segunda-feira, 26 de junho de 2023

A História da Música A TRISTE PARTIDA Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga

 

 A Triste Partida – Patativa do Assaré | Poesias Preferidas

 
PATATIVA DO ASSARÉ – Crônicas Cariocas
 
LUIZ GONZAGA - A TRISTE PARTIDA - YouTube
A TRISTE PARTIDA
Do poeta Patativa do Assaré, o Cearense do Século
e do Imortal Luiz Lua Gonzaga , O Pernambucano do Século

LUIZ GONZAGA O MAIOR ARTISTA BRASILEIRO DE TODOS OS TEMPOS. 

A  História
 da Música 
A TRISTE PARTIDA
Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga

Brasil 1964  Ditadura Militar.
 
O  Brasil passava por um  entrave político, saia da Presidência da República, em janeiro de 1961,   o Juscelino Kubitschek,  entrava  no dia 31 de janeiro 1961 o Jânio Quadros, renunciando   no dia 25 de agosto de 1961, governou por sete meses.
 
Em agosto de 1961, assumia interinamente, o Presidente da Câmara,  o Dep. Federal por São Paulo,  Ranieri Mazzilli por 14 dias, uma vez que o vice, João Belchior Marques Goulart(JANGO),  encontrava-se na China a convite do governo chinês, ao chegar assumiu no dia 08 de setembro 1961 e governou até  01 de abril de 1964 .
 
João Goulart foi deposto pelo golpe militar, articulado pelo alto comando.   Voltou à presidência,  mais uma vez,   o Deputado Federal Ranieri Mazzilli, do dia 02 de abril de 1964  até o dia 15 de abril, por 13 dias,  quando em definitivo  o General  cearense   Humberto de Alencar  Castelo Branco sentou na cadeira até 15 de  março de 1967.  
 
O país  fervia com os comandos das forças armadas  e o início de uma ditadura militar, foi um período dificil, duro e que trouxe muitas feridas.

No sertão do Ceará, terra de grandes poetas, ouvia-se uma música muito penosa, porém realista.  Era cantada por duplas de violeiros, cantadores e repentistas nas feiras livres  das cidades do sertão cearense. Uma verdadeira ladainha de sofrimento,  música arrastada, uma cantilena.  Documentava o desrespeito com o povo, a fome, o êxodo rural e a procura do pão  nas terras do Sul, principalmente São Paulo e Paraná. 

Era eu menino nas terras do Padre Cicero,  quando muitos parentes, romeiros  e trabalhadores, da minha Serra do Araripe e do Cariri,  iam para Juazeiro do Norte e de lá para o Sul do país nas carrocerias de caminhões sem o mínimo conforto, caminhões Pau de Arara.  O intento era escapar da seca. Famílias inteiras, tais quais  as asas brancas, partiam em busca de dias melhores.

O  poeta Patativa do Assaré, um agricultor auto didata, num dia de muito trabalho e suor,  debaixo do sol causticante da Serra de Santana, no municipio de Assaré ,  documentou na sua mente o que realmente acontecia à  época e   inteligentemente  batizou  de  A TRISTE PARTIDA. 
 
A músca   com os seus meu Deus, os seus  AI, AI,  os meses do ano, setembro, outubro, novembro e dezembro..., o sol, o vento,  a peste, a fome, o natá, seu berço, seu lá, os gemidos, as águas dos óios,  a cigarra,  o carro de boi, o caminhão, o patrão, a boneca, a roseira,  a menina, a seca, o mês de março, as pedras de sá, a barra, o escravo, o sul, as caras estranhas, o norte, a ausência de cidadania, o desprezo, a lama, o paú,  o choro, o milagre, a saudade, o cachorro, meu gato, meu mimi, meu pé de fulô,  a poeira, o meu Ceará, São José, o burro, o cavalo, o galo, a poeira, a saudade, a morte,  Sum Palo, o feliz fazendeiro, a vida e o êxodo rural. O poeta  mostrou  o BRASIL esquecido, o BRASIL invisível, o Brasil dos abandonados. 

O Rei do Baião, Luiz Gonzaga,  já meio triste com a sua carreira em 1964,  numa de suas viagens pelo Sertão ouviu, gostou e perguntou quem era o autor.  Os violeiros disseram : 
 
"É de um agricultor de Assaré, um rapaz muito simples que vive da lavoura, o Antonio Gonçalves, o Patativa do Assaré."
 
 O Rei Luiz, já famoso,  tomou o endereço e foi até Assaré. Uma pequena cidade na micro região Sul do Ceará, chegando lá se identificou, o Patativa emocionou-se e disse: 


"Luiz Gonzaga,  o Rei do Baião,  na minha casa? O que se assucede?"

Luiz Disse :
 
"Sim senhor, o Rei do Baião, Luiz Gonzaga na sua casa."

Patativa revidou:
 
"E o que quer o senhor, este monstro importante,  na minha casa?"

Luiz disse:
 
"Venho pedir permissão para gravar a música, A Triste Partida,   no meu próximo disco e também botar o meu nome como um dos  autores."

O Patativa deu um pulo da moléstia e irritado falou:
 
"Como é  mesmo seu Luiz? gravar e dizer que a poesia é sua?  qualquê, qualquê seu Luiz, qualquer coisa, isso  jamais, a poesia seu Luiz  é como  um filho, só possui um pai e o pai sou eu,  não vai gravar."

Seu Luiz rebate:
 
"Homem,  esta música eu tenho que gravar,  é a música mais bonita que já vi na minha  vida e eu tenho que gravar, conta a vida dos nossos irmãos nordestinos, conta a minha e a sua história, é um documentário."

Patativa do Assaré completa
 
"Só grava se for assim e se colocar o meu nome. Tem mais seu Luiz, eu não quero nenhum tostão do senhor, sei que vai fazer sucesso."

Este foi o histórico diálogo.

Depois de muitos acertos, gargalhadas e   selado as pazes, o Luiz disse ao  Patativa que a música era muito bonita, porém não poderia gravar seca e sacudida, ao pé da letra, era muita ofensa ao sul,  tinha que modificar algumas coisas, foi quando o Patativa se irritou ainda mais, fechou a cara e ficou turrão.
 
 O Luiz tomou uma cachaça, um café com o roceiro,  sentou-se no pátio, fez uma pequena modificação e assim se justificou ao mestre Patativa diplomaticamente . O rei não era rei à toa, o Luiz Gonzaga era um visionário, nasceu para ser o que foi e continuará sendo   a maior expresssão da música brasileira. LUIZ GONZAGA,  O IMORTAL. 
 
Assim o Rei se pronunciou ao gigante  e também imortal Patativa do Assaré, o Antonio Gonçalves da Silva  ( Nascido em Assaré, 5 de março de 1909 — Falecido em  Assaré, 8 de julho de 2002)
 
Assim falou o Luiz Gonzaga

"Patativa me diga uma coisa, quando o mestre  fala na estrofe 10,  no último verso  rimado, só se aplica ao seu Ceará ou se aplica a todos os nordestinos que vão escapar em São Paulo? 
 
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu  CEARÁ
 Se aplica ao Pernambucano, ao Baiano, ao Paraibano, ao Potiguar, ao homem do Piauí, do Maranhão e de outros recantos secos do Brasil? ou é só para o Ceará? Só para o sofredor cearense?"

O Patativa reforça que pode ser para qualquer  nordestino que deixa a sua terra, pode ser usado para todos os  que saem de sua terra natal e vão escapar no Sul.  

Então Luiz , com a sua educação e sabedoria diz ao poeta:
 
"Então Poeta, em vez de gravar como o mestre criou, eu vou fazer a seguinte modificação, veja se o mestre concorda.

O rei modificou o último verso da décima estrofe que dizia:
............................
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
Adeus meu  CEARÁ
e modificou para

.............................. 
Aquele nortista
Partido de pena
De longe acena
ADEUS MEU lugar.

Antes do Patativa fumar o segundo cigarro de palha  o Luiz disse:
 
"Tem mais poeta, nos últimos versos da   última estrofe, o poeta diz que o nortista vai ser escravo e vai sofrer no sul.  O poeta não acha que ele sofre mais aqui do que  lá? pelo menos lá   ele come,  trabalha e terá um fio de esperança, enquanto aqui ele sofre, não come e morrerá no abandono. Então ele sofre cá e sofre lá,  mais cá do que lá, então eu queria fazer esta simples modificação  ".   
 
Assim o poeta Patativa escreveu no original:


"  Faz pena o nortista
Tão forte e  tão bravo
Viver como escravo
Nas Terras do Sul."
 
"Eu queria fazer esta pequena modificação, porque se não fizer, eu , você e o retirante, nós todos juntos   estaremos fazendo uma injustiça com o Sul e sendo muito ingrato. Poeta Patativa , a  gratidão é uma das virtudes do homem, principalmente  com os  Estados de São Paulo e do Paraná  que nos acolhem muito bem, acredito que não receberão bem a música e será um fiasco."


O Luiz, o Rei do Baião, apresentou a seguinte modificação, modificou de "Nas Terras do Sul"   para "no norte e no sul"
 
 
Faz pena o nortista
Tão forte E  tão bravo
Viver como escravo
No norte e no sul

No fim do encontro, choro e abraços,  o Patativa disse ao Rei:
 
"Seu Luiz, pode colocar o seu nome, estas modificações deram vida e alma ao poema e à música, era isso que eu queria falar, uma música de paz e de socorro."
 
 Assim foi selado uma parceria de respeito- A Triste Partida de Patativa do Assaré e Luiz Gonzaga.

A Triste Partida foi imortalizada pelo Rei e muitos outros ícones. 
 
Considerada pelo próprio Luiz Gonzaga do Nascimento  a sua mais importante música sem se esquecer da ASA BRANCA.

Durante muitos anos chovia de direitos autorais alguns trocados na conta do Antonio Gonçalves, o  mestre Patativa do Assaré, que pessoalmente me disse , que  foi o Raimundo Fagner quem mais lhe enviou recursos para a sua subsistência financeira sem  esquecer  que o Rei Luiz também mandava.


            E assim falou o PATATIVA
 
"o Fagner é um grande homem"
Patativa do Assaré.


Iderval Reginaldo Tenório

Livros do Patativa da Editorta Vozes- 
1- Cante Lá que eu canto cá. 
2-Espinho e Fulô
e outros 
PESQUISEM - PATATIVA DO ASSARÉ.


A TRISTE PARTIDA - PATATIVA DO ASSARÉ - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=r-8rsqTJi-0
25 de jun de 2009 - Vídeo enviado por senhorincrivel
Um retrato da alma nordestina. Música de Luiz Gonzaga e Poema de Patativa do Assaré.

Luiz Gonzaga -- A Triste Partida - YouTube

https://www.youtube.com/watch?v=Yu0bvuK8s_k
13 de dez de 2012 - Vídeo enviado por Ellis Stoffel
2012 - 100 anos O Rei do Baião, cantou a vida e o sofrimento do Nordestino, ficando imortalizado na ...

sábado, 24 de junho de 2023

Histórias do Nordeste, CONTOS SOBRE O POVO DO NORDESTE

 Como nasce um "Cabra Macho?" A história das masculinidades nordestinas –  PapodeHomem

Vilas de pescadores e praias paradisíacas na Costa do Descobrimento na Bahia

Cozinhar no fogão à lenha é tradição mantida por muitas famílias no  interior de SP | Nosso Campo | G1

Histórias do Nordeste

Conta  um artista paraibano, que ao voltar do Rio de Janeiro com um diploma  de nível superior,  em música, outorgado por mérito pela  Universidade  Federal  do Rio de Janeiro, quis  melhorar o conforto e o nível habitacional dos seus pais .

Relata que explanou os seus pensamentos  e expôs as grandes novidades , todos ficaram abismados com o que ouviram.   Moravam no campo e ele pretendia comprar uma casa na cidade, implantar o modernismo para a sua família e colocar todos os sobrinhos na escola, o  sítio continuaria sendo o porto seguro e lugar de descanso nos fins de semana.

A sua avó, uma senhora de setenta anos, foi muito dura e resistente a aceitar as mudanças, fez várias indagações,  exigia convincentes respostas.

1- “Com esta tal de geladeira, que conserva os alimentos durante dias, o que ela iria fazer no seu cotidiano, se o seu trabalho era catar o feijão, lavar, temperar, botar na panela de barro  e depois colocar no fogão, a lenha, para cozinhar”

2- “Com este tal de fogão a  gás, que inclusive é muito perigoso, o que iria ela fazer, se o que faz  é pegar lenha na capoeira, cortar com um machado, fazer o feixe, levar para casa, colocar no fogão,  ascender o fogo com querosene, assoprar com a boca e ajudar com um  abano de palha, depois  pôr  a panela na trempe, olhar de vez em quando e completar com água para não secar  ou queimar”

3- “Como pode trocar as panelas de barro por panelas deste tal de alumínio, panelas de metal, será que não faz mal à saúde? será que não contamina a comida? Será que o barro não é mais sadio?”

4- “Como pode fazer uma sentina( privada, casinha, sanitário) dentro de casa?,  o fedor deverá ser de amargar, pois no quintal já se sente na sala, imagine dentro da própria casa, vai ser de torá, vai deixar de ser privada e se transformará num verdadeiro chiqueiro e aqui ninguém é porco”.

A sua mãe  também fez as suas reclamações e cheias de propriedades.

1- “Onde vou criar galinhas,  porcos,  perus,  gatos e os cachorros ?”

2- “Com esta tal de geladeira como vou conversar com os meus amigos nas feiras, nas bodegas, nas vendas e nas mercearias?  Vou todos os dias fazer as compras e saber de tudo que está acontecendo com o mundo, pois muitos têm até este tal de rádio, que fala até pelos cotovelos. Com esta modernidade não  preciso caminhar mais, nem falar com os amigos, vou viver presa, isolada do mundo e sem conhecimentos, vou mofar, posso até adoecer com este isolamento”

3- “O tal do fogão a gás, o que  mãe falou está tudo certo,  vai ficar encostado, feijão só pega gosto se for cozido no fogão a lenha.  Disse o rádio que o gás  é muito perigoso,  se não tiver cuidado corre o risco de incêndio e  o botijão pode explodir,  se trouxer  vai ser instalado no quintal,  dentro de casa não quero esta bomba, ainda quero vê os meus netos se formarem, não confio nestas modernidades. Outra coisa estranha  é o tal de sanitário. Como pode uma pessoa almoçar sabendo que tem outra defecando bem pertinho de você, quem vai aguentar o fedor? a ideia não foi boa, este modernismo está muito  moderno para o gosto daqui do interior.” 

Segundo o grande músico, foi duro convencer os familiares. Mesmo depois de tudo pronto, arrumado, instalado  e explicado foi difícil aceitarem. Imagine que naquela época não existiam na região máquina  de lavar, microondas, televisão, ar-condicionado e nem o computador, caso existissem seria mais difícil, seria mergulhar noutro mundo. 

A geladeira ficou apenas para gelar a  água, todos os dias a sua avó reclamava:“ só serve para encarecer a energia e dá  choque, água gelada doe nos dentes”.

O fogão só para fazer  café,  chá  ou uma emergência.  Para o feijão e comidas pesadas o gasto de gás era muito grande, e é caro, tanto que o botijão só foi substituído por outro cheio seis anos depois. O velho fogão a lenha passou a queimar  carvão vegetal  depois de muita luta, já foi uma modernidade encampada. 

 O sanitário da sala só para micção, escovar os dentes, lavar o rosto e tomar banho, as evacuações continuaram no banheiro tradiciona , no quintal, mantido por exigência  de todos, só assim continuou  sendo  um ato privado, pessoal e sem compartilhamentos.

Os avós morreram, os pais já estão velhos.  Hoje usufruem de uma bela casa construída pelo filho artista  e com diversos equipamentos domésticos. 

Vivem sem amarras, incorporaram o mundo moderno e são rodeados por muitos descendentes de nível superior, fruto da saga deste dileto amigo paraibano. Um  lutador contumaz dos sertões do Seridó.

O progresso às vezes deixa a cabeça das pessoas a pensar e que nos ensina muito. Mesmo com poucos conhecimentos, pouca educação do imaginário humano  ou mesmo sem nenhum estudo já era um alerta para o sedentarismo, o isolamento social, o consumismo  e as  suas  consequências.   

Respeitar  o tradicionalismo com moderações, os costumes dos mais velhos sem corrompê-los, implantar a modernidade vagarosamente  sem substituir a ferro e fogo o passado é tarefa da civilização moderna. 

A humanidade vive em eterna metamorfose.  O hoje, com esta vida cibernética  e eletrônica, já pode ser considerado arcaico para o ontem.

O micro está sendo substituído pelo nano, os fios pelos raios,  o trabalho presencial pela tarefas  online e  os homens pelos ciborgues. 

O homem pela teoria da evolução natural, Darwiniana, se aprimora,  cria várias subespécies, diferentes castas,   que se distanciam cerebralmente uma das outras . 

Pela teoria da evolução artificial da computação, da física e da matemática, o homem  é um    humanoide, um CIBORGUE. 

  Não tem mais volta, nasce  uma nova civilização.

Iderval Reginaldo Tenório.

SAGA DA AMAZÔNIA - VITAL FARIAS - YouTube

Saga da AmazôniaComposição: Vital FariaEra uma vez na Amazônia a mais bonita florestaMata verde, céu azul, a mais imensa floresta.
YouTube · Valter Silfer · 25 de set. de 2018
Cantoria 2 - Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias e Xangai (COMPLETO, Full Album). Música Boa. Música Boa. •. •. 364K views 7 years ago ...

 

 

Uma nova civilização, o futuro da humanidade

Colagem metade do rosto de uma bela mulher a segunda metade do rosto é um  ciborgue ia generativa | Foto Premium

Ciborgues: Uma Breve História do Futuro - Esquemaria

O conceito de confronto tecnológico o ciborgue segura a mão de outra  renderização 3d | Foto Premium 

 

                    Mascarar Ciborgue Rosto - Imagens grátis no Pixabay - Pixabay                       

                     Uma nova civilização, o futuro da humanidade

 A  civilização em metamorfose  caminha para um novo e seleto mundo,  entrou na fase avançada da física quântica, eletrônica, nanométrica, da neurociência, da biologia molecular, do silício e da cibernética, é a Inteligência Artificial  tornando-se  realidade.

No decorrer dos próximos  anos,  os humanos que prosperarem serão cibernéticos e artificiais. A divisão  social será profunda, seletiva, poucas classes sociais  e o distanciamento entre elas  será abissal. 

Uma cúpula bem servida no comando, uma caldeira para os ajudantes  cirurgicamente escolhidos  e uma grande  massa constituída de mais de 95% da população,  será o início de uma nova civilização.  

A distribuição da  ração será de acordo com o degrau que ocupe, o ir e vir totalmente monitorado,  cada indivíduo receberá um  chip de identificação, este será o modus operandi da  próxima civilização. 

Os ditames invisíveis, oriundos do imaginário humano,   serão gravados na mente de silício de cada ser   e ciberneticamente  dirigidos por  um  líder, este   assessorado  por coordenadores  oriundos da caldeira intermediária, todos  programados unicamente para esta função. 

Os bens serão  da cúpula,  às massas  apenas o usufruto.   Sem nenhuma autonomia , serão os líderes da economia   e  o Estado   os senhores de tudo e de todos, diferente do passado quando era a igreja o sustentáculo dos impérios.  

Cada ser terá um cadastro eletrônico que o localizará via satélite. 

O homem comum deixará de ser o cérebro e passará a ser um chip, a depender da sua importância hierárquica  será carregado com alguns  ou até  trilhões de bytes, o homem será um Hardware, uma coisa , está nesta propriedade o rápido desenvolvimento da internet das coisas, apenas a cúpula será um hibrido, homem cérebro-ciborgue

Existirão os pensadores, os transportadores, os coordenadores       e abaixo aqueles que  mecanicamente executarão as tarefas,  estes  serão providos de   poucos  bytes, o  suficiente para uma única  função, este protótipo  será o embrião para as próximas civilizações que a cada ano durarão menos.

Nestas novas e futuras civilizações, os laços familiares e de amizades sucumbirão, serão alimentados os laços por afinidades, funções e da zona  coberta pelas   ondas que os conectam,  tal quais  os smartfones da atualidade.

O mundo funcionará como uma grande torre comercial ou residencial, com milhares de aposentos sem intercomunicação entre eles, todos se comunicarão  eletronicamente por grandes antenas monitoradas pelos  elementos da caldeira intermediaria  e  estes com a cúpula, com a central .

O tempo de vida dependerá do desempenho e das suas peças, será realmente uma nova civilização.  No decorrer do tempo  os homens vão se transformando em máquinas inorgânicas, cada uma   programada da fecundação artificial  até  a morte,   perpassando  por todas as fases no  decorrer  da vida. 

Imagina-se, literalmente, na imortalidade do homem nas civilizações  futuras, alguns  serão descartáveis, vai depender das suas qualidades técnicas e dos custos para a recuperação da capacidade laborativa, além de serem projetadas nanometricamente por  uma genética seletiva e  reforçada, na natureza funcionam assim os cupins, as formigas e as abelhas. Existem as operárias, os seguranças, os organizadores e as rainhas, todos com funções e tempo de vida bem definidos. 

No decorrer da vida, as peças serão substituídas por materiais  homogêneos, resistentes e puros, muitas vezes mais resistentes do que as originais.

Os homens aos poucos vão se modificando, chegando à velhice totalmente irreconhecíveis  pelas mudanças sofridas durante a   vida, mudarão os olhos, as pernas, os braços, o coração, enfim,  todos os órgãos, inclusive o cérebro, que é um chip, vai depender de suas funções, não sendo compensatório, o melhor é descartá-los.

Nesta época o encéfalo, comandado por um chip,   será apenas um  gerente, um coordenador do corpo para processar  as  informações recebidas pelos satélites a 36 mil quilômetros de distancia, lembre-se que  o ser humano será apenas um chip, as demais peças serão acessórios para a execução das suas tarefas, tudo dependerá do degrau que ocupe e de quantos bytes possuírem .

Hoje já se desenha este homem modificado, quantos utilizam óculos , lentes intraoculares, chip conectado ao nervo ótico e ao aparelho   auditivos? quantos usam  dentes, ossos cranianos, orelhas e narizes artificiais? stents, válvulas cerebrais e cardíacas?  próteses esofágicas,  biliares e pancreáticas? braços, mãos, pernas e pés? pele, cabelos e fâneros de uma maneira em geral?

 Quantos comandam os movimentos dos órgãos, da fala, da escuta  através do olhar e do pensamento diante de uma tela? tudo conectado por programas computadorizados ou   por aplicativos, com ou sem fios? Estes super-homens já são ciborgues, são  os protótipos da futura humanidade.

A ciência mostra que do homem só se conhece 5%, do cérebro  menos ainda, muitos serão os estudos  a serem realizados a respeito do  homem, este desconhecido.  O  grande  passo foi o projeto genoma iniciado em 1990. 

Hoje nos Estados Unidos, Rússia, China, Israel,  Japão e  na União  Europeia existem  múltiplas frentes em execução no estudo do homem, no estudo deste hardware,  para que seja desenvolvido o software  adequado a cada  ser e a cada classe social. 

Serão investidos  nesta década mais 250 bilhões de dólares para o conhecimento do cérebro artificial e as suas funções.

Serão  os próximos  passos para o homem entrar de vez no futuro e entender parte deste misterioso Universo. Segundo os estudiosos, os da ciência da evolução, ainda estamos na primeira fase do desenvolvimento humano, ainda somos primários. 

 Um dia, os chips se comunicarão com outros chips tais quais  os computadores, os smartfones e todas as centrais, chamadas de nuvens. Nesta época os ciborgues e a inteligência artificial, que estarão em todos os aparelhos, decidirão por muitas coisas aqui na terra, pois no mundo atual, a ciência e a mente foram alforriadas das amarras religiosas, das crenças,  do conservadorismo tacanho e da  ignorância arcaica das civilizações anteriores.

Será o fim desta e o início de uma nova civilização, sem estas propriedades  os homens jamais poderão conquistar o minúsculo  sistema solar. Imagine a galáxia Via Láctea e outras do pequeno Universo, sem falar no  desconhecido e hipotético Multiverso.

Salvador, 12 de Março  de 2021

 

Iderval Reginaldo Tenório

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