei que atendesse , foi irredutível. 

       Não pensei duas vezes, mandei fazer a ficha , solicitei que colocasse o pai e o filho no consultório, chamei o colega e frente a frente, iniciei a consulta, não uma consulta médico-clínico, mas uma consulta médico-social. O pai revelou que morava na periferia, que saíra de casa às 06horas da manhã, trabalhava numa empresa encostada noutra, nem mais era terceirizada, o transporte era uma casinha adaptada sobre a carroceria de um caminhão, não tinha alimentação, nem garantia de emprego e era o último a chegar em casa no subúrbio ferroviário, depois de uma peregrinação por toda a cidade  devido o despejo dos seus pares que moravam em pontos diversos.


                 Naquele dia havia deixado a fábrica às 22 hora, rodara por mais de 150 quilômetros , ao chegar em casa, sem almoço e sem jantar, sem banho e possuído pelo cansaço, foi avisado pela esposa que o menino estava com febre e esperava o pai para levá-lo ao médico , matou a sede, encostou a mochila e a marmita, embalou a criança e debaixo de chuva, andou a pé três mil metros, pegou o trem suburbano que se conectava com o ultimo ônibus e depois de rodar 30 quilômetros atingiu o fim de linha, um turístico logradouro, desceu a pé um íngreme , enladeirado , longo e deserto percurso da grande praça ao longínquo serviço de urgência. Na solidão do caminho , na escuridão da noite, sob o frio da úmida e torrencial chuva, arriscando as suas vidas, mergulhou na realidade . Na cabeça um turbilhão de pensamentos, todos de baixa estima: pobre, não bonito, suburbano, pertencente a uma categoria sem valor, afro descente, cansado, naquele dia sem se alimentar, foi tomado pelo desânimo, porém, tinha um filho, possuía um rei, possuía uma das razões que justificava viver, que justificava todo e qualquer sacrifício, aliás, levar o seu filho a um médico, não era sacrifício, era um prazer e pensava no seu trabalho, na sua família, no seu pai, via e sentia naquela hora, naquele momento como era difícil a vida, como era dura, como era insignificante diante do mundo, ainda bem que existia o médico, este sim me compreendia, este sim era homem de coração bom, este sim atendia a toda hora, atendia em todos os momentos, nos momentos de necessidades e sempre alegre, sempre rindo, ainda bem que existia o médico, deste mundo só o médico, somente o médico era verdadeiramente humano, quem era ele para ser atendido, para receber a atenção daquela espécie de homem, homem estudado e importante, inclusive por ele ser um simples operário era condição suficiente para não ser atendido, ainda assim , o médico atendia. Atendia porque era humano, porque era bom, porque era gente , apesar de médico era gente e foi assim que veio pensando em todo o seu longo e difícil trajeto, imaginava encontrar um amigo, um amigo que lhe escutasse, que lhe desse atenção que lhe desse socorro, ainda bem que existe o médico. Disse também que saiu preocupado como voltaria, com que carro, com qual dinheiro e para ir ao trabalho no outro dia, sem dormir, sem comer , sem condições de faltar e se fosse demitido? porém, nada disso era mais importante do que aquele filho, nada tinha mais importância do que a saúde do seu filho. O colega frente a frente ,escutava silenciosamente .Aquele depoimento era mais um desabafo, um desabafo social,um desabafo para com ele mesmo, um desabafo quem sabe, talvez para com DEUS, e o colega escutava calado, silencioso, olhar perdido, o colega estava noutro mundo bem distante, não sei onde, num lugar longínquo; cabisbaixo. Repentinamente, com os olhos marejados , voz trêmula, rompeu o silencio , abraçou o guerreiro pai e balbuciou:PAI, AH SE TODOS OS PAIS FOSSEM ASSIM! COMO SERIA DIFERENTE.



      Pegou as rédeas do atendimento,arranjou energia não sei aonde, atendeu, conversou, riu,ofereceu o seu lanche noturno e o café da manhã para aquele pai exemplar ,alimentou a criança , pediu-me que passasse o plantão pela manhã e com a criança medicada, a bolsa cheia de amostras e muita disposição foi conhecer na periferia onde morava um homem, onde morava um cidadão , onde morava um verdadeiro pai e saíram os três na mesma condução .



    Ainda hoje, nos encontros da vida escuto do nobre e gentil colega:__meu amigo, muito obrigado, a medicina não é só conhecimentos técnicos é muito mais. A medicina é o social, é o humanismo, é a ética, é o altruísmo, a medicina é a essência da cidadania , a medicina é uma das representantes fiel de Deus. 

   Ser médico enfim, é ser um misto de tudo quanto é de bom,ser médico é ser provedor,acolhedor e compreender os encontros e os desencontros do homem , ser médico é apenas ser Médico.APENAS. 
                         Iderval Reginaldo Tenório






sábado, 11 de setembro de 2010

BLOG DO DR IDERVAL TENÓRIO UM BLOG CULTURAL PREFÁCIO

BLOG DR IDERVAL.






Salvador,18 de março de 2006





Querido amigo, estou entrando na era da Internet, e registrei um BLOG.





http://iderval.blogspotcom



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Solicito que ao enviar algumas críticas,seja sincero,fale a verdade, se necessário baixe o pau e se necessário faça elogios . Apenas peço: acesse este site, penso que pode ser o embrião de um grande canal de comunicação interpessoal e interempresa.





Cada internauta é um julgador,cada internauta é um professor e eu continuarei eterno aluno,eterno aprendiz porque jamais deixarei de estudar e diante de tantos cobras deste país por mais que me esforce, serei sempre um aprendiz. Iderval Reginaldo Tenório-http://iderval.blogspot.com



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Espero a visita de todos

BLOG DR IDERVAL.



Salvador,18 de março de 2006


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REFLEXÃO PARA A HUMANIDADE

CONDUTAS PARA REFLEXÃO

CAMAPANHA O OUTRO



1-ZELE PELO QUE É DO OUTRO



2-NÃO PERTUBE, AUXILIE O OUTRO.



3-NÃO PEÇA NADA EM TROCA AO OUTRO



4-PROCURE OFERECER O MELHOR AO OUTRO



5-TUDO QUE SE APRENDE É PARA O BEM DO OUTRO



6-NÃO PENSE PRIMEIRO EM VOCÊ, PENSE NO OUTRO.



7-, AJUDE, FAÇA TUDO, PROCURE GOSTAR DO OUTRO.



8-CUIDE, ZELE, SEJA CORTEZ E ABNEGADO PELO OUTRO.



9-NÃO QUEIRA NADA FÁCIL, NÃO DIFICULTE PARA O

OUTRO.



10-.QUEIRA, VIBRE E TRABALHE PARA O SUCESSO DO

OUTRO.



11-SIRVA E FAÇA TUDO PARA NÃO SER SERVIDO PELO

OUTRO.



12-FAÇA O QUE FOR POSSÍVEL PARA O

ENGRANDECIMENTO DO OUTRO



13-FAÇA O MELHOR, DÊ CONFORTO E SEJA SOLIDÁRIO

PARA COM O OUTRO.



14-NUNCA PENSE EM LEVAR VANTAGEM E NADA ESPERE

DE RECOMPENSA DO OUTRO.



15-DEIXE E CEDA O MELHOR LUGAR, A MELHOR VAGA

DE GARAGEM, A MELHOR ÁGUA E O MELHOR PÃO PARA

O OUTRO, NÃO SE IRRITE COM O OUTRO E SIM PELO OUTRO.



16-PRATIQUE O BEM, SEJA AMIGO DE SUA MÃE, DO SEU PAI, DO SEU IRMÃO, DO SEU AMIGO, DO OUTRO E DO AMIGO DO OUTRO.ACEITE O OUTRO COM O OUTRO É.



17-PROCURE FAZER A COISA CERTA E O QUE FOR BOM PARA O OUTRO.LEMBRE QUE PARA O OUTRO VOCÊ É O OUTRO.



18-DEIXEM PENSAR QUE VOCÊ É BÔBO, PARA NÃO CONTRARIA O OUTRO, PASSE POR BÔBO, MAS, NUNCA FAÃ O OUTRO DE BÔBO.



19-QUEM AJUDA O OUTRO, UM DIA SERÁ AJUDADP PELO OUTRO, PELO FILHO DO OUTRO, PELO NETO DO OUTRO OU PELO AMIGO DO OUTRO, MESMO SEM SABER E SEM QUERER SERÁ.



20-PRATIQUE ESTA CARTILHA E O MUNDO SERÁ MAIS HUMANO E O OUTRO TERÁ MAIS SUCESSO. A VIDA SERÁ MELHOR; FAÇA TUDO PARA APRENDER A FAZER O BEM AO OUTRO, NÃO QUEIRA AS COISAS FÁCEIS. PROCURE CONQUISTAR O SEU ESPAÇO, RESPEITANDO O ESPAÇO DO OUTRO.



DO AMIGO IDERVAL REGINALDO TENÓRIO



MELHOR; FAÇA TUDO PARA APRENDER A FAZER O BEM AO OUTRO, NÃO QUEIRA AS COISAS FÁCEIS. PROCURE CONQUISTAR O SEU ESPAÇO, RESPEITANDO O ESPAÇO DO OUTRO.



DO AMIGO IDERVAL REGINALDO TENÓRIO

PENSAMENTOS PARA RELFEXÃO

PENSAMENTOS PARA O JOVEM REFLETIR,O HOMEM QUE LUTA NO DIA A DIA E O HUMANO QUE É HUMANO,NÃO PRECISA DESTA LEITURA, OS SEUS COMPROMISSOS JÁ SÃO SUFICIENTES.PARABÉNS.

IDERVAL REGINALDO TENÓRIO

1986


1)O CÉREBRO ESTÁ PARA O CORPO yCOMO A LÂMPADA ESTÁ PARA O POSTE.

2)MAIS VALE MEU FEIJÃO COM FARINHA DO QUE O FILÉ DA VIZINHA.

3)PARA O CÉU DO CÉU SÓ PRECISA REZAR, PARA O CÉU DA TERRA SE FAZ NECESSÁRIO O ESTUDO E O TRABALHO.

4)O QUE DIFERENCIA O HOMEM É A ÉTICA.

5)O FILHO SÓ É FILHO ATÉ A MAIORIDADE, DEPOIS SÓ O RESPEITO.

6)PARA O MÉDICO O PACIENTE NUNCA SERÁ DEUS, SEMPRE SERÁ UM REI.

7)PARA SER UM GRANDE HOMEM, APRENDA COM OS ANIMAIS IRRACIONAIS E COM A NATUREZA.

8)POLITICAMENTE É INJUSTO O FILHO DO RICO JÁ NASCER RICO E MAIS INJUSTO O FILHO DO POBRE CONTINUAR POBRE.

9)O MÉDICO É SEMPRE UM VASSALO, O PACIENTE SEMPRE UM REI, NESTE PRINCIPADO, JAMAIS SONHE EM SER REI.

10)A MAIOR RIQUEZA DE UM HOMEM DE VERGONHA, SÃO FILHOS INDEPENDENTES E BEM EDUCADOS.

11)MAIS VALE 10 FILHOS EDUCADOS DO QUE 10 FAZENDAS PRODUZINDO.

12)O HOMEM SÓ PRECISARÁ DOS FILHOS APÓS OS 70 ANOS.

13)O IDOSO NÃO NECESSITA DE DINHEIRO E SIM DE BEIJOS , ABRAÇOS E RESPEITO.

14)APÓS OS 70 ANOS,DOS DESCENDENTES, OS PAIS SÓ PRECISAM SABER DE COISAS BOAS.

15)ALEGRIA, SORRISO E ABRAÇOS O CAMINHO PARA A SAÚDE.

16)APENAS 15% DAS COMUNICAÇÕES SÃO COM PALAVRAS.CEGOS, SURDOS E MUDOS SÃO CIDADÃOS NORMAIS.

17)PARA OS DESIGUAIS O MESMO CRIME, PENA MAIOR PARA O MAIS INSTRUÍDO.

18)NO MUNDO COMO NO CORPO HUMANO, APENAS 5% É CABEÇA, O RESTO É CORPO E RABO.

19)MAIS VALE SER CABEÇA DE UM BICHO PEQUENO DO QUE RABO DE UM BICHO GRANDE

20)QUER SER UM HOMEM UNIVERSALMENTE BEM SUSCEDIDO, ESCUTE OS SEUS PAIS.

21)SE O HOMEM TEM UMA META, UNA TODAS AS SUAS FORÇAS, MIRE NA SUA DIREÇÃO E DISPARE COM CONSCIÊNCIA, O ACERTO É QUASE DE 100%.

22)NÃO DISSIPE AS SUAS ENERGIAS ALEATORIAMENTE, MIRE, CONSCENTRE E DISPARE EM UM ÚNICO FOCO DE CADA VEZ, A CHANCE DE ACERTAR É MAIOR.

23)O BOM DE UMA BOA LEITURA É SABER QUE, TUDO AQUILO OS PAIS JÁ DISSERAM COM GESTOS, OLHARES E PALAVRAS MAIS SIMPLES.

24)QUEM SE REVOLTA COM A MORTE DE UM ENTE QUERIDO, COMETE UMA INJUSTIÇA PARA COM DEUS E DE RECOMPENSA GANHA UMA ENFERMIDADE.

25)SÓ OS FRACOS E OS QUE AGEM POR INSTINTO ESPERAM POR RECOMPENSAS.

26)ATUALMENTE, AQUELE QUE NÃO DEVE, É QUEM TEME.

27)AOS PAIS, O MÍNIMO QUE SE DEVE É A VIDA.

28)É MELHOR SERVIR DO QUE SER SERVIDO.

29)DEUS É O UNIVERSO, POR ISSO É ONIPRESENTE , ONISCIENTE E ONIPOTENTE .ENTÃO A SUA CASA E O SEU TRABALHO SÃO VERDADEIROS APOSENTOS DA CASA DE DEUS

30-O HOMEM QUE RECLAMA,QUE BRIGA,QUE SE PREOCUPA,QUE CORRIGE,QUE ACONSELHA, É O HOMEM QUE GOSTA E QUE AMA.SEJA POR ESTE HOMEM.

31)AO PRATICAR O BEM, VOCÊ ESTAR AGINDO EM NOME DE DEUS. O DEUS DO SEU FILHO, DO SEU PAI, DO SEU AMIGO, DO SEU IRMÃO E DOS DESCONHECIDOS.NAQUELE MOMENTO VOCÊ ESTAR SENDO DEUS.

Salvador, 01 de Janeiro de 1986.

Iderval Reginaldo Tenório -driderval@bol.com.br

O FIM DO MUNDO

O FIM DO MUNDO




Há bilhões de anos ,não se sabe quando e nem como ,surgiu o universo . Neste as galáxias com os seus milhões de sistemas e na penumbra do sistema solar surgiu o minúsculo e insignificante planeta terra .



O Sistema solar tendo como alimentador de energia o sol,teve a sua origem há cinco bilhões de anos e calcula-se que brilhará por mais cinco bilhões quando iniciará o seu ciclo de morte se transformando numa massa gasosa e ao se expandir fagocitará todos os seus planetas com os respectivos satélites,este é o fenômeno natural que ocorrerá no sistema solar,não se sabe o que acontecerá com os outros,nem com as outras galáxias,por analogia provavelmente será o destino de todos os similares.Este preâmbulo é o que dizem os estudiosos do assunto em milhares de trabalhos após anos e mais anos de estudos.



Alheio ao fenômeno natural,procurarei expor alguns pontos pertinentes ao planeta terra,a origem da vida,a sua evolução,o surgimento e o fim de grandes civilizações ,os povos modernos e por ultimo ,o fim de mais um ciclo ,o fim de mais uma era,o fim da civilização atual.



Indiferente à origem dos homens,estes foram evoluindo até se transformarem nos mais importantes dos animais.Viviam inicialmente em pequenos grupos , para sobreviverem usavam a força bruta e milhares de anos depois começaram a utilizar o cérebro como coadjuvante contra os predadores,contra outros grupos semelhantes e para se defenderem dos fenômenos naturais. Aos poucos descobriram a pedra e o fogo,viviam da caça ,da pesca e do extrativismo . Na luta corpo a corpo promoviam o domínio de grupos sobre grupos,exterminavam os vencidos varões e as fêmeas eram absorvidas e serviam como multiplicadores para os grupos dominantes.Com o passar dos séculos , os vencedores com a anexação de outras culturas evoluíram,perceberam que o homem poderia trabalhar para outro homem.A partir desta descoberta,surgiu a mais importante das leis da natureza e passaram a oferecer aos derrotados, o direito à vida,porém no sistema de escravidão , assim os homens viveram por milhares de séculos.Neste sistema surgiram e desapareceram milhares de civilizações e suas culturas eram acopladas aos vencedores em parte, a depender do grau da evolução cerebral. O que chama a atenção é que durante milhares de anos nenhuma civilização agrediu a terra ,os homens viviam em harmonia com o solo,com os rios,com o mar,com as florestas,os homens viviam da terra. As civilizações sumiam, mas a terra ficava intacta,os dominantes surgiam com novas civilizações e assim foi até o século dezoito quando turbinaram o poder da mente,o poder do conhecimento , a propriedade da tecnologia,o controle das doenças,o surgimento dos seus direitos , a acelerada multiplicação populacional e a necessidade urgente de maneiras que provessem os cidadãos de alimentos,roupas,locomoção e demais insumos pertinentes à vida .



Os homens saíram do período muscular,da força braçal e passaram a utilizar o intelecto como a principal arma para o domínio entre si , na conquista da sobrevivência,começaram a se revoltar contra a terra, agredindo-a em todos os seus flancos,destruindo velozmente todas as suas riquezas em busca do sustento, caminhando a passos largos para o fim desta civilização que sem dúvida, será a menor de todas as que já passaram pela terra,enquanto as outras duravam milhares de séculos,esta será de algumas centenas de anos.



Os homens atuais na busca do poder e de acumularem riquezas pessoais desnecessárias, utilizam-se de todos os meios nas esferas terrestres.Na busca desenfreada dos metais preciosos reviram milhões e milhões de toneladas de terras,primeiro superficialmente,de aluvião e depois penetrando quilômetros abaixo do solo,cortando e contaminando reservas hidrominerais e potáveis guardadas estrategicamente para as gerações futuras,na sua lavra contaminam os mananciais com metais pesados.Na ânsia de produzirem o progresso,procuram ferro,zinco,carvão mineral ,granito e tantos outros ,para isso,detonam os morros,as serras,destroem os campos e perfuram o planeta diametralmente exaurindo as suas riquezas,eliminando e impedindo a continuidade da vida.



Pelas necessidades energéticas , mobiliária e da construção civil,passaram a consumir as matas,com grandes hidrelétricas,exterminando a flora e a fauna



Na busca do combustível fóssil ,principalmente o petróleo,o responsável por esta era energética,que não é infinito,os homens exploraram bilhões e bilhões de toneladas de areias oleosas da superfície terrestre ,utilizando para isso trilhões de metros cúbicos de água, devolvidas aos rios contaminadas pelos efluentes petrolíferos;esgotadas estas reservas, passaram a sugar do subsolo ,deixando milhões de cavernas de milhares de quilômetros cúbicos,destruindo,misturando e contaminando os lençóis freáticos.Em seguida partiram para os oceanos,fincando as suas plataformas no fundo do mar,perfuram e extraem das mais escondidas reservas o abençoado óleo da fortuna.No seu preparo,armazenamento e transporte,cometem catástrofes imperdoáveis para a humanidade,rompendo os seus tanques,contaminam os mares,os céus,os rios,as florestas e acabam com milhões de vidas intoxicadas pelos hidrocarbonetos .



Com a ameaça do fim do petróleo na década de 50,as grandes nações passaram a desenvolver a energia nuclear e só no Estados Unidos foram construídas mais de 50 grandes usinas e outras centenas de pequenos empreendimentos, foi assim na Europa,na Ásia e no Oriente . Hoje com o domínio desta tecnologia suicida o enriquecimento do Urânio constitui uma ameaça à paz,trazendo risco ao meio ambiente em todos os viéses,da sua retirada do subsolo até o seu refino ,culminando com uma catástrofe avassaladora e contínua para todo o Universo,haja vista o que aconteceu com Chernobil na Rússia.



Na produção de alimentos,seja vegetal ou animal,milhares de hectares de terras são destruídos,tanto nas queimadas como nas derrubadas,milhões de toneladas de agrotóxicos são jogados no solo e nas águas na base da cadeia alimentar,exterminando miríades de insetos polenizadores,alimentos das pequenas aves e roedores,primeiros degraus da cadeia alimentar,diminuindo as chances de sobrevivências dos animais predadores.



A alta tecnologia com os aviões,os satélites,os foguetes,os canhões,os tanques de guerra,os carros e as fábricas enchem os espaços de bilhões de objetos microscópicos e macroscópicos, sejam eles líquidos,gasosos e sólidos que flutuam na atmosfera e no vácuo,sendo hoje motivo de preocupação das nações desenvolvidas,chegando ao ponto de imaginarem uma maneira de varrerem os céus,uma maneira de retirar dos céus as diversas estruturas flutuantes,um dos maiores problemas a serem enfrentados pelos homens do futuro.

Catástrofes não desprezíveis são os raios gerados pelas emissoras de rádios,TVs,radioamadores ,telefones e milhões de outros tipos que cortam os céus em todos os sentidos e direções,cruzando cotidianamente os corpos vivos ,modificando programações do bem à distancia,dando cabo a uma grande quantidade de espécies.



Há muito que se fala que na natureza nada se cria ou se constrói ,tudo se transforma e para se transformar a terra necessita de tempo,acredita-se que com o tempo a terra se recuperará e tudo voltará a ser igual ,tanto os recursos animais,vegetais e minerais ,tudo é questão de tempo e desta vez o tempo para a sua recuperação será maior, provavelmente na casa das centenas de milhões de anos.



.Ao abordar o tema: (o fim do mundo ),foi para enfatizar a veloz e agressiva saga humana na conquista da terra e todos os seus ângulos que desta maneira chegará à exaustão e num futuro bem próximo. Muito são os trabalhos que mostram e discutem esta questões. A terra estará totalmente saturada das suas diversas riquezas consumidas por esta geração faminta e irresponsável,simplesmente em nome do domínio,da supremacia entre os povos..



O petróleo é limitado e nos próximos 20 anos de acordo com as reservas atuais irá à exaustão em muitos continentes,dentre estes o Americano,podendo ainda existir nos pólos glaciais gelados,nas camadas profundas do mar e nas grandes florestas,tornando-se inexplorável sob o risco de aceleração do fim desta civilização.



O ferro,o zinco,o carvão mineral,o granito,o ouro ,a prata serão metais de luxo nos próximos trinta anos,tornando quase que impossível a exploração . O seu encontro no subsolo,fruto da devastação desenfreada dos homens atuais,será cada dia mais difícil e mais profunda,podendo ser o tiro de misericórdia para os homens atuais.



As florestas aos poucos estão sumindo,sendo devoradas pela desqualificada produção dos alimentos e da energia hidroelétrica onde consomem milhões de hectares de terras e milhões de tipos de vidas.



Os céus, cortados por milhões de ondas,gases e objetos,ficaram pequenos para a quantidade de estruturas que neles transitam e habitam.Por necessidade os homens terão que produzir objetos maiores para o transporte das massas e haverá congestionamentos em todas as esferas, céu ,terra e mar,complicando ainda mais o tão combalido espaço.



O solo para produção de alimentos a cada dia que passa mingua e no futuro será insuficiente para manter de 10 a 20 bilhões de vidas humanas e mais outros tantos bilhões de outras vidas animais,calcula-se 200 bilhões de outras bocas para alimentar e tudo tem que sair da terra,sendo devolvidos em forma de dejetos e gases poluentes.



Nestes próximos 30 anos,os túneis,os canais,os grandes vazios promovidos pelos homens no subsolo, enfraquecerão a camada superficial da terra,contaminarão os 3% de água potável e este líquido que é a vida ficará escasso,motivo suficiente para grandes batalhas pela sobrevivência intercontinental.



A terra sofrerá desequilíbrio de temperatura liquefazendo as grandes geleiras, as placas tectônicas sofrerão maiores abalos sísmicos promovendo grandes ventanias,enchentes e gigantescas marés,milhões de animais incluindo os homens sucumbirão em fenômenos naturais,reduzindo os ambientes propício à vida,diminuindo as chances de sobrevivência,por falta inclusive de alimentos.



Ocupando o habitat dos outros animais como as florestas ,os mares e os céus,promoverão o desaparecimento de vidas macros e microscópicas e começarão a contrair micro vidas nocivas apenas aos invasores,como o Ebola,a Malária,a Esquistossomose,o Trypanosoma Cruzy e mais de umas centenas de vírus e bactérias normais nas suas origens e que no futuro ficará muito difícil o controle.



Então,com o intuito de preservar os seus pares, as nações começarão a proteger os seus homens como se fossem os donos da terra, muralhas de concretos ,muralhas elétricas,magnéticas e eletrônicas serão erguidas entre as nações tais quais as muralhas diplomáticas de hoje,com os seus passaportes ,com os seus vistos ,quarentenas e outras alegações simplesmente com a finalidade protetora do mercado,num marco claro de separação:rico-pobres,feio-bonitos,grandes e pequenos,desenvolvidos e subdesenvolvidos num mundo que se diz globalizado,porém globalizado para os grandes e engessado para os pequenos,numa concentração galopante de riquezas e de tecnologia .Tudo isso baseado no fim da era dos combustíveis fósseis,hoje o propulsor dos países hegemônicos,que vivem na solidão da frieza,das sombras e pobres em energia solar,consumindo para as suas sobrevivências a contaminante energia petrolífera.



Como as outras civilizações,os homens irão à luta, privatizarão todos os recursos naturais e o saber,controlarão desta maneira as águas,as florestas,os minerais e os genes . Numa batalha desequilibrada dos fortes controladores contra os pequenos controlados,sobrarão os mais fortes e estes serão os continuadores da vida ,terão que oferecer tempo a terra para auto recuperação, assim será o fim trágico de mais uma civilização e o surgimento de uma nova fase do globo terrestre, quando o tempo, por milhões e milhões de anos saberá mais uma vez transformar tudo que se consumiu das desejadas ,admiradas e necessárias riquezas naturais.Vão-se os homens e ficará a terra.



A solução energética se encontra na captação de energia hidrogenada do astro sol,que em um único dia, de uma simples nesga de raio solar que chega à terra é maior do que todas as energias produzidas , somadas e acumuladas de todas as reservas de petróleo que existe na terra,outra maneira importante seria através das microalgas em abundância nos oceanos.Tem-se que se encontrar um mecanismo que não polua,um mecanismo onde uma célula elétrica retire dos raios solares a energia necessária à sobrevivência da humanidade,quando os motores deixarão de vomitar e expelir substancias que aos poucos vão matando e diminuindo as chances da vida na terra.Será que o mundo se resume apenas na questão energética , claro que não.



Conflitos virão,guerras acontecerão e tudo pelo domínio da energia,aquele que por ventura descobrir,catalogar,produzir , dominar e esconder uma forma de energia renovável e perene,utilizando a sua força, provavelmente privatizará o sistema,e indubitavelmente será o criador e precursor da nova civilização ,iniciando na terra mais um ciclo,mais uma era ,a era da renovação,a era da recuperação e do ressurgimento de novas vidas.Nem tudo estar perdido e salve a natureza.



Iderval Reginaldo Tenório

O CONSUMO DOS RECURSOS NATURAIS

Consumo dos Recursos Naturais






Desde o aparecimento da vida ,vêm os seres vivos e não vivos consumindo e ao mesmo tempo transformando os recursos naturais,mostrando que na natureza nada se cria.



Durante milhões de anos o Universo habitado por diversas vidas e bombardeado pelos fenômenos naturais vinha se recuperando paulatinamente.Nos anos atuais muda completamente as suas paisagens não mais em eternos e demorados séculos e sim em poucos anos, basta vê a desertificação de vastas áreas nas Américas, na África e no continente Asiático.



Existe previsão dos estudiosos que o desequilíbrio no ecossistema causado pela,produção,transporte ,refino e consumo de combustível fóssil,pelo uso do CFC,pelo desvio das águas, pelo consumo das matas e pela escavação do solo e subsolo e pela invasão de habitat que deveria ser preservado para o homem do futuro,causará mudanças irreparáveis e os recursos naturais numa posição defensiva iniciarão os seus trabalhos:o vento com a sua força invadirá o espaço numa velocidade incontrolável,derrubará as matas,as moradias e transformando a pedra em areia num jateamento infernal deserteficará diversas regiões,o mar como labareda sairá do litoral e consumirá o continente ,levando de arrastão tudo que encontrar pela frente e numa mistura sem precedente na busca pela sobrevivência os animais selvagens,domésticos e o próprio homem travarão uma guerra por espaço mudando diametralmente as diretrizes atuais, funcionando como uma verdadeira seleção natural, ficando poucos para perpetuar as espécies.



Como conseqüências destes fenômenos milhões de espécies sucumbiram e outras estão prestes a desaparecerem, fruto da evolução natural do Universo principalmente no planeta Terra.



O Planeta terra,rico em água e outros elementos que propiciaram a vida,foi durante muitos séculos habitado por milhões de vidas até a chegada do Homem,tão agreste como os irracionais,tão bruto como os mais rudes dos animais não oferecia perigo ao ecossistema.Aos poucos foi elevando a postura,mudando silenciosamente a maneira de enxergar e numa fisioterapia cerebral foi desenvolvendo propriedades o distanciado dos outros animais, aos poucos passou a substituir a força pelo raciocínio e logo a dominar todas as outras espécies.Começou a utilizar os fenômenos naturais e suas transformações para o melhoramento da sua qualidade de vida,propiciando não só o domínio absoluto como também o prolongamento de sua vida na terra.



Tornando hegemônico, o homem utilizando os conhecimentos a seu favor, melhorou na produção animal e vegetal,evoluiu na construção civil, na locomoção e na indústria da informação,passando a ser indubitavelmente senhor incondicional, porém nada de anormal acontecia à terra,pois o planeta era senhor absoluto, era independentemente livre e em poucos anos recuperava toda e qualquer agressão a ele causado,naquela época as agressões nunca foram contra os recursos naturais e por isso estes recursos eram os restauradores da terra.Os mares,os rios e os solos com os seus componentes bastavam cair no esquecimento e de imediato naturalmente se iniciava o processo de recuperação.



Os anos se passaram, as necessidades foram se avolumando e à proporção que o seu número crescia ,o homem passou desesperadamente procurar suprir a demanda de consumo,o que levava milhões de anos até 1850, passou a ser atingido em poucas décadas, exemplo maior encontra-se na produção de alimentos , de moradias e da locomoção .Para suprir foi obrigatório o desenvolvimento de novas tecnologias, com elas foram criados sistemas que estratificaram o homem em clãs sociais, surgiram os comandantes e os comandados, os líderes e os liderados,os dominantes e os dominados,os burgueses e os plebeus, os ricos e os pobres, cada categoria com os seus anseios de consumos e aumentando cotidianamente os seus horizontes e as suas necessidades.



O homem evoluiu, de extrator para produtor e neste patamar melhorou em muito a qualidade de vida como um todo e neste diapasão se passaram 100 anos,foi abolido a escravidão em todo o planeta,criados leis,códigos e resoluções com a finalidade de igualar em importância cada ser humano,independentemente de raça ,cor,religião ou preferência sexual, numa política de irrestrita inclusão.Chegou o ano de 1950, o mundo foi mecanizado .Num processo de eletrificação o maior patrimônio passou a ser o domínio da energia, seja por intermédio das águas,dos ventos,dos combustíveis fósseis ou dos elementos radioativos.Com o intuito da supremacia, o homem entendeu de camuflar e privatizar os conhecimentos, só aplicando-os em beneficio dos poderosos tendo sempre uma recompensa pecuniária,isso levou na década de 50 ao surgimento de uma corrente separatista das raças e dos níveis financeiros.Agigantaram-se as necessidades , a gula e a saga por mais riquezas passaram a ser o mote e aos poucos o homem passou de produtor a consumidor, degustando o planeta, como se consumisse o seu próprio corpo. Primeiro invadiu as matas,depois consumiu os rios,os mares,desequilibrou a fauna e a flora e na busca desesperada das riquezas do solo e do subsolo vem tirando ou diminuindo a autonomia que a terra tem de se recuperar ; por ultimo numa invasão sem precedente de diversos elementos como: raios,máquinas voadoras,gases,estilhaços de naves espaciais,detritos e fuligens vem ocupando a atmosfera tirando de vez as possibilidades de recuperação.



O consumo das riquezas naturais em todas as suas fontes será para o homem atual o maior problema a se enfrentar neste século que se inicia,exauridas em todas as suas formas conhecidas, terá que se chegar a um consenso na utilização da água ,na produção de alimentos ,da moradia e tem que se achar outra maneira de produzir energia.O crescimento populacional de todas as formas de vidas e a necessidade urgente da perpetuação das espécies ,fará do homem o único responsável pela catástrofe que se aproxima e com certeza na escala dos seres em extinção não será o homem o escolhido para apagar as luzes.Calcula-se em 20 bilhões as bocas terrestres a alimentar no dias atuais com mais outros bilhões bocas nas águas.



Urge portanto cautela na utilização dos recursos naturais. Conclama-se o homem como homem na defesa na mãe terra. Na preservação dos seus bens e solicita-se de imediato a parada desta voraz sede de destruição tendo como fundamentação as necessidades desta mesquinha e irresponsável civilização. A terra pede socorro, cabe ao homem agir. Iderval Reginaldo Tenório

O BRASIL DOS SONHOS

COLUNA- EM TEXTOS DO AUTOR




O BRASIL DOS SONHOS
O Mundo moderno caminha a passos largos para a elevação do desemprego e o aumento das doenças desocupacionais.

Com este preâmbulo que parece mais uma invenção do autor ou até mesmo um ato irresponsável procurarei centrar o pensamento e chamar a atenção para um futuro não muito distante.

O homem nasce e cresce no intuito de perpetuar a espécie, para isso passa por um período de aprendizado que é peculiar à raça humana sempre no aprimoramento do intelecto em substituição à força motora.

Neste  mundo moderno, diferente do mundo anterior quando os músculos falavam mais alto , onde dominavam os mais troncudos, os mais valentes , os mais musculosos, aos poucos o cérebro foi tomando espaço e na escala da evolução passou a predominar, fazendo com que o homem fosse medido pelos pensamentos, pelas ações e pelo intelecto.

Com esta evolução, o aperfeiçoamento cerebral fez com que o encéfalo passasse a dominar, trazendo a comodidade de trabalhar menos para o seu sustento.

Naquela época se fazia necessário o trabalho ininterrupto e duro para a obtenção apenas do pão, não se falava no intelecto, o importante era a sobrevivência da matéria, da massa, do corpo.

Nos tempos atuais e modernos, com a necessidade cada dia menor da força na execução das tarefas, o homem foi substituído pelas máquinas, e  como uma máquina passou a conviver com movimentos repetitivos , a manipular líquidos e gases poluentes que geram múltiplas doenças ocupacionais sucateando-o. Com a revelação destes infortúnios,a indústria sucateadora de seres humanos banida dos países dominantes pousaram nos periféricos , instalaram as suas parafernálias em regiões metropolitanas, contaminando as reservas naturais , o distanciando por mais de 14 horas e por mais de 50 quilômetros do seio familiar e da vida social, tendo como álibi eliminar o desemprego , matar a fomer,propiciar conforto com a criação de escolas, saúde para toda a família e criar um mercado consumidor para manterem vivo a saga do lucro e da concentração do Capital.

Nasceu nesta época as grandes empresas de transportes, as grandes construtoras, as empresas de saúde de grupo , promovendo o famigerado êxodo rural,desabitando as terras , matando a agricultura de subsistência , causando um verdadeiro facetamento da família.

Os primeiros operários hoje pagam caro por trabalharem anos após anos sem uma proteção adequada,muitos mutilados, cegos, surdos e com miríades de patologias ocupacionais.

O exercício da cidadania foi conquistado em 1938 com Getúlio Vargas , reforçada em 1943 com o mesmo Getúlio e em 1946 com o governo Dutra, abalado com o governo da revolução em 1964 , reaparecendo 20 anos depois com a luta operária no Estado de São Paulo,tendo como um dos baluartes um torneiro mecânico que mais tarde se tornaria o primeiro operário a ocupar o mais alto cargo da nação,a Presidência da República.

O tempo passou,com ele a modernização mecânica foi velozmente substituída pela eletrônica e a informática junto à robótica passaram a dominar.Os humanos das décadas passadas se perderam no mesmo tempo, cansados pela sobrecarga e pelas horas dentro de conduções na tarefa ir e vir, na procura do pão de cada dia.Veio a globalização.

Hoje o padrão não é diferente em relação ao desgaste físico e mental .Com a multiplicação dos movimentos repetitivos e a hibernação dos neurônios pensantes , necessários apenas nas cabeças dos donos do Capital no além mar, surgem exércitos de deficientes multiocupacionais que abandonados pelo Capital e à procura de proteção peregrinam pelos institutos governamentais. O diferencial é que naquela época,apesar de todo sucateamento existia a seguridade social, alimentação, transporte , escola e saúde para todos os componentes da família,pois o operário era o provedor , o operário era o pai e em cascata, para todos, eram pulverizados os benefícios, muitas vezes até para os seus genitores e os salários eram para sustentar a família com toda a sua complexidade, hoje o homem não é prioridade, hoje o operário é terceirizado ,perdeu a garantia, hoje o homem é avulso, a máquina é descatável.

Hoje o operário é o filho, o filho do pai, aquele que é jovem, que não tem família, aquele que não adoece, que come mal,que não tem compromisso familiar, que não tem despesas com o lar, que não transfere nenhum direito social aos componentes da família, que não tem transporte e o que percebe é apenas para alimentar o pequeno e estreito sonho de consumo do mundo moderno, como motos, celulares, bebidas , roupas e todas as parafernálias eletrônicas, num gasto egoísta e pessoal, quiçá nos mais ajuizados na transferência quase total dos ganhos para uma Faculdade particular que muitas vezes em nada melhorarão o seu futuro. E mais,trazendo ao surrado operário pai, a pecha de preguiçoso, desocupado e oportunista, levando à baixa estima,à depressão e a perda do primeiro posto no seio familiar, transformando-os em verdadeiras sucatas,em alcoólatras e doentes por não possuírem ocupação, são as doenças desocupacionais..

Que venham as fábricas com todo o seu progresso, que apareçam os empregos mesmo com as suas ressalvas produtivas sem esquecer o social, mas, que empreguem os pais, que elevem as suas estimas e resgatem a dignidade familiar,núcleo mor de uma civilização avançada e trasnformem estes jovens em homens aprendizes , proporcionando ensinamentos profissionais em todas as áreas, notadamente nas áreas do pensamento e da criatividade , sedimentado na prática , na ética e na cidadania,assim , quem sabe, com muito trabalho o Brasil do futuro, o Brasil dos sonhos poderá ser realidade.

Salvador, 28 de Janeiro de 2001

Iderval Reginaldo Tenório

SOBRAMES -BA